sexta-feira, 5 de abril de 2013

A teia que amarra Lucho (Por Eddie the Head)








Há uns tempos escrevi neste espaço uma crónica na qual elogiei Vítor Pereira e o modelo que este estava a implantar no nosso futebol. 

É um estilo de jogo que me atrai desde sempre, um estilo que privilegia a o controlo da bola e a sua constante procura no momento defensivo; um estilo que permite à equipa defender e atacar com bola, tentando em todos os momentos ter o controlo do jogo. 




É também, sem dúvida, um estilo arrojado e difícil de praticar. Contudo, apesar da equipa ter tido momentos nos quais deslumbrou, este estilo nunca evoluiu no sentido correcto. A equipa quase sempre apresentou demasiada lentidão no processo ofensivo, baseando-se num jogo muito pouco vertical e lateralizado, optando apenas pelo passe pela certa e usando a posse mais num sentido defensivo do que verdadeiramente ofensivo. Isto acabou por tornar o jogo portista demasiado previsível em certos jogos.

E é aqui que entra Lucho Gonzalez, capitão portista e um jogador sempre muito apreciado pelos adeptos.

El Comandante sempre foi um jogador vertical, que procura constantemente os passes de ruptura de forma a criar desequilíbrios nos adversários. No entanto, a tal falta de largura que a equipa apresenta prejudica, e muito, o argentino. Não raras vezes vemos Lucho tentar passes a rasgar que se perdem na defesa adversária, passes esses que aparentam não ter nexo dado ninguém os acompanhar. E isto deve-se muito à falta de jogadores nas alas que procurem o espaço, jogadores esses que simplesmente não existem no plantel. O único jogador que respeita os movimentos de Lucho é Jackson Martinez, o que torna este processo demasiado curto.

É óbvio que esta falta de largura se deve muito à formação do plantel por parte do treinador e da SAD, mas também a um modelo que estagnou ofensivamente, onde falta acutilância.

Se Moutinho não se ressente demasiado destes problemas, isso também se explica com o facto de ser um médio mais de posse, que sempre combinou melhor verticalidade com o futebol de toque. A isso deve-se juntar o excelente momento que a carreira do português atravessa, obviamente.

Contudo, e apesar de muito já o ter ouvido, não acredito que o Lucho tenha actualmente problemas físicos que advêm da sua idade. El Comandante nunca foi um jogador muito rápido ou com agilidade e mantém essas deficiências, algo acentuadas pela sua idade. Mas a sua resistência mantém-se intacta, além de que a técnica não se perde com o passar dos anos.

A sua capacidade defensiva tem sido evidente e, mesmo com os problemas apontados em cima, é o nosso 2º médio com mais assistências e o que mais golos marca.

Precisamos do melhor Lucho para o que falta do campeonato, mesmo sabendo que os problemas actuais da equipa não serão resolvidos no que falta da época. E esperamos todos que o nosso capitão festeja connosco o seu 6º campeonato em 6 possíveis!


Por: Eddie the Head

1 comentário:

Anónimo disse...

Também aprecio o estilo de jogo do FCP que, quando é bem executado, consegue aliar espectáculo a golos. No entanto, nestes últimos jogos, o FCP tem apresentado um futebol de menor qualidade e conseguido resultado menos bons.
Admito que ter mais uma ou outra solução (ou opção) no plantel pudesse dar mais alternativas ao jogo do FCP e ajudasse a gerir o desgaste físico de alguns jogadores. Mas acho que esta baixa de forma da equipa se deve sobretudo à lentidão na circulação de bola. Alguns jogadores agarram-se muito à bola e dão 2, 3, 4 e às vezes 5 ou 6 toques na bola em vez de a libertarem logo ao 1º toque. A demora daí resultante dá tempo para que a equipa adversária se posicione defensivamente e isso prejudica o ataque do FCP. Se, como feito anteriormente, à posse de bola se aliar a circulação rápida da bola (jogar preferencialmente ao 1º toque), então em Portugal ninguém parava o FCP porque o FCP tem os melhores jogadores e o melhor modelo de jogo!

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