Mostrar mensagens com a etiqueta Análise aos Jogos de Breogán. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Análise aos Jogos de Breogán. Mostrar todas as mensagens

domingo, 5 de agosto de 2012

Futebol: FC Porto 0 - 0 Lyon (Crónica e Análises Individuais)











Permitam-me começar pelo momento da noite de ontem. A homenagem justa que o FC Porto guardou para o Sr. Costa Soares. Foi delicioso ver o clube e os seus adeptos saberem ser gratos a quem tanto lhes deu, tanto contribuiu e tanto ajudou para que o FC Porto seja aquilo que é. Para mim, a gratidão é uma das melhores qualidades humanas, é um sinal de inteligência e de maturidade. Foi um momento alto do Portismo.









Foi o último jogo de preparação e a introdução da equipa às exigências do Dragão. Jogos de preparação são tubos de ensaio para testar a equipa. Ainda assim, o Dragão responde com exigência desmedida. É sinal que somos ganhadores, sedentos de vitória e fiéis ao sucesso.

O FC Porto entra em campo com uma alteração no 11 inicial que apresentou em Valência. Sereno cede o seu lugar de defesa esquerdo adaptado a Mangala. Parece ser aqui a única dúvida de Vítor Pereira para a Supertaça frente a Académica. Para já, Mangala parece levar vantagem na preferência. Outra posição em aberto é a 8. Moutinho ainda não foi titular na pré-época, mas será difícil não equacionar a sua titularidade no primeiro jogo oficial da época.

O jogo de ontem, frente a uma equipa equilibrada e competitiva, foi mais um teste à consistência do FC Porto. Genericamente, pode-se afirmar que defensivamente a equipa passou no teste, mas que ofensivamente chumbou. Uma conclusão que vem na linha do que já tinha ocorrido em Valência.

Mesmo com as dificuldades com as laterais, o FC Porto revela consistência defensiva: sabe fechar os espaços atrás e os jogadores são solidários. Fernando está em subida de forma e o seu futebol está a ganhar a dimensão física que o caracteriza.

No plano ofensivo, cabe a Vítor Pereira definir a equipa e tomar decisões. Enquanto não o fizer, a equipa terá dificuldades na criação de jogo para o seu ponta-de-lança. É verdade que a ausência de Moutinho é notada a nível ofensivo. Defour substitui melhor Moutinho no plano defensivo que no plano ofensivo. Defour não tem o jogo vertical de Moutinho, nem o seu à vontade de progredir com bola. Sem um jogador verdadeiramente criativo pelo centro, a ausência de Moutinho tem peso no processo ofensivo da equipa. Ainda assim, esta é quase uma questão menor nas nossas actuais dificuldades de construção ofensiva. Atsu é o melhor em campo, não só reflexo do seu inegável talento, mas sobretudo por ter dado vida ao único corredor consistentemente funcionante do ponto da criação de jogo. E é este o problema ofensivo do FC Porto. 








O flanco direito, por regra, é uma ausência e a zona central vive dos momentos em que James lá chega e não fica pelo caminho. Foi assim que se construiu a grande oportunidade do FC Porto na primeira parte. Lucho a fazer o trabalho de 8, James de 10 e Jackson a obrigar Lloris à defesa da noite. Na segunda parte, foi Atsu que pelo seu flanco constrói a grande oportunidade do jogo (com Lucho a rematar ao lado), num lance que já tinha sido tentado por si mais vezes, na primeira parte, no flanco esquerdo. Em todo o jogo, nunca se viu nada de semelhante no flanco direito. Enquanto este desequilíbrio criativo existir, por se forçar o encaixe dos jogadores no 11 inicial, os nossos adversários terão tarefa facilitada. Para consumo interno, até serve, sem dúvida. Mas frente equipas maduras, competitivas e de outro nível como o Valência e o O. Lyon, já outro galo canta.








Após as várias substituições, o jogo decaiu de qualidade e interesse, mas há uma conclusão que deve ser tirada. Mais uma vez, foi tentado o duplo pivot na estruturação do meio campo. Uma vez mais, o FC Porto perdeu o domínio do jogo com essa solução. Mesmo perante um O. Lyon já com alterações ao seu 11 inicial. O meio campo defensivo recua em demasia e são alocados dois jogadores que revelam dificuldades em sair no momento ofensivo.

Restava o fim da festa. Confirmou-se que Bracalli e Addy já não fazem parte do grupo. Expectável.

Agora, é a doer! Força FC Porto!
Venceremos!


Breve análises individuais:

Helton – Jogo tranquilo. Defendeu o que Gomis ainda lhe fez chegar e revelou segurança no jogo aéreo.

Miguel Lopes – Está em crescendo. Segurou bem a sua posição defensiva e ainda tentou esticar jogo pelo seu flanco. Bem nas compensações interiores.

Mangala – Não é defesa esquerdo, como Maicon não é defesa direito. Agora, tal como Macion, é visível o seu esforço, empenho e evolução na posição à qual foi forçado a adaptar-se.

domingo, 15 de julho de 2012

Futebol, Pré-Época: Évian 0 - 1 FC Porto (Crónica)









Não foi um bom jogo, mas foi um bom teste. O estudo correcto deste jogo poderá ser fundamental para a nossa caminhada.
O Évian tem bons predicados para esta nossa auto-avaliação. É uma equipa que defende à Uruguaia, ou seja, com número e com solidariedade e ataca à boa maneira francesa, rápido e vertical. É uma equipa competitiva e pontuada de alguns bons jogadores.






Defensivamente, de forma genérica, o FC Porto cumpriu os objectivos para este jogo. Existiram falhas individuais, notou-se a fraqueza das adaptações forçadas nas laterais, o desgaste com o decorrer do jogo foi notório e quando se procederam às substituições a coesão defensiva decaiu. Tudo aceitável se se considerar a fase da época, a carga de trabalho e as ausências forçadas do grupo.

Há aspectos que até são bem positivos. A pressão defensiva do FC Porto é boa, a organização nas bolas paradas defensivas tem sido bastante boa, mesmo após as substituições.

Onde o FC Porto revela maior deficiência é no processo ofensivo, mais concretamente, na construção do processo ofensivo. Falta criatividade, falta repentismo, falta assombro no ataque ao adversário e à baliza. A zona interior, o corredor central, destaca-se na pobreza de criação de futebol ofensivo. É uma situação que já não é nova no comando do Vítor Pereira.








Mais que qualquer transferência, mais que qualquer retorno de quem ainda não está a trabalhar com o grupo, a construção de jogo do FC Porto está à espera de uma transferência que só Vítor Pereira pode fazer: passar, em definitivo, James dos flancos para a zona interior. Até lá, a não ser que ainda chegue um jogador para essa função, o FC Porto será intermitente. A intermitência coincidirá com James estar em terrenos interiores (acende) ou no flanco (apaga).





Lucho já não consegue dar à equipa uma capacidade criadora constante e avassaladora naquela posição. É um jogador que não se esconde, mas também não procura o choque, o um para um, o arriscar. É um jogador de passe e cobertura táctica. O FC Porto precisa ali de um dínamo diferente, mais voltaico e mais nervoso.


Breves análises individuais:

Helton - Parou tudo o que lhe chegou. Parou e agarrou.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Futebol, Pré-Época: Servette 0 - 2FC Porto







Está cumprido o primeiro jogo de preparação do FC Porto integrado no seu estágio de pré-época. Conquistada a primeira vitória da época, mesmo perante um adversário de curta qualidade, o FC Porto mostrou manter-se fiel aos seus princípios de jogo. Posse de bola, pressão alta e verticalidade pelos corredores laterais. Vítor Pereira recorreu aos dois modelos que utilizou na época passada, primeiro com uma referência fixa na área (Kléber) e sem essa referência, a partir do minuto 65.






Na primeira parte, saltou à vista a dificuldade criativa do FC Porto pelo centro, mesmo num jogo de baixa intensidade. Quem arrecadou esse beneficio foi Atsu, que no flanco, ia dando a faísca de criatividade que faltava no jogo interior.
Já com James em campo, que entrou para falso avançado centro, o FC Porto melhorou substancialmente a criatividade do seu jogo interior.

Não se podem tirar muitas mais conclusões de um jogo que serve de arranque de mais uma campanha que se espera de glória para o FC Porto.
Muita juventude traquina, alguns que voltam ao clube para tentarem encontrar o seu lugar ao sol e os que ainda nem chegaram, mas que são traves mestras na qualidade do plantel. Mas foi bom, houve sede de vitória e é isso que alimenta o FC Porto.


Breves análises individuais:

Helton - Sem trabalhos manuais, dedicou-se ao treino do seu excelente jogo de pés.

Sereno - Defensivamente cumpriu, mas sem a qualidade que já demonstrou. Ofensivamente foi esforçado, mas ainda está muito curto para conseguir dar mais à equipa.

domingo, 20 de maio de 2012

FUTEBOL, Juvenis Sub17, Campeonato Nacional, Fase Final: FC Porto 5 - 2 V. Guimarães (CRÓNICA)



Caminho tortuoso até à vitória total. Um jogo épico, onde uma torrente de contrariedades não desgastaram a teimosia de uma equipa em ser campeã.





O adversário chegou a comandar o resultado do jogo por 0-2. Um golo contra a corrente do jogo e, um minuto depois, outro golo é oferecido. Do lado do FC Porto, contavam-se já inúmeros fora de jogo mal tirados (um deles a anular um golo limpo), um festival de bolas no ferro e falhanços no ataque final à baliza vitoriana. O FC Porto a jogar e o adversário a marcar. Até que Graça, a 3 minutos do intervalo, coloca alguma esperança no resultado e reduz para 1-2, com um golo de bandeira. Um golo que soltou a equipa e amedrontou o adversário.





Como se explica a primeira parte ingrata do FC Porto e a sua segunda parte tão avassaladora? Mais que o amontoar de contrariedades (quer por culpas próprias, quer por culpas alheias), a verdade é que o meio campo do FC Porto dominava tecnicamente a partida, mas não tinha a dinâmica necessária para se impor na luta a meio campo e “matar” a criatividade do adversário. Sentia-se a ausência do seu habitual 6 – Vítor Andrade – e Helinho encontrava tempo e espaço para acossar a defensiva portista com as suas aberturas. É o golo de Graça que deprime o meio campo do adversário e catapulta o FC Porto para o jogo.

domingo, 6 de maio de 2012

FUTEBOL, Campeonato Nacional, 29ª jornada: FC Porto 2 - 0 Sporting (CRÓNICA)









A festa e a consagração do bicampeão! A nossa festa! A alegria de quem não se rende. A vitória numa época atribulada, difícil e complicada, onde de tudo aconteceu e tudo teve que ser feito para conseguir-se manter a liderança técnica e a união do grupo. (bi) CAMPEÕES!!! NÓS SOMOS BI CAMPEÕES!!!!!!








O jogo foi uma fotografia exacta ao FC Porto desta temporada. Os seus defeitos e as suas virtudes foram bem explícitos neste jogo, perante um adversário que tinha que ganhar, mas que veio jogar ao Dragão na retranca. Vítor Pereira repete o onze que apresentou, na semana passada, no Funchal. Mais uma vez, Hulk a 9, James a extremo e Varela a titular. Chiclete?




De cabelos e barbas pintados, o FC Porto entra em festa no jogo e van Wolfswinkel assusta logo nos minutos iniciais. O FC Porto percebe a dica e sacode a festa para o fim do jogo. Seguem-se 15 minutos de domínio portista, um domínio que nunca foi intenso ou avassalador, mas que no qual ganhava todas as segundas bolas a meio campo (com Fernando e Moutinho em destaque) e com Hulk a procurar espaços para explodir em direcção à baliza.

O adversário foi-se fechando, jogando cada vez mais atrás e com a linha de meio campo cada vez mais em cima da sua linha defensiva. Com os espaços curtos no ataque do FC Porto, as dificuldades de construção começaram-se a evidenciar. Hulk não tinha espaço para embalar; James na faixa não joga nem um quarto do que pode render no centro; Varela com a sua inoperância não se revelava solução e Lucho não conseguia meter criatividade pelo centro do terreno. 



domingo, 29 de abril de 2012

Liga Zon Sagres, 28ª jornada: Marítimo 0 - 2 FC Porto (CRÓNICA e VÍDEO)








Mais três pontos e já só falta o ponto final na questão. Era esta a missão para a Madeira e é com a missão cumprida que de lá saímos.

Não foi um jogo que perpetuará na nossa memória, mas foi um jogo controlado pelo FC Porto na vasta maioria da sua extensão. A única excepção ao nosso domínio aconteceu no segundo quarto de hora da segunda parte. Só não resolvemos a questão mais cedo por falta de capacidade concretizadora e por inépcia táctica.





Vítor Pereira deixa Janko no banco e coloca Varela no onze inicial. Fernando também regressa ao onze inicial por troca com Defour. O FC Porto ganha presença física e táctica a meio campo, ganha velocidade e aceleração no último terço do terreno, mas perde capacidade de fixação do seu ataque sem um 9 definido.

Mas mais importante que estas alterações no onze inicial e suas consequências tácticas seria a abordagem ao jogo. Aí a equipa responde à altura. 

domingo, 22 de abril de 2012

Futebol, Liga Zon Sagres: FCPorto 3-0 Beira Mar (CRÓNICA)

Mais um passo decisivo rumo ao título.






O que nos dá esta vitória é a manutenção de uma margem de conforto para enfrentar os próximos dois jogos de maior grau de dificuldade e condena qualquer tropeção de quem vem atrás de nós à “morte do artista”. Veremos quanto tempo resistirão com essa espada de Dâmocles sobre as suas cabeças.

É uma vitória decisiva nesta tortuosa caminhada e é isso que devemos extrair deste jogo. Ganhamos e temos o nosso objectivo cada vez mais próximo. Preparar o que aí vem com a determinação e tranquilidade que o nosso avanço nos dá.






O jogo do FC Porto tem um nítido contraste entre o futebol praticado na primeira e na segunda parte. É bem verdade que o Beira-Mar foi perdendo gás e desagregando-se no meio campo com o decorrer do jogo, mas a evolução no jogo do FC Porto também impôs essa erosão ao Beira-Mar.

O FC Porto apresenta o mesmo meio campo que apresentou em Braga, mesmo com Fernando já recuperado. Vítor Pereira só faz duas alterações no onze, devolvendo a titularidade a Janko e colocando Alex Sandro no lugar do castigado Álvaro. O Beira-Mar coloca-se do mesmo modo que todas as equipas mais pequenas que causaram problemas no Dragão: linha defensiva recuada, dois “trincos” estacionados em frente à defesa, um criativo “defensivo” e três  jogadores prontos para saírem em contra-ataque.


domingo, 8 de abril de 2012

Liga Zon Sagres: Braga 0 - 1 FC Porto (Crónica e apreciações individuais)



Uma vitória à FC Porto. Paciente e eficiente. O FC Porto é assim, onde mais apregoam o tropeção, é onde passamos com maior distinção.




Em Braga o jogo começou a ser ganho antes do “árbitro surpresa” dar o apito inicial. Vítor Pereira soube encaixar as limitações que se impuseram para este jogo durante a semana, nomeadamente, a ausência de Fernando. Resistiu à tentação de jogar em duplo pivot, o que limitaria Moutinho na luta a meio campo e confiou em quem tinha de confiar para a posição 6: Defour. A continuidade do modelo de jogo foi o nosso primeiro passo para a vitória e a exibição de Defour um prémio à confiança demonstrada. Seguiu-se um segundo passo, que irá ser minorado e desprezado pela vasta maioria portista e mesmo que seja lembrado, será para ser criticado. A introdução de Kléber no onze inicial é determinante para plano de jogo. Com Kléber o ataque foi mais dinâmico, mais mexido e com mais trocas posicionais. O meio campo defensivo do Braga revelava visíveis dificuldades na marcação aos movimentos interiores de Hulk (sobretudo ele) e James, enquanto Kléber, sempre que podia, ia à luta de desgaste com os centrais bracarenses.



Quem ganhou mais com isto? O nosso meio campo, sobretudo no primeiro quarto de hora. Respirou melhor, ganhou balanço, ganhou tempo para ganhar confiança em si mesmo e quando o Braga, finalmente, assenta o seu jogo (já para lá da metade da primeira parte) já o meio campo do FC Porto estava consciencializado que tinha argumentos para ganhar esta guerra, mesmo com a ausência de Fernando.

Estas duas decisões pré-jogo são determinantes à vitória em Braga. Porque este Braga, que tombou para os lados da segunda circular há uma semana, lambeu as feridas e percebeu que a sua falta de arrojo foi a (auto)rasteira que os levou ao tombo (não vale a pena referir o “pode ser”!).






Não foi só o factor casa, o Braga apontou mesmo à jugular do FC Porto, percebendo que a única forma de se assumir candidato ao título é jogando como tal, mas a entrada em jogo do FC Porto é forte e trava o ímpeto bracarense. A linha avançada não dá descanso à defensiva do Braga e o meio campo portista ganha metros. É o FC Porto quem arranca por cima. Hulk dizima o lado esquerdo defensivo bracarense e Lucho, por duas vezes, não consegue materializar em golo o talento com que o Brasileiro desenhou os dois lances.
O FC Porto jogava e o Braga tentava organizar-se. Só no último terço da primeira parte é que o Braga estabiliza. Percebeu onde estava a brecha e atacou-a. É sempre pelo flanco de Álvaro que o Braga sobe à área do FC Porto e, por duas vezes, o perigo rondou.




domingo, 1 de abril de 2012

FC Porto 2 - 0 Olhanense (Crónica)

Mais vale tarde que nunca. Veremos é quanto tempo dura. Que seja até ao fim, é o que desejamos!







O FC Porto apresentou-se em campo buscando o golo desde o primeiro minuto. Mesmo com boa réplica da Olhanense no início, nunca se assustou ou inibiu. Alta voltagem desde o começo até o jogo estar resolvido. Contributo decisivo de algumas lições aprendidas em deslizes anteriores. Faltam ainda que outras para serem aprendidas.








Primeiro, o recuo de Lucho para os seus terrenos. É verdade que durou pouco mais de 45 minutos até atingir a reserva em combustível, mas enquanto teve depósito, soube utilizar os seus recursos nos seus terrenos e não encavalitado em Janko, como de costume. Não foi um grande jogo de Lucho, mas o simples facto de recuperar os seus terrenos deu outra fluência ao jogo da equipa. Pressão alta e velocidade do passe. Tudo conquistas desta singela alteração táctica. Segundo, finalmente percebeu-se a limitação física de Lucho e não se esticou, para lá do razoável, a sua presença em campo. Terceiro, a presença assídua de um lateral direito no onze dá à equipa mais largura e maior confiança a investir nesse flanco. Finalmente, e tendo por base os anteriores três pontos, Hulk jogou mais para e na equipa, o que se tornou um tormento para a defesa da Olhanense.

segunda-feira, 26 de março de 2012

A teimosia sai cara. Liga Sagres, 24ª Jornada: Paços de Ferreira 1-1 FC Porto (crónica)










Teimosia sai cara. Custa pontos e, quem sabe, a liderança. A factura foi pesada. Até pode parecer injusta, mas é reflexo dos erros que teimosamente perduram na construção desta equipa do FC Porto. Nesta recta final, cada detalhe conta.









O jogo em Paços de Ferreira é daqueles jogos em que a perda de 2 pontos deixa um grande amargo de boca. A vitória esteve mais que ao nosso alcance (na nossa mão!), mas ainda assim, escapou. O Paços de Ferreira teve o engenho de explorar todas as nossas fragilidades (teimosias) para se agarrar ao jogo. Souberam aproveitar tudo o que lhe demos, até o golo.


domingo, 11 de março de 2012

O quinto dos Infernos. Liga Sagres, 22ª Jornada: FC Porto 1-1 Académica (crónica)







Eis-nos de volta ao quinto dos infernos. Uma equipa incapaz de responder em campo ao desafio imposto pelo Sp. Braga poucos minutos antes e de colocar pressão na equipa da freguesia de Benfica na deslocação à Mata Real. Uma equipa sem arreganho, sem ALMA, sem estrutura a meio campo e que se entrega ao desespero perante as suas incapacidades, sobretudo, às que abundam no seu banco de suplentes.







O que mais impressiona é a profundidade do falhanço na abordagem ao jogo, sobretudo após mais uma vitória brilhante no nosso salão de festas. É algo que ultrapassa a simples incompetência. Pior se torna quando à incompetência se junta a impotência.


sábado, 3 de março de 2012

Saímos do salão de baile líderes isolados. Liga Sagres, 21ª Jornada: Benfica 2 - 3 FC Porto (crónica)








Mais uma visita ao salão de baile, mais música no ar (cúmbia de Colômbia!) e James foi quem mais dançou. Um luxo de suplente. James tem esse dom dos grandes jogadores. Mudar a corrente do jogo, a polaridade da vitória. Aquilo que parecia ser uma derrota do FC Porto, acaba como uma vitória retumbante e categórica. O alicerce desta vitória é a sua entrada em jogo, a coragem de Vítor Pereira em assumir o risco e dar a oportunidade à equipa de correr atrás do resultado.






Saímos do salão de baile líderes isolados. Mas mais que isso. Colocamos a mácula nos resultados caseiros para o campeonato do clube visitado, aprofundamos a crise de resultados dessa agremiação ( já os espera novo jogo decisivo), ganhamos o confronto directo (o que nos dá 4 pontos de vantagem sobre os visitados) e saímos por cima para o que resta de campeonato, pontualmente e animicamente.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A insurreição de um bandido, FC Porto 2 - 0 Feirense






A insurreição de um bandido. O minuto 50 constitui o ponto de viragem no jogo do FC Porto. Não se marcou um golo nesse minuto, nem existiu qualquer jogada mais entusiasmante. Não houve nenhuma substituição, nem nenhum adversário foi expulso. James, cumprindo a carta de alforria (finalmente!!!) emanada do banco ou por desobediência directa, assume a batuta do jogo do FC Porto pelo centro do terreno. É nesta fractura que se dá a separação entre os dois FC Portos que jogaram frente ao Feirense.







A primeira parte voltou a mostrar a pior face do FC Porto este ano. Jogo lento, previsível, sem rapidez na execução e com a recepção de bola estática. O FC Porto sustentava-se nuns raides de Hulk e um ou outro passe de Lucho, bem emparedado entre Sténio e Cris.

Os motivos já são conhecidos. Lucho muito posicional atrás de Janko e muito distante dos outros elementos do meio campo. Nunca conseguiu fazer a rotura ao bloqueio criado por Sténio e Cris, sem poder de arranque ou de finta em aceleração para ganhar a frente de um lance. Lucho não conseguia distribuir jogo e o meio campo do FC Porto partia pela metade com os jogadores do Feirense a ocuparem o espaço criado.
Nos flancos, Hulk ainda dava um ar da sua graça. Varela quase que nem entra em jogo, mas ainda vai a tempo de falhar uma boa oportunidade, para sair lesionado pouco tempo depois. James, que entra para o seu lugar, pouco mais fez no restante tempo da primeira parte, partilhando com Varela uma perdida, após boa jogada de Hulk. A verdadeira entrada em campo de James estava guardada para mais tarde.
Os laterais não conseguiam melhor. Sapunaru só sobe por uma vez à área contrária e Álvaro ainda burila duas situações de perigo, mas sem ter o caudal ofensivo de outros jogos.
Cria-se o impasse. Nem o FC Porto dá a volta ao Feirense, nem o Feirense sai da sua concha, deixando um enorme vazio para percorrer até à baliza de Helton. Escoa-se a primeira parte e o FC Porto precisava de mexer.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Liga Europa, Manchester City 4 - 0 FC Porto




Quem mente? O resultado ou Vítor Pereira? Vítor Pereira diz que é o resultado. O resultado, mesmo não opinando, diz que é Vítor Pereira. Poderão estar ambos a mentir? E se sim, quem mente mais mente?

Comecemos pelo resultado. Pode ser classificado como exagerado, hiperbólico e opulento, mas não mente. Pode ser chamado de cínico, já que reflecte aproveitamento máximo do Manchester City de todas as nossas debilidades. Das poucas provocadas pelo Manchester City e das muitas autoinfligidas pelo FC Porto. Ainda assim, não mente. É um resultado fanfarrão? Será, mas fanfarronices à parte, mais golo, menos golo, não mente.





E Vítor Pereira? Esse mente! Começa a mentir de véspera quando afirma: “Vamos procurar jogar sem inventar, fazendo o nosso jogo. Sem fórmulas mágicas, mas com a consistência do nosso trabalho”. Mentira. Inventou, reinventou e não resistiu a nova tentativa alquímica de arranjar uma solução para um problema que só existe na sua cabeça:

Reinventa Maicon a defesa direito, como consequência, reinventa a dupla Rolado e Otamendi. Se Meyong já é difícil de parar, Kun e amigos, não serão mais fáceis. O ressurgir de Sapunaru em Setúbal é arquivado.

Reinventa um 10 posicional, alguém que acelera pelo passe, mas não pelo movimento. O ideal para a dupla de cães de guarda que o Manchester City estaciona à frente da sua defesa.

Inventa James a falso extremo no baptismo em competições europeias de Alex Sandro. Num jogo em que o brasileiro teria pela frente dois jogadores com muitos quilómetros de liga Inglesa e Francesa (Nasri) e liga Inglesa e Espanhola (Silva). Alex Sandro, que mal ainda começou na liga Portuguesa, não poderia contar com James para o ajudar na labuta defensiva, nem no esticar jogo pelo seu flanco e manter Micah Richards em sentido. Vítor Pereira, quando disse que sabia que James não era extremo, mentiu ou disse a verdade?

Decidido na transformação de um qualquer extremo em ponta-de-lança, tal alquimista, Vítor Pereira volta para os vapores da sua retorna e destila Varela na posição 9. Como se a posição 9 não tivesse uma solução no plantel. Nem ficou com o ouro desejado, nem com o latão original, mas com vulgar carvão. Nega à equipa alguém que marque presença na área do Manchester City. Alguém que incomode os corpulentos centrais do Manchester City e que dispute com eles os lances ombro a ombro. Ao mesmo tempo, reza a extrema-unção a Kléber, que agora vê até Varela nas suas zonas de acção. Opções de pastilha elástica.


domingo, 19 de fevereiro de 2012

Campeonato Nacional de Futebol, 19ª Jornada, V. Setúbal 1-3 FC Porto






Missão cumprida. Nesta fase do campeonato, é o que interessa. O FC Porto visitou o último classificado e sem brilhar, trouxe os três pontos. Mantém distâncias para o Braga e espera que o rival minhoto do Braga não estenda a passadeira vermelha na segunda-feira. Como é costume.

O jogo foi uma continuação do jogo para a taça da liga. Um jogo sem história com um vencedor óbvio e justo, num jogo propício ao descanso para outras batalhas.






O Vitória de Setúbal nem com o reforço muscular de Djikiné (mas zero de futebol) consegue disfarçar a sua debilidade a meio campo. Com espaço, tempo e inspiração de Moutinho, o FC Porto instala-se com armas e bagagens no meio campo sadino. Bastaram 3 minutos para Moutinho fazer estragos e colocar uma bola na cabeça de Janko, que a conduz para golo. Terceiro golo em 3 jogos do reforço Austríaco. É essa a sua missão.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Uma noite de amargura, Liga Europa: FC Porto 1 - 2 Manchester City








Uma noite de amargura: uma primeira parte de outras épocas seguida de uma segunda parte desta época; lesões graves e limitativas para outros objectivos; autogolo e erros primários, como sempre acontecem nos nossos grandes embates europeus; substituições tardias e uma eliminatória já difícil de reverter.










É difícil definir o que mais custou. Ainda assim, a lesão de Danilo tem franco destaque. A seguir, a incompreensível dicotomia entre a primeira e a segunda parte. Chega a ser assustadora. Como é que uma equipa é afoita e positiva numa parte e, na outra, nem à baliza do adversário consegue chegar. O que 15 minutos de intervalo podem fazer! Por fim, já não há pachorra para tanto erro individual (muitos deles por incapacidade de aguentar a pressão competitiva do jogo) que deita por terra objectivos fulcrais em jogos de grande nível (nos últimos anos foi contra o Chelsea, Manchester United, Barcelona, etc…). É algo que deve merecer atenção. A factura já vai pesada.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Campeonato Nacional de Futebol, 18ª Jornada: FC Porto 4 - 0 União de Leiria





É um daqueles jogos em que o resultado disfarça os problemas que se arrastam. O volume do resultado tem proporcionalidade directa com as dificuldades que a equipa apresentou para contornar uma equipa fechada e determinada a roubar dois pontos ao FC Porto. Ao contrário do Vitória de Setúbal, o clube do distrito de Leiria apresentou um meio campo combativo, solidário e reforçado com Ogu. Cajuda puxa o seu médio ofensivo para trinco, porque o objectivo é só um: roubar dois pontos e não conquistar um. É aqui que começam os problemas do FC Porto.






Mais uma vez, a equipa entra apática no jogo, como se não soubesse os resultados da véspera, a urgência da vitória ou como se tivesse certa que a mesma acabaria por aterrar no seu colo. Uma vez mais, o FC Porto perde na determinação à abordagem ao jogo.


 Entra sem chama, sem cerrar os dentes, sem vontade de colocar tudo em campo logo desde o minuto um. Com isto, o adversário foi fechando e ganhado confiança. A resposta do FC Porto mantém-se a mesma. Dificuldades de penetração pelos extremos, os laterais sem ordens para apoiar e um 10 estaticamente perto de Janko, mas distante do restante meio campo. A raiz destes problemas é dupla: baixíssima velocidade de execução e rigidez táctica que não permite trocas posicionais constantes. É impossível ganhar vantagem sobre o adversário de forma consistente quando um jogador não recebe já em aceleração. Quando há uma sucessão de passes em que o jogador está, consecutivamente, parado para efectuar a recepção, quem está a sacar vantagem é o adversário. O cenário piora quando os jogadores se entregam à marcação, não efectuando rápidas trocas posicionais, procurando diagonais para a receber a bola em velocidade. Para cúmulo, o luxo de se deixar o melhor 10 do campeonato, aquele que apresenta um futebol mais perenemente imprevisível e sempre em aceleração, no banco.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Em análise: 17ª Jornada, Gil Vicente 3 - 1 FC Porto





Alienação com Paixão. Misture estes dois ingredientes com cuidado, junte uma pitada generosa de incompetência táctica e uma atitude amorfa qb. Agite e terá uma mistura “implosiva”. Foi isso que tivemos hoje, a implosão do FC Porto campeão nacional, do FC Porto competente e ganhador de 2010/11.

Começando pelas nossas culpas, o FC Porto entra logo a perder com o onze escalado por Vítor Pereira. Um somatório de erros crassos de avaliação, equívocos tácticos e total alienação sobre os pontos fortes do Gil Vicente.



Explicando por miúdos:

domingo, 22 de janeiro de 2012

Em análise, 16ª Jornada FC Porto 3 - 1 V. Guimarães


Kléber


Se há uma palavra que seja transversal a esta exibição do FC Porto. 

Essa palavra é REFORÇO.

Reforço exibicional do FC Porto, onde o talento da equipa supera as limitações (leia-se lesões) e auto-limitações. Reforço de opções, como a confirmação do “retorno” de Varela e uma exibição, finalmente, coincidente com a bitola de Rolando. Reforço, no sentido futebolístico do termo, ao minuto 67, com a entrada de Danilo na equipa. Finalmente!





domingo, 15 de janeiro de 2012

Em análise, 15ª Jornada FC Porto 2 - 0 Rio Ave


Um génio tomba, outro levanta-se, qual Atlas a suportar nas suas costas todo o peso da equipa.

Após o jogo no estádio da areia pintada de verde, o FC Porto volta a fazer um jogo em que revela dificuldades no processo ofensivo, mesmo perante um Rio Ave com muitas dificuldades de se prolongar no ataque. Nunca o FC Porto foi absolutamente dominador ou asfixiante perante uma equipa com extrema dificuldade em chegar a João Tomás. O problema não esteve na ausência de Moutinho, que teve em Defour um substituto à altura. O problema radica na montagem do ataque do FC Porto. Hulk diminui-se na posição 9, sobretudo, perante alguém que já sabe quase tudo, como é o Gaspar. Nos flancos. O FC Porto não apresentou um extremo capaz de dar largura à equipa. Há James que foge sempre para o seu lugar natural e Rodríguez, que na sua luta a labuta, se esquece do essencial: dar qualidade de jogo à equipa. Soma-se, ainda, um Belluschi desastrado, apático e pouco influente na condução do jogo.





É neste jogo mastigado, com o Rio Ave a olhar para o relógio e a ver o 0-0 a prolongar-se e o FC Porto a ver o intervalo chegar, que, pela meia hora de jogo, Hulk sai de jogo por lesão. Um génio que tomba. Entra Kléber, o 9 esquecido, para um jogo sem flanqueadores e sem um 10 à altura. A agonia prolonga-se, até ao minuto 42, bem perto da fronteira psicológica do intervalo. É nesse minuto que outro génio se levanta. Bola sobra para James…e génio. Com 1-0 ao intervalo a equipa poderia respirar melhor, aliviar a pressão do resultado do jogo desta noite anterior ao seu e partir para uma segunda parte à FC Porto.








Promessas são sempre difíceis de cumprir. Sobretudo quando não sustentadas em bom futebol colectivo, mas nas pinceladas de génio deixadas aqui e ali por os artistas que carregam a equipa. O FC Porto entra na segunda parte como jogou em toda a primeira parte. O Rio Ave, pelo seu lado, já olhava para o relógio de forma diferente e via 45 minutos para ir buscar um ponto. É numa fuga de Yazalde a Maicon que quase consegue esse fito, com, tão só, 3 minutos da segunda metade. Passado o susto, o FC Porto continua na mesma. Seriam necessários mais alguns minutos para Vítor Pereira fazer a jogada que muda o jogo. Belluschi vai para a direita e James é colocado na sua posição natural. O jogo pelos flancos manteve a bitola baixa, mas a criatividade pelo centro explodiu, o que obrigou o meio campo Vilacondense a recuar. Com isso o Rio Ave deixa de criar perigo. Tudo o resto decorre dessa alteração táctica. Carlos Brito tenta insuflar capacidade ofensiva na equipa trocando, primeiro, de 10 e, depois, de extremos. Uma causa perdida, pois o FC Porto juntava um trio a meio campo altamente eficiente, rotativo e criativo que nunca deixou o meio campo do Rio Ave alimentar o seu ataque. Do lado do FC Porto a tentativa foi de corrigir o pior sector da equipa. Saíram os “extremos” e entram outros. Resultou, porque o jogo do FC Porto foi sempre melhorando, sendo premiado, no fim, por um lance do génio disponível. No seu lugar, no tempo exacto, James fecha as contas da partida.






Faltava o acto final, uma expulsão desnecessária no único lance em que se viu João Tomás no jogo.
Fica um jogo onde a equipa técnica do FC Porto pode tirar valiosas conclusões. Já se percebeu onde rende James. Já se percebeu que o FC Porto precisa de extremos que abram o jogo e não que façam só movimentos interiores ou que travem o lateral contrário. Já se percebeu que Fernando tem talento, capacidade e vontade para participar na primeira fase de construção. Ajuda a equipa a subir no terreno, a ficar em cima do adversário. Hoje viu-se um Fernando pleno. Temos o jogador, é preciso dar-lhe uso.



Análise individual:


>