sábado, 30 de dezembro de 2017

Jogo da mala


Jogo da mala

No jogo da mala
Ganha "tod'a gente",
"É só acertar no montante" - 
Dizia-nos o António Sala!...

Ah, que tempos,
Os do jogo da mala; 
E hoje tudo embala 
Nos mesmos passatempos!

É só acertar no resultado
Ganhand'o benfica, 
Qu'a malta fica rica 
C'um passe transviado...

Que tempos estes 
Em qu'a mala é farta, 
E s'um jogador acerta 
Recebe já por meses!!

É um belo antídoto 
Contr'os ordenados em atraso, 
Combinar-se um resultado 
Num jogo do título!!

Sempr'a somar 
No jogo da mala!!
"Alô, quem fala? - 
O jogo da mala está no ar!"

Nem sequer um indício
Da valência dum tetra, 
Quand'a mala é aberta 
Por vício?

"Alô?
Quanto está na mala?"
- Oh, Sr. António Sala,
Quanto lá colocou?"

A Renascença 
Desses anos idos, 
Tem passos revividos 
Neste quase-penta!?

Quem se queria crer 
Qu'o jogo da mala,
Er'a maior alcavala 
Pr'a nisto se vencer?!

Depois do correio electrónico 
Entretanto "devassado",
O jogo mudou de lado 
No tónico...

Até o Correio da Manhã
E a RTP!?
Quem nisto se crê
Numa competição sã?!

Oh, Rio Ave,
Seres nisto conspurcado, 
Porque se te foi comprado 
O que já se sabe...

É tant'o vendilhão 
No futebol do burgo,
Que não serás o verdugo 
Desta competição!

É só ir a Tondela,
A Belém ou às Aves, 
Que aparecem as chaves 
Duma tal "bagatela"!?

C'o níveis de competição 
Tão desiguais, 
Ond'as faltas se fazem por demais,
Mas nunca contr'o campeão!!?

É o jogo da mala 
À vista de tod'a gente,
E quem se crê inocente 
Por quem nist'o cala?

Ali os pasquins
Das queimadas, 
De tantas, tantas jogadas 
Afins!?

Calam a corrupção 
Ou o tráfico d'influências,
Porque eles são as maiores referências 
Dessa "informação"!

Um país livre e democrático 
Não tem uma imprensa formatada, 
E um pasquim da queimada 
Por cúmplice idiossincrático!

Um país que se quer moderno
Não pode esconder o crime,
E quem isto não o exprime, 
Não é imprensa é um subalterno!

Tanta, tanta desconfiança 
Sobre esta livre sociedade.
Quem é que se crê que há verdade 
Onde existe tal aliança?

O polvo controla tudo,
Da alta finança à imprensa, 
Do polícia ao ordenança,
E a este governo mudo...

Vingam claques ilegais,
Vingam jogos viciados,
Vingam mails cruzados 
Entr'os Adões e os Cabrais!

Quem acredita num Estado
Subjugado a uma organização? 
Nem em Itália tal contaminação 
Perfaz este resultado!?

Quem ao estádio vai 
Ver um jogo decidido? 
Sabendo qu'o menino querido 
Tão bem lhes cai?

Quem acredita nos párocos 
Da nossa arbitragem?
Quem não vê nisto colagem 
A esses jogos sôfregos?

Decidos no limite
Da derrota ou vitória,
Outorgando-se-lhe a glória 
Num apito d'elite!?

Este tetra vencido 
Com tanta discussão,
Num colinho de mão 
De tanto menino querido!

Está, pois, à vista,
O jogo da mala,
E qu'a malta cala 
Esta vitória prevista...

O povo está contente 
E sereno,
E até o Governo 
Se sente bem com tal gente!?

Por isso foi à ETAR
Festejar este treta, 
E tirar da gaveta 
A conta do VAR!?

O país é isto!
Um jogo da mala...
E o povo o que se rala 
S'o campeão está visto?!

Joker

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