Depois de 2 derrotas consecutivas, a equipa B do F.C. Porto
deslocou-se ao difícil terreno do Leixões para jogo da jornada 37 da II Liga.
Uma deslocação sempre complicada, ainda mais quando se tem de enfrentar
adversários extra.
Rui Gomes optou por fazer várias alterações na equipa,
lançando Ba, Quino e David na defesa, Seri (regressado de expulsão) e Tozé (antes
encostado à ala) formaram o trio de meio campo com Mikel e na frente Kelvin e
Caballero juntaram-se a Sebá.
A partida começou bem para o conjunto portista, que depois de
um pequeno período de adaptação ao adversário assumiu as rédeas do jogo. Com o
onze apresentado, os jogadores estavam mais confortáveis em campo, deixando Rui
Gomes de lado as adaptações. Kelvin e Sebá assumiam as alas, trocando várias
vezes entre si, e Tozé tomava conta do meio campo, aparecendo sistematicamente
entre linhas, tendo nas costas Mikel e Seri.
Foi através do 10 portista que surgiram as melhores
oportunidades no 1º tempo. Logo aos 8 minutos teve um remate perigoso e aos 13
conduziu um excelente contra ataque, depois duma boa saída de Seri, abrindo
para Sebá que cruzou rasteiro para Caballero não chegar por pouco.
O jogo continuava dominado pela jovem equipa portista, que
entre os 17 e os 21 minutos voltou a criar perigo através de remates de longa
distância: primeiro foi Kelvin, na sequência de um canto; 4 minutos depois foi
a vez de Seri, de muito longe, ter um remate fantástico que obrigou Rui
Sacramento a excelente defesa.
Neste período já tinha acontecido uma mão muito duvidosa na
área do Leixões. Mas o pior veio depois.
Aos 33 minutos, livre perigoso à
entrada da área do Leixões. O remate de Tozé é desviado pela mão de um homem da
barreira. Rui Sacramento ainda defende para canto, mas ficou um penalti
claríssimo por marcar.
Na sequência do lance, Seri corta um contra ataque leixonense
com uma entrada dura. Bruno Esteves mostra o amarelo ao jovem portista, quando
os da casa pedem vermelho. É verdade que foi uma entrada dura, mas a bola
estava lá e dado o critério do árbitro noutros lances este foi claramente bem
ajuizado. Os 5 minutos seguintes ao lance foram um circo autêntico, com os
jogadores do Leixões a atirarem-se para o chão por tudo e por nada e com Bruno
Esteves a ir na cantiga.
Mesmo assim, foi nesse período que o Porto chegou à vantagem:
aos 38 minutos livre de longa distância, superiormente batido por Tozé; ninguém
desviou a bola que entrou diretamente na baliza. Um livre à Deco!
O intervalo chegava assim com justiça no marcador. O F.C.
Porto dominava o jogo e mostrava qualidade no seu futebol, enquanto o Leixões
não se conseguia soltar da teia portista.
No entanto, a 2ª parte começa logo com um percalço: Seri é
expulso. O circo voltou depressa à cidade do Mar, pois o Costa Marfinense nem
tocou em Hernani, que fez um grande teatro. Bruno Esteves voltou a ir na onda,
como não podia deixar de ser.
Pode-se aqui acusar Rui Gomes de não ter tirado o jovem ao
intervalo, porque estava na cara que isto podia acontecer, mas o lance foi tão
ridículo que é difícil tentar culpar o treinador. Mas o roubo ainda não ficou
por aqui…
Cinco minutos depois o Leixões chega ao empate. A equipa
portista ainda estava a tentar recompor-se do golpe disferido por Bruno Esteves
quando Malafaia encostou para a igualdade, depois de boa defesa de Stefanovic
na sequência de um cabeceamento de um homem da casa. Quino ficou a ver quando
deveria ter sido mais agressivo na tentativa de importunar o médio leixonense.
Só depois deste lance é que houve oportunidade para a substituição
que voltou a equilibrar a equipa: Kelvin deu lugar a Sérgio Oliveira, voltando
o meio campo portista a ser composto por 3 elementos, sendo que um deles, Tozé,
daria a largura possível na frente. Uma boa mexida.
A partir deste momento pouco mais se viu do Leixões.
Aos 60 minutos Caballero tem uma excelente iniciativa,
rematando ao lado da baliza de Rui Sacramento. Logo no minuto seguinte, nova
mão na área dos da casa. Pode-se dizer que foi um lance involuntário, mas o
braço está longe de estar ao nível do corpo. Novo penalti por marcar.
O jogo manteve-se no mesmo ritmo, controlado pela nossa
equipa B e sempre com Bruno Esteves a inclinar o campo. Aos 78 minutos voltou a
haver uma mão na área do Leixões, mas nesta o árbitro merece o benefício da
dúvida, porque foi um cabeceamento à queima. No entanto foram 4 bola na mão na
área do Leixões. Quatro!
Na sequência do canto seguinte Zé António esteve também perto
de marcar.
Pouco depois Dellatorre entrou para o lugar de Caballero e
logo de seguida teve um bom lance de entendimento com Sebá, rematando solto já
dentro da área. Mais uma boa oportunidade para os portistas.
O balde de água fria veio depois, aos 87 minutos. Tudo
começou com mais um lance surreal de Bruno Esteves e seus assistentes, ao dar
um lançamento para o Leixões que todos viram que pertencia ao F.C. Porto.
Foi
mais um exemplo do campo inclinado, que terminou com o cruzamento na direita do
ataque do Leixões (por onde andava Quino?) para cabeceamento de Mailo.
Abdoulaye ficou muito mal na fotografia, tendo abordado muito mal o lance e
sendo batido em antecipação. Foi o 2-1 no marcador, uma enorme injustiça para a
equipa que tão bem reagiu à expulsão e ao golo do empate.
Até ao final do jogo Rui Gomes ainda lançou Fábio Martins
para o lugar de Mikel, mas pouco jogo mais houve.
Dos 3 minutos de desconto, apenas se jogaram 2 sem que Bruno
Esteves compensasse o minuto em que Rui Sacramento andou a pedir amarelo.
Apenas deu tempo para um canto algo perigoso, com Sérgio Oliveira a cabecear
por cima.
Esta derrota acaba por ser extremamente injusta. A equipa
portista teve mais ocasiões de golo mesmo em desvantagem numérica e acaba por
perder o jogo num erro individual de Ba.
De salientar que não é a primeira vez que esta época
acontecem arbitragens vergonhosas do nível desta, de Bruno Esteves, a esta
equipa B.
Também se deve
salientar que não é a primeira vez que esta equipa faz bons jogos mas no fim
deixa-se ultrapassar. Esta inexperiência é ultrapassada com estes jogos e
esperemos que este jogo sirva também para isso.
Análises individuais:
Stefanovic: Sem culpas nos golos, esteve bem
entre os postes. No entanto, voltou a ter uma ou outra saída demasiado
hesitante;
David: Pouco agressivo na defesa não
ofereceu profundidade no flanco direito;
Quino: Muito mal defensivamente. Tem
agressividade, mas ainda tem muito para aprender no que toca a defender. Deu
alguma profundidade ao flanco mas não criou lances de grande perigo;
Abdoulaye: Estava a realizar uma boa exibição
até ao lance em que borrou toda a pintura. Não pode abordar o lance do golo
daquela forma e não se pode deixar antecipar tão facilmente. Vale bem mais que
isso;
Zé António: Não fica isento de culpas no primeiro
golo do Leixões, ao ser ultrapassado nas alturas. Seguro no resto do encontro;
Mikel: Falhou no apoio aos centrais quando
deixou de ter a muleta Seri ao lado. Até aí estava a cumprir bem
defensivamente;
Seri: Ficou marcado pela injusta expulsão.
Mesmo assim, tem de moderar as entradas como a que lhe valeu o 1º amarelo.
Jogou quase em linha com Mikel e cumpriu bem defensivamente, dando menos ao
ataque que o usual, excepto no excelente remate aos 21 minutos;
Tozé: O melhor em campo. Na sua posição de
origem fartou-se de criar problemas aos adversários, aparecendo muito bem entre
as linhas defensivas do Leixões. Muito bem nas bolas paradas, com destaque para
o golo;
Sebá: Criou vários desequilíbrios quando
esteve no flanco esquerdo, perdendo algum fulgor na direita. Importante também
a sacrificar-se defensivamente na 2ª parte;
Kelvin: Tal como Sebá, brilhou mais do lado
esquero do ataque. Mostrou bons pormenores e foi importante, tal como o
companheiro das alas, para dar outra largura ao jogo portista. Foi sacrificado
quando a equipa passou a jogar com 10 e reagiu mal à substituição;
Caballero: Voltou a mostrar bons pormenores, mas
continua longe de estar adaptado a esta equipa. Contudo a sua agressividade,
qualidade técnica e poder de choque deixam antever coisas boas;
Sérgio Oliveira: Entrou para equilibrar a equipa e a
sua presença nota-se logo, através da qualidade de passe que tem e da serenidade
que dá ao jogo da equipa.
Dellatorre: Refrescou o ataque e teve um bom
lance de combinação com Sebá;
Fábio Martins: Entrou para o último folgo, mas mal
tocou na bola.
Por: Eddie the Head
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