quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Taça da Liga: Rio Ave 0 - 1 FC Porto - A força de um plantel

O FC Porto iniciou hoje a sua campanha na Taça da Liga. Não é uma competição prioritária mas pode ser bastante benéfica. Além que, seja lá que competição for é para ganhar. Vencemos fora contra uma das equipas que podia ser incómoda e colocámo-nos em boa posição para seguir em frente.

Lopetegui fez o que se esperava. Mudou radicalmente o 11 mais usado. Vários titulares nem sequer foram convocados. Era a altura das segunda linhas (pelo menos até esta altura) se mostrarem.

Corríamos o risco de ser uma equipa desligada, sem fio de jogo. É um risco que Lopetegui parece querer assumir nesta competição. E bem, podemos ganhar outras primeiras opções...

Todavia, não foi issso que vimos. A equipa tinha o controlo do jogo, conseguia chegar com relativa facilidade a zonas de finalização e criava oportunidades. Bastantes oportunidades até que iam sendo desaproveitadas. Adrián deu o mote. Aos 5 minutos de jogo, em boa posição não deu sequência ao cruzamento. Pareceu que não contava que a bola lhe chegasse e "rematou" com a coxa. Pouco depois nova oportunidade. Desta vez respondeu bem mas o guarda-redes adversário defendeu bem.

Importa perceber como estava a funcionar este 11 inédito. Nem tudo era perfeito, Casemiro por exemplo estava demasiado errático. Os restantes compensaram com uma boa exibição e uma entrega natural de quem quer agarrar o lugar. 

Como sempre tínhamos 2 laterais que além de cumprirem defensivamente, se conseguiam integrar no ataque e dar a necessária profundidade. O meio campo conseguia sair a jogar sem problemas. A pressão do Rio Ave não se fez sentir como no jogo do campeonato. Depois porque Quintero recuava bastante para dar inicio às jogadas. 

O facto de Quintero baixar tanto traz vantagens mas igualmente desvantagens. Ganhamos qualidade na posse de bola no inicio. Já sofremos este ano por não a termos pelo que não é uma qualidade a desprezar. Mas nem tudo é bom nisso. Quando pensamos em Quintero, quando o vemos jogar sabemos onde ele pode fazer a diferença. Não é ali certamente, é no último passe, é na criação de oportunidades. 

Estando Evandro em campo talvez tivesse mais lógica. Evandro sabe fazê-lo. Lopetegui alterou pouco depois. Começou a ser o brasileiro a descer para iniciar jogo. 

Resultou. Mantivemos qualidade nesse aspecto e Quintero podia ser mais "mágico". 

Apenas o guarda-redes adversário impedia que essa superioridade fosse visivel no marcador. A tripla intervenção ainda na primeira parte é um excelente exemplo. Livre que Casemiro marcou directo. Grande defesa. A bola sobra para Aboubakar e nova grande defesa. Evandro e uma 3ª parada, esta menos espetacular.

O intervalo chegou e o nulo mantinha-se. Faltou sobretudo eficácia.

Entramos na segunda parte com a mesma equipa. O jogo era muito similar. Tentativa de jogar a toda a largura do terreno, muita posse de bola. Esperava-se que o golo fosse uma questão de tempo.

Ele surgiu aos 61 minutos. De forma algo fortuita até. Para quem antes criou tanto de bola corrida, o golo até surgiu num lance de bola parada. Com alguma sorte à mistura admita-se. Bastou Aboubakar colocar o pé numa bola dividida. Finalmente o golo! Logo a seguir Ricardo esteve perto de fazer o segundo mas mais uma vez a bola encontrou o guardião contrário...

1 - 0 no marcador e Lopetegui escolheu o caminho da segurança. Retira o desinspirado Quaresma e opta por colocar Campaña junto a Casemiro. Essa troca trouxe obviamente mudanças. Não só na disposição táctica mas também no estilo. 

Comecemos pelas primeiras. O triângulo do meio campo mudou. Campaña ao lado de Casemiro e Evandro mais avançado. Quintero, já muito desgastado foi para a ala. O estilo também mudou. Baixamos as linhas e também baixamos o ritmo. A ideia principal era ter segurança...

O Rio Ave também entou com alguns suplentes mas depois do golo meteu em campo todos os titulares, sobretudo nas alas. Ukra e Diego Lopes podiam criar mais perigo do que quem saiu. Tiveram uma boa oportunidade. Apenas uma. 

Lopetegui dava prioridade à segurança mas tentava não perder a magia. Quintero estava nas últimas. Sai um mago, tem de entrar outro pensou. Assim entra Brahimi a 15 minutos do fim...

A última substituição foi a entrada de Oliver. Aconteceu a 5 minutos do fim e apenas procurou reforçar o que aconteceu antes. Garantir segurança, desta vez com bola...

Nada mudou. Ganhamos. Mais que isso, ganhamos com uma boa exibição na maior parte do tempo e vimos que existe talento a ser aproveitado para lá das principais escolhas. 


Análises individuais:

Andrés Fernandez: Esteve seguro entre os postes. Boa defesa a cabeceamento durante a primeira parte. Fora da sua baliza ia estragando tudo com uma má saída. Valeu a dobra de Reyes.

Ricardo: Tenho de confessar que adoro este estilo de jogadores. Nunca joga mal qualquer que seja a posição. É sempre um exemplo de dedicação e entrega ao jogo. Hoje foi lateral. Somou intercepções e boas acções defensivas. Em velocidade ganhava sempre, por muito que o rápido Del Vale tentasse. Ainda conseguiu dar profundidade ao seu flanco e esteve perto de marcar. Só não foi uma exibição quase perfeita porque perdeu de cabeça no lance mais perigoso do adversário. Seja como lateral, seja como extremo merece mais jogos. 

Reyes: Uma agradavel exibição. Bem posicionado, valeu-se disso para dobrar uma saída em falso de Andrés. Bem com a bola nos pés igualmente. Teve uma noite tranquila e teve mérito nisso. 

Marcano: Não é um central exuberante. É sim um central eficaz. É o mais importante. Hoje nada passou. Desarmou limpo mas não deixava de ser agressivo em bolas disputadas. Excelente no posicionamento. 

José Angel: Até à entrada de Ukra destacou-se pelas incursões ao ataque e pelos cruzamentos bem medidos. Depois da entrada do português formado no nosso clube mostrou que também sabe defender. Uma boa alternativa.

Casemiro: O único habitual titular que jogou de início. Curiosamente o mais desinspirado. Perdeu-se a conta aos maus passes ou más opções. Mostrou a virilidade do costume, que é importante mas hoje claramente esteve abaixo do que pode fazer. 

Evandro: À primeira vista pouco se dá por ele. Se olharmos com atenção reparamos como é importante. Entregou-se ao jogo, foi importante na recuperação da bola. Quando a tínhamos raramente falhou. Fundamental no equilibrio da equipa e na ligação entre sectores. Terminou esgotado.

Quintero. Tem qualidades ímpares. Ultimamente tem juntado a isso uma disponibilidade e entrega ao jogo e a tudo que ele significa. Joga mais sem bola, luta para a conquistar, tenta perceber o sitio onde deve estar nessa fase. Hoje nem foi dos jogos em que a magia esteve presente em grandes quantidades (também pelo que lhe foi pedido) mas foi mais um jogo em que bateu à porta da titularidade.

Quaresma: Tentou, é um facto. Raramente conseguiu. Ainda tentou marcar depois de jogadas individuais, tentou servir os companheiros. Hoje não foi a sua noite. Não surpreendeu a sua saída. 

Adrian: A primeira parte foi do melhor que vimos do avançado espanhol com a nossa camisola, mesmo tendo falhado uma boa ocasião para marcar. O momento alto da sua exibição, curiosamente foi no segundo tempo. Após receber a bola, fintou 2 adversários e à entrada da área rematou ao poste. Merecia mais sorte. Fica apenas a melhoria do seu jogo. Ainda não é Adrian que já vimos mas pode ser que lá chegue.

Aboubakar: Um bicho. Forte fisicamente, brilhou com pormenores técnicos com um cruzamento de letra após a "finta do elástico". Não é uma táctica que o favoreça estar metido entre os centrais sem que ninguém o acompanhe mas os bons jogadores arranjam sempre forma de conseguir estar bem. Mais uma vez conseguiu marcar. Provavelmente seria titular em muitas equipas de topo. Aqui tem Jackson. Azar o dele, sorte a nossa...


Campaña: Entrou para estabilizar o jogo e conseguiu. Recuperou bolas e soube entregá-las. Pode vir a ser útil.

Brahimi: Teve apenas 15 minutos de jogo. Não esteve mal mas de cada vez que toca na bola esperamos algo de especial. 

Oliver: 5 minutos em campo sobre a direita. Não se ficou por aí, procura sempre jogo e em poucos minutos tentou estar por todo o lado. 

Por: Paulinho Santos








terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Que ano 2015 nos espera no FC Porto?


Com o ano 2014 a dar os últimos passos em termos desportivos, é hora de começarmos a pensar sobre o que nos reservará o próximo ano que está prestes a entrar em cena para o FCP, que até ao momento nos trouxe duas realidades bem diferentes, já que, se por um lado, em termos internacionais não nos podemos queixar, pois o primeiro objetivo até foi largamente superado com a passagem à próxima fase da Liga dos campeões em primeiro lugar do seu grupo, e com largas possibilidades de continuação na prova milionária face ao resultado do sorteio, já no panorama interno a situação afigura-se muito mais complicada após o desaire no Dragão com o nosso eterno rival de sempre, resultado que nos veio acarretar ainda maior apreensão e cuidado nos jogos que se seguem, para não voltarmos a derrapar ainda mais e tornar quase impossível uma recuperação face ao nosso opositor, e com o agravante de ainda termos de nos deslocar ao estádio da Luz, onde certamente teremos que fazer pelo menos um resultado igual ao que o nosso adversário fez no Dragão para assim equilibrarmos as contas, e assim ainda termos hipóteses de sermos novamente campeões como todos nós ansiamos e acreditamos que será possível.

Passados que foram os primeiros jogos da Liga, em que o nosso treinador, Lopetegui, demonstrou por razões que julgo poder entender, que ainda não estaria devidamente enquadrado com os desígnios e os pergaminhos da nação portista, que forçosamente tem necessidade imperiosa de vencer habitualmente, e com uma constância persistente para alimentar o apetite dos seus adeptos, ao enveredar por introduzir no grupo de trabalho constantes alterações na formação da equipa e do sistema de jogo, que como sabemos apesar de ter bastante qualidade ainda lhe falta um perfeito conhecimento e entrosamento devido à sua juventude e inexperiência de alta competição, fez com que em alguns jogos a teimosia do treinador em mudar demasiado a equipa tenha perdido alguns pontos que no início eram pouco previsíveis, e que nos fez cair na tabela classificativa, situação que neste momento acredito que está devidamente corrigida e consolidada, e de igual modo bem entendida pelo treinador a favor da equipa, tendo em conta uma sua afirmação que vai no sentido de expressar o que sente no momento dizendo que, “Trocámos jogadores que já eram uma realidade por outros que ainda são projetos e estamos a trabalhar para que tudo isto resulte o mais rapidamente possível”, revelou o basco em entrevista ao Canal Plus, pese embora o mau resultado com o SLB em casa, que eu ainda considero que foi um jogo atípico e que também não tivemos a sorte que por vezes nestes jogos é preciso para vencer e contrariar os obstáculos que se nos deparam.

Eu como sempre, continuo a acreditar incondicionalmente no meu glorioso clube, na sua irrepreensível e aprimorada organização, na competência da equipa técnica e essencialmente na força inabalável de se saber o significado correto de ser Dragão, sendo importante que este conceito já devidamente consubstanciado no seio da família portista seja bem entendido e levado a cabo por toda a nação azul e branca, pois sempre foi neste tipo de valores substantivos, que o FCP se fez erguer e amparar nos momentos mais difíceis da sua já longa história para atingir os seus fins, em termos de êxitos desportivos ao longo da sua vida centenária.

No entanto, por vezes, outros fatores exógenos ao normal desenvolvimento dos acontecimentos desportivos falam bem mais alto do que seria legítimo de esperar, e é nesta base de raciocínio que eu antevejo a maior dificuldade para se chegar a bom porto, ou seja, ao primeiro lugar da Liga, que como verdadeiros portistas assumidos de primeira instância, entendemos que temos o desejo de o reclamar por direito próprio, tendo em conta todo o nosso historial desportivo, porém, como já ouvimos da parte do nosso presidente, que ao seu modo peculiar e que eu já tinha algumas saudades de o relembrar, veio a terreiro afirmar ao seu melhor e para quem o quis ouvir, que o futebol em termos de regras não é como o bilhar, pois ao contrário desta modalidade existem não só árbitros de “Capelinhas”, digo eu, mas também os famosos árbitros auxiliares para cortarem ou deixarem passar os lances ao seu belo prazer, sendo por vezes estes agentes desportivos os principais obreiros dos êxitos ou das derrotas dos clubes. 

Por: Natachas.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Conto de Natal

#Benfica #Capela #Joker

 Foi o galo à capoeira
Para fazer de perú
Ser depenado ainda cru
E ser assado à lareira…

Mas o irreverente animal
Não se deixava apanhar
Para fazer de manjar
Na véspera de Natal…

E o cozinheiro da casa
Tudo tentou n’artimanha
Pois já se queimav’a lenha
E o galo bati’a asa!

Desesperado, tentava
Tod’a espécie d’esparrela
O cozinheiro Capela…
Mas já o galo voava!

Mas o seu adjunto
Na sua função de cozinha
Faz uma “pesca à linha”
E põe o galo defunto!

Põe-se-no às avessas
Ao malquisto galo
E marca-se-lhe o golo
Servindo-o às travessas!

E que belo repasto
Dá o galo por perú!
Qu’o Rei já vai nu…
Mas serve-se-lhe o fausto!

E o cozinheiro
De créditos firmados
De tão bons cozinhados…
Manda no galinheiro!

Lá queria um galo
Mandar na capoeira?
Enganar a águia Vitória
Até ao intervalo?

Pois não pode ser
Que no Reino dos animais
Não são todos iguais
E só um pode vencer!

Há os predadores
E os que fazem de caça…
O galo faz de carcaça
Pr’o fausto dos criadores!

Por isso o galo não voa
Senão corta-se-lh’a asa!
(E o Máxi na linha passa
Como sendo boa pessoa…)

E apanh’o galo incauto
Na crença desse fiscal
Que pr’a ceia de Natal
Já tem o Galo por lauto!

E tudo acaba bem
Nesta história de Natal
Pois que ninguém lev’a mal
Mais uma vitória aquém…

E depois desta quadra
Mais galos aí virão
Que linhas marcadas à mão
Servirão a outra jornada!

Mas chegados a Maio
Outro galo aí vai cantar!
E o Capela vai cozinhar
Não o galo…o papagaio!


Por: Joker

A todos, um Bom Natal!

#benfica #FC Porto #Joker
A todos, um Bom Natal!
Retribuo esses votos
Gritados como devotos
E recebidos como tal!…

Por isso o meu desejo
É qu’esses votos saúdem
Um novo ano, e mudem
A arbitragem do Tejo!

Pr’a qu’a Justiça floresça
Neste país, como no céu!
Não a vergonha, por breu…
E qu’a arbitragem s’esqueça!

E mesmo perdendo, por obra
Desse destino, da táctica!…
Que sej’a matemática
A determinar a prova!

Pois qu’eu acredito
E não com’o Fonseca!?
Que pr’o fim da seca
É só dar o litro!

E no jogo decisivo
Estarmos bem cientes
Dos nossos presentes
Do Natal antigo…

E nesse momento
Lembrarmos a sorte
De “vida ou morte”
Do jogo por dentro!

E se se evoluir
Nesse desiderato!
Este campeonato
Ainda há-de-vir!

Falta muito tempo
E a equipa cresce!
Qu’o outro decresce
Nessa bola ao centro!

Pois quando cantava
A vitória pirríca
Eis que vai embirra!
E o Braga, marcava…

Já que se queixou
Dessa arbitragem
Em Braga!? Coragem!?
Foi quando quinou!

E pensando qu’era
O momento certo!
Despertou o espectro
Da derrota certa!

Era uma vingança
Contr’a esse destino!?
E o velho cretino
Ao vintém se lança…

Pois que da Europa
Se julgava a salvo…
E o interno alvo
Soçobrou na Copa!

Agora o que resta
É o campeonato!
Esse grande prato
A servir de festa!

E s’esse não servir
Sobr’a outra taça…
Que justiça se faça
Qu’a quinta há-de vir!

E será um sucesso
Com’a Btv!
Que da época, se lê
Um número perplexo!?

Pois qu’este Natal
Já lhe deu a prenda:
Na Europa, a “lenda”
É o riso total!

E sendo Jesus
Mas não sendo Deus!
Sem dinheiros seus
Vai vender-se a Luz!?

Não a “catedral”
Qu’essa é da Somague!
C’o Enzo se pague
Como prenda de Natal!

E vá outro apóstolo
Fazer-lhe Valência…
Nessa transferência
Mudando de símbolo!

Pois que a Europa
Tem essa contingência…
E a moeda-referência
No Euro, se cobra!

E sem esse santo
Quase milagreiro!
O lugar cimeiro
Destape esse manto!

Sagrado, mas curto
Não cheg’a Maio…
Que crente, eu creio
Mais viv’o que morto!

Por isso é esperar
Por outro milagre!
O Kelvin, a trave…
Qu’o Natal vai chegar!


Por: Joker

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Expectativas e a realidade

#benfica #capela #FCPorto #HóqueiemPatins #BluePunisher


 No início da presente época futebolística tínhamos a impressão que o plantel colocado à disposição do novo treinador daria todas as garantias, e que finalmente haviam duas opções válidas e credíveis para cada posição em campo. Inclusivamente, ganhou corpo a ideia que em 2014/2015 o FC Porto tinha um plantel de luxo que permitia sonhar e encarar os objetivos propostos com otimismo.

Raramente na história do futebol sénior do Clube, foram satisfeitas praticamente todas as vontades e exigências de um treinador como Julen Lopetegui teve o privilégio de obter. Era para nós um dado adquirido que não seria por falta de qualidade do plantel que poderiam ficar comprometidos os objetivos pelos quais o Clube lutaria esta época.

O treinador sendo desconhecido e criando alguma curiosidade e até dúvidas era o elemento em toda a “equação futebolística” que mais interrogações levantava. A última época tinha sido uma completa desilusão e fracasso, falharam-se todos os objetivos, até o apuramento direto para a Liga dos Campeões. Não existia margem para um novo falhanço, muito menos com a mesma amplitude ou semelhante ao que aconteceu em 2013/2014.

A paciência dos adeptos tinha esgotado e a SAD do FC Porto sabia-o. Quando tomei conhecimento do nome de Julen Lopetegui e procurei saber mais do seu percurso enquanto treinador, receei tratar-se duma espécie de “Carlos Queiroz Espanhol”.

As expectativas para 2014/2015 eram as melhores dado o trabalho feito pela SAD, apesar da dúvida sobre o novo treinador, e a “delapidação inesperada” do plantel do clube do regime ainda reforçava mais as nossas esperanças e convicções. Existiam razões para estarmos otimistas e até para deixar-nos “levar nas asas dos sonhos”, assim o novo treinador soubesse transformar um plantel rico numa grande equipa.

Iniciou-se a competição oficial e assegurada a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões de forma competente e segura, calhou-nos em sorteio um grupo que foi rotulado como “fácil e ao nosso alcance”, onde tínhamos a obrigação de nos qualificar e talvez até de acabar em primeiro lugar.

Não concordando com parte do “rótulo” colocado ao grupo da Liga dos Campeões onde o FC Porto ficou inserido, pois a facilidade ou dificuldade de um grupo é vista com o decorrer da competição, era de fato um grupo à primeira vista ao nosso alcance, pelo que desta vez o sorteio nos tinha sido favorável.

Na fase de grupos desta competição o FC Porto cumpriu com distinção o que se esperava, tendo ficado muito próximo de igualar o seu recorde de pontos nesta competição, terminando-a sem derrotas e com um dos melhores ataques, o que é notável e de assinalar.

No plano interno com “as originalidades e vicissitudes” muito peculiares do nosso país, cada jogo realizado revestia-se de um duplo desafio. O FC Porto deveria ser capaz de superar as limitações próprias duma nova equipa em construção, com um novo treinador procurando conhecer a realidade competitiva do novo país para onde tinha vindo trabalhar.

Assim como, resistir e dar a melhor resposta às tentativas de desestabilização que eram mais do que esperadas, provenientes de arbitragens “habilidosas” e outras jogadas de bastidores provenientes de diversos quadrantes como por exemplo da comunicação social ou Liga de Clubes.

Infelizmente longe vão os tempos em que o Clube respondia aos ataques e tentativas de enfraquecimento do exterior com provas cabais de força, pujança, personalidade e garra. A nível interno a campanha até ao momento tem sido dececionante.

Existem várias explicações, a que mais interessa aos interesses instalados associados ao colo colo de Carnide é a de que as sucessivas experiências e rotatividade promovidas por Julen Lopetegui foram a causa da falta de estabilidade e regularidade do FC Porto e daí as perdas de pontos que sucederam, assim com a eliminação prematura da Taça de Portugal.

Não é por acaso que vemos e lemos com regularidade a defesa desta tese um pouco por todo o lado na comunicação social. É também uma estratégia para confundir a massa adepta do FC Porto e distraí-la da verdade e do que realmente está a suceder, criando também como efeito "secundário" uma crescente antipatia para com o novo treinador.

Se alguém sério e isento analisar o presente campeonato (nem vou incluir a Taça de Portugal nesta análise) e calcular os pontos ganhos ou perdidos com erros de arbitragens pelos três principais candidatos ao título, facilmente chegará à conclusão sobre quem tem sido o maior beneficiado.


Até o insuspeito e “nada Portista” Rui Santos da SIC há algum tempo atrás fez uma análise do género a que chamou algo do tipo “classificação real” e “classificação atual”, e concluiu que o FC Porto iria à frente sem os erros graves que têm marcado as arbitragens neste campeonato. Isto não deve ter caído nada bem ao regime. No entanto, não é uma surpresa para ninguém.

Hoje surgiram declarações do Presidente do FC Porto em que afirma ser mais fácil ganhar no bilhar porque não há árbitros assistentes. Saúdo uma reação por parte do dirigente máximo do FC Porto! Finalmente! Mas não será tarde de mais? Parece que o andor vai tão firme, formoso e seguro que só parará lá para Maio de 2015. Veremos o que isto dá, é insustentável que tudo continue como está, é demasiado escandaloso para não existirem consequências.

Apesar dos erros cometidos pelo estreante Julen Lopetegui no escalonamento dos onzes iniciais em alguns jogos, dos erros defensivos e falta de eficácia ofensiva da equipa do FC Porto em boa parte do campeonato disputado até ao momento, não é suficiente para explicar a desvantagem pontual de 6 pontos para o primeiro classificado.

A recente derrota no Estádio do Dragão ante ao colo colo de Carnide é um dos resultados mais mentirosos dos últimos tempos, para nossa grande infelicidade. O FC Porto produziu futebol mais do que suficiente para ganhar e até golear. A estrelinha da sorte sorriu aos visitantes, mas quem joga com 14 sempre tem maiores possibilidades de êxito.

Terei sido só eu a ver o Lima marcar o primeiro golo com a ajuda do braço esquerdo? A “poupança na amostragem de cartões” a jogadores do colo colo, como o Jardel, Maxi, o Samaris poupado a uma expulsão com um “simpático cartão amarelo”?

Para cúmulo dos cúmulos, comentadores afetos ao FC Porto (dizem eles!) armados em politicamente corretos (eu diria mansos idiotas úteis) vieram para a frente das câmaras de televisão admitir que tínhamos perdido bem aquele jogo, que o adversário tinha sido superior! 

É de bradar aos céus!

O que aconteceu ao espírito guerreiro que existia neste Clube, a começar nos dirigentes, que conseguiam propagá-lo pela “pirâmide organizacional” até chegar a aqueles que em campo vestem a nossa camisola? Será que tantos anos de sucessos amoleceram-nos, acomodaram-nos, adormeceram-nos de forma tão profunda que demoraremos anos a acordar?

Isto não é o FC Porto! É uma imitação de má qualidade! Porquê uma permanente tremedeira dos nossos atletas sejam defesas, avançados, médios, que sentem tanto medo de falhar, em vez de recear falhar, porque não viver com a excitação, com o sonho, com a magia de saber que podem triunfar, sorrir e ser felizes?

Não haverá falta de trabalho de acompanhamento psicológico aos atletas que vão chegando ao clube, de forma a conseguirem lidar com a responsabilidade e exigência de uma forma mais equilibrada e proveitosa para o Clube?

Infelizmente o hóquei em patins que era um dos baluartes do Clube caiu também em declínio, e demonstra constrangedores sinais de fraqueza nos momentos das grandes decisões nas provas em que está envolvido. Havia a esperança de que os erros do ano passado seriam corrigidos este ano e tudo seria diferente, começam a pairar nuvens cinzentas de dúvida quando a isso!

Se calhar estão a ser dadas demasiadas oportunidades a quem não sabe ou não é capaz de fazer melhor, refiro-me ao Tó Neves. De certeza que há outras opções válidas para assumir o comando técnico da equipa de hóquei. Com o Tó Neves cometemos a “proeza” de perder uma final europeia na nossa casa ante ao colo colo de Carnide, quando mais uma vez pecamos por falhas defensivas e falta de eficácia ofensiva. E isso parecendo que não é uma espécie de “fantasma” que persegue a nossa equipa de hóquei em patins.

Voltando ao futebol, Julen Lopetegui demonstra que acredita no seu trabalho e é corajoso, não monta estratégias ultra defensivas a apostar na “lotaria” ou seja, no erro do adversário, como alguns catedráticos da nossa praça que agora são muito elogiados. Curiosamente os elogios a este último vêm dos mesmos que no passado tinham três pedras na mão para atirar e desejavam o seu afastamento perante o estrondo de gigantescas derrotas. Enfim a hipocrisia do costume cá no burgo, nada de novo.

Esta atitude de Lopetegui poderá custar-lhe uma época de amarguras e deceções porque no plano interno com os campos inclinados que se têm visto, não basta ter os melhores jogadores e jogar melhor, há outros fatores a ter em conta. De forma habilidosa os homens do apito conseguem enervar e condicionar uma equipa, e se essa equipa é inexperiente e formada por jovens jogadores o cenário piora como é o caso do FC Porto.

Se Lopetegui jogasse à “Trapatoni” reuniria maiores possibilidades de sucesso por incrível que pareça neste futebol estranho que temos, não se expunha tanto ao risco, logo não estava tão vulnerável. Claro que não é isto que desejo, espero que o nosso treinador consiga estabilizar o futebol do nosso Clube, dar-lhe solidez, maturidade, competitividade, arte e beleza, de forma a dar gosto assistir aos jogos do FC Porto, chamando público aos estádios.
Não sejamos “líricos”, algo tem de mudar, temos de ser mais matreiros, pragmáticos, competentes nos jogos para conseguir os nossos objetivos, não só corrigindo erros defensivos mas também falta de eficácia ofensiva, o FC Porto tem de voltar a ser uma equipa que não falha no momento das grandes decisões.

É aqui que tem acontecido a diferença que nos tem penalizado tanto. Mesmo com os enormes e permanentes roubos que temos sido vítimas e os benefícios no sentido inverso ao colo colo de Carnide, fosse este FC Porto um Porto Vintage, nada nem ninguém nos impediria ou desviaria dos nossos objetivos.

Às vezes fico a observar os “pernas de pau” que compõem a defesa do colo colo de Carnide e fico intrigado ao pensar que nenhum deles é melhor que um atleta nosso em posição equivalente, mas nota-se a diferença quando estão em campo, exibem confiança (se é pela certeza do colo não sei!), não cometem os erros infantis que os nossos defesas cometem.
Os avançados deles também têm uma eficácia regra geral superior à nossa, admitindo que muitos dos golos sejam ilegais, não vemos dramas nas marcações de grandes penalidades e outras aselhices que temos tido do nosso lado.

Se calhar há falta de treino de situações de jogo específicas, o colo justificando muito, não pode servir de desculpa para justificar tudo.

Não basta insurgirmo-nos contra os benefícios dados aos outros se não conseguimos resolver os nossos próprios problemas e erros. O FC Porto tem sabido na “era Pinto da Costa” renascer das cinzas quando é necessário e fortalecer-se, ganhando embalagem para novas conquistas. É isso que desejo ver acontecer em 2015, o regresso do FC Porto com estofo de campeão, sem medo de ninguém, imparável, personalizado, forte e determinado.

Aproveito para desejar a toda a Família Portista um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, que traga o melhor para todos nós e muitas conquistas Azuis e Brancas.



FC Porto a vencer desde 1893!
A Chama do Dragão é Eterna!
FCP Sempre!






Por: BluePunisher

domingo, 21 de dezembro de 2014

RESSACA



Era um jogo dos mais dificeis de jogar.

A adrenalina,o entusiasmo e a motivação de Domingo passado transformaram-se em ressaca para o jogo seguinte.


Noite fria, pouca mobilização da nação portista, adversário fraco e 6 longos pontos.

O combustível de Domingo ajudava a equipa a voar mas contra o Setúbal adrenalina, entusiasmo e motivação eram zero.

Apenas o profissionalismo e a obrigação de vencer tentavam compensar a ressaca.
Perante este contexto a equipa entra bem no jogo. 
Como de costume é o samba brasileiro que faz a equipa voar.

Oliver e Campaña dão qualidade de passe e cultura posicional, Quaresma dá passe, Tello velocidade mas quem faz o Airbus levantar da pista são os laterais do Porto.
O domínio territorial só se traduz em superioridade no marcador quando Danilo mete a 6ª velocidade e obriga Herrera a sair da 4ª velocidade que era o padrão do jogo até então.
O passe sai, Danilo trai o pacto de "vamos jogar todos sem esgalhar porque pode aleijar" e Manu não gosta.
Manu não gosta da traição e o arbitro vê o toque.
Chega a hora de ver algo pouco comum nos últimos meses. Algum jogador do plantel principal do FCP marca bem um penálti. Golo.
O frágil Setubal ainda se está a tentar recompor do penálti de Quaresma, da traição de Danilo e da cumplicidade de Herrera e Tello solto na direita é obrigado a assistir a classe de Jackson.
2-0, jogo fechado e prova superada,
Demasiado cedo mas compreensivelmente para quem percebe o contexto do jogo com que comecei a crónica.

Era um dia frio. De ressaca. A obrigatoriedade de ganhar num dia em que o desânimo de Domingo ainda dói e a valia do adversário não permitia que se ousasse pensar que aquela era noite para falar de facturas por pagar.
Isto, porque o Mundo Porto sabe que há facturas por pagar mas não se esquece qual é o cliente que está em divida.

É esse que tem que pagar. Para chegar a esse dia é preciso que a equipa cumpra obrigações nestes dias mais sombrios e menos competitivos.
Dado o cariz da partida a 2ª parte é um longo e comprido bocejo. O Porto joga mal e o Setúbal é fraco demais para capitalizar essa deficiência.
Lopetegui tenta dar bola à equipa com Evandro para mudar o rumo dos acontecimentos. De seguida vai com a magia de Quintero.

A ressaca era demasiado pesada para ser movida por 1 ou 2 Homens.
Só ao minuto 87 quando Brahimi entra é que o jogo tem 2 flashes. Não se pense que foi pela substituição. Na realidade os flashes são uma consequência do acaso e do cansaço do adversário.
O 4-0 acaba por roubar o bocejo e dar um sorriso ao fiel público que mesmo em dias de ressaca não falha.
O Porto cumpriu num dia de ressaca e isso é a única coisa que interessa.
Um Porto de gala e uma magnifica exibição não nos tiraria da boca o sabor que temos.
Há facturas por pagar. Quando nos voltarmos a encontrar com o cliente certo temos que a liquidar.
Até lá.........é pedalar!!!
Análises Individuais:
Fabiano - Comentar a sua exibição é a mesma coisa que discorrer sobre a qualidade de um guarda-chuva no mês de Agosto.
Danilo - É um capitão sem braçadeira. O momento em que de repente passa pela cabeça de Danilo em iniciar um sprint maluco pela ala direita é o que define o cumprimento da obrigação em dia de ressaca.
Marca um golo num pénalti mal marcado.
Maicon - Voltamos ao mês de Agosto e ao guarda-chuva. O Setúbal foi demasiado fraco para concluir seja o que for de positivo ou negativo. Quando o defesa não falha perante um adversário que não consegue atacar......
Martins Indi - A regularidade habitual na fria noite de "Agosto". O amarelo era dispensável mas percebo que Martins Indi só saiba jogador de uma maneira.
Alex Sandro - Pelo 2.º jogo consecutivo são os laterais do Porto os que atacam melhor do que a ala. Tello, Brahimi e Quaresma causaram sempre menos problemas aos laterais adversários que Danilo e Alex.
O Porto tem 2 minas de ouro nas alas. 2 minas cuja exploração só está contratualizada até 2016. Risco desnecessário.
Campaña - Deixou uma boa impressão. É adulto no posicionamento e tem qualidade de passe curto, médio e longo. Pareceu saber ler o jogo.
Faltou que o adversário colocasse ao Porto problemas diferentes para que a intensidade e a capacidade na disputa de bola homem vs homem.
Oliver - É um motorzinho. Este menino tem que ser tratado à LA SALVIO.
Beber a sua qualidade com tranquilidade e paciência. Neste ano vamos usar e abusar dos seus recursos.
Para o ano esperar o momento certo na sua relação com o Atlético de Madrid para o resgatar de forma definitiva.
Se a Liga dos Campeões nos correr bem isso será complicado mas, nesse caso, essa má noticia será um optimo sinal.
Herrera - Está no momento do jogo quando o sprint de Danilo lhe abre uma avenida. O mexicano sente-se nas suas ste quintas quando ele e os companheiros colocam o jogo numa passe de corrida, pernas e velocidade.
Quando o chip muda para toque, bola e precisão ficamos com o homem errado na altura errada.
Cabe a Lopetegui gerir estes perfis de jogo com o que Herrera pode dar.
Tello - Cada jogo que passa confirma porque é que jogou no Barcelona. A velocidade que tem é mortal para qualquer adversário.
Cada jogo que passa confirma porque é que já não joga no Barcelona. As dificuldades que tem em definir os lances que a sua velocidade lhe garante levam a equipa ao desespero.
Quaresma - Uma boa 1ª parte na capacidade de fazer um jogo associativo, de passe. Foi mais um 4.º médio do que um extremo nessa altura do jogo.
Sempre que quis reviver aqueles 20 minutos do Domingo e ser o extremo que inferniza a vida ao lateral mostrou que contra o Benfica o que vimos foi mais excepção do que regra.
Jackson - A classe do ponta de lança que só empurra porque sabe sempre como se antecipar ao defesa.
Chegar primeiro a um lance de golo fácil é uma ciência ao alcance de poucos.
Jackson é um eleito.

Evandro - Entrou bem, com vontade de correr e jeito para passar. Como faltavam pares para essa música não teve força para mudar o perfil sonolento da partida.
Quintero - O jogo contra o Setúbal seria à partida dos poucos em que se poderia pensar em Quintero a 10 sem que o risco de desequilibrio defensivo pudesse pôr em causa essa ideia.
A sua entrada para onde gosta de jogar acabou por provar que com o colombiano em campo teria sido possível bocejar menos e sorrir mais.
Brahimi - Mereceu o castigo de entrar aos 87 minutos. O golo que marcou e o penalti que sofreu são um prémio para quem aceitou com palmas o castigo.


Ficha de Jogo:

FC Porto 4-0 Setúbal
Primeira Liga, 14ª jornada
Sexta-feira, 19 Dezembro 2014 - 20:30
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 20.207


Árbitro: Manuel Oliveira (Porto).
Assistentes: Alexandre Freitas e Tiago Costa.
Quarto Árbitro: Vasco Santos.

FC Porto: Fabiano, Danilo, Maicon, Martins Indi, Alex Sandro, Campaña, Herrera, Óliver Torres, Tello, Jackson Martínez, Quaresma.
Suplentes: Andrés Fernández, Brahimi (87' Quaresma), Quintero (74' Campaña), Reyes, Evandro (62' Tello), Adrián López, Aboubakar.
Treinador: Julen Lopetegui.

V. Setúbal: Ricardo Batista, Pedro Queirós, Frederico Venâncio, François, Hélder Cabral, Advincula, Ericson, Dani, Manú, Paulo Tavares, Diego Maurício.
Suplentes: Lukas Raeder, João Schmidt (83' Paulo Tavares), Marcos Vinicius, Lupeta (66' Diego Maurício), Ney Santos, Zequinha (46' Manú), André Horta.
Treinador: Domingos.

Ao intervalo: 2-0.
Marcadores: Quaresma (22'pen), Jackson Martínez (26'), Brahimi (88'), Danilo (90+3'pen).
Disciplina: Manú (21'), Campaña (74'), Ricardo Batista (90+1').

Por: Walter Casagrande


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

FC Porto 3 - 7 regime - Que mais a dizer?


 O que se pode dizer quando uma equipa oferece 3 golos ao adversário? O que se pode dizer quando permitimos que um adversário fique isolado por 3 vezes frente ao nosso guardião? O que se pode dizer quando uma equipa dispões de 6 lances de bola parada e falha todos? O que se pode dizer quando uma equipa remata por muitas dezenas de vezes mas só marca 3 golos? Quando tudo isso se conjuga só podemos acrescentar que tivemos muito demérito na forma como perdemos. E que é grave que tal aconteça...

Mas vamos ao jogo. Pavilhão cheio. 2000 adeptos portistas. Todos com vontade de ajudar a equipa, apoiá-la e vê-la ganhar frente ao nosso rival. As nossas claques presentes e sempre a cantar, uma grande "exibição". Sobretudo depois do resultado de Domingo no estádio do Dragão, era para ganhar. Afinal somos o Porto. 

Começamos com mais bola, a querer mandar no jogo. A equipa adversária estava a acumular faltas. O jogo estava renhido mas pendia para o nosso lado. Não havia golos. 

Estamos sensivelmente a meio da primeira parte e Tó Neves começa a rodar a equipa. É uma prática habitual e que faz sentido na maior parte dos jogos dar a todos os jogadores de campo metade de tempo de jogo. Contra adversários mais fortes fica a questão se mais 3 ou 4 minutos por cada parte para aqueles que estão bem em jogo fará muita diferença...

O primeiro a saltar do banco é Hélder Nunes. Bem, diga-se de passagem. É um jogador diferente, com classe, que defende bem e nunca treme... 

Pouco depois o primeiro banho de água gelada. Hélder Nunes é um interveniente por acaso. O Porto está a atacar, Hélder Nunes remata e a bola vai ao poste (foram várias as bolas aos postes). e fica na posse de um jogador dos coisinhos com via livre para seguir até à baliza de Nelson Filipe. Faz golo. Uma mistura de falta de sorte pelo destino do remate de Hélder com desatenção nossa a permitir que o jogador adversário se isolasse.

Tínhamos de reagir mas notava-se que estávamos ansiosos. Cometemos mais erros. Perdemos a bola a sair da nossa defesa uma vez. Conseguimos resolver. Falhamos a 2ª. Também não deu golo. Falhamos uma 3ª e aí o adversário aproveitou. 2 - 0. Muito mais demérito nosso que mérito adversário. A fazer lembrar domingo...

Não demoramos muito a responder a este golo. Eles marcaram ao minuto 20, nós reduzimos no vigésimo primeiro minuto. Vitor Hugo (também começou no banco), bem ao seu jeito à boca da baliza a desviar para golo. Nunca o público tinha perdido a esperança mas este golo fez-nos acreditar ainda mais. 

Todavia, novo erro defensivo e novo golo do adversário a alguns segundos do término do primeiro tempo.

Já estávamos perto do intervalo e a reviravolta tinha de ficar para a segunda parte.

Voltamos dos balneários e tínhamos de recuperar. Mas entramos feitos meninos... Em 5 minutos sofremos mais 2 golos. O resultado ficava em 1 - 5. Inacreditavel.

A nossa equipa teve o mérito de nunca baixar os braços. Tentou, tentou, tentou. Rematou muito. Mas ou rematava mal, ou tinha azar e a bola ia ao poste ou o guarda-redes adversário defendia (fez uma boa exibição). 

Erros passados voltavam a mostrar-se. Entre cartões azuis e faltas (10ª, 15ª e 20ª) dispusemos de 6 lances de bola parada, fosse penaltis ou livres directos. 6! Falhamos todos! Falhou Reinaldo, falhou Caio, Falhou Hélder Nunes, falhou Rafa. Todos, uns atrás dos outros foram desperdiçados. É uma lacuna já vista. Num jogo pode-se falhar situações destas. Até é admissivel que num dia mau se falhem todas as chances deste tipo. Quando é uma falha já muitas vezes vista não é apenas azar... Falta de qualidade dos marcadores também não é de certeza. Urge resolver rapidamente este defito ou ainda podemos vir a sofrer (mais ainda) com isto. Importa dizer que os coisinhos tiveram 4 oportunidades e marcaram duas vezes. Eficácia muito diferente e revelador da importância destes lances. Tivéssemos nós tido a mesma eficácia e seria um jogo bem diferente. 

Hélder Nunes num dos seus remates de longe reduziu para 2 - 5 a 15 minutos do fim. Ainda era possivel e o Dragãozinho acreditava. A 5 minutos do fim o 3 - 5...

Esforço infrutífero. Após o 3 - 5 mais 2 golos sofridos (já com Edo na baliza que esteve bem).

No final 3 - 7. Um soco que doeu. Detestamos perder. Não admitimos perder contra estes. Perdemos, no espaço de uma semana, em duas modalidades e ambas em nossa casa. Não pode e não vai acontecer mais... Nas duas situações deixamos o rival afastar-se...

O jogo terminou e assistimos ao melhor da noite. O público do Dragãozinho continuava a cantar. Não deixamos de acreditar no título e semana após semana mostraremos isso. Esta equipa recebeu um voto de confiança. Merecido. Que faça por o aproveitar...

O próximo jogo é já este domingo. Recebemos o Paço D'arcos às 15h30. Não é necessário dizer que a vitória é essencial...



FICHA DE JOGO 

FC PORTO FIDELIDADE-BENFICA, 3-7
Campeonato Nacional, 11.ª jornada
17 de Dezembro de 2014
Dragão Caixa, no Porto
Assistência: 1.974 espectadores

Árbitros: Paulo Rainha (Minho) e Luís Peixoto (Lisboa)

FC PORTO FIDELIDADE: Nélson Filipe (g.r.), Pedro Moreira, Ricardo Barreiros, Caio e Jorge Silva
Jogaram ainda: Hélder Nunes (1), Rafa, Vítor Hugo (1), Reinaldo Ventura (cap.) e Edo Bosch (g.r.)
Treinador: Tó Neves

BENFICA: Guillem Trabal (g.r.), Valter Neves (cap.) (1, p.b.), Esteban Abalos, João Rodrigues e Carlos López (1)
Jogaram ainda: Carlos Nicolia (4), Diogo Rafael (2) e Tiago Rafae
Treinador: Pedro Nunes

Ao intervalo: 1-3
Marcadores: Carlos Nicolia (15m, 25m, 28m e 50m), Diogo Rafael (20m e 48m), Vítor Hugo (21m), Carlos López (26m), Hélder Nunes (35m) e Valter Neves (p.b., 45m)
Disciplina: cartão azul a Jorge Silva (28m e 50m), Carlos Nicolia (34m) e Esteban Abalos (44m)


 Por: Paulinho Santos








terça-feira, 16 de dezembro de 2014

13ª Jorn: FC Porto 0 - 2 benfica - Muy, muy, muy tontos


A conferência de imprensa de Lopetegui no pós-derrota deu a entender que ele já percebeu o que implica treinar o Porto.

Depois da derrota com o Sporting ficou a ideia que estava a leste.


Depois de algumas brincadeiras adrianescas fiquei com a sensação que o projecto era o farol e que o jogo um pormenor.

Ontem senti-lhe no rosto e no peso das palavras a dor portista de uma derrota destas.

Espero que tenha aprendido com mais esta lição. Já começa a ser tempo.

Haverá, porventura, que escalpelizar o jogo de ontem e perceber porque perdemos mas a sensação com que ontem saímos do Dragão é a de que, apesar de raro, é possível perder jogos daqueles.

Lopetegui prepara o jogo melhor do que Jorge Jesus. Com aquele esquema táctico podemos ganhar 5,6 ou 7 jogos em 10.

Jorge Jesus vai pelo kamikaze. Joga como se não tivesse um defesa central trintão, óptimo no posicionamento mas curto na velocidade.

Joga como se não tivesse pela frente o jogador mais rápido da 1ª Liga e dá-lhe 40 metros nas costas.

À excepção de Maxi que ainda vai correndo, toda a defesa do Benfica era lenta em termos absolutos e mais lenta em termos relativos.

Lopetegui vai pela memória. O trio de meio-campo mais rodado. O trio de avançados com mais desequilíbrio estrutural. A defesa que dá mais segurança.

Os primeiros 15 minutos demonstram que um Benfica assim não pode disputar jogos com grau de exigência elevado. Como vimos na Champions.

Logo ao minuto 1 e na penúltima vez que Tello é servido fica claro para Lopetegui, para Jorge Jesus e para o mundo a diferença entre uma bicicleta e uma mota de 500 c.c.

Entre o minuto 1 e minuto 15 as cavalgadas sucedem-se. Oliver, Brahimi invadem a área do Benfica com velocidade. Bastava uma desmarcação, uma bola nas costas.

Ficou claro para o mundo todo qual era o mapa da mina.

Ficou claro para o mundo todo que o Porto tinha uma vantagem competitiva crucial num jogo em que o adversário apostava em defender alto. Éramos mais rápidos.

Parecia evidente qual iria ser o desfecho do jogo.

O adversário sugestionou-nos e nós aproveitávamos.

Se o jogo replicasse o engate o minuto 15 fazia antever o óbvio.

Como se acabássemos de estacionar o carro à porta de casa do alvo do engate à meia-noite e nos perguntassem:
Queres subir para beber qualquer coisa?

Era assim que estávamos no minuto 15. O adversário disponível, o caminho fácil e o sucesso à vista.

Bastava explorar as costas do Luisão, as pernas do Tello, a mudança de velocidade do Herrera.

Perante a evidência da superioridade e a eminência do sucesso o Porto respondeu:
E se ficasse para outro dia? Combinávamos um jantar ou um cinema e depois víamos!”

E a partir do minuto 15, o Porto engonhou.

Não subiu.




Vejam as 320 piruetas totalmente inconsequentes do Brahimi como o “depois víamos”.

O Porto não consegue fazer uma jogada veloz que apanhe o adversário desprevenido se o argelino entra no negócio.

Ele para, aconchega-se com o bafo do Maxi, vira para um lado, vira para o outro e engana-o.

De seguida volta a parar como se tivesse com uma capa nas mãos e um touro pela frente. Sofre uma falta, cai e o público protesta.

Entretanto Salvio já teve 10 segundos para vir à ajuda, Luisão já deu 3 passos atrás, 5 passos ao lado e teve tempo para apertar os cordões das chuteiras e Enzo e Samaris já trocaram 5 frases com Jorge Jesus para saber onde se posicionar.

Quando não era Alex Sandro que carregava o testemunho pela esquerda foi isto que tivemos desde o minuto 15.

Só atacamos pela esquerda e quem lá morava era um verdadeiro empata. Nem fazia nem saía de cima.

Quando a bola não estava nos pés do argelino - que não sabe o que é um Porto-Benfica nem o que deve ser um jogador à Porto - circulava pelo eixo central do Porto perante uma pressão encarnada que apenas queria condicionar.

Muita gente subida mas praticamente zero tentativas de roubo efectivo. Havia tempo para jogar longo para a direita ou até para o meio. Arrebentar de vez com um Benfica kamikaze e sem pernas para acompanhar as transições que o Porto quisesse fazer.

Não se tentou. O Porto jogou do minuto 15 em diante como se não tivesse existido o período até ao minuto 15.
Pegamos no carro e fizemos o percurso normal de todas as noites como se não tivéssemos acabado de recusar um convite para subir.

Não sei se isto é ser MUY MUY MUY SUPERIOR ou MUY MUY MUY TONTO.

Mesmo com toda esta delicadeza o Porto foi sempre melhor. Mesmo tentando jogar o jogo que o Benfica kamikaze gostava que jogássemos fomos mais fortes.

Ganhamos 75% dos duelos individuais, fomos agressivos na disputa de bola e mesmo deixando de chegar com a facilidade dos primeiros 15 minutos ficou sempre a sensação que só o Porto podia marcar.

Foi sempre assim até que o Benfica vê a sua chance num lançamento da linha lateral.

Sobe tudo! Quando o Benfica tem um lançamento de linha lateral agarra-se a esse momento para tentar fazer alguma coisa de um jogo que não lhes estava a dar a possibilidade de fazer nada.

A diferença de atitude perante a competição é gritante.

De um lado uma equipa que leva a outra ao tapete em 15 minutos e depois a deixa levantar, poupa André Almeida (se estivesse o Mats Magnussen a defesa esquerdo tinha feito uma grande exibição), ajuda Luisão a jogar de andarilho e poupa as costas de Julio César.

É para engatar mas com classe e como manda o figurino. No modelo treinado desde Julho.

Se subir na 1ª noite a vitória é filosoficamente menos valiosa.

Do outro, uma equipa que investe com tudo o que tem num lançamento de linha lateral porque têm a noção de como é difícil conquistá-lo.

Aqui não há estéticas de conquistas. Qual 1ª noite, qual quê.

Se o adversário estiver a dormir na forma e não se aperceber melhor ainda. Dá mais gozo tirar vantagem de passarinhos.

Ao minuto 38 o futebol foi justo. JUSTO. MUY MUY MUY JUSTO!

Justo, porque premiou quem está mais preocupado com o resultado do que com a forma.

Quem encontra a forma e não se aproveita dela é porque secundariza o resultado.

Quem não vê forma de e faz de cada migalha uma bênção que não se pode desperdiçar merece o sucesso.

A equipa com mais futebol até ao minuto 38 estava a perder. Perdia justamente.

A equipa com jogadores mais capazes e mais agressivos até ao minuto 38 estava a perder. Justamente.

A equipa que tinha sido melhor preparada tacticamente perdia. Justamente.

É verdade que o futebol é um dos poucos desportos em que quem é muito superior pode perder.

É também verdade que o futebol é o único desporto em que uma equipa que se mostre muito inferior pode ganhar com justiça.

Para isso basta que a equipa adversária seja MUY MUY MUY TONTA.

A 2ª parte tem menos história. O Benfica baixa o bloco e aproveitando-se da obrigatoriedade do Porto ter que arriscar consegue chegar 2 vezes à baliza de Fabiano. Numa delas Talisca tem o espaço para rematar e a intervenção infeliz de Fabiano dá o 2-0.

Lopetegui mexe. Herrera sai bem mas deixa ficar o Homem das 300 piruetas em campo. Se no relógio faltavam 35 minutos mantendo este Brahimi em campo acabávamos de nos roubar mais uns 6 ou 7 em que os 50.000 do Dragão se entreteriam a contar quantas vezes Brahimi rodaria a anca até que Maxi lhe desse um suave toque no tornozelo.

Em alternativa, esperar-se-ia que Quintero devolvesse a vida a Tello e fizesse despertar André Almeida de um sono lindo com o título:  “Com adversários destes qualquer um é defesa esquerdo.”

Apareceu Quaresma que agitou o jogo de tal forma que ficou sempre a sensação que bastaria um golo. O Porto deixou de gastar tanto tempo nas trocas de bola Indi, Marcano, Fabiano, Indi, Marcano, Indi, Marcano…… e deu menos palco à dupla Brahimi roda/ Maxi toca e foi o suficiente.
Suficiente para encostar novamente o Benfica às cordas e criar oportunidades de golo flagrantes que Jackson veio a desperdiçar.

Jogadores mais capazes, treinador menos kamikaze, melhor qualidade de jogo, maior agressividade na disputa pela bola.

Tivemos tudo o que é preciso para ganhar um jogo de futebol e perdemos.

A importância da filosofia perante a competição é tramada.

Nós rejeitamos convites para subir. Eles violam-nos quando estamos a dormir.

MUY MUY MUY TONTOS!




Análises Individuais:

Fabiano - Fez a pior exibição desde que ganhou a titularidade. A pior exibição no pior jogo para a fazer. 
No primeiro golo é um protagonista do espirito “deixa-me ver no que isto vai dar” que deu no golo do Lima.
No 2.º golo faz-se mal à bola e permite um ressalto num rematezinho do Talisca.
Com um Fabiano a um nível normal o 0-2 poderia ter sido um 2-0. Este pensamento é grave.
Grave, para ele.

Danilo – Outro réu no lance capital do jogo. A forma de defesa das bolas paradas que Lopetegui pratica transforma os jogadores mais em espectadores do que actores.
Quem controla o espaço ataca o espaço sempre que a bola ou o adversário o invade. É actor.
Quem controla o homem tem olho e meio no opositor e apenas meio na bola. O espirito do “eu controlo o meu e tu controla o teu” ajuda a que a bola tenha caminhado das mãos de Maxi até Lima sem que nenhum jogador do Porto se tenha metido no meio.
Todos controlaram bem o seu. A bola é que não era de ninguém.
Danilo não controla o seu e é responsável. No resto da partida foi o Danilo habitual. O único que serviu Tello, capaz de controlar Gaitan e actor principal nos laivos de revolta face ao marasmo das 300 triangulações Fabiano, Indi, Marcano e das 850 gingas de corpo de Brahimi.
Na meia hora final formou uma ala direita com Quaresma que tirou dos lençois André Almeida.

Alex Sandro – Bom jogo. Os laterais do Porto tinham como responsabilidade marcar os melhores jogadores do Benfica e conseguiram, em cima disso, carrilar o jogo pela ala.
Se tirarmos o minuto 1 da jogada Danilo e Alex fizeram mais pelo ataque do Porto do que Tello e Brahimi. Revelador.

Martins Indi – O melhor central do Porto foi feito para estes jogos e não nos enganou. Patrão, inteligente e capaz de ler o jogo. Fez com Marcano uma dupla segura que quando Casemiro não conseguia tratava de matar 90% das tentativas de ataque do Benfica.
Este trabalho acaba por ser traído no 2.º golo quando coloca Lima em jogo. No 1.º Bruno Martins Indi estava com o seu. Pena que lhe demos uma responsabilidade tão pequena (estar apenas com o seu) em lances tão decisivos.
Tem limitações a jogar com o pé direito mas como sabe reconhece-las não tenta fazer aquilo que não sabe.

Marcano – Limpou todas as bolas aéreas que pingavam no 1.º terço do terreno. Fez cortes in extremis que salvaram o Porto de momentos complicados. Meteu o pé e ganhou quase sempre. Se Fabiano não teve trabalho isso deve-se em grande parte à dupla de centrais que o protegeu sempre e que não merecia aquela traição.

Casemiro - Jackson tentou mas…..Brahimi só atrapalhou, Tello não esteve e Herrera foi errático. Os 4 da frente estiveram abaixo do que valiam mas o Porto fez um jogo melhor do que o Benfica. Foi mais perigoso e protegeu Fabiano.
Como se compatibilizam estas 2 realidades? Mandar, atacar mais e defender bem com os 4 jogadores mais ofensivos fora do jogo?
Explica-se muito por Casemiro. Quando depois dos 15 minutos o jogo fica a ser disputado apenas na zona do grande círculo e passa a ser mais de luta do que outra coisa.
Oliver esteve muito bem mas é um peso pluma. Casemiro foi o chefe. O jogador que mostrou os pitons, que atacou cada bola como se dela dependesse o resultado e o líder que o meio-campo do Porto precisava para dominar um jogo sem que os atacantes mostrassem serviço.
Durante todo o jogo quem carregou o peso do jogo em força bruta foi o trio de brasileiros. Oliver ajudava a equipa a respirar mas foi Casemiro que carregou a botija de oxigénio.
No lance do 2.º golo não está onde deveria porque foi fazer a obrigatória dobra ao lado esquerdo quando Salvio caminhava pela direita e Alex e Tello ficaram para trás.
Grande jogo! Se os 4 da frente tivessem jogado metade de Casemiro outro galo cantaria.

Oliver - Até à chegada de Quaresma foi a única luz da equipa. Ele queria subir depois de estacionar mas a equipa não o deixou.
Foi claramente prejudicado por jogar demasiado perto de Brahimi. Se tem completado o trio com Danilo e Tello desconfio que o Benfica ficava a jogar com 10 antes do intervalo.
Muito bom na pressão fez uma dupla com Casemiro que se mostrou mais capaz do que Samaris e Enzo na guerra pela bola e na capacidade de sair a jogar.
Pena que cada invenção, cada passe, cada ameaça de desmarcação tivessem sido terraplanadas pelo génio da lâmpada de Brahimi que quando tinha a bola dava 3 desejos a Maxi e companhia. Cada desejo parava o jogo 3 segundos.
Cada ataque do Porto deu 9 segundos ao Benfica para viver.
Oliver é fundamental no Porto seja qual for o estilo de jogo. Tem futebol, tem intensidade e tem inteligência. É preciso é dar-lhe par para dançar.

Herrera – Se o Porto jogar como nos primeiros 15 minutos Herrera encaixa que nem uma luva.
Se o Porto se entrega ou quer entregar em labirintos de passes curtos e tabelas perfumadas esqueçam o Mexicano. Nesse capítulo Herrera só se pode destacar na luta pela posse porque quando em posse a falta de tempo, espaço e metros para correr culminará no erro.
Depois dos 15 minutos Herrera construiu quase zero e defendeu pior que Talisca.
A cereja em cima do bolo da má exibição é a forma passiva como dobra Casemiro no lance do 2.º golo.

Brahimi – Uma vergonha.
Os 50000 do Dragão compraram bilhete para ver o Porto-Benfica.
Os 50000 do Dragão não compraram bilhete para ver o trapezista do Circo Chen.
A mais absoluta falta de noção do que é um Porto-Benfica e da importância que isso tem para nós.

Tello – Teria tudo para levar André Almeida e/ou Maxi à loucura. O jogo do Porto começaria a ser ganho por aqui.
Não foi porque nunca mais lhe deram bola. Só uma vez é que Danilo faz um mau passe ao qual Tello responde com uma má arrancada. Um mau passe e um mau arranque e quem ganhou a bola em velocidade foi….Tello.
Não lhe deram jogo e deram-lhe livres para marcar. Incrível. Foi dia de Circo Chen.
A responsabilidade de Tello era a de não se conformar com a ditadura circense em que se transformou o ataque do Porto. Tem que se dar ao jogo. Procurar o que não lhe dão.
Assim, Tello foi uma inexistência presente.

Jackson  – O menos responsável do trio da frente pela fraca exibição. O jogo estava a ser ganho lá atrás com o Chefe Casemiro e o fiel Oliver. Sucede. que tirando o lance em  que Julio Cesar segura o remate frontal nunca mais foi servido até à entrada de Quaresma.
Quando tal sucedeu Jackson mostrou o perigo que podia ter sido. Não faz um bom jogo mas ele é jogador de futebol e não um artista de circo.

Quaresma – Faz o que Tello não faz. Procurar o jogo e não se conformar se o jogo não o procura.
Faz o que Brahimi costuma fazer. Agarrar-se à bola. A vantagem é que Quaresma entrou com a noção que o seu objectivo era contribuir para a bola entrar na baliza e não o de apenas esconder a bola de André Almeida até ser derrubado em falta.
O melhor jogador do ataque do Porto e aquele que deu gasolina à equipa para acreditar que era sempre possível virar aquele resultado.

Quintero – A melhoria pela entrada de Quintero foi ténue. Chefe Casemiro e Oliver continuaram a aguentar as pontas mas o colombiano não foi capaz de mexer com o jogo ao nível de Quaresma. Procura demasiadas vezes a sociedade com Jackson.
Já toda a gente se apercebeu disso.

Aboubakar – Entrou no desespero. Ajudou a desestabilizar a defesa encarnada e a libertar Jackson no assalto final.
Ficou a ideia que entrou demasiado tarde.


Ficha de Jogo:

FC Porto 0-2 benfica
Primeira Liga, 13ª jornada
Domingo, 14 Dezembro 2014 - 20:00
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 48.109


Árbitro: Jorge Sousa (Porto).
Assistentes: Álvaro Mesquita e Nuno Manso.
4º Árbitro: Cosme Machado.


FC Porto: Fabiano, Danilo, Martins Indi, Marcano, Alex Sandro, Casemiro, Herrera, Óliver Torres, Tello, Jackson Martínez, Brahimi.
Suplentes: Andrés Fernández, Maicon, Quaresma (58' Tello), Quintero (58' Herrera), Reyes, Evandro, Aboubakar
(77' Alex Sandro).
Treinador: Julen Lopetegui.

Visitantes: Júlio César, Maxi Pereira, Luisão, Jardel, André Almeida, Salvio, Samaris, Enzo Pérez, Gaitán, Talisca, Lima.
Suplentes: Artur, Derley, Ola John (80' Talisca), Jonas, Pizzi (90+4' Salvio), Benito, César (76' Luisão).
Treinador: Jorge Jesus.

Ao intervalo: 0-1.
Marcadores: Lima (36' e 55').
Disciplina: André Almeida (2'), Danilo (12'), Enzo Pérez (38'), Gaitán (47'), Casemiro (54'), Samaris (87').


Por: Walter Casagrande


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