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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Massacre!?


Massacre!?

Dizem que foi um massacre
Ali aos pés d’Istambul,
E que tomaram a Mesquita Azul
Como se foss’o Acre!
E esse “cristão”
Trajado d’encarnado,
Se tivesse vingado
Sobr’as muralhas do Sultão!!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O ERRO MAIS IMPORTANTE DO ANO



Na temporada passada Lopetegui cometeu alguns erros. O principal foi ter subestimado o Sporting a a importância daquela eliminatória da Taça com um 4-4-2 com Adrian e Quintero no 11.

Pensei que um erro do género não seria possível de repetir com 18 meses de Porto. Já conhece a cidade, o clube, os adeptos e a exigência. Aqui não se brinca.

Na 2ª feira disse, em plena conferência de imprensa, que o jogo contra o Dinamo de Kiev era, até à data, o jogo mais importante da época.

A frase é forte e tinha razão de ser. O Porto estava a fazer uma boa Champions mas o sonho facilmente viraria pesadelo com um desaire.

Virou. O jogo desta 3ª feira é daqueles que permitem que daqui a uns tempos treinadores/jogadores/comentadores digam aquelas famosas frases em que atiram para as calendas do passado a responsabilidade de uma eliminação.

“Na realidade o Porto não foi eliminado hoje. Foi contra o Kiev que o apuramento se perdeu”.
Um dos problemas de Lopetegui são as consequências da sua reacção face ao inesperado. Muitas vezes ele é capaz de pensar e reagir bem mas ignora a capacidade que a sua equipa e jogadores têm para mudar a agulha ou tentar algo diferente. 

Neste caso é pior. A frase de 2ª feira revelava que ele sabia o que esperava. Tinha tempo para reagir e tinha tempo para preparar a equipa para a reacção.

Em jogos de dificuldade elevada era hábito o Porto jogar com 4 médios. Com isso conseguia controlar a partida e, por essa via, ser sólido defensivamente.

A única partida de Champions em que nos apresentamos com 3 médios foi a que jogamos em casa com o Maccabi. A 1ª parte dessa partida com Rúben, Imbula e André deveria ter sido vista e revista.
O meio-campo passador quando se joga com um jogador que acha que só está em jogo quando tem bola e outro que tenta estar em jogo sempre mas só o consegue fazer quando tem bola.
Só 1 médio a pressionar não chega.

Esse mesmo meio-campo a 3 tinha jogado contra o Benfica naquela 1ª parte em que Casillas nos deu vida.

Nos 2 jogos foi preciso dar Danilo à equipa para, pelo menos, ter 2 médios com força na pressão, capacidade na disputa de duelos individuais e recuperação de bola.
Contra o Braga também abdicamos do controle da partida que os 4 médios nos costumam dar sem que tal tenha sido recompensado com o talento desequilibrante do avançado que se soma.

Aqui na Tribuna Portista deixei claro qual o principal motivo da perda de pontos:
O FARDO FRANCÊS.
Ora, na 2ª feira Lopetegui diz que vem aí o jogo mais importante do ano.
Para o jogo mais importante do ano deixa de fora o até agora melhor jogador do ano.
Para o jogo mais importante do ano deixa de lado o até agora melhor modelo tactico do ano.
Para o jogo mais importante do ano dá à equipa o pior meio-campo do ano.
Com um Rúben Neves que é dos melhores da equipa quando o Porto controla o jogo mas é dos piores quando o Porto ainda não controla mas precisa de controlar.
Com um Imbula que é o Adrian de 2015/16 com a agravante que é mais dramático jogar com menos um numa zona nevralgica do terreno do que na frente de ataque.
Imbula e Rúben Neves são 2 jogadores que só mostram o seu melhor quando a equipa controla as partidas e lhes dá espaço para mostrarem o seu talento individual.
Lopetegui começa a perder a partida aqui.

Ao forçar o Fardo francês no jogo mais importante do ano.

Ao pensar que o Rúben de 18 anos chega para jogar por ele, pelo fardo e para suportar o meio-campo da selecção da Ucrânia.

Para além do erro colossal de Lopetegui podemos somar o azar. Azar porque Maxi jogou como se tivesse 40 anos e com o cu pesadissimo.

Azar porque Tello foi o da pior versão. Azar porque o Aboubakar foi o pior do ano.
Azar porque Brahimi não era o dos melhores dias. Azar porque Casillas frangou.
Podia somar estes azares e ilibar Lopetegui do erro colossal.
Estou mais tentado a pensar que o erro colossal provocou alguns desses azares. Provavelmente o cu de Maxi não ficaria mais leve, mas Tello, Brahimi e Aboubakar teriam mais e melhor jogo.
De certeza absoluta que Danilo, Layun, Indi e Marcano ficariam menos expostos.
Foi o pior jogo do ano.
Tirando os primeiros 15 minutos onde um Dinamo Kiev mais acabrunhado nos deixou esticar os braços, a partir daí mandou quem teve meio-campo.
Quem jogou com um 6 claro (Rybalka) ao contrário de um modelo hibrido desresponsabilizante (Danilo ou Rúben).

Quem meteu 2 médios centro verdadeiramente pressionantes (Sydorchuk e Gramash) à frente da saída de bola do Porto e que permitiu que Derlis e Yarmolenko recebessem a bola no último terço ao contrário de Brahimi e Tello que se quisessem ter bola tinham que vir ocupar o imenso buraco vazio atrás de Aboubakar.

Tello já se sabe que não quer. Brahimi já se percebeu que era melhor que não quisesse.
Foi mau demais. O que se tinha visto na 1ª parte do Porto – Maccabi foi replicado no Porto – Kiev. Para pior porque toda a equipa do Kiev é melhor. 

Para pior porque não havia um jogador na zona central que pressionasse a nivel Champions entre Aboubakar e Danilo Pereira.

O golo nasceu meio torto mas o resultado no final da 1ª parte era justo, muito justo, justissimo.
Ao intervalo pensei com os meus botões:
Pelo rendimento individual e estratégia colectiva eu faria umas 4 substituições.
Tiraria Rúben, Imbula, Tello e Aboubakar e incluiria André André, Evandro, Corona e Osvaldo.
Ainda pensei em Bueno por Brahimi mas tenho sempre medo de tirar o argelino (o jogo deu-me razão).

Se tivesse Maicon no banco também tiraria Maxi.
Lopetegui viu bem que Maxi estava a jogar mal mas ficou cego para o mundo de problemas que a equipa demonstrava.
Aquele Layun à direita e o Indi à esquerda seriam à partida melhores que o Maxi pesadão à direita e o Layun à esquerda.
Só que.....
Marcano e Indi a centrais são melhores que uma dupla Danilo e Marcano.
Danilo a trinco é melhor que Rúben Neves. Principalmente num contexto em que o jogo é repartido e o Porto precisa primeiro de mandar, para depois pensar em como mandar.
Imbula ficou lá. Imbula ficou lá. COMO FOI POSSIVEL?
Se há uma 1ª substituição obrigatória era André André por Imbula.

Assim, melhorou a capacidade de pressão alta, a capacidade de desequilíbrio com mais um médio com chegada, a capacidade de controlo defensivo da faixa mas manteve a inferioridade numérica numa zona nevrálgica, a inferioridade na capacidade de choque e piorou a estabilidade do eixo central defensivo.

A soma de todos estes efeitos até foi positiva logo de inicio. Na realidade, dar André André ao Porto de 2015/16 é tão bom que desconfio que qualquer jogador que saísse geraria um efeito positivo no rendimento da equipa.

Durou pouco mais de 10 minutos este efeito. A partir daqui voltaram os problemas que Lopetegui não resolveu no meio-campo.

A partir daí o problema dum 6 mais macio e de um central que não é central ficou à vista.
Brahimi no papel de 8 perde uma bola no meio-campo defensivo e entre Derlis e Casillas só havia o central Danilo. Sai uma frangalhada que castigou justamente o Porto de Lopetegui.
Imediatamente Lopetegui reage como um treinador que as bancadas apreciam. Com cojones.
Mete mais avançados e vamos a eles.
Esqueceu-se de um pequeno pormenor. A equipa não sabe jogar assim. A equipa não está preparada para jogar assim.
Jogou como está treinada para fazer com um fato que não cabia nesse estilo.
Um desastre autêntico. Os últimos 30 minutos foram vexantes tamanho o contraste do que se devia tentar fazer com o modo como se tentou fazer.
Um losango amputado dos vértices laterais com Rúben a 6 e André a 10 e os erráticos Tello e Corona na linha da dupla de pontas de lança.
Depois, defesa a 3 com Danilo a subir mas com o vazio entre Rúben e André a persistir.
Tudo o que Lopetegui tentou falhou. Tudo o que Lopetegui tentasse falharia.
Falharia porque esta equipa está bem treinada para o Plano A. A posse, o controle, a segurança defensiva que daí resulta e a capacidade de transformar a quantidade de futebol ofensivo (consequente e inconsequente) em golos que garantam a vitória equipa.
Não tem Plano B, nem C, nem D.
O Plano A é bom e já provou que resulta.
O Plano B é mau, o C é péssimo e o D é pior que péssimo porque a equipa só sabe jogar num plano em que está confortável.
A partir daqui há 2 leituras.
Lopetegui tem que treinar outros modelos!
Depende, digo eu.
Não há garantias que mudar de Plano nos faça virar jogos. O que temos visto (o ano passado e este ano) é que a mudança de plano no meio do jogo acaba sempre mal.
O meu conselho para Lopetegui é que faça aquelas substituições que irritam as bancadas sempre que o resultado não é do nosso agrado.
Uma como Aboubakar por Osvaldo como no Dragão contra o Benfica. Resistir a mudar de plano normalmente corre melhor do que revolucionar a equipa.
Está à vista de todos.
Jogar só com o Plano A.
Não subestimar a importância que os melhores jogadores da equipa têm para a rentabilidade do Plano B.
Acreditar no que faz bem, nunca nunca nunca subestimar um adversário, esquecer a rotatividade que nos tira fora de competições e ser teimoso como uma mula aos apelos das bancadas. Osvaldo por Aboubakar mais vezes. Plano A.
Pode ser inútil mas pelo menos não estraga.

 
Análises Individuais

Casillas – A verdade verdadinha é que tirando o jogo com o Benfica não há clara mais-valia na baliza do Porto. Na Champions já deu o frango à Helton e fica atrás de Fabiano que nos levou aos quartos.
Na 1ª parte ainda evitou o pior mas aquela mãozinha morta, mãozinha morta veio bater a porta da Champions na nossa cara.

Maxi – Se não me tivessem dito pensaria que o uruguaio teria chegado na 2ª feira à noite da selecção. Começou o jogo como se estivessemos no prolongamento. Ainda estávamos na 1ª parte e pôs-se a ajeitar as meias e as caneleiras na linha de fundo ofensiva como se o jogo esperasse por ele.
Pareceu faltar muita energia e não fosse o exemplar profissionalismo de Maxi já revelado há 8 anos diria que a atitude seria de questionar.

Layun – A este não faltou energia mas capacidade defensiva. Teve o azar de apanhar pela frente o melhor extremo do Kiev em cada parte. Na 1ª Yarmolenko que beneficiava da superioridade que os ucranianos tinham na ala (Brahimi não ajuda) e no meio (a defender Imbula e Rúben não faziam 1 jogador). Na 2ª parte Derlis que aproveitou bem o desgaste fisico e o buraco no meio-campo que Lopetegui não tapou.

Indi – Os centrais estão mal habituados. Quando a equipa controla o jogo têm que intervir umas 4/5 vezes e algumas com bolas semi-mortas. Isto vale para Angrense mas também pode valer para Basileia, Bilbao, Chelsea e Bayern.
Se a equipa está estruturada os defesas centrais estão protegidos.
Quando isso não acontece são obrigados a intervir umas 15/20 vezes e em lances de 1 para 1 ou 2 para 2.
Com um meio-campo assim Junior Moraes parecia o Schevchenko. Indi foi à luta e quando perdeu fez falta. Na esquerda cumpriu não deixando Yarmolenko brilhar na 2ª parte.

Marcano – Outro mal habituado. Teve que fazer o que Brahimi não faz com Layun e foi obrigado a ajudar Danilo nos buracos que o meio-campo suicida de Lopetegui abriu.
Lutou como de costume mas foi exposto como nunca. No jogo em que perdemos 0-2 os 3 melhores jogadores em campo foram os centrais e o AVP de sempre.

Danilo Pereira – Nesta altura da temporada era suposto que Lopetegui tivesse a afirmar Danilo como o 6 da equipa. Em vez de isso continua num carrossel de médios e de modelos que adiam a rotina que todo o meio-campo precisa. É só pensar na 2ª volta do ano passado para perceber que quando se estabiliza um meio-campo e um modelo a equipa só tem a ganhar.
A médio-defensivo fez o que pode perante o buraco. A defesa-central fez o que pode perante o buraco. Não foi o suficiente para impedir Derlis de rematar frouxo em direcção à mão morta de Casillas.

Rúben Neves – Imprescindivel se o Porto mandar no jogo. Se o Porto tiver 65% ou mais de posse de bole.
Vê melhor que os outros, quais os melhores caminhos para a bola e tem uma capacidade única de a lá colocar com o passe. Pode falhar, mas é muito bom nesse domínio.
Como Ryan Giggs no Manchester (quando jogava no meio) ou Andrea Pirlo na Juventus tem a inteligência toda do mundo mas não tem a capacidade e a potência fisica para dar resposta defensiva cabal quando está no centro do furacão.
Pirlo e Giggs já não tinham e Rúben ainda não tem. Essa é a nossa vantagem. Ele ainda vai ter.
Rúben foi dos mais esclarecidos na distribuição mas não consegue roubar bolas, não consegue encostar e roubar, não mete medo, não ganha duelos.
Tenta mas não dá. Com 3 médios e ele no centro do furacão fica curto. Com Danilo e o Fardo Francês fica cabeça, pescoço, pés e joelhos destapados tão curto é o tapete.

Imbula – Se Rúben percebe, tenta, mas não consegue o francês que virou fardo não percebe, não tem noção que precisa de tentar e por isso não consegue.
Para Imbula pressionar o portador adversário é correr em direcção a ele e parar, especado, a 20 centimetros de distância. Não tenta roubar nem sequer disputar a bola.
Imbula só disputa a bola quando ela fica dividida na sequência de uma jogada que ele próprio inicia. Só nessa circunstância – em que o francês perspectiva o final de uma das suas iniciativas individuais – é que ele mete o corpo, o pé e vai à luta para reconquistar o que ele próprio tinha perdido.
Só quando ele está em causa é que Imbula percebe, tenta e consegue.
Para Imbula o desafio são lances individuais. Uma boa exibição é saber se o que faz quando tem a bola é bem sucedido. Joga como se fosse um Fórmula 1 numa sessão de qualificação em que uma melhor volta apaga 5 despistes.
O estado aéreo é tal que a única vez em que mete o pé a defender é na nossa grande área e num lance que não tinha perigo absolutamente nenhum.
Exibição miserável. Tinha que ter saído ao intervalo. Era obrigatório.

Tello – Já todos sabemos o que Tello (não) vale. Perante blocos baixos não rende.
Quando a equipa não está em dia sim não rende.
Quando a equipa não o procura não rende.
Quando...... não rende.
Um perfil de jogador que exige que o céu esteja estrelado, os planetas alinhados e tudo na mais infima perfeição não pode ganhar o que Tello ganha.
Na 1ª parte foi incapaz de desequilibrar e na 2ª parte incapaz de finalizar quando Brahimi lhe deu um bombom.
Tello começa a mostrar que não é jogador de equipa grande. Do outro lado estava outro hablante de espanhol que mostra que a rapidez é importante mas não é tudo.

Brahimi – É o mais desequilibrante dos extremos do Porto. É guloso, por vezes chato mas é o que temos. Cabe ao Porto tirar melhor partido do que tem e acautelar-se com os defeitos que Brahimi tem.
Um bom meio-campo que o obrigue a ser avançado seria um bom começo.
Um mau meio-campo ou um meio-campo inexistente faz com que Brahimi caia na tentação de ser construtor. Deu no que deu. Assistência para Derlis e 2-0.
Quando saiu a equipa morreu ofensivamente. Perante o que estávamos a ver em toda a equipa castigar o erro de Brahimi foi um péssimo negócio para Lopetegui.

Aboubakar – Foi inexistente. Não jogou mal porque não teve jogo. Não tocou na bola porque não foi capaz de se dar tanto ao jogo como seu viu no ínicio da época.
Está em baixo de forma e o estado da equipa só o afunda mais.


André André – Estava a 100%. Que puta de brincadeira foi essa Lopetegui?
Um jogador que tem sido sistematicamente o melhor em campo é colocado no banco.
Um jogador que não tem conseguido integrar-se na equipa e com exibições cinzentas vai para o 11.
No jogo mais importante do ano? É para rir?
André André foi o Always Valuable Player do Costume. Jogou como de costume e mexeu na equipa ofensivamente como de costume sem deixar de meter o pé a defender.
Que puta de brincadeira foi esta Lopetegui?

Corona – É desculpado por ter entrado na pior fase na equipa mas conseguiu ser mais errático do que Tello. Cada tiro cada melro.

Osvaldo - Entrou na fase em que Lopetegui destruiu a mecânica da equipa sem que a equipa jogasse em consonância. 2 avançados espadaúdos e 0 jogo directo.
Foi uma inutilidade com responsabilidade de Lopetegui.

 
Ficha de Jogo
 
FC Porto 0 - 2 D. Kiev
UEFA Champions League, Grupo G, 5.ª jornada
ter, 24 Novembro 2015 • 19:45
Estádio: Dragão, Porto

Árbitro: Carlos Velasco Carballo (Espanha)
Assistentes: Roberto Alonso e Juan Yuste; Jesús Gil Manzano e Carlos Del Cerro (Espanha)
Quarto Árbitro: Angel Nevado Rodriguez (Espanha)

FC PORTO: Casillas, Maxi Pereira, Martins Indi, Marcano, Layún, Danilo Pereira, Rúben Neves (c), Imbula, Tello, Aboubakar, Brahimi.
Suplentes: Helton, Herrera, Evandro, André André (46' Maxi Pereira), Corona (67' Imbula), Bueno, Dani Osvaldo (67' Brahimi).
Treinador: Julen Lopetegui.

DÍNAMO KIEV: Shovkovskiy (c), Danilo Silva, Khacheridi, Dragovic, Antunes, Sydorchuk, Rybalka, Garmash, Yarmolenko, Júnior Moraes, Derlis González.
Suplentes: Rybka, Miguel Veloso, Petrovic, Gusev, Buyalskiy (84' Sydorchuk), Belhanda (78' Derlis González), Teodorczyk (86' Júnior Moraes).
Treinador: Serhiy Rebrov.

Ao intervalo: 0-1.
Marcadores: Yarmolenko (35’ pen), Derlis González (64’).
Disciplina: cartão amarelo a Danilo Silva (36'), Garmash (38'), Sydorchuk (68').

 



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

“Erro humano”


Entre mouros e judeus
Há uma forte afinidade,
Que com tod’a cristandade
Só agraciam a um Deus!

E nessa correlação
Há origens linguísticas,
Nessas tribos semitas,
Numa diferença: a religião!

As desavenças de “primos”
Trocaram-lh’os trilhos,
Em redobrados sarilhos
Que não são ínfimos…

Pois mostr’a História
Que dessa origem
Rest’a vertigem
Nessa memória…

Pois tendo visto
Na Tv pública
Toda uma rúbrica
Que não lembr’ao Cristo!?

Ao confundir
Judeus com “mouros”!?
E com tais louros
Fazer-nos rir?

Pr’a motivar
O nosso Porto,
Veio do mar morto
Não o “Beitar”!?

Nem o “Maccabi”
De Jerusalém!!
Mas a equipa-mãe
Deste mundo “árabe”!!

Dos Emirados
Que de tão unidos,
São bem difundidos
Em tais duplicados!

Há pois que mostrar
Esse patrocínio,
Nesse toponímio
Do “bem viajar”!

Mas não pr’o Dubai,
Pr’a Jerusalém!?
E não há ninguém
Que c’o isto, cai?

Criatividade,
Nesta RTP?
E quem é que a vê
P’la publicidade?

Vem de longe a arte
Pr’a subsidiar…
E demais, comprar!!
Pr’o “mouro” estandarte!

Em dinheiro-vivo
Ou na promoção,
Lá só vê o “Islão”
De tão “criativo”…

Pois qu’ao judeu
No retrato “mouro”,
Traz-lhes mau agouro
Esse traço “ateu”!

E par’os do norte
Sobr’a motivação!?
São contr’o “Islão”:
O adversário forte!!

Por isso é jogar
Com’a RTP!!
Pois lá quem a vê
Por tão bem “criar”?

Não, não é engano
A pequena rábula!!
Qu’a verdade salva
Em tal “erro humano”…


Por: Joker

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

ORGULHO E PRECONCEITO




Começo pelo orgulho.

É muito importante para um adepto sentir que o Porto é temido na Europa. Não é um título, mas para alguns pode ser mais importante do que uma Supertaça ou uma Taça da Liga.
Hoje em dia, quando se lê num jornal espanhol, alemão ou inglês que a equipa X, Y, Z vai jogar ao Dragão há sempre uma ideia que lhes espera problemas.
Basta pensar o que se viveu naqueles 6 dias entre o Dragão e o Allianz Arena ou comparar a calmaria e tranquilidade de José Mourinho em Alvalade no ano passado com um Super Patricio a evitar a goleada e o ambiente de tensão que se viveu durante a totalidade dos 90 minutos da passada terça-feira.
Quando subimos as escadas do Dragão de acesso às bancadas pensamos sempre que é possível e que ninguém passa fácil aqui.
Não é fácil para uma equipa portuguesa adquirir esse estatuto.
Quando ontem disputávamos o jogo palmo a palmo com o Chelsea pensei nisto. Podíamos ter perdido porque o Chelsea jogou o suficiente para ter hipóteses de ganhar mas estamos lá. Discutimos, somos competitivos, encostamos e somos encostados mas sente-se sempre que no Dragão é duro passar.
Voltei a sentir isso. Tenho orgulho nisso.


Despachado o orgulho, vamos ao preconceito.

Começo pela constatação: Da grande vitória ao colosso Bayern à queda do Chelsea passaram menos de 6 meses.
Continuo com a pergunta: Dos que a conseguiram então, quantos repetiram ontem?
Maicon, Indi, Brahimi e Lopetegui.
3 jogadores e 1 treinador. Só estes ouviram o hino da Champions com a câmara a passar-lhes pela cara.
É toda uma equipa esventrada de alto abaixo. Foi uma outra equipa que teve que voltar a lutar com uma equipa que lhe é inequivocamente superior e de mostrar que aqui, no Dragão, é sempre duro. 
Quem, com 2 equipas diferentes mas com o mesmo Porto, os mesmos adeptos e o mesmo Dragão conseguiu erguer um 11 competitivo para discutir um jogo como este foi Lopetegui.
Ele também era o mesmo. Ele também sabe, ou alguém lhe ensinou, ou aprendeu connosco que isto é importante para nós.
É aqui que entra o preconceito. Leio, vejo e ouço que está tremido, pressionado e na corda bamba.
Penso noutros treinadores com contratos milionários, noutras épocas de Champions, noutros falhanços de apuramentos, noutras perdas de estatuto, de orgulho, noutras tacticas configuradas para nota artistica, para o volume ofensivo.

Lopetegui não tem estatuto.

Lopetegui não pode perder 3-1 em casa com o Dinamo de Kiev, sentar-se na cadeira de sonho de outros e dizer:A grande aposta é no campeonato.”

Não pode, porque não seria perdoado se confessasse que aquele jogo perdido há minutos com 40 mil nas bancadas não era uma prioridade.

Não pode quer tenha 5 pontos de atraso, quer tenha 5 pontos de avanço.

Relembro, que Vitor Pereira foi contestado porque fazia fraca figura na Europa.

Há um claro preconceito que muitos portistas têm com o seu treinador ao qual se somou a ideia vendida, sussurada e até gozada que Lopetegui é um peso que a fabulosa equipa e o fabuloso plantel tem que carregar.

Hoje, é um dado adquirido para a opinião pública e publicada que se em Maio as coisas correrem bem dir-se-á “Apesar de Lopetegui”.

Lopetegui não é um grande treinador. Não é, mas pode ser. Não é, mas pode conquistar esse estatuto aqui e connosco. Crescer aqui e connosco. Ganhar títulos para nós e fazer curriculum graças a nós.

Há 2 tipos de bons treinadores:

1-     Os que fazem voar as equipas. Os que pegam num Paulo Ferreira e os vendem por 20 e tal milhões, os que colocam Ricardos Fernandes a jogar olhos nos olhos com Scholes e afins e que permitem que a soma do colectivo valha mais do dobro da soma das individualidades.
Lopetegui não é desses. Pode vir a ser mas ainda não é.
Jorge Jesus é metade disso. É capaz de fazer individualidades mas incapaz de criar um colectivo suficientemente forte para se bater com grandes equipas em provas como a Champions.

2-    Os que impedem que a sua equipa se despenhe. Sabem que a casa tem buracos, preocupam-se a estudar ao pormenor as fragilidades, pensam como atacariam os pontos fracos se estivessem do outro lado e metem mãos à obra.
Toca a tentar esconder o que temos de mau porque estão a chegar visitas.
Os treinadores faz-tudo. Consertam a rede electrica, tapam buracos, pintam, são taqueiros, tratam da canalização.
Toca o hino da Champions e o Homem está cansado no banco de tanto conserto, de tanto tapa aqui e esconde acolá.
Acho que assim podemos competir, pensará ele. Pensou bem.
Lopetegui é desses. Nestes jogos, ter um treinador que tenha essa preocupação é muito importante e devia ser motivo de orgulho que vencesse o preconceito.


O onze inicial ilustra essa vontade de ter a casa em ordem. Preparados para receber o Chelsea, com uma equipa totalmente nova, com um meio-campo de jogadores que nunca tinham jogado juntos face a uma equipa consolidada, rotinada e de jogadores de estatuto mundial.

Indi à esquerda porque fecha bem por dentro e ajuda a esconder a debilidade do jogo áereo.
Rúben e Danilo porque temos que erguer uma parede para proteger a defesa.
André André à direita porque ajuda no combate, vem para dentro e abre alas para Maxi.
Imbula mais à frente para ter espaço para arrancar sem partir tão de trás.

E lá fomos para a batalha. 

A verdade é que esta equipa de Setembro ainda é verde. Se tivermos o talento e a sorte de voltar a chegar a Abril tenho a certeza que este Imbula, este Danilo e este Rúben serão outros. Todos eles fizeram um jogão mas tenho a certeza que em Abril poderão jogar menos com a equipa a jogar melhor.

Em 15 minutos Casillas voltou a vestir a pele do Salvador do clássico com o Benfica e negou o golo aos seus compatriotas Fabregas e Pedro. Neste último lance a parada é similar à mitica defesa ao remate de Robben na final do Mundial de 2010.

A casa estava arranjadinha mas a torneira pingava, havia uma tábua mal pregada e entrava água pelo telhado.

O Porto vivia muito do talento solista de Brahimi e Aboubakar para fazer umas faenas na frente e do vigor e concentração de Rúben Neves, Danilo, Indi e Marcano para manter a equipa de pé e a lutar.

Nos primeiros 20/25 minutos pareceu que ia ser curto. Seria, talvez, um Porto ligeiramente melhor do que o Sporting que o Chelsea derrotou com facilidade mas um Porto significativamente longe de nos poder fazer sonhar acordados com uma vitória.

Mourinho também tinha estudado a lição. Toda a recuperação na defesa tinha ligação directa com o ataque explorando a profundidade que Diego Costa dá e o posicionamento duvidoso e o temperamento demasiado irrequieto da ala direita do Porto.

Maicon andou a apanhar bonés, Maxi a fazer de extremo direito e estava encontrada a divisão da casa com a tábua a ranger e a torneira a pingar.

Casillas segurou e o Porto recompôs-se. Passamos a dividir um tipico jogo de 0-0 sem que nenhuma equipa mostrasse superioridade. Sentia-se que o Chelsea teria mais argumentos mas o sentimento do Sporting de São Patricio desapareceu.

Aí Maxi acelera com a bola nas mãos, Imbula acende uma lampâda que parecia estar fundida e rasga o campo na horizontal até Brahimi.

Quando o argelino recebe a bola ali, já nas imediações da grande área adversária e num contexto de ataque mais rápido do que posicional estão reunidas as condições para brilhar.

Ele sabe e gosta de fintar, os defesas sabem que ele é bom a fintar e a ajuda ainda não está devidamente posicionada para o obrigar a não ir para cima.

Brahimi para cima de Ivanovic, Pedro ainda não totalmente preparado para evitar o duelo e foi tarde demais para o Chelsea. Begovic ainda impediu mas o matador profissional andava pela área. 1-0 caído do talento, da luta e do mestre-de-obras.

O jogo manteve o ritmo mas uma hesitação entre Rúben Neves e Imbula permitiu a arrancada de Ramires que redundou no livre fatal. 1-1 ao cair do pano e justiça no marcador.

A 2ª parte é diferente. Parece que ao imenso trabalho de esconde-esconde teórico que Lopetegui faz antes destes jogos falta sempre qualquer coisa. 

Ele tapa aqui e esconde acolá pensando que a realidade vai ser assim ou assado.

Passados 45 minutos, vê a realidade e entende melhor o que deveria ou não ser camuflado. O que está a mais ou a menos.

Foi assim contra o Bayern em que passamos de um sufoco contínuo para uma discussão taco a taco.

Foi assim contra o Chelsea em que passamos de uma equipa a andar cambaleante e a lutar incessantemente, para outra, personalizada, sem medo e afirmando os seus pontos fortes de peito mais aberto.

Danilo e Imbula cresceram enormidades. Estavam bem e ficaram óptimos para essa 2ª parte.

Devem começar a jogar de forma tímida pensando que este é o Ramires, aquele é o Fabregas e este é o Diego mas com o passar dos tempos eles virão apenas números. Marca o 7, manda abaixo o 4.

Despersonalizam os adversários, tornando-os comuns e susceptiveis de serem olhados como iguais. Sinto que as bolas são disputadas com outro vigor, o choque fisico com outra convicção.

Passa a ser um Porto-Chelsea como se fosse um Porto-Benfica. Podemos ser tão bons como eles.

Sucede o milagre. Era capaz de jurar que por cada golo que o Porto marcasse de canto teria sofrido uns 5 antes. A verdade é que Maicon marcou de canto numa jogada improvável e Ivanovic falhou de forma flagrante num lance de passividade de Casillas, infelizmente habitual.

Pelo meio Diego Costa meteu uma bola no ferro e provou que não podia ser vista só como um número na camisola.

De qualquer modo, a 2ª parte, como no jogo com o Bayern, passou de forma mais célere e menos sofrida ficando a sensação que em determinados momentos o 3-1 era bem mais provável e justo do que o 1-0 parcial da 1ª parte.

Danilo, Imbula, Rúben, André, Brahimi, Aboubakar. Todos eles, tiveram oportunidade de assaltar a sério Begovic. Todos os médios tiveram liberdade e coragem para meter medo ao Chelsea. Mourinho sentiu que se esticou demais na 1ª substituição tirando Mikel por Hazard e ao ver a avalanche em direcção a Begovic corrige o tiro e dá Matic ao jogo antes que fosse tarde demais.

Volta a entrar o Mestre-de-obras em acção. A força do vento era demasiado forte e algumas telhas e janelas precisavam de ser protegidas.

Se ao configurar o onze Lopetegui quis garantir que o Porto lutava sem se despenhar ao mexer do banco preocupou-se em não deixar o Chelsea voar.

O lado defensivo mais fraco e mais procurado pelo Chelsea era o direito. Foi por aí o reforço.

Quatro pernas frescas para ajudar Maxi e Maicon. Evandro e Layun para que Hazard, Willian e Azpilicueta não batessem as asas.
A 3ª substituição é outra prova dessa preocupação. Todos sabíamos que vinha aí bombeamento. Todos víamos que Brahimi estava de gatas.

O que fez Lopetegui. Senta Corona e senta Tello que quem entra é o calmeirão Osvaldo.
Eles que venham. Osvaldo, Aboubakar, Danilo, Indi, Maicon e Marcano devem chegar para as encomendas, pensou ele.
Pensou bem. Ivanovic subia devagarinho permitindo que Aboubakar tivesse vida para lá estar e Osvaldo saltou muito ajudando defensivamente a equipa em momentos cruciais.

Temos que ter orgulho nesta equipa que discute jogos palmo a palmo com tubarões europeus, acabar com o preconceito que impede que se reconheçam os méritos do Mestre-de-obras treinador e louvar a sua capacidade de com intérpretes diferentes, conseguir a competitividade de sempre.

 
 
Análises Individuais:

Casillas - O MVP dos primeiros 45 minutos. Na altura em que a verdura do Porto tombava perante o poderio londrino foi o guarda-redes que segura a equipa e lhe dá tempo (como na recepção ao Benfica) para se reerguer.
Não é o MVP da 1ª parte porque nos descontos deixou-se cair numa de 2 armadilhas. Ou pela responsabilidade de armar a barreira e de assumir o posicionamento em função do (in)sucesso em que ela é organizada ou por ter sofrido um golo precisamente do lado da baliza  que estava a preencher. Tudo, sem se mexer.
Na 2ª parte volta o lance que nos arrepia a todos. Um golo de Ivanovic na pequena área com Casiilas a meio caminho teria repercussões graves na sua relação com a equipa e com os adeptos.
Esse ponto é de tal forma fraco que só a sorte vai conseguindo disfarçar.
Fica a sensação que Lopetegui se junta à sorte na armação do 11 e no perfil de substituições que faz protegendo o seu redes que tem medo das bolas aéreas.

Maxi – O rei dos lançamentos laterais. Chega a ser comovente ver como Maxi sprinta para o lançamento lateral tendo a noção que é nos tempos mortos que se surpreende o adversário.
Na 1ª parte desmarca Aboubakar com o Chelsea a dormir e só não faz o mesmo com André André porque o caxineiro não entendeu que era para correr para o espaço.
Maxi é isto. O lance do golo nasce de mais uma dessas pressas de não dar descanso ao jogo e ao adversário e aproveitar cada migalha de espaço.
Enquanto a equipa se espreguiçava em campo, Maxi foi o extremo direito que compensava a menor apetência de André André para o negócio.
Na defesa teve dificuldades sempre que Willian (melhor jogador do Chelsea) por lá andava mas foi lutando com a abnegação e virilidade habitual.
Na 2ª parte quando Mourinho atira a artilharia pesada Lopetegui vai em seu auxílio colocando ajuda fresca do seu lado o que lhe permite terminar a partida com saldo positivo.

Indi – Um grande jogo com apenas uma falha grave quando está demasiado encostado à linha deixando o mundo de espaço entre si e Marcano que Pedro Rodriguez aproveitou para obrigar Casillas à defesa da noite.
Em tudo o resto esteve muito bem. A enxotar tudo o que queria entrar pelo seu lado com aquele ar de Chuck Norris e a ajudar muito a dupla de centrais no defender, pressionar e na conquista de varias bolas aéreas na zona central.
“E tu querias conhecer os pássaros, voar como Indi sobre os avançados”
Merece a adaptação da música de Rui Veloso.
Para quem critica o holandês pela tibieza no jogo aéreo, a partida com o Chelsea mostrou o contrário.
A sua inclusão no 11 foi uma jogada de mestre de Lopetegui. Muito bem.

Maicon – Vontade e capacidade física de sobra e inteligência e capacidade posicional escassa.
Andou a apanhar os bonés de Diego Costa na 1ª parte sem saber se dobrava Maxi ou perseguia o seu adversário directo até ao infinito.
Aí, foi um Marcano impecável, um Casillas intransponível e um Indi muito colaborante que foram escondendo o Forrest Gumpismo de Maicon.
Na 2ª parte marca um golo pleno de oportunidade e quando parece que se está a recompor saca mais uma vez de um tesourinho deprimente ao atirar-se para o chão desesperadamente visando um corte espectacular a Willian quando todo o Mundo com o Curso de Nivel 0 de Treinador sabe que se há coisa que o último homem deve fazer é manter-se de pé o máximo de tempo possível.
No assalto final voltou a ser importante ao impor a sua presença física na disputa de bolas aéreas.
Continua demasiado inconsistente para um central capitão do FCP. Há espaço para acabar com isto?

Marcano – Até ao minuto 90 estava a ser o MVP. Muito ligado ao jogo, atento a tudo e sem facilitar nada. Entendimento perfeito do peso que é a decisão de se desposicionar e jogar em antecipação. Vai com tudo, mantém-se de pé quase sempre e ou vai bola ou vai perna.
Dali, o adversário não sai com bola.
Percebe também o peso do jogo e não arrisca um milímetro quando pressionado.
Borrou a escrita toda quando no último minuto de jogo está perante o Monstro Costa e deixa bater a bola. Aí ,foi correr atrás do prejuízo e ficar à mercê da boa visão do árbitro.
O árbitro não viu mas todo o mundo viu que esse lance mancha de forma clara a exibição de Marcano.

Danilo Pereira – O melhor jogador em campo. O que esteve sempre presente na defesa e no ataque. O que não ligou e desligou a luz estilo interruptor e o que durou o jogo todo sempre na mesma intensidade.
Um jogo enorme de presença física, de capacidade de disputa de duelos individuais, de qualidade de passe e de chegada à área.
Danilo só peca na expressão facial. Se abandonasse aquele ar de menino de escola e tivesse e olhasse para os adversários com a face cangaceira de Indi meteria ainda mais medo.
À medida que o jogo foi avançando foi deixando os adversários para trás porque o seu ritmo foi sempre o mesmo. Tanto, que foi o jogador do Porto que melhor defendeu na 2ª parte e que mais perto do 3.º golo teve.

Rúben Neves – O jogo em que subiu 4 degraus na sua carreira com um salto só. Sinceramente, não o julgava ainda competente para jogar como médio interior direito com grande espaço de intervenção.
Neste último ano Rúben ganhou massa muscular mas perdeu alguma agilidade. Contra o Chelsea foi capaz de repetir índices de agressividade já testados em encontros anteriores somando a capacidade para jogar à IO-IO e não se defender excessivamente em 2 quadraditos de terreno onde pudesse brilhar com os passes teleguiados.
Foi engraçado ver o baixote envolvido naquela guerra com o queniano Ramires e os “etiopes” Mikel, Imbula e Danilo.
Parecia aqueles mundiais de 10000 metros quando vemos, a 2 voltas de fim, alguém que foge ao estereótipo de potencial vencedor a dar água pela barba aos que fisicamente lhe parecem superiores.
Rúben foi mais que esse maratonista. Manteve a serenidade com bola que tanto tranquiliza as bancadas. Nos momentos em que o rapaz de Mozelos recebe, se vira e levanta a cabeça o Dragão expira. Vai sair dali qualquer coisa.
Compreensivelmente não aguentou até aos últimos 400 metros da partida. A intensidade da partida e o raio de acção a que foi obrigado é ainda demasiado forte para quem há pouco mais de 1 ano não jogava mais de 80 minutos a um ritmo 20 vezes inferior.
Está no bom caminho. Grandíssimo jogo.

Imbula – É o Brahimi dos médios. Se joga demasiado atrás complica mais do que ajuda.
Dez passos à frente e tem um mundo à frente. Contra o Chelsea, o que vimos foi o francês a soltar-se, a mostrar a capacidade de arranque à Yaya Touré à qual adiciona um drible curto e uma capacidade de protecção de bola bem acima da média.
Fez um jogo em crescendo. Está no lance do 1.º golo quando passa a bola por um lado e vai busca-la a outro antes de a endossar a Brahimi e está em todo o lado na 2ª parte enchendo o campo e aproveitando a momentânea loucura de Mourinho quando retira Mikel da partida sem fazer entrar Matic.
Imbula viola de forma contínua a defesa do Chelsea e o Porto tem uma cavalgada de 10/15 minutos que só não mata o jogo por sorte.
A jogar assim é indiscutível. Tem que jogar mais à frente para ser indiscutível.

André André – Missão ingrata. É o Oliver de 2015/16 que quando os jogos apertam é desterrado para uma posição que não é a sua.
Lopetegui deve ter lido a análise que aqui fizemos à exibição de André André no jogo com o Benfica. A forma como sabe sempre onde tem que estar, como tem que correr e quem deve pressionar acaba por torna-lo indiscutível seja onde for e a ser um concorrente perigoso para todo e qualquer titular seja ele extremo, defesa direito ou esquerdo, médio ofensivo ou defensivo.
Rouba, aparece sabe-se lá de onde para recargas oportunas, finge que anda a passo e arranca descabelando a oposição. É e está um jogador de mão cheia. É o coração deste Dragão.

Brahimi – É o Imbula dos avançados. Se recebe a bola demasiado atrás complica mais do que desequilibra.
Contra o Chelsea foi o líder do ataque. O porto de abrigo que todos os médios procuravam quando era hora de alguém liderar a invasão à grande área londrina.
Brahimi foi o de sempre. Corajoso, egocêntrico e auto-confiante que se entregou a todas as batalhas nunca esmorecendo perante derrotas momentâneas.
A jogada do 1.º golo é brilhante. Depois do trabalho de Imbula o mago avança para Ivanovic com a saliva a escorrer pelos dentes. “Bora lá fazer sangue.”
Fez. Dançou-o para cá para lá, fez que ia mas não foi com Pedro e depois só Begovic podia salvar se o omnipresente André por lá não andasse à espera de o fuzilar.
Na 2ª parte continuou a destratar Ivanovic à bruta e sempre que o sérvio teve a infelicidade de o ver receber a bola demasiado perto da grande área.
O medo de fazer falta quando há proximidade à grande área associada à habilidade única do argelino em não descolar a bola dos pés e à capacidade de arranque tornam-no no pior dos inimigos para quem já não tem os rins de antigamente.
Uma equipa com 4 médios precisa que o desequilibrador desequilibre. Brahimi deu razão de ser à tactica de Lopetegui.

Aboubakar - Bem! Está um senhor 9. Jogou à Jackson Martinez e a forma como se movimenta e passa faz mais lembrar os pontas de lança de toque e classe como Lewandowski e Van Basten do que os africanos puro-sangue como Drogba, Eto'o.

Nem o adepto mais confiante esperaria isto.

Aboubakar baixa, distribui, obriga os centrais a desmobilizarem ficando sempre sem saber se da cartola do camaronês vai sair uma assistência ou um arranque pré-espancamento da bola.
Se afinar a mira é melhor sair da frente. Jogaço de um jogador em plena forma.


Evandro -  Pernas para que te quero! Entrou para ajudar Maxi e conferir a frescura nas últimas 2 voltas à pista. Cumpriu.

Layun - Mais uma jogada de Lopetegui para tapar os buracos da parede lateral direita da casa.
André André estava desgastado e o sósia mais próximo sentado no banco ao nível de disponibilidade física e qualidade defensiva era Layun. Cumpriu.

Osvaldo - Entrada para reforço do poder aéreo da equipa. Em boa hora porque Osvaldo foi precioso quando a aviação londrina apostou em sobrevoar a baliza de Casillas.


Ficha de jogo:
FC PORTO-CHELSEA, 2-1
UEFA Champions League, Grupo G, 2.ª jornada
Terça-feira, 29 Setembro 2015 - 19:45
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 46.120

Árbitro: Antonio Mateu Lahoz.
Assistentes: Cebrián Devís e Díaz Pérez del Palomar; Estrada e Hernandez (adicionais).
Quarto Árbitro: Miguel Martínez.

FC PORTO: Casillas, Maxi Pereira, Maicon, Marcano, Martins Indi, Danilo, Rúben Neves, Imbula, André André, Aboubakar, Brahimi.
Suplentes: Helton, Osvaldo (86' Brahimi), Tello, Evandro (78' Ruben Neves), Corona, Layún (80' André André), Alberto Bueno.
Treinador: Julen Lopetegui.

CHELSEA: Begovic, Ivanovic, Cahill, Zouma, Azpilicueta, Mikel, Ramires, Fàbregas, Pedro Rodríguez, Diego Costa, Willian.
Suplentes: Blackman, Baba, Hazard (62' Mikel), Kenedy (73' Pedro Rodríguez), Matic (73' Ramires), John Terry, Loftus-Cheek.
Treinador: José Mourinho.

Ao intervalo: 1-1.
Marcadores: André André (39'), William (45+2'), Maicon (52').
Disciplina: cartão amarelo a Martins Indi (19'), Marcano (25'), Cahill (41'), Azpilicueta (66'), Matic (79'), Danilo (82'), Imbula (89').



Por: Walter Casagrande




 
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