sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Carta ao Presidente


Caro Presidente,
Seria injusto
Que depois do susto,
Me fosse indiferente
A sua entrevista,
O seu modo d’estar,
A sua boa forma!
Qu’ainda não se conforma
A parar!

Fiquei satisfeito,
Confesso!
Que não está desconexo,
Qu’ainda leva jeito,
E que pensa bem,
Numa linguagem lúcida,
Em que não falta astúcia
Par’o dizer a quem!

Notei-lhe esse vigor,
O mesmo d’outrora,
E ontem como agora,
Que continua um Senhor!
Um cavalheiro,
Mesmo pr’os detractores,
Que simples amadores,
Só pensam no dinheiro…

Notei-lhe a confiança
Pr’a esse novo mandato,
E que já estava farto!!
Daí a mudança…
Que ainda tem projectos,
Pr’a reforçar no clube,
E em novo mandato alude
Mudar tais métodos…

E apostar na escola
Qu’é nossa essência,
Através dessa emergência
Que na B, descola!
E depois do Peseiro
Mostrar tal assertividade,
Pensei qu’em si a idade
É plano corriqueiro…

Senti pois tal sinergia
Nesses dois discursos,
E por tais concursos,
Vi pois, alegria!
Nos olhos do treinador,
E no seu rosto confiante,
Que daqui a diante
Não pode ser pior…

Algo vai mudar,
Pr’o bem do nosso Porto,
E o que vi no seu rosto
Deu-me a confiar,
Qu’ainda vamos vencer
Mais qu’o orgulho!
E que nisso pois, embrulho,
O meu mau-perder!

Nada nisso está perdido
E não há tolha ao chão,
E no Porto não há perdão
Pr’a quem se dá vencido….
Coisa que foi do Lope,
Depois do jogo do Rio Ave,
O que é muito grave!!
Acusando o golpe…

Quero pois, acreditar
Nas suas palavras…
(Que não são amargas)
No seu modo d’estar!
E sabendo qu’a fraqueza
Veio do treinador,
Era fazer pior
Manter a incerteza…

E no estilo de jogo
Que não concordava,
Com o que clamava
O fragor do povo!
Mas ainda assim,
Há erros que crassos,
Deixam embaraços
Numa resposta “nim”!

É o terceiro ano
Desta má gestão,
E se não campeão,
Qual será o plano?
Mantém-se o treinador
Em total confiança,
Mesmo se em tal cobrança
Lá ficarmos pior?

É pois tudo incerto,
Mas nas sua atitude,
Vi muita saúde
Para dar correcto!
E no Peseiro, o riso,
Encheu-me d’esperança!
Haverá bonança
Depois deste atraso?

Tenha pois saúde,
Caro Presidente!
Vejo-o assim contente,
No bem que nos coube!
E creia que o desejo
Deste seu adepto,
É qu’esteja certo
No qu’eu não prevejo…

Por: Joker

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Carta ao Zé

 
Meu caro Peseiro,
Com a maior humildade,
Dum adepto de idade…
Nem é o lugar cimeiro
Que te vou pedir!
Mas tao só descrição,
Até o novo campeão,
Nisto, advir…

Algo de honor,
No jogo jogado, (e)
Se mesmo derrotado,
Com algum valor…
Não esta tristeza,
A cada derrota,
Que já ninguém nota
Como proeza!

Até o Famalicão,
Como bem viste…
E como isto é triste –
O ser-se Dragão!?
O que não sentes,
Por seres lampião,
Mas por tua decisão,
Nisto te metes!

Sem os petro-dólares
Vens jogar pr’a quê?
E quem nisto te vê,
Por razões similares;
Sabe-te pé-frio!
Nesse teu passado,
Por bem teres jogado…
Mas… “ao tio ao tio”!

E nada vencendo
Na tua diáspora,
É como se desd’a Hégira,
Vencesses, perdendo…
Pois desd’a final
Que te foi fatídica,
Quem em ti acredita,
Que não esteja igual?

Pois como profeta
Já te val’o estudo,
E tens mesm’o canudo
De já teres id’a a Meca!
Mas ainda na Arábia
Não fost’a Medina,
E em tal triste sina
Que vitória foi sábia?

E no triste ciclo
Que viv’o meu Porto,
Só faltav’o “morto”
Pr’a fechar o versículo!
Pois está no “Testamento”
Que no apocalipse,
Se erguerá uma elipse
Pr’a fechar o tempo!

E só se salvará
Deste mundo, os tolos,
Que te esperam golos
Pois ao “Deus dará”!
Pois deles é o Reino
Desses céus sem fim,
E tu Peseiro, “Elohim”
Doutro tipo de treino…

Que vai ressuscitar
A velha estrutura,
Que cai de madura
Por tanto “jejuar”…
E qu’ao terceiro ano
Sem vencer o ceptro –
Satanás, vade retro!!
É o descerrar do pano….

E pois tu, Peseiro,
Vai de volt’a Meca,
E tudo em qu’em ti peca,
Só pelo dinheiro…
Fá-lo conspurcar!
Deita-lo pr’a fora!
Que se vá embora!
Qu’eu quero ganhar!!!

E já beatificado
Traz-nos boas-novas,
E se salvem provas;
Pois tudo somado…
Pois se nada vences,
Que não sej’o orgulho,
Vais ouvir barulho
No Dragão, não penses!

Pois qu’o outro, o Lope,
Não er’o culpado,
E nesse resultado
Vais sentir-lhe o golpe!
Pois tenh’a certeza
Que não é solteira,
Essa culpa, matreira,
Feita de esperteza…

E assim ver o clube
A ser discutido,
Por ser em si gerido
A quem bem lhe coube!
E neste desenlace
Que não é risonho,
Vejo tod’o “grunho”
A falar com “classe”…

Que sabe bem gerir
O que não for seu,
Pois do que perdeu
Pode sempre vir…
Depende da sorte
Ou da oportunidade!
Qu’isto da idade
Nem sempre dá bom norte!

E se tod’a resposta
Não se tem alheia,
E se bonita ou feia –
Não é Pinto da Costa!
E s’a cada macaco
Lhe correspond’o ramo,
Porqu’o clube que amo
Tem nist’o seu fraco?

Sempr’a mulher
A ditar-nos a sorte,
De vida ou de morte!?
Não há qu’o esconder:
Chame-se Carolina,
Ou seja brasileira;
Isto é brincadeira,
S’o clube declina?

Há correlação
Nisto que observas,
Peseiro, tem reservas;
Tem o grupo na mão!
E met’as vedetas
A correr com dono,
Que não me venh’o sono,
Se dão às pernetas!

Tens muit’a galgar,
Não te iludas!
E se não vem o “Judas”,
Outro te vai “atraiçoar”…
Venh’a oportunidade,
E dês os costados –
E vais pr’os Emirados
Já como santidade…

Fazes tod’o périplo
Das religiões,
E depois dos dragões,
Tudo em ti é crédito!
Saber-te-ão um mártir,
Na fogueira queimado!
Só por teres pecado
Em não o admitir…

Estavas derrotado
E já o sabias,
E nisto insistias
Como um cruzado…
Que na Terra Santa
Só podia perder,
Por não ter o poder
Pr’a “pintar a manta”!

Pois sentenciado
Que está o futebol,
Vais ser tu o farol
Do protectorado?
E vão-nos respeitar
Como instituição,
De cartão na mão
Só por se jogar?

Vai mudar o hábito
Do auto-silêncio,
Por cada “Inocêncio”
Que se der por estrábico?
E vais falar, Peseiro,
Na vez deste Porto,
Só porque está morto
Na voz do timoneiro?

Só te peço honor,
Meu caro Zé,
Qu’isto é como é,
Em terra d’andor…
Sê nisso bem-vindo
E que tenhas sorte!
E quem sabe, o norte,
Que te vem seguindo…

Por: Joker

domingo, 17 de janeiro de 2016

Peixeirada

Que solene peixeira
Que se viu por Alvalade,
Dand’o rosto à verdade
Naquela entrada…

Que dentro d’área
Passar rasteira,
Daquela maneira,
Por necessária…

Não é falta,
Diz o leão!
E a expulsão,
É uma grande lata!

É qu’o Patrício
Nem lhe tocou!
E nisto cortou
O lance sem vício!

Fê-lo duma maneira
Pouco ortodoxa,
Pois c’a perna grossa
Cort’a bola inteira!

E se nisso vai
A perna alheia…
Niss’o golpeia,
Só porque se cai?

E marcar a sanção
Ali em Alvalade?
É de quem não sabe
Quão feroz é o leão!!

Está feit’o aviso
Na página da rede:
Metem-se c’o verde,
Em lance impreciso?

Têm-nos à perna
Por essa falta,
Qu’o jogador salta
Por causa da hérnia!

E do corte da erva
Em pente três,
Que estando resvés
À lei da selva

Deu-lhe pr’a aquilo,
Pr’a se mandar,
Quando ia falhar
O golo em estilo!?

E nisso expulsar
O guardião,
Por estar no chão
Só a “cortar”?

E bem que s’alertou
O assistente:
Dez reis de gente…
Que m’expulsou?

E ainda desmente
Um outro lance,
Em que se vê de relance
O braço à frente?!

E nisto revertendo
A decisão,
Em qu’o leão
Ía vencendo…

Como no anterior,
Em qu’o Rafa,
Por pouco se safa
No adutor…

Porque tudo valeu
Da cabeça aos pés,
Ganhando Olés
No que bateu!?

E ainda se contesta,
Esse presumido,
Por assim ter vencido
Nessa grande festa!?

Estamos no adro
Desse longo caminho,
E não, não adivinho,
Um campeão ao largo!

Há muito a jogar,
E se ainda acredito?
É pr’a mim um mito,
Podermos mudar…

Mas no fim se vê
Passando a jornada,
S’esta peixeira
Nos valeu de quê!?

Qu’o maior receio
É que sirva a outro,
E pr’a meu desgosto
A benefício alheio…


Por: Joker

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

SILÊNCIO!?



É ficar calado
Perante a batota –
Qu’ela mal se nota!!
Nesse resultado…

Que niss’o critério
Por todos seguido,
Tem-nos entretido
No seu adultério…

No distinto juízo
Consoante a cor –
A entrad’a matador
Não dá prejuízo!

Trajado de verde
A entrada de sola,
Pressupõe a bola
No jogo de quem perde…

Mas de azul-e-branco
Já val’a intenção…
E lá vem cartão,
Dum vermelho e tanto!

E o Nuno Almeida
Tão pródigo em regras,
Expulsou, sem reservas,
Nessa cor garrida!

Se foss’o João Mário
Em vez do Imbulla,
Tod’a entrada chula
Sobr’o adversário

Tinh’o mesmo tacto
Qu’a leve chapada,
Qu’o Slimani dava
Sem se ver o impacto…

E sem intenção
Pois, de magoar,
Quem o vai expulsar
Por bater c’a mão?

Só na outra cor
Val’a intenção,
Pois que tod’a acção
Pressupõe, pois, dor!

E neste silêncio
Que lá vem da SAD,
Quem é que lhes sabe
Se não há comércio!?

Estarão por pagar
Algumas sentenças,
Qu’obrigam a ausências
Quando importa falar?

Há nisto restrições
Sobr’a esta roubalheira,
Qu’uma SAD inteira
Não vej’os cartões?

E esta duplicidade
No saber dos árbitros,
Ond’os velhos hábitos
Foram pr’a Alvalade!?

Ninguém s’impõe
Sobre esta vergonha?
Não há quem deponha
Sobre o que nos dói?

Vão ficar calados,
Pois mais uma vez?
Vão falar cortês
Em pequenos recados?

Que antipatiza
Lá com o azul?
E vindo do sul
Nisso hostiliza?

É suficiente
O “Dragões Diário”,
Se um salafrário
Rouba, indiferente?

Perdeu-se essa voz
Que falava alto?
E se nesse facto
Quem fala por nós?

Vamos-nos calar
Perante a desfaçatez,
E mais uma vez
Vamos apoiar?

Foi-se o espanhol
Por falar demais,
Defendendo os tais
Que calam o futebol?

E se não é pouco
Quem fala do jogo?
É este o Porto novo?
Que o crê, por louco?

Vamos quê? Ganhar?
C’o esta estratégia?
Na falsa modéstia
Qu’aquilo é jogar?

Contr’o Boavista
Que pois, sarrafou!?
Que Porto jogou?
Dêem-me uma pista!

Aquilo é denodo,
Vê-se réstia de táctica?
Só na matemática
O Porto vai a jogo…

Queria estar errado
Nesta apreciação,
Mas nem com união
Vamos a qualquer lado…

Só com um milagre
Que nos desse VIDA,
E da época perdida
Fazer-se um alarde!

E alguém falar
Com essa contundência,
Que lhes falt’a paciência
Neste modo d’estar!

E vir a terreiro
Denunciar o logro!
E lá ver o povo
A ser o primeiro

A catapultar
O que é ser o Porto…
Qu’hoje estando morto,
Pode assim falar?


Por: Joker

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Crise


Estamos em crise
Desses valores…
Ontem, melhores,
Hoje em análise:

Pr’a onde vamos
Nos erros crassos,
Que não são acasos,
No que nos tornamos!?

Sem identidade,
Sem regra, ou feito,
Hoje tod’o defeito
Está na idade?

Chegou o tempo
Dessa mudança?
Que confiança
Nos dá o exemplo?

Desse valor
Que hoje é passado,
Pode o legado
Fazer melhor?

Não acertamos
Na identidade!
E s’a sobriedade
Falta nos planos?

Há um limite
No registo histórico,
E virar folclórico
Em tal despique?

Viver por Fénix
Mas invertida?
Morrer em vida
N’oposto ao Zénite?

Perder tal crédito
Por senectude,
E s’alguém o alude
Ao tempo pretérito

Não é garantia,
A continuidade!
E se a idade
Não servir de guia?

Há pois que mudar
A meu contragosto,
Pois já fui o oposto
Doutro comandar!

Mas perante factos
Também eu me rendo,
Pois já não entendo…
Porque somos fracos!?

Pois rejuvenescidos,
Os outros já vencem!
E só não convencem…
Porque somos comidos!

É isto o Porto
Dessa velha glória?
Vale-me a memória
No presente desgosto?

Vivo do passado
Desse orgulho d’outrora?
E do que vivo agora
Ao ser humilhado?

Vai-se o estrangeiro
Por bode expiatório?
E do erro notório
No jogo do dinheiro?

Mudar uma equipa
A favor do lucro,
Lá tem o seu custo
No jogo que fica…

E sabendo disso
Não s’outorga tempo,
Porque mud’o vento
No jogo sumiço?

E os outros erros
Pois quem os paga?
E se do lucro, se salva,
Vence-se quantos ceptros?

Confesso o desenlace
Que não queria ver…
Perder por perder
Prefiro com classe!

E não por investir
Muito mais qu’o outro,
E perder pr’o roto
Que nada tem que vestir…

E ficar, eu rico,
Na pobreza franciscana!
Pois tod’a semana
Nem lá ver o esférico…

E tomar das cores
outrora grandiosas,
Nessas riscas grossas
De dias melhores…

Já pois, assumir,
Ser ao menos, segundo!
(Não vem mal ao mundo,
À Champions, pois ir!)

E viver com isso
Com “naturalidade”,
Pois que nesta idade
Posso ser submisso…

E viver d’acordo
Com a realidade;
Se já não há vontade
Do que hoje recordo…

Posso ver a derrota
Com este espírito,
E não ser onírico
A pensar na (revira)volta!

E nisso acreditar
Que ainda vencemos…
Qu’eu vivo com menos,
Possa eu pagar!!

E estar nisso plácido
Na “fatalidade”,
Pois só a verdade
Nos corrói por ácido!

E aceitar,
De facto, a viragem!
Haja pois coragem
Para se mudar…

E nisto crer
Qu’o clube é eterno,
E num novo governo
O Porto ainda o ser!

Por: Joker
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