domingo, 21 de abril de 2013

Leixões 2 - 1 FC Porto B: Roubo no Mar!










Depois de 2 derrotas consecutivas, a equipa B do F.C. Porto deslocou-se ao difícil terreno do Leixões para jogo da jornada 37 da II Liga. Uma deslocação sempre complicada, ainda mais quando se tem de enfrentar adversários extra.






Rui Gomes optou por fazer várias alterações na equipa, lançando Ba, Quino e David na defesa, Seri (regressado de expulsão) e Tozé (antes encostado à ala) formaram o trio de meio campo com Mikel e na frente Kelvin e Caballero juntaram-se a Sebá.

A partida começou bem para o conjunto portista, que depois de um pequeno período de adaptação ao adversário assumiu as rédeas do jogo. Com o onze apresentado, os jogadores estavam mais confortáveis em campo, deixando Rui Gomes de lado as adaptações. Kelvin e Sebá assumiam as alas, trocando várias vezes entre si, e Tozé tomava conta do meio campo, aparecendo sistematicamente entre linhas, tendo nas costas Mikel e Seri.

Foi através do 10 portista que surgiram as melhores oportunidades no 1º tempo. Logo aos 8 minutos teve um remate perigoso e aos 13 conduziu um excelente contra ataque, depois duma boa saída de Seri, abrindo para Sebá que cruzou rasteiro para Caballero não chegar por pouco.

O jogo continuava dominado pela jovem equipa portista, que entre os 17 e os 21 minutos voltou a criar perigo através de remates de longa distância: primeiro foi Kelvin, na sequência de um canto; 4 minutos depois foi a vez de Seri, de muito longe, ter um remate fantástico que obrigou Rui Sacramento a excelente defesa.

Neste período já tinha acontecido uma mão muito duvidosa na área do Leixões. Mas o pior veio depois

Aos 33 minutos, livre perigoso à entrada da área do Leixões. O remate de Tozé é desviado pela mão de um homem da barreira. Rui Sacramento ainda defende para canto, mas ficou um penalti claríssimo por marcar.

Na sequência do lance, Seri corta um contra ataque leixonense com uma entrada dura. Bruno Esteves mostra o amarelo ao jovem portista, quando os da casa pedem vermelho. É verdade que foi uma entrada dura, mas a bola estava lá e dado o critério do árbitro noutros lances este foi claramente bem ajuizado. Os 5 minutos seguintes ao lance foram um circo autêntico, com os jogadores do Leixões a atirarem-se para o chão por tudo e por nada e com Bruno Esteves a ir na cantiga.

Mesmo assim, foi nesse período que o Porto chegou à vantagem: aos 38 minutos livre de longa distância, superiormente batido por Tozé; ninguém desviou a bola que entrou diretamente na baliza. Um livre à Deco!

O intervalo chegava assim com justiça no marcador. O F.C. Porto dominava o jogo e mostrava qualidade no seu futebol, enquanto o Leixões não se conseguia soltar da teia portista.

No entanto, a 2ª parte começa logo com um percalço: Seri é expulso. O circo voltou depressa à cidade do Mar, pois o Costa Marfinense nem tocou em Hernani, que fez um grande teatro. Bruno Esteves voltou a ir na onda, como não podia deixar de ser.

Pode-se aqui acusar Rui Gomes de não ter tirado o jovem ao intervalo, porque estava na cara que isto podia acontecer, mas o lance foi tão ridículo que é difícil tentar culpar o treinador. Mas o roubo ainda não ficou por aqui…

Cinco minutos depois o Leixões chega ao empate. A equipa portista ainda estava a tentar recompor-se do golpe disferido por Bruno Esteves quando Malafaia encostou para a igualdade, depois de boa defesa de Stefanovic na sequência de um cabeceamento de um homem da casa. Quino ficou a ver quando deveria ter sido mais agressivo na tentativa de importunar o médio leixonense.







Só depois deste lance é que houve oportunidade para a substituição que voltou a equilibrar a equipa: Kelvin deu lugar a Sérgio Oliveira, voltando o meio campo portista a ser composto por 3 elementos, sendo que um deles, Tozé, daria a largura possível na frente. Uma boa mexida.







A partir deste momento pouco mais se viu do Leixões.

Aos 60 minutos Caballero tem uma excelente iniciativa, rematando ao lado da baliza de Rui Sacramento. Logo no minuto seguinte, nova mão na área dos da casa. Pode-se dizer que foi um lance involuntário, mas o braço está longe de estar ao nível do corpo. Novo penalti por marcar.

O jogo manteve-se no mesmo ritmo, controlado pela nossa equipa B e sempre com Bruno Esteves a inclinar o campo. Aos 78 minutos voltou a haver uma mão na área do Leixões, mas nesta o árbitro merece o benefício da dúvida, porque foi um cabeceamento à queima. No entanto foram 4 bola na mão na área do Leixões. Quatro!

Na sequência do canto seguinte Zé António esteve também perto de marcar.

Pouco depois Dellatorre entrou para o lugar de Caballero e logo de seguida teve um bom lance de entendimento com Sebá, rematando solto já dentro da área. Mais uma boa oportunidade para os portistas.

O balde de água fria veio depois, aos 87 minutos. Tudo começou com mais um lance surreal de Bruno Esteves e seus assistentes, ao dar um lançamento para o Leixões que todos viram que pertencia ao F.C. Porto. 

Foi mais um exemplo do campo inclinado, que terminou com o cruzamento na direita do ataque do Leixões (por onde andava Quino?) para cabeceamento de Mailo. Abdoulaye ficou muito mal na fotografia, tendo abordado muito mal o lance e sendo batido em antecipação. Foi o 2-1 no marcador, uma enorme injustiça para a equipa que tão bem reagiu à expulsão e ao golo do empate.

Até ao final do jogo Rui Gomes ainda lançou Fábio Martins para o lugar de Mikel, mas pouco jogo mais houve.

Dos 3 minutos de desconto, apenas se jogaram 2 sem que Bruno Esteves compensasse o minuto em que Rui Sacramento andou a pedir amarelo. Apenas deu tempo para um canto algo perigoso, com Sérgio Oliveira a cabecear por cima.

Esta derrota acaba por ser extremamente injusta. A equipa portista teve mais ocasiões de golo mesmo em desvantagem numérica e acaba por perder o jogo num erro individual de Ba.

De salientar que não é a primeira vez que esta época acontecem arbitragens vergonhosas do nível desta, de Bruno Esteves, a esta equipa B.

Também se deve salientar que não é a primeira vez que esta equipa faz bons jogos mas no fim deixa-se ultrapassar. Esta inexperiência é ultrapassada com estes jogos e esperemos que este jogo sirva também para isso.



Análises individuais:

Stefanovic: Sem culpas nos golos, esteve bem entre os postes. No entanto, voltou a ter uma ou outra saída demasiado hesitante;

David: Pouco agressivo na defesa não ofereceu profundidade no flanco direito;

Quino: Muito mal defensivamente. Tem agressividade, mas ainda tem muito para aprender no que toca a defender. Deu alguma profundidade ao flanco mas não criou lances de grande perigo;

Abdoulaye: Estava a realizar uma boa exibição até ao lance em que borrou toda a pintura. Não pode abordar o lance do golo daquela forma e não se pode deixar antecipar tão facilmente. Vale bem mais que isso;

Zé António: Não fica isento de culpas no primeiro golo do Leixões, ao ser ultrapassado nas alturas. Seguro no resto do encontro;

Mikel: Falhou no apoio aos centrais quando deixou de ter a muleta Seri ao lado. Até aí estava a cumprir bem defensivamente;

Seri: Ficou marcado pela injusta expulsão. Mesmo assim, tem de moderar as entradas como a que lhe valeu o 1º amarelo. Jogou quase em linha com Mikel e cumpriu bem defensivamente, dando menos ao ataque que o usual, excepto no excelente remate aos 21 minutos;

Tozé: O melhor em campo. Na sua posição de origem fartou-se de criar problemas aos adversários, aparecendo muito bem entre as linhas defensivas do Leixões. Muito bem nas bolas paradas, com destaque para o golo;

Sebá: Criou vários desequilíbrios quando esteve no flanco esquerdo, perdendo algum fulgor na direita. Importante também a sacrificar-se defensivamente na 2ª parte;

Kelvin: Tal como Sebá, brilhou mais do lado esquero do ataque. Mostrou bons pormenores e foi importante, tal como o companheiro das alas, para dar outra largura ao jogo portista. Foi sacrificado quando a equipa passou a jogar com 10 e reagiu mal à substituição;

Caballero: Voltou a mostrar bons pormenores, mas continua longe de estar adaptado a esta equipa. Contudo a sua agressividade, qualidade técnica e poder de choque deixam antever coisas boas;


Sérgio Oliveira: Entrou para equilibrar a equipa e a sua presença nota-se logo, através da qualidade de passe que tem e da serenidade que dá ao jogo da equipa.

Dellatorre: Refrescou o ataque e teve um bom lance de combinação com Sebá;

Fábio Martins: Entrou para o último folgo, mas mal tocou na bola.


Por: Eddie the Head

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