sábado, 23 de maio de 2015

As várias formas de se conquistar um título


Desde muito jovem que aprendi a gostar de futebol e mais tarde a compreender as razões pelas quais determinados clubes, com algumas exceções no seu percurso vitorioso, diga-se a propósito para não deixar dúvidas a ninguém, conseguem os seus desígnios ao conquistar certos títulos. As razões a que me refiro prendem-se essencialmente pela forma como essas mesmas equipas se apresentam no início do campeonato, tanto no aspeto desportivo como no financeiro, não só em termos do poder que fazem patenteara na Liga de clubes, mas também no controlo que possam ter na Comissão de Arbitragem, sendo todas estas variáveis preponderantes para a obtenção dos melhores resultados. É claro que ter um excelente plantel e um bom treinador é sempre meio caminho andado para a vitória final, só que na prática não é bem assim, tirando as tais exceções à regra em anos em que o título não deixa qualquer dúvida a ninguém tal é a superioridade demonstrada, pois para se ser campeão em Portugal ou noutro local qualquer, todas as variantes que eu enunciei a juntar a outras que também já aqui neste painel foram objeto da minha apreciação, se conjugam na mesma direção e se equacionam nos mesmos moldes para atingir os pressupostos traçados no início de cada época.

E é aqui que entra o que eu costumo designar por “ciclos vitoriosos dos clubes” a que nos habituamos há já longos anos, onde outrora ou há décadas passadas, o SLB e SCP faziam uma espécie de partilha entre si de títulos conquistados com maior predominância para os lados do estádio da Luz, ficando o FCP naquela altura numa posição de outsider onde mais tarde viria a conquistar a hegemonia do futebol português. Só que estes ciclos, tendem a fazer acreditar nos seus apaniguados adeptos que esta posição dominante é para manter perpetuamente, resultando daqui um estado de alma de puro desânimo, incompreensão e mesmo relutância em aceitar passivamente que outros também o consigam, olhando cada um só para o seu umbigo e interesse pessoal de uma forma egocêntrica, como que a pensar que, “só eu é que tenho o direito de vencer, pois todos os outros pouco me interessa se ganham ou mesmo se desistem de lutar pelos mesmos direitos”.

É por esta razão que num determinado tempo se falou nos famigerados “Apitos Dourados” para justificar os períodos áureos do FCP, e ultimamente se fala nos “Mantos Protetores e Colinhos” quando se refere ao SLB, que cada um à sua boa maneira lá vai contribuindo para um único fim, a conquista de mais um título de campeão nacional a juntar aos já anteriormente alcançados, e que infelizmente a maioria dos adeptos vitoriosos se vangloriam e se manifestam como se nada de anormal se tenha passado nos bastidores, independentemente de os títulos serem ou não justificados ou merecidos, o que só vem provar o declínio e o egoísmo exacerbado das sociedades modernas onde só conta a soma das partes a qualquer preço, e não a forma límpida ou transparente como os títulos são conquistados, que na minha opinião, e não o defendo só agora, só poderão ser bem entendidos e certificados quando se introduzir no sistema todos os meios tecnológicos que hoje em dia já existem para dar uma verdade desportiva ao fenómeno futebolístico, só que ao que transparece pelos meandros do poder, esta mudança de mentalidades e de olhar para o futebol de uma forma sadia e mais transparente, parece não ser do agrado das mesmas pessoas que só se manifestam quando lhes convém.
 
Por: Natachas.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

VELHOS NO RESTELO!




O tiro de partida para o par de jogos que faltavam para consumar o título do Benfica havia sido dado por Lopetegui na conferência de imprensa de rescaldo da vitória sobre o Gil Vicente quando ficou explicita a raiva, a revolta e a denúncia do que tinha sido este campeonato e como o manto protector tinha aconchegado aquilo que o colo tinha começado a erguer.

Lopetegui percebeu tarde o que a casa gasta. Neste caso “a casa” é a luta interna entre o Porto e o Benfica pela conquista de títulos.
Quem já cá está há mais de 30 anos sabe de trás para frente e da frente para trás “o que a casa gasta”. Apesar de saber mais do que o papa permanece no silêncio por conforto ou cansaço.

Vai daí, o basco teve que pedalar a nossa bicicleta sozinho e, qual deputado sem grupo parlamentar, fazer erguer a sua única voz contra o manto protector da comunicação social maioritariamente afecta ao Benfica, contra o benfica, contra Vitor Pereira e contra os árbitros.
O politicamente correcto que era a sua imagem e a sua forma de estar no futebol tiveram que ser abandonados em nome do que viu e aprendeu enquanto cá esteve.

Esse espirito de revolta comunicacional é o tom certo para quem se preocupa exclusivamente em ganhar não se importando com o preço reputacional que ficará para sempre colado à sua pele.

O protesto, a revolta e o queixume poderia servir como factor agregador da massa adepta e dos jogadores..
Podia ser uma manhosice de Lopetegui. Disparar para o ar para desviar as atenções do que se passa em terra. Podia, mas eu vejo autenticidade na revolta.

Autenticidade e razão para a revolta. O Benfica foi levado ao colo na 1ª volta e esconder isso é aceitar que a quem trabalha no Porto não basta ser melhor.

Pode-se ser melhor e perder. Perdendo, fica-se com o ónus de qualquer perdedor. A incompetência, o nervosismo, a incapacidade de responder à pressão, a incompleta aprendizagem , a falta de unhas para comandar o clube.
Quando se sente que a impotência é mais forte do que a competência há um claro risco de desânimo.
No rescaldo da excelente conferência de imprensa de Lopetegui era fundamental ganhar a derrota.
No final da jornada 32 todos sabíamos que perder o campeonato era uma inevitabilidade.
No final da jornada 32 foi passada uma mensagem fortissima por Lopetegui que ficou na agenda mediática e se prolongou pela semana apesar da tentativa de ridicularização pelo Benfica e seu manto protector.

O campeonato de 2015/16 já se tinha começado a jogar ali. A história do colinho e do manto protector seria tão longa consoante a capacidade que o Porto teria de ganhar a derrota.

Sejamos claros:  Um bom discurso político de um qualquer treinador numa altura em que se está em competição precisa de ser consequente. 

Que a equipa de futebol consiga amplificar o que foi dito em vez de colocar duas almofadas nas colunas da denúncia.
No Restelo o que aconteceu foi que o Porto conseguiu viver um dia tão triste como viveu em Munique ou no Estádio da Luz.
Na Alemanha fomos humilhados. Na Luz perdemos o campeonato de vez.
No Restelo mostramos o que somos. Uma equipa velha de alma, incapaz de ser solidária e que envergonhou todos os que viveram aquela tarde embalados pela esperança de ver o palco do Marquês desmontado por uma semana.  
O discurso de Lopetegui foi soterrado. Aquilo que no fim da jornada 32.º parecia vindo da boca CheGuevara virou José Manuel Coelho. Boçalidades.

A exibição daquela equipa roubou-nos o direito de nos revoltarmos por uma injustiça.
Quem sente vergonha dos seus silencia-se mesmo quando está carregado de razão.
Quem sente vergonha dos seus questiona qualquer verdade.
Se não confio na comunicação social, nos arbitros, na APAF, no Benfica, na Liga e na FPF tenho mesmo é que pôr a boca no mundo.
Se não confio na comunicação social, nos árbitros, na APAF, no Benfica, na Liga, na FPF e............NOS MEUS JOGADORES sou obrigado a estar calado. Só e em silêncio.

O desespero de Lopetegui nos 90 minutos simboliza bem o que qualquer portista sentiu.
Depois de tudo o que passamos fazemos isto? Não há respeito pelo que vivemos?
Como é que somos nós a dar o COLO final ao Benfica 6 dias depois do MANTO PROTECTOR?
Vergonha.

Durante os 90 penosos minutos, o que vimos aquele grupo de 14 Velhos no Restelo fazer é similar ao que se assiste quando as selecções sul-americanas se deslocam a LA PAZ para enfrentar a Bolivia.

Velocidade nem vê-la. Agilidade nem cheiro. Vontade zero. Fadiga de quem está lá dentro e náuseas de quem assistia à forma como o Porto se exibia.

A 1ª parte foi tenebrosa. Para além dos defeitos habituais do rame-rame ofensivo vimos um laxismo na pressão e uma vontade de aproveitar o quentinho do sol que abriu crateras na defesa para Sturgeon, Camara & Ca.

Já passava dos 25 minutos de jogo e o placard era elucidativo:

Belenenses – 2 OPORTUNIDADES CLARAS DE GOLO + 1 LANCE DE PERIGO
Porto – 562 PASSES

Já nem questiono a ignorância do contexto daquele jogo. Fiquei sem perceber se quem estava lá dentro sabia quais as regras do jogo. O Belenenses via aquele rectangulo verde e jogava Snooker. O Porto via aquele rectangulo verde e só pensava no Bilhar às 3 tabelas.

Oliver parecia ser o único que percebia que a bola tinha que ir para perto duma baliza e ao raiar da meia-hora de jogo isola Herrera dando um sinal ao Mundo que podia haver esperança.

Logo a seguir Sturgeon surge isolado na cara de Helton e ficou claro que o 0-0 era uma bençao divina e que até uma desvantagem de 1-0 já seria lisonjeira para o que se estava a passar em LA PAZ.

E do céu, ou da altitude, cai uma estrela. O velho Alex sobe de andarilho ao ataque e cruza para a estrela Jackson facturar. O Bicampeonato do Benfica estava com o carimbo de adiamento.

Estava-se a escrever certo por linhas tortas. É torto ganhar um jogo quando não se merece mas também me parecia certo que o COLO da 1ª volta sofresse mais uma semana.

A 2ª parte começa e Lopetegui desiste da equipa. Viu a injustiça de uma Equipa de Velhos estar a ganhar sem vontade de se mexer e percebeu que nada ia mudar.

Se no ínicio se pode questionar a competência de Lopetegui para fazer passar o seu discurso de conferência de imprensa para o comportamento dos seus jogadores no relvado, será mais fácil de entender a desistência após aqueles 45 minutos iniciais e o inicio da 2ª parte.

“Estes velhos não se mexem para a frente. Estes velhos não tapam atrás. Não vale a pena.”

Aí fez o que grande percentagem de treinadores faz. Procurar um restauro do sistema para um momento de sucesso para ver se o desastre anunciado é evitado.

O que fiz em Setúbal?

“Tirei um extremo e meti um médio. Não joguei cheta mas o Setúbal pouco fez. Dada a 1ª parte da Bolivia e a vontade geriatrica dos meus jogadores é capaz de ser bom negócio arranjar uma forma de matar o jogo.”

E assim foi. A segunda Parte do Restelo foi igualzinha à segunda parte do Bonfim. Bola cá e lá, abre a boca e estica os braços, está um calor do Diabo e quanto está em Guimarães?

A degradação comportamental de quem já não era inferior ao adversário mas não tinha nenhum interesse em ser superior. Como foi possível, Porto?

Não há aqui uma questão tactica a discutir, se devíamos ter mais ou menos avançados ou mais ou menos médios. A atitude foi sempre má, a descontração e a distracção foram sempre a nota dominante. O que interessa o 4-4-2 ou o 4-3-3 quando é este o padrão?

Na 2ª parte o Belenenses já não conseguiu ser perigoso mas foi suando a camisola e fazendo pela vida. Tal como o Setubal há 15 dias também conseguiu sacar uma oportunidadezinha de golo e voilá!

Indi procurava os óculos de sol, Maicon rodava a anca à velocidade de uma lesma cansada e Tiago Caeiro faz um golo JUSTISSIMO que castigava a degradação moral e comportamental daquela equipa velha de alma e sem vontade de ser feliz.

Nos poucos minutos que faltam novo curto-circuito entre quem nunca sabe se está a jogar Snooker ou Bilhar às 3 Tabelas. Não fossem 1 ou 2 bolas paradas que fizeram acumular os jogadores de rosa no ataque e teríamos revivido o momento constrangedor dos passa tempo enquanto passa bolas.

Quem joga contra equipas cujo passatempo é passar bolas nem precisa de queimar tempo.
Adrian inventou um cruzamento perfeito para Jackson. Minuto 92.

A sorte só protege os audazes. Os incapazes ficam orfãos. E bem!



ANÁLISES INDIVIDUAIS:

Helton – Nada a apontar na partida do Restelo. Helton esteve atento e competente mantendo a bitola com que nos habituou desde o regresso.
A Flash é inenarrável.

Danilo -  Este é daqueles que nos habitua a ver sem fôlego após corridas vertiginosas para cima e para baixo. Em La Paz foi mais um para quem correr era um despautério. Fez a ala direita com velocidade à Pirlo. Não se percebe.

Maicon – Ai que me dói as Cruzes. Rotação, agilidade e focalização são coisas de outro planeta. Jamais esquecerei o golo de Tiago Caeiro.

Indi –  Tentou ser sério mas jogou com a mesma sonolência competitiva dos companheiros conforme se pode comprovar no golo do empate.

Alex Sandro  - Tô Nem Aí! Tô Nem Aí! Não me chateie que eu agora não te quero ouvir!
Ao ver Alex Sandro a jogar lembrei-me da letra desta música brasileira. Ver este defesa-esquerdo de nível mundial a jogar com a mentalidade amadora e altiva de quem se acha sempre mais importante do que 90 minutos revolta-me.

Rúben Neves – Estou preocupado com Rúben. A 1ª volta foi melhor do que a 2ª volta.
Na 1ª senti sempre que havia valor acrescentado na utilização de Rúben Neves a titular ou a suplente. Na 2ª volta o “senti sempre” passou a “raramente senti”.
Rúben ganhou peso e massa muscular mas a qualidade de passe ficou curta para quem perdeu agilidade e capacidade de reacção.
Na verdade, hoje vejo o Rúben Neves a jogar a 6 como vejo o Quintero a jogar a 10.
Só é possível em momentos curtos de jogo e de início só em jogos com equipas declaradamente mais fracas. Estão muito bons com bola mas sem bola ocupam uma parcela de terreno reduzida. Casemiro chega a todo o lado e lavra tudo e todos. É como uma pegada de elefante. Neste momento o rasto de Rúben Neves é de formiga.

Herrera -  O que foi aquilo? Stevie Wonder deve ter baixado em Lopetegui para que o mexicano errante se tenha aguentado 90 minutos.
Está há mais de um mês de rastos fisicamente. Como tecnicamente não é grande espingarda o somatório dessas duas realidades diz tudo sobre a sua recente qualidade exibicional.

Oliver -  O puto reguila no Lar de Idosos. Não sabe jogar sem alegria de quem gosta de bola e se diverte a jogar. Deve ser dificil remar sozinho quando não há água debaixo do barco.

Brahimi – Ainda não tinha começado a partida e já Brahimi estava a esticar a camisola porque lhe apertava o pescoço. Mister! Posso tira-la? Praia a sério tem que ser em tronco nu!
Outra exibição horrivel cheia de piruetas e contra-piruetas. Se a maior parte da ala geriátrica que se apresentou no Restelo confundia Snooker com Bilhar aqui o argelino estava  numa de ginástica ritmica.
Um jogo pavoroso. Ao nível de Herrera e Rúben Neves. 

Quaresma -  Foi bem mais proactivo que Brahimi e isso é positivo para quem joga em La Paz.
A vontade de fazer não impediu displicências próprias de quem faz atrasos de cabeça desde o meio-campo. Há um mitico de Abel Xavier para Neno no Estádio Mario Duarte em Aveiro. Ainda bem que Camara não é Dino.
No resto da partida ficou a ideia que era o único capaz de pegar na bola e tentar arrancar com ela sem fazer o obrigatório passe de 1 metro.

Jackson – O lutador costumeiro que marcou um golo improvável e falhou outro obrigatório.
Não consigo ter moral para lhe fazer uma critica justa depois de tudo o que fez no campeonato.

Evandro – Tentou entrar no jogo mas o peso em La Paz é contagiante. O golo do Belenenses começa numa luta por ele perdida no meio-campo. Mesmo com esta marca negativa está bem à frente do  Herrera dos últimos meses.

Hernâni -  Trapalhão e com vontade de fazer a 100 Km/h tudo o que lhe aparece à frente mesmo que sejam curvas apertadas. 

Adrian – Aquele cruzamento fez-lhe merecer a utilização à frente de Aboubakar.


Ficha do Jogo 

Belenenses-FC Porto, 1-1
Primeira Liga, 33ª jornada
Domingo, 17 Maio 2015 - 18:00
Estádio: Restelo, Lisboa
Assistência: -

Árbitro: Rui Costa (Porto)
Assistentes: Miguel Aguilar e Tiago Costa
4º Árbitro: Jorge Tavares

BELENSES: Ventura, Nélson, João Afonso, Gonçalo Brandão, Filipe Ferreira, Pelé, Dias, Carlos Martins, Sturgeon, Camará, Fábio Nunes.
Suplentes: Matt Jones, Tiago Caeiro (72' Dias), Tiago Silva (80' Tiago Silva), Dálcio (57' Sturgeon), Bruno China, Diogo Ribeiro.
Treinador: Jorge Simão.

FC PORTO: Helton, Danilo, Maicon, Martins Indi, Alex Sandro, Rúben Neves, Herrera, Óliver Torres, Quaresma, Jackson Martínez, Brahimi.
Suplentes: Andrés Fernández, Quintero, Reyes, Evandro (62' Brahimi), Hernâni (68' Quaresma), Adrián López (86' Óliver Torres), Aboubakar.
Treinador: Julen Lopetegui.

Ao intervalo: 0-1.
Marcadores: Jackson Martínez (44'), Tiago Caeiro (85').
Disciplina: cartão amarelo a Jackson Martínez (42'), Camará (90+2'), Ventura (90+2').


Por: Walter Casagrande


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Bruxo!

#Joker #Benfica #FCPorto


Estava-se a ver
Desd’o princípio
Qu’ao menor indício…
Ia-mos perder!

Com tanto colo
Pr’a dado clube
Quase qu’o soube
Por protocolo!

Estava-se a ver
E sem ser bruxo
Que dar-se ao luxo
De não se vencer…

Quando se devia,
Com arreganho!
E sem empenho…
Nem com bruxaria!!

Sem identidade
Sem raça ou querer!
Querer vencer
Em “igualdade”…

É pr’a esquecer!
Que neste país
Existe a raíz
Do “mau perder”!

E pr’a vencer
Não se nos basta
Tomar da casta
O verbo d’encher!

Temos que ser
Muito melhores!
E qu’as suas “dores”
Se façam ver!!

Mas para isso
É preciso antídoto!
Como um etílico
Pr’o “anti-cristo”!

Não me quero bruxo
Nem sou de Fafe…
Nem me sobr’a arte
Dum Porto frouxo

Mas adivinho!
Que só lá vamos
Quando encontrarmos
De novo, o caminho!


Por: Joker

De A a B, vai de mal a pior!

O FCPorto B recebeu e perdeu, este Domingo, por expressivos 0-3 face ao Benfica B. 

 
A equipa portista apresentou um onze inicial cheio de novidades, já que se registaram várias ausências forçadas dos jogadores chamados para o Mundial de sub 20 (Gudino, Rafa, Francisco Ramos, Tomás e André Silva). Assim, no onze portista, marcaram presença 3 jogadores da equipa principal (Ricardo Nunes, Campana e Ricardo Pereira). Também no onze inicial foram novidades Mikel, médio que esteve parado 10 meses por lesão, e Rui Pedro, avançado dos juniores.

Quanto ao jogo, o que dizer? Mesmo sendo um clássico de equipas B, houve um tempo em que duelos frente ao Benfica significavam alguma coisa. Hoje pelos vistos é um jogo como qualquer outro, um jogo sem qualquer carga emocional suplementar, os jogadores por ali andaram... sofreram o primeiro golo e foi indiferente... mais um golo... tudo certo... mais um... não é o fim do mundo.

É complicado analisar um jogo assim, tanta foi a passividade, a falta de nervo da equipa portista.

Podíamos talvez focar-nos na falta de criatividade a meio campo, ou na falta de esclarecimento na frente, ou mesmo na falta de qualidade na defesa, mas qualquer argumento táctico ou técnico acaba por ser engolido de forma brutal pela ferida mais grave, a falta de identidade, a falta de percepção do que é o Futebol Clube do Porto e do que é um confronto com o maior rival.

Podíamos ainda focar certos jogadores pela positiva (poucos) ou pela negativa, mas não é disso que se trata. Um jogador não faz uma equipa e uma equipa não se faz de um conjunto de jogadores. Uma equipa faz-se de identidade, ideias e objectivos comuns.

Do jogo em si, pouco ou nada resta. Pelo menos o orgulho e o brio ficaram em casa e a análise individual é substituída por uma análise colectiva.


Análise colectiva:

O FCPorto foi uma equipa passiva, sem chama e sem orientação. Em vez de assentar numa forte dinâmica colectiva e num forte espírito de grupo, o jogo portista assenta em esforços individuais. Pior... uma derrota com o Benfica já nem dói. 



FICHA DE JOGO

FC PORTO B-BENFICA B, 0-3
Segunda Liga, 45.ª jornada
17 de Maio de 2015
Estádio de Pedroso, em Vila Nova de Gaia

Árbitro: Tiago Martins (Lisboa)
Árbitros assistentes: André Campos e Paulo Ramos
Quarto árbitro: Iancu Vasilica

FC PORTO B: Ricardo Nunes; Víctor García, Diego Carlos, Zé António e David Bruno (cap.); Mikel, Campaña e Leandro Silva; Frédéric, Rui Pedro e Ricardo Pereira
Substituições: Leandro Silva por Graça (intervalo), Frédéric por Anderson (intervalo) e Campaña por Pavlovski (75m)
Não utilizados: Kadu, Roniel, Pité e Rui Moreira
Treinador: Luís Castro

BENFICA B: Bruno Varela; Lystcov, Lindelöf e Marcos Valente; Nelson Semedo, Pawel Dawidowicz, Renato Sanches, João Teixeira (cap.) e Victor Andrade; João Carvalho e Diogo Gonçalves
Substituições: Victor Andrade por Hildeberto Pereira (45m), João Carvalho por Clésio Baúque (83m) e Diogo Gonçalves por Elbio Álvarez (88m)
Não utilizados: Miguel Santos, Ricardo Carvalho, Alexandre Alfaiate e Yuri Ribeiro
Treinador: Hélder Cristóvão

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Victor Andrade (35m) e Hildeberto Pereira (51m e 90m+2)
Disciplina: nada a assinalar


Por: Prodígio

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Manto sagrado

#Joker #Benfica #Jesus #FCPorto

Nasceu criança
E tornou-se Deus!
Entr’os hebreus
Maior a esperança…

Nasceu sem roupa
Nesse deserto
E viveu sem tecto
A vida toda…

E morreu cedo
Sem ter legado
Manto ou cajado
Em espólio quedo

A nada aspirava
A não ser Justiça
Vivendo à justa
Não queria nada…

E pode qualquer manto
Ser assim, sagrado?
Mesmo d’encarnado
E a estender-se tanto?

Pod’a vestimenta
Que lá os protege
Ser dum herege
Cheio d’água benta!?

Pode esse manto
Ter-se por sagrado
Já que está dotado
De remédio-santo?

Por ser milagreiro
Nas horas d’aperto
Tem-se o manto perto…
Junto ao batoteiro?

Pode ser sagrado
Esse manto antigo
Como se fosse castigo
Lembrar-lh’o passado?

Quem se despojou
Dessa vã vaidade
Por tod’a eternidade
Nunca um manto usou!!

Pois outro Jesus
Faz bem dele uso!
E por sagrado, é escuso
A morrer na cruz!

E mesmo assim
Tem-se por profeta!?
Mesmo se não acerta
Outra vez, no fim?…


Por: Joker

sábado, 9 de maio de 2015

ROLO SEMPRESSOR




A categórica vitória do Benfica em Barcelos desinsuflou o balão de motivação para o jogo de Setúbal.

Há uma diferença entre correr atrás de um sonho e a de cumprir com uma obrigação. Ainda assim, o Porto entrou no Estádio do Bonfim com vontade de fazer o que tem sido habitual. Ter bola, encostar o adversário, mandar no jogo.

Esse desiderato é conseguido com facilidade graças à forma como Brahimi e Quaresma se conseguiram desamarrar do papel de espectadores no ataque para ajudarem a construir mais por dentro e mais atrás.

Retornado à centralidade Oliver tratou de dar uma intensidade ao jogo ofensivo que um mediano Setúbal jamais poderia acompanhar.
E é assim que durante toda a primeira parte se pisou apenas metade do relvado, com a construção do Porto a mandar e o adversário encolhido a tentar resistir ao rolo de ataque do Porto.

O sentido unívoco do jogo permitiu ver um Porto diferente para melhor ao ter 3 médios-ofensivos (Herrera, Brahimi e Quaresma) e 2 laterais que meteram vacances para serem verdadeiros extremos. No centro tudo Oliver que era o farol da equipa funcionando como placa giratória onde nascia todo o ataque da equipa. 

Nessas alturas o Setúbal percebeu que o milagre dos pães é uma história difícil de aplicar e não conseguiu tapar todos os espaços ao ataque do Porto.

Numa dessas incursões de Ricardo o Porto mete mais gente na área e o falhanço de Jackson é correspondido pela finalização de Brahimi.

O 1-0 nasce cedo e o padrão do jogo não se altera. O Porto desacelera um pouco mas o ritmo é suficiente para que Helton passe umas boas férias assistindo de camarote a um bom exemplo de dominio total da partida.

Esse registo é acentuado sempre que Quaresma resolve juntar velocidade ao rolo compressor o que provava que bastava forçar um bocadinho mais para estrilhaçar o Setubal de vez.

O Porto não forçou muito mas o que jogou foi suficiente para estar a ganhar por 2 ou mais golos de diferença ao intervalo. O que o Porto jogou e o que o Setúbal assistiu permitem essa leitura.

Na 2ª parte o Porto deixou de empurrar, pressionar e enrolar o Setubal tipo tapete para perto da baliza de Raeder. O rolo compressor morre e é enterrado.

Foram 45 minutos em que o Porto levantou o pé, deixou de pressionar e resolveu enrolar o relógio à espera do apito final.

A superioridade da 1ª parte foi de tal forma vincada que a motivação para a 2ª foi apenas a de ver passar o tempo.

A análise da partida e as categóricas afirmações do treinador e jogadores do Setúbal fazem parecer que o que mudou foi a tactica e a atitude da sua equipa. Que foi o Setúbal que melhorou e que forçou o Porto a piorar.

Não foi. Mesmo com um Porto amorfo e a ver passar o tempo a verdade é que o jogo foi pastoso e sem grandes episódios que mostrassem o perigo dos vitorianos.

O empate ficou mais perto porque a postura do Porto na 2ª parte tornou o 2-0 muito mais longe. O entusiasmo das bancadas e do Setúbal nasce disso mesmo.

Lopetegui percebeu bem o estado de (des)ânimo da sua equipa e resolveu introduzir factores de equilibrio que tentassem ser um seguro de vida para quem joga com o relógio.

Ter mais bola, perdê-la menos e controlar a partida. Entra Evandro e sai Quaresma.

O jogo avança para perto dos 90 minutos e num lançamento lateral de Pedro Queirós JJ style fica claro quais os riscos que uma equipa que enrola o relógio corre.

Helton assume, o Setúbal empolga-se e avança no terreno e o Porto acaba por matar o jogo sem merecer numa das já habituais combinações Herrera e Jackson.

A jogar como nos primeiros 45 minutos o Porto teria grandes probabilidades de vencer 14 equipas deste campeonato.
A jogar como nos segundos 45 minutos o Porto teria grandes probabilidades de perder ou empatar com umas 14 equipas deste. Ainda bem que este Setúbal não faz parte dessas 14. 
 

Análises Individuais
Helton – Dentro dos postes mostrou segurança e resolveu os poucos problemas que o Setubal conseguiu colocar. A jogar com os pés fê-lo com qualidade e tranquilidade provando por A+B que merece a titularidade.
Ricardo – Excelente jogo. Se o adversário é macio e não o obriga a defender só vemos o lado bom do lateral direito. Dá profundidade, é agressivo e capaz de no um contra um para desmontar a defesa contrária.
Na 1ª parte nasce dos seus pés o golo de Brahimi e foi claramente um dos melhores da equipa.

Maicon – Um jogo tranquilo defensivamente e menos destrutivo na construção ofensiva.

Marcano – Uma lesão que acaba com a época duma excelente contratação do FCP. Para o ano cá estaremos contando com a eficiência, regularidade e qualidade deste achado por Lopetegui.

Alex Sandro – Estaria ao nivel de Ricardo se não tivesse uma paragem cerebral no final da 1ª parte que só não redundou no 1-1 porque o arbitro não viu.
Definitivamente falta-lhe consistência mental para que o nivel que tem possa explodir no Mundo. Sem consistência mental não há regularidade exibicional.
Sem regularidade exibicional fica-se sem saber o que é Alex. Se um dos melhores 3 defesas esquerdos do Mundo ou um dos melhores 30 defesas esquerdos do Mundo.

Casemiro Outra vez em grande. Fortissimo nos duelos individuais, sempre intenso, cada vez mais responsável e começando a revelar-se como o jogador mais importante na fase final da temporada porque está sempre presente, não se lesiona e joga sempre bem.

OliverMvp. O pequeno Xavizinho que pegou na batuta da equipa, jogou muito na 1ª parte, deu-se aos colegas e à bola, pressionou e impôs um ritmo demasiado forte para a um Setúbal fraco.
Uma pena ficarmos sem este jogador. Uma pena para este jogador voltar para uma equipa que, por modelo tactico, dificilmente conseguirá tirar o Xavizinho que há lá dentro.
O Porto não pode entrar em loucuras mas tem que ficar de tocaia. Nem Xavi nem Oliver são jogadores de perfil Simeone. Quando isso ficar evidente quem tem que estar na 1ª fila da grelha somos nós.

Herrera – Parece um Fórmula 1 depois de 40 voltas com os mesmos pneus. Foi fundamental na temporada pela intensidade, pressão e capacidade de defender e atacar de área a área mas está literalmente nas lonas.
É capaz de um ou outro arranque e de um ou outro pormenor como mostrou na assistência para Jackson, mas já não consegue estar dentro do jogo como fez até há mês e meio atrás.
Precisa de descanso.

Brahimi – Parece impossível mas eu vi o Brahimi a jogar ao primeiro toque. A acelerar em vez de travar o jogo da equipa. A perceber que a equipa ganhava mais com um dinâmico médio ofensivo do que com um estático extremo esquerdo.
A 1ª parte foi das melhores pós-CAN e capaz de me fazer pensar que é possível meter-lhe juízo na cabeça para dele tirar e potenciar todo aquele talento.

Quaresma – Bom jogo. Como Brahimi foi capaz de jogar mais por dentro dando asas para os laterais voarem com espaço para correr e relvado livre dado o arrastamento dos defesas setubalenses para zonas interiores.
Conseguiu também fazer o que começa a ser raro no Porto. Transportar individualmente a bola de forma veloz e vertical surpreendendo os adversários que estão sempre à espera de trocas de bola infinitas com limite máximo de 90 Km/h.

Jackson – Acusa um pouco o desgaste que também se vê em Herrera. Como Jackson tem uma importância desmesurada na construção e no jogo ofensivo da equipa o facto de perdermos outro médio e não termos o finalizador a 100% acaba por limitar a equipa.
Como é um avançado fabuloso, mesmo assim é indiscutivel e consegue ser decisivo como se percebe com o dominio e remate que mataram a partida.


Martins Indi – Este ano o Porto acertou na escolha de centrais. Este jovem revela a matreirice de um veterano de 35 anos. É menos agressivo no jogo aéreo do que Marcano mas consegue limitar os adversários colocando o corpo e posicionando-se de forma eficaz.
É de longe o melhor central com a bola nos pés e na qualidade de passe o que é fundamental para quem insiste em construir de trás.

Evandro – Entrou muito bem fazendo com o tempo corresse como a equipa queria. Por qualidades inatas e pela condição fisica que ainda tem está a merecer o lugar de Herrera para ganhar minutos e confiança para conseguir provar de forma inequivoca que tem lugar no plantel em 2015/16.

Hernâni – Muita vontade que acabou por lhe tirar discernimento em lances de contra-ataque que poderiam dar sossego ao Porto antes do minuto 90.


Ficha de jogo:
 
V. Setúbal-FC Porto, 0-2
Primeira Liga, 31ª jornada
Domingo, 3 Maio 2015 - 19:15
Estádio: Bonfim, Setúbal
Assistência: -


Árbitro: Marco Ferreira (Madeira).
Assistentes: Nelson Moniz e Sérgio Serrão.
4º Árbitro: Ricardo Baixinho.

SETÚBAL: Lukas Raeder, Frederico Venâncio, João Schmidt, Paulo Tavares, Pedro Queirós, Suk, François, Hélder Cabral, Dani, Advíncula, Zequinha.
Suplentes: Miguel Lázaro, Miguel Pedro (60' Hélder Cabral), Uli Dávila (72' Paulo Tavares), Kiko, Rambé (82' Pedro Queirós), Miguel Lourenço, Ney Santos.
Treinador: Bruno Ribeiro.

FC PORTO: Helton, Ricardo, Maicon, Marcano, Alex Sandro, Casemiro, Herrera, Óliver Torres, Quaresma, Brahimi, Jackson Martínez.
Suplentes: Andrés Fernández, Martins Indi (25' Marcano), Quintero, Evandro (66' Quaresma), Hernâni (80' Brahimi), Rúben Neves, Aboubakar.
Treinador: Julen Lopetegui.

Ao intervalo: 0-1.
Marcadores: Brahimi (15'), Jackson Martínez (90') .
Disciplina: cartão amarelo a Zequinha (35'), Dani (42'), Pedro Queirós (61'), Ricardo (74'), Casemiro (90+4m').


Por: Walter Casagrande
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