A epidemia alastra. Mais um jogo
e razia completa de extremos. Todos dizimados do onze inicial. No entanto, há
progressos. Já identificou a estirpe do vírus gripal: V7P6. As letras V e P
são, obviamente, a homenagem ao criador deste “Influenza” táctico do 4-3-3 sem
extremos. Os números remetem para os minutos necessários para que a
sintomatologia gripal abandone o paciente. Felizmente, a recuperação é
espectacular e raramente deixa sequelas.
E este jogo foi isto. Enquanto o V7P6
incomodou o hospedeiro, até Peseiro batia palmas. Quando o hospedeiro se
libertou do V7P6, foi de virada até ao 3-1.
Comecemos pelo Braga, esse clube
que parece que luta pela Champions, mas que vem ao Dragão de autopullman, daqueles bem grandes, com um dístico laranja de
“veículo longo” colado atrás. Peseiro mete a equipa atrás no Dragão, aliás, o
mais atrás possível.
Se os outros o fazem e, às vezes,
dão-se bem, porque não ele? Primeiro, porque tem plantel para mais que isso e,
segundo, tem obrigação para mais que isso. Mas o que interessa é travar o FC
Porto. Custe o que custar. Após o empate do Paços de Ferreira na Madeira, um
ponto do Dragão já faz Peseiro feliz. Além disso, já é público o incómodo que
este FC Porto tem com equipas tão fechadas e com gente capaz de contra-atacar. Peseiro
requenta a fórmula e serve-a à sua maneira.
Do lado azul e branco, é o mesmo
de sempre. Já nem vale a pena esmiuçar o que já nem dá para esmiuçar. Sem
extremos, sem 10, tudo num molhinho e Jackson a lutar contra toda a defesa do
Braga. De uma ponta à outra da defesa bracarense e ainda a descer para vir
buscar jogo. V7P6!
Era uma final para ganhar, em
casa e já sabendo o resultado da véspera. Nem isso afastou o V7P6 e o resultado
foi o expectável.
O FC Porto entra dominador, mais
por consentimento bracarense, que por méritos próprios. É sem surpresa que o
primeiro lance de perigo do FC Porto seja uma demonstração de toda a
sintomatologia gripal que afecta o ataque do FC Porto. Aos 9 minutos, Moutinho
segue com a bola no seu meio campo. Ainda antes de cruzar a linha de meio
campo, já procura lá na frente o único farol ofensivo da equipa. Sem demora,
faz o passe longo para Jackson, que recebe a bola fora da grande área, acossado
pela dupla de centrais bracarenses e sem apoio por perto. O Cha-cha-cha já
conhece a obstrução ofensiva que o surto de V7P6 costuma causar e vai à luta.
Recebe com classe, roda sobre Nuno André Coelho e remata cruzado fora da área.
A bola sai rente ao poste de Quim.
Novo lance de perigo, só aos 15
minutos. Moutinho descai no flanco e cruza tenso ao segundo poste.autopullman
acender os quatro piscas. Mas o influenza táctico não permitia à equipa libertar-se
e aproveitaria o Braga para espevitar o ataque.
Ao minuto 19, o Braga deixa o
aviso e Otamendi é o carteiro. Balão de Quim para a frente e Otamendi, sem
pressão alguma, falha o corte de cabeça. Ainda assim, é dono e senhor do lance,
mas tenta um atraso de cabeça para Helton quase desde a linha do meio campo!
Escusado será dizer que o “passe” sai curto. Aproveita João Pedro, que galopa
para a área portista, mas de tão feliz e contente por tão choruda lotaria,
falha na cara de Helton, em plena grande área e com a baliza à mercê.
Nesse mesmo minuto, Alan ensaia
um remate em arco fora da área, que sai à figura de Helton. Estava o ensaio
completo. Segue-se a acção.
Até que chega o minuto 22.
Mossoró avança sobre a defesa portista, mas os centrais do FC Porto não se
incomodam. Em pezinhos de lã, como é típico em Mossoró, já a jogada estava na
área portista, mas para a defesa azul e branca, mais parecia que nem tinha
passado o meio campo. Mossoró dá em Alan e este devolve a Mossoró para penetrar
na área. Mossoró percebe a triangulação proposta por Alan e devolve logo a
bola. Com espaço, em posição privilegiada e já com remate ensaiado, restava o
golo. E foi golo, com a defesa do FC Porto a assistir na primeira fila e de
boca aberta.
Peseiro nem queria acreditar.
Afinal a táctica à Olhanense resulta! Decide, então aprimorar. Em vez de
aproveitar a desorientação portista, junta um atrelado ao autopullman. Ainda assim, e por mais diabólico que possa parecer, à
meia hora de jogo, o Braga hiperrecuado tinha mais remates à baliza que o FC
Porto.
Só enfatiza a carga viral a que este FC Porto é sujeito, mesmo jogando
em sua casa!
O FC Porto arrasta-se no jogo.
Nem pela direita e nem pela esquerda. Não havia quem assumisse o drible ou um
pique até à linha de fundo. Nada. Pelo centro, a Olhanense toda vestida de
Braga.
Só uma pedrada no charco é que nos
faria voltar a este jogo. E veio pelo suspeito do costume. Um dos poucos
jogadores do plantel que podem ganhar um jogo num momento de inspiração. O
“extremo” preferido do V7P6. Aos 37 minutos, farto de estar submerso no “seu”
flanco, James vem ao centro respirar. Já tinha vindo aos 31 minutos, mas tal
como Alan, a primeira vez foi para ensaiar e Quim defendeu. Desta vez, e após
bom passe de Danilo, roda sobre Custódio para onde é perigoso e em zona central
(a 10!) desfere um remate, ainda fora da área e indefensável para Quim. É uma
onda de entusiasmo que varre o estádio. Os jogadores respiram fundo, o público
empolga-se e Vítor Pereira exorciza os seus fantasmas sentados na bancada atrás
do banco do FC Porto.
O golo é uma bóia de talento. Os
jogadores e o público agarram-se a ela com tanta força que o FC Porto parte
para o seu melhor período no jogo. Pura força anímica a sobrepor-se às maleitas
virais que afectam a equipa. Logo dois minutos depois do golo, Danilo cruza com
critério e encontra James ao segundo poste, para cabecear ligeiramente ao lado.
O Dragão desperta, sente-se a sua força e os quatro piscas do autopullman. Mais dois minutos, e
Jackson tem um lance de arte e força. Grandiosa recepção de peito, rotação
primorosa, aguenta a dupla marcação e acossado, remata cruzado a passar rente
ao poste de Quim. Merecia golo! Puro talento e músculo em mais uma demonstração
de tenacidade em jogar fora da área. Que jogador!
O intervalo chega pouco depois,
não sem antes Maicon lesionar-se e ameaçar não voltar do intervalo.
A segunda parte começa com a
confirmação da lesão de Maicon. Abdoulaye é chamado para ocupar a vaga ao lado
de Otamendi. Fora esta substituição forçada, Vítor Pereira decide manter tudo
na mesma, desperdiçando o entusiasmo que a equipa demonstrou no final da
primeira parte.
O Braga aproveita o intervalo
para respirar e confia na manutenção do status
quo do lado portista. Feita a vontade ao Braga, não admira pois que sejam
os visitantes a entrarem melhor na segunda parte. Sem criarem perigo, mas tendo
um conjunto de situações de aproximação à baliza portista.
Vítor Pereira percebe, então, que
o FC Porto ameaça uma segunda parte com dificuldades acrescidas na criação de
jogo ofensivo. James e Lucho estão em quebra física evidente e o meio campo
descola, em definitivo, de Jackson. Reage, aos 62 minutos, tirando Defour e
colocando Atsu. É um alívio colossal em toda a sintomatologia gripal. Pelo
menos há alguém que corre por um flanco abaixo e Alex Sandro já tem um
“limpa-neves” à sua frente, mesmo que não seja um “limpa-neves” bestial.
O FC Porto melhora quase
instantaneamente. Aos 66 minutos, livre cobrado por Moutinho e Otamendi
cabeceia à trave. Volta o entusiasmo, é palpável. Três minutos depois, Atsu
ganha a linha de fundo, mas, no último momento, Santos antecipa-se a Jackson e
corta o lance. Cinco minutos depois, lançamento lateral longo, com Jackson a
ganhar nas alturas e a dar para a zona da marca de penalti. James remata com
estilo, mas a bola desvia em Santos para canto. O FC Porto mantém a pressão e
do canto volta a criar perigo. O canto é bem cobrado, mas a defesa do Braga
alivia. Alex Sandro apanha a sobra na em zona frontal à grande área e de
primeira, remata de pé direito à barra de Quim. A bola ainda ressalta em Quim,
mas, caprichosamente, fica à mercê do guarda-redes bracarense.
Peseiro já havia trocado Mossoró
por Carlão. Se a mobilidade de Mossoró havia feito a cabeça em água aos defesas
portistas, o corpanzil de Carlão era bem mais fácil domar. Com a defesa mais
estável, a equipa (e o público) pedia a Vítor Pereira luz verde em todas as
faixas do ataque.
Até que chega o minuto 76, e o
V7P6 é irradicado. Sai Lucho esgotado e sem nada mais para dar à equipa e entra
Kelvin. O FC Porto abre-se no ataque e o autopullman
bracarense passa rapidamente a carrinho de mão. Kelvin nem entra muito
assertivo, mas tal como Atsu, só a possibilidade de haver mais alguém capaz de
ganhar a linha de fundo já atemoriza a defesa bracarense.
Até que, ao minuto 83, a
redenção! James cai no flanco esquerdo e tenta servir a diagonal de Jackson. Nuno André Colho corta, mas desta vez há mais gente por próximo. Kelvin havia
ganho o espaço nas costas de Jackson, fica com a sobra e de fora da área,
remata para o fundo da baliza de Quim.
Vantagem portista e o ânimo é
contagiante. O Braga perde-se e aproveita o FC Porto. A pressão ofensiva do FC
Porto resulta em mais um canto, ao minuto 86. James cobra longo mas procurando
Kelvin ao segundo poste. O extremo (este sem aspas!) remata de primeira, sem
deixar a bola cair e concretiza o seu segundo golo na partida. A bola ainda
desvia em Santos, mas o mérito é todo de menino. Estava feita a virada numa
equipa que respirava saúde futebolística , sem rasto do vírus influenza V7P6.
Até final, fica a nota para o
desespero de Peseiro. Duas substituições tardias, tentando levar a equipa para
a frente quando esta já estava derrotada. Também um sublinhado final para a
brincadeirinha de Helton. Tão típico e tão desnecessário.
Foi bom voltar a ver um FC Porto
sem V7P6. Segundo Vítor Pereira, podia ter corrido bem, como podia ter corrido
mal. É verdade, mas as probabilidades não são nada semelhantes.
Permitam-me a inconfidência. Até
a lesão de Maicon ajudou. Algo me diz que se Vítor Pereira tivesse ainda uma
substituição por fazer após o 2-1, James saía do jogo mais rapidamente do jogo,
do que um foguetão da NASA a rasgar os céus. Assim, a equipa manteve-se activa
e encostou o Braga atrás até ao fim.
E agora? Vamos voltar ao mesmo?
Análises Individuais:
Helton – Defesa importantíssima,
na primeira parte, no lance de João Pedro. Brincadeirinha ao cair do pano. De
resto, um espectador que nada podia fazer no golo bracarense.
Danilo – Tem uma grande mancha,
que é o golo do Braga. Deu espaço a Alan que dá para construir uma moradia.
Muito mal nessa marcação. No resto, confirmou o que de bom vinha fazendo nos
últimos dois jogos. Seguro a defender e preciso a atacar.
Alex Sandro – Voltou a misturar o
bom com passes perdidos. Mostrou-se mais agressivo e com melhor capacidade
física para o jogo. Na primeira parte, foi importante para manter uma dinâmica
basal no flanco esquerdo.
Otamendi – A primeira meia hora de
jogo é um hino épico ao absurdo. Depois disso, foi montanha russa à Otamendi.
Grande corte, grande disparate. Grande corte, grande disparate. Logo ele, que
já parecia já estar mais consistente. Faltou-lhe uma ponta de sorte no
cabeceamento à trave. Divide com Maicon o prémio de mais babado a ver o golo do
Braga.
Maicon – Ainda assim, em abono da
verdade, Maicon ganha o prémio. Nem pegou em Alan, nem acompanhou Mossoró.
Duplo babado. Não se sentiu cómodo com a viscosidade de Mossoró na marcação.
Nem ele, nem Otamendi.
Fernando – Jogo sóbrio e muito
competente. Na primeira parte, foi quem mais lutou para manter o meio campo do
Braga bem afastado dos seus ciclistas da linha ofensiva. Viana nem se viu no
jogo e até foi Fernando quem mais apareceu com perigo no ataque. Na segunda
parte, segura quase sozinho o meio campo. É o melhor desempenho da noite.
Moutinho – Nota-se que tem uma
certa limitação física e que isso limita o seu desempenho, sobretudo no aspecto
ofensivo. Ainda assim, foi um jogador muito importante na luta a meio campo.
Lucho – Procurou aparecer o maior
número possível de vezes na área contrária. Mas nunca foi a muleta que Jackson
precisava. Brilhou mais por libertar James para zonas interiores que pela sua
própria dinâmica. Sai esgotado e sem mais nada para dar à equipa. Deveria ter
saído mais cedo.
Defour – Quem faz o que pode, a
mais não é obrigado. Tenho a certeza que no dia em que o puserem à baliza vai
atirar-se a todas as bolas, se as defende ou não é outra questão. Defour é
assim. Vai a tudo, se depois rende o que a equipa precisa, isso é outro
assunto. Até admito que Defour é bastante plástico e rende o suficiente em
muitas posições. Mas só um ataque viral de V7P6 pode explicar o uso recorrente
de um 8 defensivo a “”extremo””.
James – Lá foi para a sua cruz. Tentou
sempre corresponder e fugir dela sempre que podia. Numa dessas fugas,
inspira-se e dá o empate e alento à equipa. Volta a desaparecer no início da
segunda parte e quando ameaça quebrar fisicamente, leve um novo sopro de
alento. Passa para a sua zona de conforto e, tal foi a alegria, que está na
base da reviravolta do marcador. Um 10 a 10 é outra coisa.
Jackson – É um jogador brutal.
Aquele lance no final da primeira parte é enorme. Pena é que não tenhamos jogo
para alimentar este talento. Mais um jogo de total sofrimento, excepto os
últimos 15 minutos.
Abdoulaye – Enquanto Mossoró
esteve em campo, até parecia que trocava as pernas. Mal entrou Carlão, algo
mais palpável e menos escorregadio, acalmou e acertou a marcação.
Atsu – Esticou jogo pelo seu
flanco. Umas vezes bem, outras nem por isso. Uma coisa é certa, Baiano deixou
de aparecer na frente e Alex Sandro subiu mais vezes pelo seu corredor. O FC
Porto abriu com a sua entrada.
Kelvin – Acaba por ser o “Joker”da partida. Entrou temerário, mas foi acalmando. Tem mérito nos golos. No
primeiro, soube fazer o movimento interior e aproveitar as costas da diagonal
de Jackson. No fundo, apareceu na área (ou perto dela), em vez de ficar
agarrado ao seu flanco. No segundo, não inventou. Sem espaço para receber, bola
vem, bola vai. O Kelvin que chegou do Brasil iria tentar dominar aquela bola e
fintar todos até à linha de golo.
Ficha do Jogo:
FC Porto-SC Braga, 3-1
Liga portuguesa, 25.ª jornada
8 de Abril de 2013
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 31.210 espectadores
Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)
Assistentes: Tiago Trigo e André Campos
Quarto árbitro: Pedro Vilaça
FC PORTO: Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Alex Sandro; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson e Defour
Substituições: Maicon por Abdoulaye (ao intervalo), Defour por Atsu (62m) e Lucho por Kelvin (76m)
Não utilizados: Fabiano, Quiño, Castro e Liedson
Treinador: Vítor Pereira
SC BRAGA: Quim; Baiano, Santos, Nuno André Coelho e Elderson; Custódio, Hugo Viana e Mauro; João Pedro, Mossoró e Alan (cap.)
Substituições: Mossoró por Carlão (68m), Hugo Viana por Rúben Micael (86m) e João Pedro por Hélder Barbosa (90m)
Não utilizados: Kritciuk, Haas, Rúben Amorim e Zé Luís
Treinador: José Peseiro
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Alan (22m), James (37m) e Kelvin (83m e 86m)
Cartão amarelo: Quim (67m)
Análise dos Intervenientes:
Vítor Pereira:
«Demonstração de capacidade»
Apostei fundamentalmente na equipa, que foi igual a si própria, mesmo perante um adversário que se organizou bem defensivamente e tinha as coisas bem preparadas. O Braga apresentou um bloco muito compacto, que é difícil de contrariar, mas não perdemos a identidade. Fomos serenos, mesmo em desvantagem. Tivemos sempre serenidade para circular a bola e procurar o melhor espaço, sem precipitações, de forma a conseguir uma ou outra situação de ruptura para chegar ao golo. O que devo valorizar é o comportamento colectivo da equipa, sem desmerecer esse apontamento individual do Kelvin, que é um miúdo com qualidade, que entrou bem e foi feliz. Quem não toma decisões lá dentro acerta sempre: se por acaso o Kelvin não tivesse sido feliz e tivesse tocado poucas vezes na bola, estaríamos aqui a comentar que a entrada não tinha sido bem pensada. As coisas aconteceram não por meu mérito, mas por mérito do Kelvin, que tem dois apontamentos de qualidade, tal como o James teve um na primeira parte.
O início da segunda parte, com o Abdoulaye a entrar para o lugar do lesionado Maicon, foi difícil…
Defrontámos um Braga bem organizado, com qualidade individual e colectiva para sair em transição. Não é fácil entrar assim num jogo, a procurar contrariar uma equipa que, logo que ganha a bola, quer sair rapidamente em transição. Penso que o Abdoulaye fez o seu papel com qualidade, quando acalmou. Esteve ao nível dele, porque é um jogador com qualidade e temos quatro centrais que mantêm o nível muito alto. Ele também está de parabéns.
Acha que o adversário na luta pelo título ainda vai tropeçar?
Temos de fazer o nosso trabalho. Sabemos o que queremos, temos de nos focar no próximo jogo, quando o campeonato regressar. Hoje o Braga foi um rival difícil mas demonstrámos que estamos vivos. Demonstrámos força e qualidade individual e colectiva. Estou satisfeito e estamos prontos para fazer o nosso trabalho.
Pensa que é um jogo que vai marcar este campeonato, pela qualidade do adversário e atitude demonstrada pelo FC Porto?
Não sei responder. O que posso referir é que gostei muito da qualidade do jogo e da serenidade num momento destes. É natural que os próprios adeptos fiquem ansiosos, quando os golos não surgem cedo. Aproveitámos os 90 minutos para construir o resultado, mesmo partindo em desvantagem face ao golo do Braga. Estamos prontos para fazer o nosso trabalho e lutar pela revalidação do título.
Uma exibição como estas será suficiente para vencer o Braga na final da Taça da Liga, no sábado, ou será preciso algo diferente?
Não vou fugir ao habitual. Estou aqui para falar do jogo que acabámos de disputar e estarei na próxima conferência de imprensa para abordar o encontro da Taça da Liga. Cada jogo tem a sua história. O Braga provou que tem argumentos fortes, é uma equipa contra a qual não podemos baixar a guarda e que nos obriga a estar concentrados durante os 90 minutos. Hoje fomos fortes, conseguimos um bom resultado e uma exibição que me agrada.
Kelvin:
«Tenho de crescer muito»
«Estou a trabalhar forte, à espera da hora certa. Agradeço a quem me apoia. Do banco via que a equipa precisava de atacar,o treinador disse para fazer o meu jogo. Pode ser que isto me dê mais tempo, o treinador é que decide. Tenho de crescer muito, estou a evoluir, preciso de força física e de melhorar a parte técnica».
José Peseiro:
«Pensei que íamos empatar...»
«A estratégia na primeira parte era controlar a potencialidade do FC Porto, com mais transição, queríamos ter mais bola mas não conseguimos.
O FC Porto não teve melhores oportunidades do que nós. Na segunda parte queríamos ser um pouco mais agressivos, mais profundos, mas o FC Porto foi forte.
Foram dois remates de fora da área, mas valem todos.
Perdemos dois jogos nos últimos minutos, em casa e aqui.
Naquele momento em que o Kelvin marcou pensava que podíamos pelo menos empatar. Gostamos de dominar mais, mas o FC Porto é forte.
Mossoró fez trabalho tremendo, estava desgastado, tentámos dar um pouco mais de referência. Fê-lo bem, mas quando entendi que era momento de arriscar, saiu.
Paços? A pressão é a mesma. Sempre foi assim. Suportamos bem essa pressão. Vamos fazer tudo para ganhar os nossos jogos e esperar que eles não o consigam».
Alan:
«Somos guerreiros!»
«Fizemos um bom jogo apesar da derrota. O FC Porto é muito forte em casa. Errámos, contra o FC Porto isso não pode acontecer. Não foram só erros defensivos, foi toda a equipa. Na primeira parte podíamos ter feito um golo, não fizemos. A luta com o Paços de Ferreira vai ser complicada, mas somos guerreiros e vamos conseguir».
Por: Breogán
3 comentários:
Boas,
Antes de mais esperava que o Braga fosse fiel aos seu principios e viesse jogar o jogo "olhos nos olhos", no entanto foi ao Dragão com um autocarro, defendendo e tentando jogar no contra-ataque, como jogam as equipas que lutam para não descer.
Por isso o FCP teve muitas dificuldades em entrar com bola junto da area do adversário.
Penso que o FCP fez uma boa primeira parte com boas trocas de bola e com objectividade, que resultou no golo do empate. No entanto na segunda parte, e graças ao anti-jogo do Braga o jogo deixou de ter espectáculo e tornou-se desagradável, até que Kelvin desbloqueou com um golo pleno de intencionalidade. A partir daí o FCP soltou-se e fez aquilo que bem sabe jogou a Barça concluindo com mais um golo do Joker Kelvin.
O Porto foi premiado por acreditar e o Braga penalizado por jogar ultra defensivamente.
Um abraço
http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.pt/
Excelente cronica ao jogo.
Alias é um prazer ler todas as cronicas aos jogos aqui neste magnifico blogue. Mas as de Breogan são mesmo TOP+.
Se Djalma (ou até Ukra) e Janko ficam no plantel tinhamos ganho o campeonato ?
Gostava que Breogan respondesse.
Jogo emotivo, vitoria justa, substituições muito tardias.
O "padre do olival" como lhe chamou o Mokiev, nos proximos dias não se pode atirar ao Kelvin, mas há sempre um Seba,Mikel ou Diogo mateus...
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