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domingo, 11 de maio de 2014

Ridículos até no fim.

#FCPorto #Benfica #Portugal #Futebol #Desporto


Este jogo acaba por ser uma boa resenha da época. Aliás, para ser totalmente fiel bastaria que o resultado não fosse positivo. E bem perto andou disso.

Não quero ser cruel, mas foi um jogo que me deixou exasperado.




Tivemos um adversário com o desplante necessário para chegar ao Dragão cheio de suplentes e de jogadores da B. Em bom dizer, um conjunto de jogadores que se juntou anteontem, enfiou-se no autocarro, já a caminho trataram de se apresentarem entre eles e chegados cá, lá iniciaram o jogo no Dragão. Se fosse outro FC Porto e outros tempos e competências, sairiam vergados por um resultado histórico, fazendo lembrar o futebol dos primórdios do séc. XX. Mas não, os tipos começam o jogo sem qualquer sentido colectivo, apanham-se a perder logo ao quarto minuto, mas não vergam. Juntam linhas, escutam o treinador, levam um sabão ao intervalo e crescem ao longo do jogo.



É isso que é exasperante. O adversário era uma manta de retalhos no início do jogo, um conjunto de jogadores que nunca havia jogado juntos, mas acabam o jogo como uma equipa. O FC Porto, com um onze muito próximo do seu ideal, atravessa este jogo como fez a época. Desconexo e sem pinga de alma ou de garra. Foi uma equipa nos primeiros vinte minutos, para depois se perder no jogo.

Quanto ao jogo, sem dissecar muito, pois já cheira mal e finalmente acabou!, valeu pelos primeiros vinte minutos e, dentro destes, os primeiros 5 minutos de jogo foram bem entusiasmantes. Até pareceu que o FC Porto poderia ter uma pequena vingança. Mas o FC Porto foi decaindo, parando e perdendo-se no jogo. Aos 20 minutos, já era um jogo entre solteiros e casados, com os de vermelho a procurar estudar a lição debitada desde o banco e os de azul e branco a pensar nas férias.

Tanto assim foi, que logo o adversário empata, fruto de um penalti patético, só possível no ramalhete de disparates e absurdos desta época.

Meio aos caídos, o FC Porto volta à vantagem, também de penalti, com Jackson, ironicamente, a converter o lance e a despedir-se do Dragão.

A segunda parte arranca com Djuricic a atirar à trave portista. Mais um lance dos horrores portistas nesta época, com Fabiano e Maicon a viajar na maionese. Pouco depois o adversário lá se divertia em estrear jogadores, enquanto no lado portista, Luís Castro suava para ressuscitar o seu meio campo. Impensável. Aos 82 minutos, por fim, Quintero tem nos pés a oportunidade de alargar distâncias no marcador, mas uma época assim merecia acabar com um falhanço de antologia. Quintero falhou, mas só faltariam mais 15 minutos para tudo acabar. Felizmente.

O que me fica deste jogo? Duas coisas.









Primeiro, a foto final da equipa do FC Porto no balneário a celebrar o fim do campeonato e o início das férias! Yupii! Fazem-me lembrar aqueles putos mimados, que mesmo chumbado vergonhosamente o ano, mandam os pais dar uma curva e vão “masé” curtir o Verão!







Segundo, o esforço hercúleo de Lopetegui em acompanhar o jogo, numa luta brava contra o sono. Espero que para o ano não venha a ter o mesmo sono.

Duas notas finais:

A primeira, na conferência de imprensa final não posso deixar de sublinhar a vitória pífia de Luís Castro ao sublinhar a titularidade e o jogo completo de Mikel. Mais cómico é quando neste mesmo jogo enfrentamos uma equipa que até se dedicou a estrear jogadores. De facto, para um ex-treinador da equipa B, coordenador da formação e mentor da “miopia!” 611…bela medalha!

A segunda nota vai para a SAD, com Pinto da Costa à sua cabeça. Foi uma época medíocre que primou pela incompetência generalizada. Os líderes não se podem esconder no momento do insucesso. Muito menos, sacudir a água do capote. Ainda para mais, quando projectam ainda mais risco para o que aí vem.


Análises Individuais:

Fabiano – Tem limitações que precisam de ser trabalhadas. Voltou a mostrar alguma dificuldade em sair da baliza.

Danilo – Ricardo bem puxou por ele e Danilo lá foi jogando alguma coisa. Muito agressivo na marcação, algumas vezes até excessivo, foi pouco consequente no ataque.

Alex Sandro – Mais um jogo ridículo. Barbaramente batido por Salvio, abusou da sorte e da boa vontade do árbitro. No ataque, pouco se viu.

Reyes – Mais um jogo absurdo. A jogada do penalti por si provocado é alucinante. Tem muito para aprender e muito para crescer.

Maicon – Andou aos papéis vezes demais para um jogador do seu estatuto. Funes Mori é demasiado tenro para o fazer suar, quanto mais para lhe ganhar lances. Afundou com a sua defesa. Patética descoordenação com Fabiano que quase deu a Djuricic (que vinha a passo!) o empate. É ou não é o capitão?! Se é, manda!

Mikel – Um jogo bem conseguido, perante um Djuricic afável. Falta-lhe inteligência táctica e amplitude nas suas acções. Fica muito preso ao centro do terreno, mas revelou boa saída de bola.

Defour – Remates patéticos, passes falhados até para trás, perdas de bola. Uma bela despedida. Assim espero.

Herrera – Tem tanto de potencial como de trabalho pela frente para ser um jogador aceitável para o nível do FC Porto. Vê-se que tem qualidade. Mas falha coisas de bradar aos céus.

Quaresma – Pouco se viu e quando mais se mostrou, nem sempre concluiu bem. Um  problema a curto prazo.

Ricardo – Um raio de sol num céu muito nublado. Menino que come a relva, que joga onde o treinador manda, que não vira a cara à luta, que não cresceu no FC Porto, mas dá aulas de portismo e que tem muito talento. Este jogo foi Ricardo. E ponto.

Jackson – Jogo de muita luta com Jardel. Despede-se com um golo de penalti. A ironia. Mais luta que talento. Fica-me na retina o golo que ia marcando de calcanhar. Podia ter sido um ponta-de-lança top no FC Porto.


Quintero – Boa entrada, é um jogador que adora ter a bola. Falhou um golo feito. Mais um projecto de jogador com muito para crescer e pouco tempo para o fazer.

Josué – Quando entrou, o FC Porto voltou a ter onze jogadores. Perdeu uma época no FC Porto. Atirado para tudo o que era sítio no meio campo do FC Porto, não cresceu, não aprimorou, não evoluiu. Culpa dele?

Kelvin – Um dia vou perceber a maldade que lhe fizeram.



Ficha de Jogo:

FC Porto 2 - 1 SL benfica
Liga Zon/Sagres, 30ª Jornada
10 de Maio de 2014
Estádio do Dragão, Porto

Árbitro: Rui Costa
Árbitros assistentes: Nuno Manso e Miguel Aguilar
Quarto árbitro:Pedro Ferreira

FC Porto: Fabiano, Diego Reyes, Maicon, Alex Sandro, Danilo, Mikel Agu, Héctor Herrera (Juan Quintero, 62), Defour (Josué, 71), Ricardo Pereira, Ricardo Quaresma (Kelvin, 79), Jackson Martinez.
Treinador: Luís Castro

SL Benfica: Paulo Lopes, Steven Vitória, João Cancelo (Victor Nilsson-Lindelöf, 66), Jardel, André Almeida, Ivan Cavaleiro (Lazar Markovic, 60), André Gomes, Salvio, Enzo Pérez, Filip Djuricic (Bernardo Silva, 82), Rogelio Funes Mori
Treinador: Jorge Jesus




Por: Breogán
         

       

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Liga Zon Sagres, 29ª Jornada; Olhanense 2 - 1 FC Porto

#FCPorto #Portugal #ChafurdareMiopia #Olhanense



Chafurdar e miopia

Este FC Porto é uma total vergonha. Até já se grita nas bancadas, por alguns, os livres de pensamento e que não comem da gamela.


Olhanense vs FC Porto




Mas este FC Porto vai mais longe, chafurda na sua própria mediocridade. Não tem vergonha na cara. Perde contra o último. Pior, leva banho de bola do último classificado, uma amálgama de jogadores de diversas nacionalidades, que não obedecem a qualquer critério desportivo, mas meramente de entreposto comercial. E sai de campo interrogando-se como não foi goleado pelo último classificado, ainda pingando do lodo da mediocridade onde chafurdou o jogo todo.





Jogadores que se arrastam em campo, como se os seus principescos salários lhes pesassem nos bolsos. A bola passa ao lado, deixa-a ir. Correr? Está calor. O relvado era uma vergonha? Vamos fazer uma exibição mais vergonhosa ainda. E não se passa nada. Porque este FC Porto vive amordaçado, amarrado e distante daquele FC Porto onde o autocarro era virado de rodas para o ar quando a vergonha caía na rua. Agora, chafurda-se na vergonha, na mediocridade e na incompetência. Chafurda-se a bom chafurdar. E nada se passa.

Este FC Porto tem duas vitórias fora desde o início de 2014. Perdemos mais fora que Nacional e Estoril. Que vergonha mais nos espera? Isto é indigno do FC Porto e a SAD nem a cara dá!


Olhanense vs FC Porto


Mas se já não bastasse o que basta, eis que se atinge o limiar da pura estupidez. Tozé estreia-se no FC Porto este ano, após uma época de alto rendimento na B. Titular, com empenho e alegria no jogo, que a esmagadora maioria dos seus colegas ignoram ou se esforçam para não ter. Vai daí, Luís Castro, ex-treinador do FC Porto B, coordenador da formação do FC Porto, mentor e ideólogo do projecto “miopia!”611, chega ao intervalo, vê a sua a perder e manda o menino tomar banho. Quando um homem da formação faz isto a um dos activos da formação, acabou! Lamento, acabou! Não só o Luís Castro, treinador, director, ideólogo, o que quiserem, mas também toda a estrutura que o suportava, a começar em Joaquim Pinheiro. Acabou.



Não deixo de sublinhar, em jeito de ironia. Reyes e Maicon passaram o jogo a meter água. Do outro lado, Ricardo Ferreira, formado no FC Porto, sólido perante Jackson. “Miopia!” 611.



Análises Individuais:

Fabiano – Nada podia fazer nos golos e ainda evitou que a contagem fosse maior.

Danilo – Mais um jogo patético, onde defendeu mal e atacou pouco melhor. Esforço zero.

Ricardo – Correu mal, Femi ganhou muitos lances, mas nunca virou a cara à luta. Bateu-se até ao fim, jogando numa posição onde faz o que pode e a mais não é obrigado.

Reyes – Exibição absurda. Foi comido por todos os avançados da Olhanense, numa exibição de tal forma apática e amorfa, onde só lhe faltou chorar. Nem um pingo de raiva, brio ou determinação.

Maicon – Afinou pelo mesmo diapasão. Faz um penalti ridículo, perdoado pelo árbitro e andou desorientado o tempo todo. Perdeu todos os lances para Lucas. É obra.

Fernando – Está a 90 minutos de se ir embora, de férias e de partida para outras paragens. Agora, até já sabe que nem conta para a FPF. Se já andava a diesel, agora está quase parado. Joga o suficiente, sem se esforçar muito. Isto anda uma desgraça e não vai ser ele, muito menos agora, a meter mão nisto.

Carlos Eduardo – Actuação patética. Nem se mexeu. Já não digo correr, lutar, jogar. Mexer! Tem talento, mas a sua atitude competitiva é deplorável.

Herrera – É um jogador num tal estado rudimentar que chega a impressionar. Tem talento, bastante até, como se vê no golo que marca. Mas falha o básico, tão repetitivamente e de forma tão catastrófica, que chega a ser exasperante vê-lo jogar. Precisa de anos de crescimento, não temos esse tempo.

Varela – Tem um lance, já na segunda parte. Tudo o resto é vácuo. É um jogador a mais no plantel do FC Porto há duas temporadas. Ameaça, um dia, sentar-se em campo. Só lhe falta isso.

Tozé – O melhor em campo. Mesmo que não o tenha sido, merece ser. Por tentou e muitos nem sequer se deram ao trabalho. Porque meteu prazer onde a maioria meteu enfado. Porque ainda lutou, outros nem suaram. O que lhe fizeram ao intervalo é lesa-FC Porto.

Jackson – Tal como Fernando, anda em regime poupança. O Mundial espreita, há uma condição física a gerir e por cá já não se luta por nada. Nem pelo título de melhor marcador, que lhe vai cair no colo. Deixou-se levar no marasmo e logo se juntou à desfaçatez colectiva de fazer figura de corpo presente.


Quintero – Trouxe pouco ou coisa nenhuma. Numa equipa que não funciona, não há solução.

Kayembe – Trouxe alegria. Só isso bastou para se destacar dos restantes.

Licá – Acabou por ser a melhor entrada em campo. Meteu velocidade e algum drible onde só tinha existido Varela, ou seja, quase nada.




Ficha de Jogo:


Olhanense: Vid Belec; Sampirisi, Ricardo Ferreira, Kroldrup e Jander (Luis Filipe); Obodo e Lucas Sousa; Femi Balogun, Rui Duarte e Paulo Sérgio (Regula); Dionisi (Mehmeti).
Suplentes:Ricardo, Vítor Bastos, Luís Filipe, Celestino, Regula, Vojtus e Mehmeti
Treinador: Giuseppe Galderisi

FC Porto: Fabiano; Danilo, Maicon, Reyes e Ricardo; Fernando, Herrera e Carlos Eduardo (Quintero); Tozé (Joris Kayembe), Jackson e Varela (Licá).
Suplentes: Kadú, Abdoulaye, Defour, Quintero, Licá, Kelvin e Joris Kayembe
Treinador: Luis Castro

Árbitro: Cosme Machado


Por: Breogán

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Liga Zon Sagres, 27ª Jornada; SC Braga 1 - 3 FC Porto

#FCPorto #Portugal #Chatice #Braga



Chatice

 Foi uma chatice. 

 Quando terminou o jogo, tive aquela sensação de alívio que já não tinha desde o secundário. Onde aquelas aulas de (pseudo) filosofia, com uma senhor de 60 anos em tom monocórdico e de aspecto muito douto, debitava uma torrente de palavras, a maior parte das quais, para mim, sem sentido algum e que remetiam para tais abstracções metafísicas que chegava a duvidar que ela acreditasse no que estava para ali a dizer e mais, que considerasse, realmente, a filosofia uma ciência. Era então que tocava a campainha. A sensação de alívio era indescritível. Parecia que o meu cérebro sofrera uma hora de hipoxia, mas que voltava à vida, latejando a cada passo que dava até à porta de saída. E quando, finalmente, chegava cá fora e enchia o peito de ar, este parecia ter um aroma novo, profundamente agradável.


Josué, o homem da sombra não desiste de lutar






Assim foi este jogo. Um sacrifício enorme, só para não chumbar por faltas. E sei que um dia, olharei para trás e lamentarei não ter usado essas horas preciosas, onde dispunha de energia, boa saúde e vontade, para algo mais útil.






O Braga na defesa era o Braga B. O FC Porto era uma equipa de terceiras escolhas ou de daqueles que nem escolhas deveriam ser. Ambas as equipas acordaram em cumprir calendário, num jogo que julgam nada significar para as mesmas, pois estão apostadas a salvar a face (e não a época!) nos jogos da próxima Quarta-Feira.

Como o futebol português vive de modas, também a abordagem a estes jogos, os semi-insignificantes, não foge à regra. A última moda dita que se deve fazer rotação extrema, quase mudar onzes por completo. Autênticas revoluções, à boa maneira britânica. Mas por essas bandas, os plantéis são mais ricos e equilibrados, o que garante que a quebra competitiva não seja tão acentuada.

Sobre o jogo pouco há a dizer. Primeiro, falarei sobre o “apitador”. Este ano, todos querem um pedaço de nós. Não há jogo onde não haja artista. Penalti, golo mal anulado e até uma tentativa de pescar polvo com duplo amarelo para o próximo clássico, tudo vale. É um menu variado. Segundo, fizemos uma primeira parte razoável, onde podíamos ter saído para o intervalo a ganhar por uma margem maior. Terceiro, quando o Braga começou a meter a artilharia pesada que tinha no banco, só não ficamos logo a perder por milagre. Quarto, saímos de Braga com mais sorte que juízo, com três pontos no bolso que podem ser fulcrais para mantermos a situação que temos e para não termos que torcer pelo FC Paços de Ferreira amanhã, como se do FC Porto se tratasse.

Por fim, não acredito que este tipo de gestão nos traga vantagem alguma para o próximo jogo. Pelo contrário, é mais um jogo que traz uma série de dúvidas e que nada contribui para a solidez da equipa. Também não trará para o Braga, pelos mesmos motivos.


Espero ver na Quarta-Feira uma abordagem ao jogo muito diferente da que vi em Sevilha. Uma repetição será imperdoável. Não ter medo de ousar. Quem muito quer tapar a cabeça, mais descobre os pés.



Análises Individuais:

Fabiano – Salva o FC Porto na segunda parte com duas defesas portentosas. A defesa ao remate de Éder é sublime. O melhor em campo. O que numa vitória fora por 1-3, é significativo.


Victor Garcia – Estreia sóbria e bem conseguida. Um dos poucos pontos de interesse da partida. Sólido a defender e competente a atacar.

Ricardo – Mostrou alma e talento. Claro, não é solução para a posição, tão só, um mau remendo. Mas nunca virou a cara à luta e ganhou muitas batalhas.

Abdoulaye – É altamente radioactivo. Certamente mais radioactivo que o reactor de Chernobyl que dorme debaixo de uma cobertura de betão armado. Cada bola perto dele é uma descarga de radioactividade. O lance que perde para Rafa é algo que fica entre a estupidez e o descaramento. Minha nossa!

Maicon – Sobreviver a Chernobyl não é para qualquer um. Entra chuva radioactiva, lá se foi safando. Um jogo competente quanto baste.

Fernando – Continua na moleza com que havia jogado o último jogo. Pouco autoritário, embora o jogo não estivesse para muita luta. Há jogos de dominó nos jardins deste país mais acesos que esta disputa a meio campo.

Carlos Eduardo – Passou grande parte do jogo num estado de sonambulismo futebolístico. Quase que aposto que jogou lesionado, uma vez mais, o que a ser verdade, é grave, mas que não desculpa na totalidade a pasmaceira do seu jogo. Marca o último golo, quase que em desagravo pelo jogo que (não) fez.

Josué – O melhor jogador do meio campo. Ainda muito errático e muito parado, mas foi dos seus pés que surgiu o bom futebol do FC Porto em Braga. Duas assistências e outras pinceladas de talento.

Varela – Continuo a achar que a sua titularidade foi uma afronta ao adepto portista. Faz uma meia hora de bom nível, se a comparamos com a sua produção mais recente. Embora os laterais do Braga fossem mais que vulgares. Após essa meia hora, volta ao registo habitual. Boa finalização no golo e o árbitro tirou-lhe outro.

Licá – Espero que tenha sido a sua despedida. Da titularidade e do FC Porto.

Jackson – É um talento. Mostrou toda a sua qualidade na primeira parte, onde foi o principal motor ofensivo da equipa. A assistência para Varela é primorosa. A segunda parte foi mais azeda. Com o crescimento do Braga, a equipa afastou-se em definitivo.


Defour – Entrou para 6, não fosse o árbitro tentar uma coisa engraçada. Cumpriu, sem brilhar. À Defour.

Ghilas – Trouxe mais acutilância quando Varela já nada dava.

Quintero – A sua entrada obrigou o Braga a recuar, o que deu a oportunidade ao FC Porto de voltar a entrar no jogo. Um criativo é sempre motivo de preocupação e Quintero fixou o meio campo defensivo bracarense. O FC Porto cresceu, acaba por vencer e o golo do descanso é seu, numa boa finalização.



Ficha de Jogo:


SC Braga: Eduardo; Tomás Dabó, Santos, André Pinto e Núrio; Custódio, Luiz Carlos e Battaglia; Erivaldo, Pardo e Moreno.
Suplentes: Cristiano, Eder, Rafa, Miljkovic, Paulo Vinicius, Vukcevic e Nuno Valente.
Treinador: Jorge Paixão


FC Porto: Fabiano, Víctor García, Maicon, Abdoulaye e Ricardo; Fernando, Josué e Carlos Eduardo; Varela, Jackson e Licá.
Suplentes: Kadú, Mangala, Alex Sandro, Defour, Kelvin, Quintero e Ghilas
Treinador: Luis Castro


Árbitro: Rui Costa


Por: Breogán

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Liga Zon Sagres, 26ª Jornada; FC Porto 3 - 1 Académica

#FCPorto #Portugal #Gestão #Académica



Gestão

Resta esfregar as mãos para sacudir o pó. Está feito o trabalho de casa. Ganhamos, com folga embora algo sofrido e sofrível na segunda parte. Mantivemos a distância para quem já está a fazer um campeonato excepcional e parece ter apetite para mais e continuamos na perseguição por um segundo lugar, cada vez mais inalcançável, mas que é nossa obrigação espernear até ao fim.




Estes jogos entre disputas europeias a eliminar são muito traiçoeiros, sobretudo para uma equipa que está longe de estar estável e confiante nas suas capacidades. É incomparável este FC Porto de Luís Castro ao de Paulo Fonseca. Demos um salto imenso na consistência da equipa, sobretudo em termos tácticos e mentais (direi até que em atitude competitiva a evolução é tremenda), mas este FC Porto ainda tem sequelas profundas do anterior legado.

Nem tudo correu bem, houve sempre espaço a mais para a Académica sair a jogar. O nosso meio campo hoje estruturou-se de forma conveniente, mas na sua essência só existiu a atacar. Fernando, suspenso para Sevilha, aproveitou e deu uma descansada, como dizem os brasileiros. Já Herrera e Quintero são jogadores ainda muito pouco formatados no plano defensivo. A atacar dão logo nas vistas, mas a defender ainda não estão nem calibrados. Muito amorfos, só correm para trás se a bola passar perto, ainda não procuram cortar linhas de passe, quanto mais ocupar espaços e criarem uma teia de pressão alta. Impossível naquelas cabeças, nesta fase. Perdemos muito tempo esta época e só agora dão os primeiros passos nesta aprendizagem.

Quanto ao jogo, valeu pela primeira parte, onde o FC Porto constrói o resultado que lhe permite entrar em regime poupança para a segunda.

Luís Castro introduz algumas alterações na equipa, pensando na batalha na Andaluzia que se aproxima. Ricardo entra para lateral direito. Abdoulaye assume o lugar de Mangala. No meio campo, Herrera dá descanso a Defour e Quintero assume a criatividade. No ataque, Ghilas é a novidade e Quaresma é poupado.

foto1



O FC Porto entra muito forte, tomando conta do jogo e encostando a Académica às cordas. Inaugura o marcador ao quarto minuto de jogo, por Jackson e com assistência de Ghilas, o que facilita o comando de jogo por parte do FC Porto. É um FC Porto dominador, mas macio na hora de defender a meio campo, pelas razões já indicadas. E assim a Académica vai espreitando o contra-ataque nas vagas de domínio portista.




É assim que a Académica assusta, por duas vezes, com Fabiano a defender para os postes. A estes dois momentos de empertigamento, o FC Porto responde com o segundo golo, numa execução sublime.
A Académica deprime e o FC Porto mantém-se no comando do jogo. Pouco depois, penalti claro sobre Quintero e Jackson faz o seu segundo golo da noite. O intervalo daria descanso aos da Briosa.

A segunda parte é deprimente, é certo. O FC Porto parou de jogar. Mas a gestão do esforço impunha-se. 

Poder-se-ia congelar a posse de bola, não permitindo a Académica ter tanto acesso a esta. É uma das sequelas de que sofre esta equipa. Se fosse mais autoconfiante, escondia a bola e só se desgastava quando a Académica tentasse a transição ofensiva. Mas o adormecimento foi mais profundo e o piloto automático ligou-se logo. A Académica reduz para 3-1 pouco depois do reinício e ameaça o 3-2 só parado por uma defesa assombrosa de Fabiano.

Luís Castro mantém-se decidido a dar o máximo de rotação à equipa, mas foi pena que não tenha dado uma oportunidade a Kelvin. Era um bom jogo para o testar.

A Académica acaba por perder gás e é o FC Porto que ameaça o 4-1 por Danilo, já no fim do jogo.

Segue-se a batalha de Andaluzia. Sem Fernando e Jackson, mas suficientemente competentes para passarmos.



Análises Individuais:

Fabiano – Duas defesas estrondosas na primeira parte a desviar remates para os postes. Na segunda parte, faz uma defesa assombrosa ao defender um remate a queima-roupa e sobre a linha de golo, primeiro com uma cabeçada e depois com uma palmada. Percebo agora porque a sua primeira alcunha foi “Sobrenatural”. Tem limitações e espero bem que quem trabalhe com ele todos os dias as tente superar. Vale a pena.

Ricardo – Grande jogo do miúdo. Teve erros, precisa de ler um manual sobre como ser um lateral ou alguém que lhe dê umas dicas, mas das boas. Mas tem um coração enorme e não se esconde. Está aqui um excelente projecto de lateral direito. Safou-se bem a lateral esquerdo.

Alex Sandro – Jogo muito amorfo. Inoperante no aspecto defensivo e pouco participativo no ataque.

Reyes – Continua a sua curva de crescimento. Está muito mais senhor de si e aborda os lances já com alguma autoridade. Ainda abusa do seu bom futebol, mas esta recta final de temporada está a fazê-lo crescer de forma desmesurada.

Abdoulaye – É radioactivo e prova-o a cada jogo. Passado, ultrapassado e até humilhado. Vai dando para o gasto.

Fernando – Uma soneca no serviço. Jogo bem fraquinho. Poupou-se bem.

Herrera – É um craque quando se aproxima da área contrária. É um susto quando se aproxima da nossa área. Está mais que visto o que tem que trabalhar. Para ser um 8 de topo, tem que trabalhar e muito o aspecto defensivo do seu jogo. A atacar pouco há a aprender. A defender, quase tudo. Um bom começo é tornar-se menos errático no passe. Trabalhar até ao vómito o passe curto. Fez uma primeira parte de grande nível no aspecto ofensivo, mas cai a pique na segunda.

Quintero – A análise é muito igual à de Herrera. Excepto no aspecto técnico do passe. É um jogador que dá muita qualidade ao jogo ofensivo, embora tenha que aprender a jogar mais simples, não digo ao primeiro toque, mas a não agarrar-se tanto à bola. Se aumentar a sua velocidade de execução, é logo ainda amais perigoso. Não pode ser tão ausente defensivamente. Por fim, que se acabe com a ideia que pode ser chutado para falso extremo. Não pode. É assassinar o seu potencial.

Varela – Deu seguimento ao seu último jogo. Nem tão profundamente mau como consegue ser. Nem tão surpreendentemente bom como muito raramente é.

Ghilas – É o melhor em campo. Se calhar, Fabiano merecia mais. Mas este jogo de Ghilas, para mim, é mais significativo. Primeiro, porque demonstrou ser um jogador com muito potencial e vai ser uma fera em Sevilha. Segundo, porque ficou provado que pode ocupar aquela posição e que a desempenha com muita qualidade, desde que a equipa procure o seu jogo interior. Terceiro, que foi um crime a utilização que teve na maior parte desta temporada. Não é jogador para os últimos dois minutos. É titular!

Jackson – Entendeu-se às mil maravilhas com Ghilas. Sai do jogo com dois golos, um deles de penalti, para aplacar antigos fantasmas. Faltou mais jogo na segunda parte. Que aproveite a “folga”.


Danilo – Entrou apático. Picou o ponto e falhou um golo certo.

Quaresma – Entrou com vontade, mas com muitas perdas de bola. Tem que ser mais efectivo e desperdiçar menos jogo.

Josué – Entrou bem, com vontade, mas acabou afundado num meio campo que já não funcionava. Fernando de férias e Herrera bem distante do nível da primeira parte.

foto1



Ficha de Jogo:


FC Porto: Fabiano, Ricardo, Diego Reyes, Abdoulaye, Alex Sandro (Danilo), Fernando, Herrera, Quintero, Varela (Quaresma), Ghilas (Josué), Jackson
Suplentes: Kadu, Danilo, Josué, Carlos Eduardo, Licá, Kelvin e Quaresma
Treinador: Luis Castro

Académica: Ricardo, Marcelo, João Real, Halliche, Grilo (Marinho), Fernando Alexandre, Makelele, Marcos Paulo (Ogu), Salvador Agra (Diogo Valente), Rafael Lopes, Ivanildo
Suplentes: Peiser, Aníbal Capela, Marinho, Manoel, Diogo Valente, Nuno Piloto, Ogu.
Treinador: Sérgio Conceição



Árbitro: Manuel Mota, substituído por Ricardo Coimbra 


Por: Breogán

segunda-feira, 31 de março de 2014

Liga Zon Sagres, 25ª Jornada; Nacional 2 - 1 FC Porto

#FCPorto #Portugal #Porquêseafins #Nacional


Porquês e afins

 Porquê que o futebol português é fértil em Capelas?

Como chegam ao topo e mantém-se lá durante anos?

A quem beneficia esta proliferação de Capelas?

Porquê que já não vencemos apesar dos Capelas?

Porquê que o FC Porto parece apostado em vencer pela mediania?

Como é que esta SAD, tão competente, permite este alastrar de mediania, porque não, de mediocridade?


Porquê que já não bastou essa mediania no comando técnico da equipa nos últimos anos e agora até já começa os jogos com esse drama metido no onze inicial?

Como é possível deixar talento no banco e meter jogadores medianos no onze como objectivos ainda por alcançar?
Estão convencidos que por ser Porto, por usarem este símbolo, ganham e ganharão apesar de tudo?

Como é possível não perceber-se os sinais das últimas épocas, onde o APOEL de Chipre nos atira da Champions como equipa do pote 1, onde o Áustria de Viena nos atira para a liga Europa, onde o Braga de Peseiro nos elimina ou ganha taças, onde andamos à justa para vencer o campeonato?

Como é possível este pacto com a mediocridade, onde esta chega ao FC Porto cada vez mais cara, em transferências milionárias e se perpetuam no clube?

Para quando um treinador capaz de potenciar jogadores, de os moldar à equipa, de perceber a suas características e perceber onde podem render e como devem ser utilizados?

Porquê?!

Porquê?!
  
Quanto ao jogo, vou ser muito sucinto. Já nem vale a pena esmiuçar isto.

 Começamos com a dupla de centrais possível, Licá a extremo e com o mesmo meio campo que no jogo anterior. Começo por este último ponto, jogo totalmente diferente, onde teríamos menos espaço a meio campo e a solução é a mesma. Mesmo sabendo o abafo que o meio campo portista levou na segunda parte do jogo anterior e como foi necessário recorrer a jogadores criativos para ressuscitar o jogo a meio campo.

O FC Porto entra bem, mas rapidamente perde o controlo do jogo e sai a perder para o intervalo, felizmente só por um.

Vem o intervalo e Luís Castro decide que 45 minutos para o caixote de lixo são suficientes. Como ainda há (havia…) um objectivo a perseguir e como o próprio diz, e bem, este plantel tem valor, descobre sentado ao seu lado o que escasseou na primeira parte: TALENTO!

Nacional vs FC Porto (REUTERS) 





Marcamos logo. Mas o Nacional já havia perdido o respeito e como a réstia de mediocridade ainda estava em campo, logo sofremos o empate. O azar persegue, mas fazemos por o merecer!






Mantivemos o controlo do jogo, faltou sorte, sobrou capela e assim se chegou ao minuto 94 como epifania de uma época onde 15 pontos nos separam da liderança e Quaresma tenta resolver à chapada o que não resolveu em campo.

Recebemos agora o Sevilha. A nossa margem de erro é zero. Qualquer devaneio no escalonamento da equipa é a morte do artista. Chega de mediania, o FC Porto sempre se fez de talento e ousadia.



Análises Individuais:

Fabiano – Um jogo azedo. Pouco podia fazer e sofre dois golos. Precisa de trabalhar as saídas com urgência.


Danilo – Trucidado por Candeias. Defensivamente foi um desastre, com uma agressividade digna de um jogador da regional. Ofensivamente, errático no passe. Para quando um treinador que o saiba potenciar?!

Alex Sandro – É quase uma fotocópia de Danilo. Quantos lances de perigo do Nacional, no final da primeira parte, nasceram no seu flanco? Perdi a conta. Só esteve um pouco melhor no aspecto ofensivo.

Abdoulaye – Um buraco. Não sabe marcar. É central do mais mediano que já passou no FC Porto, só sabe jogar em bloco baixo e mesmo assim é um susto permanente. É radioactivo. Só usar em último caso.

Reyes – No meio deste naufrágio defensivo, foi o náufrago. Lá se salvou. Com os dedos mirrados e morrendo de sede, chegou a terra firme.

Fernando – Tentou ser o meio campo. Não pode jogar por três. Fez o que pôde.

Defour – Estava a jogar mal? Não. Estava a jogar bem? Não. Defour é isto e não será mais que isto. O FC Porto precisava de talento e entre ele e Herrera, sempre espero mais génio de Herrera que do insonso Defour.

Herrera – Vai ser um bom jogador. Um dia. Se tiver quem puxe por ele. Mas hoje é um jogador mediano. É um rico exemplo do que se transformou o FC Porto. Com bons jogadores, tão bons ou melhores que este e muito menos crus que este Herrera, o FC Porto gasta um balúrdio num jogador que um dia poderá ser. Fez coisas boas, muitas borradas e pronto.


Licá – Afirmei eu há pouco tempo que este treinador do FC Porto sabia para que servia Licá. Engano meu. Titular? Brincamos?!

Quaresma – Não decidiu e saltou-lhe a tampa. A equipa não funciona e a frustração toma conta de si. Não tem controlo, é uma bomba relógio. Mais uma pergunta: para quando retirar-lhe a marcação das bolas paradas? Que mais é preciso? Nem falo do penalti, que pode acontecer a qualquer um!

Jackson – Tal como a defesa só foi Reyes, o meio campo só foi Fernando, o ataque só foi Jackson. Lutou, marcou um golo de craque e tentou salvar a equipa. Desceu ao meio campo e até a defender ajudou. Esta equipa é muito curta para ele.


Quintero – Entra em grande e em meio minuto torna ridícula a opção inicial de Luís Castro. Depois, tentou lutar e dar classe à equipa, mas a urgência toldava a procura do seu talento. Desapareceu aos poucos.

Ghilas – Está no golo. Só isso basta. Meio minuto e ridícula a opção inicial de Luís Castro. Mas vamos assentar uma coisa. Ali é um “Derlei”. Jogador que lhe meta mais de três bolas na linha devia encher 50 completas em todos os treinos da semana. A bola para Ghilas deve ser sempre metida no espaço interior, para ele atacar vindo do flanco. Insistir fazer do Ghilas um Quaresma é burrice.

Carlos Eduardo – Entrou tarde. É o melhor 8 da equipa e hoje mostrou-o. Em forma, então, nem dá hipóteses!


Ficha de Jogo:

Nacional: Gottardi; Zainadine, Miguel Rodrigues, Mexer e Marçal; Aly Ghazal, Gomaa e João Aurélio; Candeias (87, Diego Barcellos), Rondón (75, Reginaldo) e Djaniny (55, Lucas João).
Suplentes: Ricardo Batista, Sequeira, Claudemir, Jota, Reginaldo, Diego Barcellos e Lucas João.
Treinador: Manuel Machado


FC Porto: Fabiano, Danilo, Reyes, Abdoulaye (77, Carlos Eduardo), Alex Sandro, Fernando, Defour (46, Quintero), Herrera, Lica (46, Ghilas), Quaresma e Jackson.
Suplentes: Kadu, Carlos Eduardo, Josué, Quintero, Ricardo, Kelvin e Ghilas.
Treinador: Luis Castro


Árbitro: João Capela


Por: Breogán

segunda-feira, 24 de março de 2014

Liga Zon Sagres, 24ª Jornada; FC Porto 1 - 0 Belenenses

#FCPorto #Portugal #Vertigem #Belenenses


Vertigem


 Um jogo entalado entre dois grandes jogos e decisivos. Com muitas condicionantes internas e externas, mas que foi superado com galhardia.

 Comecemos pelo FC Porto, depois da vitória em Nápoles e do jogo que aí vem, tínhamos que passar o Belenenses na perseguição ao objectivo realista que nos resta. Sem Fernando, sem Quaresma e Danilo. Deste trio, creio não fugir à verdade quando digo que nenhum tem um substituto directo.  Ricardo é uma adaptação em curso, Ghilas não é um extremo clássico (nem Licá e Kelvin passa muito tempo sem jogar, até na B!) e Defour só vai para 6 quando não há mesmo hipóteses de haver Fernando.







Mas há mais. A equipa está num estado físico preocupante e bem longe de um pico de forma. Há muitos jogadores nas lonas, alguns deles decisivos na manobra e bem-estar da equipa. Por outro lado, Luís Castro está a formatar o disco rígido da equipa. 






O modelo de jogo já é à FC Porto, com o arrojo e ambição à FC Porto, mas falta pulso. Este pulso não se refere autoridade, mas a sinais vitais. Faltam batimentos cardíacos que mostrem que a máquina está a funcionar. A equipa já se espalha melhor em campo, já domina melhor o espaço, a bola e o adversário, mas falta-lhe velocidade de execução, falta-lhe meter mais bolas em profundidade nos flancos, falta-lhe uma circulação de bola mais eficiente e rápida, falta-lhe que os jogadores não fiquem tão parados, que se desmarquem, que procurem o espaço vazio em desmarcação, que cruzem entre si, que façam mais trocas posicionais. Em suma, vertigem no ataque.

  
 Como se consegue isso? Primeiro, com estabilidade no onze, o que tem sido difícil. Segundo, e mais importante, com consistência de resultados que permitam o aumento da autoconfiança da equipa. E se este último ponto for atingido, então os índices físicos serão positivamente influenciados pelo estado motivacional.

 Neste jogo, tivemos o desenho correcto, a ambição em dose certa, o arrojo necessário, mas faltou melhor execução. Para além desta “formatação” que Luís Castro se vê forçado a realizar, quase que uma pré-época em contra relógio nesta recta final, há dois erros tácticos que me parecem ter afectado a equipa. Carlos Eduardo pode e deve assumir a função 8 e não Josué ou Quintero. Ghilas no flanco sim, assumidamente sim, mas não aberto à extremo, mas como avançado que é. Sempre em diagonal, sempre a fugir para o jogo interior.

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Quanto às condicionantes externas, existiram duas origens. Começo pelo Belenenses, com uma nova liderança técnica que quis fazer deste jogo um ponto de viragem. Um Belenenses que sobrepovoa a zona central e só procura os flancos para o contra-ataque. Legítimo, nada contra, cada um faz pela vida. Exige do FC Porto um jogo flanqueado em profundidade e em velocidade.





Depois, há o “xistrema” de sempre. Golo mal anulado, penalti perdoado, duas faltas sobre Carlos Eduardo à entrada da área por assinalar. Enfim, devo-me dar por satisfeito por não ter amarelado o João Afonso no lance da expulsão.

 A primeira parte foi morna, até algo fria demais. Com o Belenenses a conseguir chegar-se à frente nos minutos finais.

 A segunda parte traz Quintero por Josué. O Colombiano traz maior velocidade na circulação de bola, pena foi que não trocasse de posição com Carlos Eduardo. Pouco depois, entra Kelvin e, por fim, Licá para o ataque final. O golo era inevitável tal era a pressão do FC Porto sobre a área de Matt Jones. Os ferros, por duas vezes, e alguma azelhice, por vezes demais, deram uma magreza injusta ao resultado.

Segue-se agora a mãe de todas as batalhas. Precisamos de ganhar e ganhar bem. Ganhar bem não é por muitos, mas para lá da dúvida. Isso trará muita saúde à equipa e queimaria muitas etapas.



Análises Individuais:

Fabiano – Seguro e sereno, pouco teve que fazer. Quando chamado, mostrou concentração e competência.

Ricardo – Se no ano passado, ainda em Guimarães, lhe dissessem que, para o ano, seria defesa esquerdo em Nápoles e central no Dragão, tenho a certeza que rebolava a rir. Fez uma exibição competente a defesa direito, embora com algumas imperfeições que terá que corrigir. No esforço final a central, continua na sua saga heróica. Qualquer dia, vai à baliza.

Alex Sandro – Muito passivo a defender, mais activo a atacar. Muitos lances perdidos a defender, tendo alguns destes acabado com faltas (a maior parte algo duras) sem qualquer propósito. Continua numa fase muito má.

Mangala – Comandou bem a defesa e teve um jogo hipertranquilo. Nem a dupla com Ricardo o fez entrar em grandes preocupações.

Reyes – É verdade que o Belenenses nem um avançado meteu no onze. Entrou lá para o fim o Caeiro, mas nem cócegas fez. No entanto, realizou um jogo bem mais tranquilo, bem mais dentro do ritmo e dando sinais de quem já sabe que tem que decidir rápido e bem. Bola fora se assim tem que ser.

Defour – Bom jogo, sólido e eficaz. Anulou bem Tiago Silva e nunca deixou Miguel Rosa assumir o jogo. Faltou-lhe habilidade para empurrar o meio campo portista. Conseguiu a espaços nos melhores períodos da segunda parte.

Josué – Uma primeira parte agradável, tentando dar fluidez ao jogo ofensivo. Com Defour a 6, tentou pegar no jogo mais atrás, o que dificultou a ligação do meio campo.

Carlos Eduardo – Tem talento, é inegável, e deixa sempre no campo promessas de mais talento. Mas falta-lhe firmeza no traço. Acende e apaga, ora pega na bola e arranca, ora fica minutos sem a ver. Tem que pegar no jogo mais atrás, para dar largura à sua passada.

Varela – Uma primeira parte bem mais conseguida que nos últimos jogos. Faltou-lhe sorte no cabeceamento ao poste e rasgo para dar mais profundidade ao flanco.

Ghilas – Demasiado colado à linha. Mostrou que pode jogar nesta posição, não se pode é pedir o mesmo que se pede a Varela, Quaresma ou Kelvin. Quando fez mais diagonais na segunda parte, foi quando subiu de produção.

Jackson – Anda meio amorfo e xistrado. Perde golos que não perdia e quando os marca…anulam. Precisa de arrebitar e quarta-feira é um bom dia!


Quintero – Josué estava bem, mas trouxe mais sal, mais improviso e mais talento. Marcou um e a trave devolveu outro. Pegou demasiado atrás, quando deveria estar a jogar à frente de Carlos Eduardo.

Kelvin – Entrou bem, com vontade, mas foi esvaziando o balão. Acabou por perder a oportunidade. Tem que ser mais objectivo e não deixar que o seu futebol decaia a cada lance que perde.

Licá – Entrou para dar verticalidade ao flanco direito e tem participação directa no golo. Acaba a defesa direito na altura de segurar a vitória.

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Ficha de Jogo:

FC Porto: Fabiano; Ricardo, Reyes (76, Licá), Mangala, Alex Sandro; Josué (46, Quintero), Defour, Carlos Eduardo; Varela (55, Kelvin), Jackson, Ghilas
Suplentes: Kadú, Abdoulaye, Herrera, Mikel, Quintero, Licá e Kelvin
Treinador: Luis Castro

Belenenses: Matt Jones; Geraldes, João Meira, João Afonso e Gonçalo Brandão; Bruno China e Fernando Ferreira; João Pedro, Miguel Rosa e Filipe Ferreira; Tiago Silva
Suplentes: Rafael Veloso; Kay, Duarte, Danielsson, Tiago Caeiro, Fredy, Rojas
Treinador: Lito Vidigal



Árbitro: Carlos Xistra


Por: Breogán
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