sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Andebol: Missão Possível (Antevisão)


Numa espécie de missão digna de um Tom Cruise, o FC Porto joga recebe neste sabádo os eslovenos do Cimos Koper, em jogo da segunda mão da terceira eliminatória da Taça EHF, sendo que o vencedor desta ronda fica apurado para a fase de grupos desta competição, um formato inédito e que visa a dar ainda mais relevo e entusiasmo à segunda prova máxima do andebol europeu.





No encontro da primeira mão, o FC Porto saiu derrotado por seis golos de diferença (29-23), jogando taco a taco no encontro durante 46 minutos, período no qual o Cimos Koper foi dilantando o resultado, cabendo agora aos dragões anular uma vantagem considerável, até porque os eslovenos têm uma margem que poderão dar tranquilidade para este encontro. 






Os dragões não têm nada a perder, contudo o jogo terá que sair demasiado perfeito quer nos momentos defensivos como ofensivos.

Por norma, a equipa do FC Porto costuma ser forte na transição para o ataque, criando diversas situações de 1x0, contando ainda com a excelente forma evidenciada por Gilberto Duarte e a recuperação de Tiago Rocha (não esquecendo o importante contributo que terá que ser dado por parte dos nossos guarda-redes), são factores que podem jogar a favor da nossa equipa. 

O favoritismo está do outro lado (pela vantagem construída no jogo da Eslovénia), no entanto vamos acreditar que é possível dar a volta e como tal todo o apoio do público será necessário de forma a dar a volta a uma eliminatória praticamente perdida.


"Temos grandes possibilidades de dar a volta"


Hugo Laurentino e Gilberto Duarte conseguem mostrar-se tão sincronizados no discurso como quando estão em jogo a defender o FC Porto Vitalis. Em vésperas da recepção ao Cimos Koper, na disputa da segunda mão da 3.ª ronda da Taça EHF (sábado, 18h00), guarda-redes e lateral-esquerdo partilharam a confiança: os Dragões têm "qualidade" para "vencer por mais de seis golos" e seguir em frente.

Para Hugo Laurentino, o problema da primeira mão (derrota por 29-23) foi o FC Porto não ter "cumprido a estratégia" previamente delineada, mas é seguro que desta vez "os erros não se vão repetir". "Já analisamos o jogo e vimos os nossos erros, o que fizemos bem e o que fizemos mal, e já temos o plano traçado para o jogo de sábado. Sabemos o que temos de fazer para conseguir dar a volta", garantiu Hugo Laurentino.

O "factor casa" e a "força dos adeptos" são dois dos motivos que levam o camisola 16 a acreditar que "há hipóteses" de recuperar a eliminatória, num jogo em que todos querem alinhar. "Treinamos diariamente para poder disputar este tipo de jogos. É destes que mais gostamos. Esperamos ter o pavilhão cheio e, com tudo o que estamos a preparar esta semana, penso que temos grandes possibilidades de conseguir dar a volta", reforçou.

Gilberto Duarte sublinhou a moral do companheiro de equipa, sem qualquer reserva. "É verdade que tivemos uma derrota um bocado pesada na primeira mão, devido a uma desconcentração nossa nos últimos minutos, mas temos qualidade para, aqui em casa, vencer por mais do que seis golos".

De acordo com o lateral-esquerdo, na Eslovénia houve "10 a 15 minutos em que falhou muito a concentração defensiva" e a equipa comprometeu o resultado devido a "várias falhas individuais na defesa, que permitiram ao adversário marcar muitos golos" e que, consequentemente, dificultaram as tarefas ofensivas.

No entanto, a eliminatória ainda vai a meio e Gilberto acredita que "agora vai ser diferente". "Trabalhamos bem a semana toda, vimos logo o vídeo do outro jogo e sabemos o que temos de fazer agora para dar a volta. A motivação e a concentração têm de estar no máximo e, se tivermos casa cheia, então aí é que vai ser. Este é um daqueles jogos que sempre esperamos jogar", disse o primeira linha.


Por: Dragão Orgulhoso

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Assalto à Pedreira parte II (Antevisão)


Transmissão do jogo: AQUI


Segundo assalto ao Estádio Axa nesta sexta-feira.





Num desafio teoricamente complicado para o FC Porto, desta feita para os oitavos de final da Taça de Portugal,somente a poucos dias das duas formações se terem encontrado no campeonato, com o triunfo a sorrir aos dragões por duas bolas a zero, golos apontados pela dupla colombiana James e Jackson já em cima da hora, numa vitória difícil mas saborosa, daquelas que pode valer campeonatos..




Este jogo será diferente, uma vez que tudo terá que ficar decidido (nem que seja através da marcação de grandes penalidades), e para o Braga este desafio ganha contornos importantes, até porque atravessa um momento menos conseguido (eliminado das competições europeias e já está a nove pontos da liderança na Liga), arriscando a ficar de fora numa prova para a qual tinha objectivos na fase inicial da temporada.

Comparativamente ao jogo do campeonato, não acredito que José Peseiro proceda a muitas mexidas,a estrutura base deverá fixar-se, podendo existir uma troca na baliza por exemplo (entra Quim para o lugar de Beto) e reside a dúvida sobre quem ocupará no lado esquerdo do ataque. 
O normal seria apostar entre Rúben Amorim ou Hélder Barbosa, no entanto o técnico da equipa minhota surpreendeu e colocou Mossoró (jogador mais de zona central), que tacticamente fechou bem o flanco, não conseguindo no entanto dar tanta profundidade em situações ofensivas.

No FC Porto, sendo jogo de taça e o facto de termos depois jogo para a Liga dos Campeões (defrontamos na próxima terça-feira o PSG), não seria de todo surpreendente algumas mudanças pontuais no onze a ser escolhido pelo técnico Vítor Pereira, como por exemplo a entrada do guardião Fabiano em detrimento de Helton e a possível utilização inicial do jovem Atsu (melhor em campo na ronda anterior), sacrificando desta feita Varela.


Lista de convocados: 

Fabiano, Kadú, Danilo, Lucho, Castro, João Moutinho, Jackson Martínez, James, Kleber, Miguel Lopes, Varela, Mangala, Abdoulaye, Fernando, Alex Sandro, Atsu, Otamendi e Defour.


Antevisão do Treinador Vítor Pereira:

"Espero ter o mesmo desgaste e ganhar no fim"


Este jogo será necessariamente diferente do jogo do campeonato, por ser a eliminar?

Não acredito num jogo muito diferente. Será complicado, tanto para nós como para o SC Braga, mas sabemos que não há volta a dar: ou o resultado nos permite avançar na prova ou nos elimina. Só isso poderá em determinados momentos abri-lo mais.

Os números não lhe dizem grande coisa, mas o FC Porto é única equipa europeia sem derrotas e já leva 18 jogos oficiais. Isso é fruto da seriedade e da competência da equipa?

Só acredito na competência, no espírito e capacidade competitiva que a equipa tem, na união entre eles, que eu sinto que existe. É nisso que acredito e continuarei a acreditar na minha vida.

Confessou que o jogo de domingo foi desgastante. Espera não ter desta vez este desgaste?

Espero ter o mesmo desgaste e ganhar no fim. Há jogos mais exigentes… O último exigiu muita concentração, o resultado esteve indefinido até ao fim. Só quem passa por este lado percebe que chegamos ao fim com a sensação de que o jogámos. E jogamos emocionalmente. Há jogos mais tranquilos, em que o resultado se define mais cedo, mas isto faz parte da profissão.

De que forma o jogo de terça-feira, frente ao Paris Saint-Germain, condiciona o encontro em Braga?

Para que fique claro, queremos ganhar os dois. A Taça de Portugal é um objectivo claro, que queremos seguir, e a Champions League prestigia o clube e quem aqui trabalha. Temos jogadores com qualidade para gerir nestes dois jogos e procurar os resultados que pretendemos. Acredito totalmente no plantel e farei a gestão que achar necessária.

Após derrota com o FC Porto, o SC Braga apresenta-se, em teoria, mais pressionado. Será um encontro mais difícil devido a isso?

Sinceramente, não consigo responder. Sabemos o que queremos e vamos a Braga para passar à próxima eliminatória. Essa é uma questão para o José Peseiro.

Espera um SC Braga ferido pela derrota?

Espero um SC Braga idêntico ao que jogou no campeonato, a criar-nos dificuldades. Nós, com a nossa identidade, vamos procurar impor o nosso jogo e passar a eliminatória.

Sentiu algum desconforto com a saída de campo do Lucho, quando foi substituído em Braga?

Absolutamente nenhum. O Lucho é um jogador ambicioso, como todos no plantel. Quem sai quando o jogo ainda não está definido fica sempre com aquela vontade de ficar em campo a ajudar a equipa, para se conseguir o resultado.

Que leitura faz do facto de, nas primeiras dez jornadas da Liga portuguesa, a assistência ter caído em 100 mil espectadores?

O papel dos treinadores é promover os melhores espectáculos possíveis, ainda que as equipas possam estar mais ou menos inspiradas. A vida não está fácil para ninguém e é natural que o futebol se torne um espectáculo caro. Acredito que o gosto de vir ao futebol continue, a vida é que mudou para muita gente.

O SC Braga continua a ser um candidato ao título ou o campeonato “partiu-se”?

É uma equipa com qualidade. Há um mês, por aquilo que li e vi, praticava o futebol mais espectacular e era a formação mais surpreendente. Não entendo que o SC Braga e o José Peseiro percam de repente qualidade, após dois ou três resultados negativos. Não consigo entender esta forma incoerente de ler as coisas.

Ontem foi divulgada uma lista dos treinadores mais bem pagos do mundo e o seu nome não constava da lista.

Deixe-me rir… Estou muito feliz no FC Porto, num grande clube, trabalho para ter os melhores jogadores à disposição para conseguir os melhores jogos possíveis. Sou exigente e gosto de futebol bonito e é isso o que mais me motiva. Claro que o dinheiro tem importância, porque tenho três filhos, mas acredito no trabalho, na competência e não na sorte. Sorte teria sido, aos quatro minutos do jogo em Braga, estarmos a ganhar 2-0, como poderia ter acontecido. Não aconteceu e tivemos de trabalhar até ao último minuto. Acredito na competência. O dinheiro é importante mas não é o que me faz andar e respirar; o que me faz correr é a paixão pela profissão que tenho.



Por: Dragão Orgulhoso

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O projecto B (Por Eddie the Head)




Ao fim de 15 jornadas disputadas, é altura de fazer um balanço destes primeiros meses da nova equipa B do F.C. Porto.





O início de campeonato foi atribulado. A equipa nem começou mal, com alguns empates consecutivos, mas com um futebol agradável e com alegria. Com o aparecimento dos primeiros resultados negativos tudo piorou, os jogadores perderam confiança, algumas arbitragens empurraram ainda mais a equipa e nem a primeira vitória, em Guimarães, libertou a equipa. A utilização de jogadores menos rodados no plantel principal, como Iturbe, Kelvin, Abdoulaye, Quino e até Mangala e Fabiano, também não teve grandes efeitos.




Foi preciso esperar pela 12ª jornada, com a recepção ao Marítimo, para que se visse finalmente esta equipa a somar bons resultados consecutivos. De então para cá fez 10 pontos em 12 possíveis, ganhando 3 jogos em 4 e empatando o outro, no difícil terreno do Arouca, num jogo em que esteve reduzida a 10 elementos durante 15 minutos. Curiosamente, ou talvez não, antes desse encontro com o Maritimo, o Presidente Pinto da Costa tinha dado o recado a esta equipa, na gala dos Dragões de Ouro.

No entanto, o grande objectivo duma equipa B é, acima de tudo, formar e projectar jogadores para a equipa A. O único objectivo desportivo é o da manutenção, para que o projecto se mantenha aliciante.

E será que esse objectivo primordial está a ser cumprido?

Actualmente nenhum jogador lançado originalmente nesta equipa B jogou esta época pela A, tirando o caso de Sebá no jogo atípico contra o Santa Eulália para a Taça de Portugal. Por outro lado, alguns jogadores que passaram pela B, originários das equipa principal, acabaram por ganhar um lugar na A mais tarde, como por exemplo Abdoulaye.

Mas haverá jogadores desta equipa B com capacidade para, no futuro, integrarem o plantel principal do F.C. Porto?

A começar pela baliza: 





Stefanovic é um desses jogadores. Um guarda redes com grandes capacidades físicas e técnicas, tem já capacidades para ser uma boa segunda opção para a baliza da equipa A. Se corrigir ainda mais as saídas aos cruzamentos, pois por vezes são demasiado “à maluco”, pode tornar-se no futuro no número 1 das redes portistas.




Na defesa:

Tiago Ferreira também apresenta bons argumentos para um dia ser opção no plantel principal. É um central forte tecnicamente, algo rápido, mas ainda tem de corrigir alguns problemas de posicionamento e tornar-se num jogador algo mais físico. Acredito que poderá dar o salto, mas também mantenho algumas reservas. Quinones não entra para estas contas porque é um jogador que foi contratado directamente para a equipa A, mas também apresenta qualidades técnicas e físicas para poder ser uma boa opção.

Passando ao meio campo:

Penso que há 3 jogadores a seguir com atenção o seu desenvolvimento. O primeiro, e para mim a maior promessa desta equipa B, é Mikel. O nigeriano apresenta características físicas impressionantes para a posição de trinco, tem agressividade (por vezes em excesso) e sabe jogar. Se lhe derem mais responsabilidades na construção de jogo, tem tudo para se tornar num excelente trinco, possível titular na equipa principal portista.



As outras duas promessas deste meio campo são os dois médios ofensivos: Tozé e Sérgio Oliveira. Ambos têm excelente capacidade técnica e visão de jogo. O 1º subiu este ano a sénior e vinha envolto em algumas dúvidas quanto à sua adaptação a este nível, devido, principalmente, às sua características físicas: conseguiu adaptar-se muito bem, e mostra-se um jogador com muita raça e capacidade de luta, a juntar às suas sempre reconhecidas capacidades técnicas. Sérgio Oliveira é um caso diferente: um jogador cheio de talento, desde cedo reconhecido por todos, mas que tarda em confirmar esse mesmo talento. Por vezes parece alheado dos jogos, faltando-lhe alguma intensidade e maior regularidade exibicional. Contudo parece estar a melhorar, e nos últimos jogos já mostrou algo do que pode fazer. Se conseguir focar-se e ultrapassar estes problemas, teremos aqui um jogador de top, com grande capacidade técnica, visão de jogo, bom físico e um excelente remate, característica que, de resto, partilha com Tozé.



No ataque: 

É onde esta equipa apresenta mais debilidades. Sebá e Dellatorre estão no clube por empréstimo e, embora tenham demonstrado alguns bons atributos, não me parece que já tenham feito o suficiente para que o clube os contrate a título definitivo. Sebá é rápido e forte, tem bom remate, mas é muito inconstante e ainda tem de limar alguns aspectos técnicos. Della é um avançado com alguma qualidade técnica, sabe finalizar, mas falta algum físico e é pouco constante. Além disso, o potencial que tem pode leva-lo a um nível razoável, mas nunca ao top. 

Qualquer um destes jogadores é caro, como tal um investimento, com base naquilo que se viu até agora, é um risco que não faz sentido correr. Até ao fim da época algo pode mudar, mas apenas acredito que Sebá poderá ficar.







Vion também é um avançado interessante: tem uma raça extraordinária, é relativamente rápido e sabe jogar com os pés. É um ponta de lança que cai excessivamente nas alas, como tal necessita de minutos e que lhe ensinem que tem de ficar mais na área. Moldado pode dar jogador.




Estes são os jogadores que acredito (mais em alguns casos que noutros, como se percebe) que podem subir ao plantel principal do F.C. Porto a médio/longo prazo. 

A estes juntam-se no plantel jogadores como Zé António, um veterano, ou até Pedro Moreira, para dar experiência a uma equipa muito jovem, nesta liga muito competitiva. Moreira é um bom jogador, mas duvido muito da sua capacidade para integrar um dia o principal plantel. Contudo é um jogador com já alguma experiência de 1ª liga, apesar de jovem, e pode ajudar muito este plantel.

O restante plantel é constituído por alguns ex-juniores, alguns deles com qualidade, mas insuficiente para a nossa equipa, e por alguns estrangeiros contratados esta época mas que dificilmente continuarão por cá para a próxima. Sendo este o ano 1 desta equipa B, é normal que o plantel ainda sofra bastantes alterações.

Apesar dos últimos resultados serem positivos, é necessário não esquecer que é importante ganhar, mas essencial é formar jogadores, como tal os jovens com mais valor devem continuar a jogar e não ser remetidos ao banco em busca de resultados imediatos. E é essencial, também, ter uma atitude aguerrida, “à Porto”, algo que também faltou no início da temporada.

Este é um bom projecto, e vai muito a tempo de dar grandes frutos.






Por: Eddie the Head

O FC Porto após a era de Hulk (Por Natachas)





Já em tempos e neste mesmo espaço, tive oportunidade de publicar uma crónica com o título, “Que FCP teremos após a era de Hulk” (ver aqui), e como se costuma dizer, tudo na vida tem um tempo, ou dito de uma forma mais de acordo com o meio futebolístico, um período de transição para novas paragens e novos desafios, e Hulk como muitos outros jogadores notáveis que já passaram pelo FCP não fugirá certamente à regra, sendo sempre recordado na história e na família azul e branca pelas melhores razões, e com a prerrogativa de ter sido talvez a melhor descoberta em termos do gabinete de prospecção de talentos do FCP, tendo em conta a sua proveniência do país do sol nascente, o que denota a excelente qualidade deste tipo de trabalho no clube. 



A saída do “Incrível” dos quadros do plantel do FCP está comparativamente ligada a outros casos idênticos, em que se denota por parte da sua estrutura desportiva, o cuidado de saber imediatamente remediar ou substituir o lugar em falta, resultando daqui um cenário na mente da família portista, de um quase total esquecimento por mais uma perda sofrida de um elemento importante no desempenho da equipa, o que é um bom presságio na relação e no binómio entre os resultados alcançados e a qualidade de jogo que a equipa vem apresentando. 

Neste momento, e depois de um terço do campeonato realizado, já dá para se fazer uma análise mais apurada entre o período de vigência de Hulk e a nova era sem o “incrível”, e o que transparece para a opinião pública é que ninguém questiona a saída de Hulk, ou o que ele representava para a equipa e o temor que criava aos seus adversários, à semelhança dos tempos de Quaresma que tal como Hulk, também ele com o seu individualismo excessivo lá ia resolvendo alguns problemas da equipa, da mesma forma que também ninguém coloca em causa ou se lembra da troca de Álvaro Pereira por Alex Sandro, sinal sintomático das boas opções tomadas pela SAD azul e branca.

Com algumas exceções à regra, o FCP sempre soube dar a volta com a qualidade que se lhe reconhece, no preenchimento dos lugares que todos os anos, por razões de ordem financeira e estratégica, a SAD tem necessidade de vender algumas das suas mais-valias, e sem ter necessidade de recorrer à história mais longínqua, foi assim nos casos das transferências de Bruno Alves, Pepe, Bosingwa, Quaresma, Lisandro e até com o renovado Lucho, entre outros.

Voltando ao principal tema desta minha crónica, com a saída de Hulk, por um lado, o FCP deixou de ter um jogador preponderante que só por si resolvia muitos problemas da equipa, para além de trazer a magia do seu futebol, mas por outro lado com a sua ausência, a equipa do FCP melhorou bastante em termos coletivos, na qualidade do futebol praticado e principalmente na própria dinâmica do seu meio campo, que por vezes consegue formar uma teia de trocas de bola que dificulta a marcação e confunde os seus adversários, trazendo mais soluções de jogo tático e uma maior imprevisibilidade de opções nos lances de bola parada, consolidando esta diferença na divisão de golos marcados por quase toda a equipa.


Por: Natachas.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

FC Porto pelo Mundo: Venezuela, Caracas (Por Kaya)


Nem só de adeptos presentes vive o FC Porto e muitos são os portistas que, espalhados pelo mundo fora e longe de Portugal, vivem o nosso clube com a mesma intensidade de quem vai semanalmente ao Dragão.


Aires Morais, Alvarinho Moreira e Augusto Dias
 (sócios e Presidente da Casa do FC Porto de Caracas).




Nos dias de hoje, para um portista apaixonado é relativamente fácil manter o contacto com o clube. A distância física, impossibilita, naturalmente, que se vivam as emoções de perto, na casa de todos nós, o Estádio do Dragão, mas as novas tecnologias e alguns dos canais televisivos dedicados ao mundo do desporto já permitem, a estes adeptos, assistirem aos encontros dos nossos campeões, a partir de qualquer parte do mundo. 







É assim a vida dos nossos portistas emigrantes que, mesmo longe, nunca esquecem o nosso clube e contribuem, em grande medida, para espalhar a grandeza e o bom nome do FC Porto além-fronteiras.

A fundação de filiais do FC Porto pelo mundo fora, conhecidas pelos adeptos como Casas do FC Porto, permitem aos corações azuis e brancos espalhados pelo planeta, viverem e partilharem experiências, directa ou indirectamente ligadas ao clube de todos nós, com outros adeptos de alma e coração. É com este intuito que, através de uma série de entrevistas a diversas Casas do FC Porto, pretendemos divulgar estes espaços no mundo, onde se vive e respira paixão azul e branca, para que todos os adeptos saibam que, estejam vocês onde estiverem, haverá sempre uma família portista tão dedicada ao nosso clube quanto vocês.


Fachada da Casa do Porto de Caracas


ENTREVISTA  A ALVARINHO SÍLVIO MOREIRA DOS SANTOS, FUNDADOR E ACTUAL PRESIDENTE DA CASA DO FC PORTO DE CARACAS – DRAGÃO DE OURO 2011


Tribuna Portista (TP). Como é ser portista em Caracas? É expressiva a quantidade de adeptos azuis e brancos?

A.M.: SER PORTISTA em Caracas é sinonimo de êxito e de vitória. Temos uma grande quantidade de portistas, pois os títulos conquistados nos últimos trinta anos também ajudaram a que a juventude luso-venezuelana se identifique plenamente com o FC Porto. É para nós um orgulho, e extremamente gratificante, que, apesar da enorme quantidade de benfiquistas e do enorme poder económico que têm, apenas exista na Venezuela a Casa do FC Porto.

TP. A Casa do FC Porto de Caracas foi fundada em 1967 por um grupo de emigrantes portugueses. Como nasceu este projecto?


FC Porto de Caracas. 2008


A.M.: Tive a felicidade de conhecer alguns dos primeiros fundadores da Casa do FC Porto de Caracas que, inicialmente, se chamava FC Porto Venezuela. A emigração, naquela altura, era enorme e a grande maioria vinha do norte de Portugal. Havia um grande auge de futebol federado amador e havia grande quantidade de jovens jogadores portugueses, muitos portistas. E assim foi como nasceu a ideia de criar uma equipa de futebol, o FC Porto Venezuela e legalizaram a filial 43. Curiosamente, naquela altura, era muito mais fácil criar e manter uma equipa de qualidade recheada de bons jogadores portugueses. Neste momento, é impossível, pois não vêm para a Venezuela jovens portugueses, por razões económicas.




TP. Devido a dificuldades financeiras, a vossa filial foi encerrada nos inícios dos anos 80 e viria a ser reaberta, somente, em Maio do ano 2000. Facto, este, que, por si só, demonstra bem a paixão dos adeptos portistas residentes em Caracas. Fale-nos, um pouco, da sobrevivência e percurso desta Casa.

A.M.: É verdade, por razões económicas, aquela sexta-feira negra, como é conhecido aquele imenso descalabro económico na Venezuela, acompanhada da morte do seu presidente levou ao fecho e desistência do FC Porto. Desde 1982 até 13 de Maio de 2000, quando com três amigos logrei reactivar a Casa do Porto e ter hoje uma casa lindíssima, um sapatinho feito à mão, uma casa portuguesa, com certeza, pintada de azul e branco, uma embaixada mais de Portugal, na Venezuela (ver no facebook: casa do porto de caracas). Tivemos a consciência de que nos separavam mais de 8000km da nossa terra e que a Casa do Porto deveria ser mais que um emblema pegado, da fachada de um edifício, ou a representação mais ou menos digna, desportivamente falando, de uma grandiosa Instituição como é o FC Porto, por isso entendemos que deveria ter o seu lugar ao sol, como Instituição, dentro da comunidade portuguesa. Por isso, criámos uma associação civil, sem fins de lucro, que tem como principal objectivo manter viva as nossas tradições, usos e costumes, e assim incutir nos nossos filhos as nossas raízes, os nossos valores, o amor pelo FC Porto, por Portugal, que se sintam orgulhosos de ser filhos e descendentes de portugueses, e que tenham a consciência que isso significa ter as portas abertas, em qualquer parte do mundo. A partir daí foi sempre a crescer, no último ano e meio saímos publicados no correio da Venezuela em 26 oportunidades, o que diz bem da constância e do intenso trabalho que realizamos, fazemos FC Porto e com ele fazemos Pátria. Temos a bandeira do FC Porto içada a vento, as vinte e quatro horas do dia, ombro a ombro com a bandeira de Portugal e da Venezuela, representando o FC Porto, os portistas e, também, todos os emigrantes portugueses que, com o suor do seu rosto, trabalho honrado e digno, são, igualmente, como o FC Porto, uma magnífica imagem da nossa pátria, do nosso PORTUGAL.

TP. Como descreve o ambiente e espírito portistas na Casa do FC Porto de Caracas, por exemplo, em dias de jogo? Promovem algum tipo de actividades ou iniciativas especiais para motivarem os “vossos” adeptos?


Interior da Casa do Porto de Caracas





A.M.: Temos sempre tripas à moda do porto, é outra das características da nossa Casa, defendemos a gastronomia do norte de Portugal e da nossa cidade do Porto, de Segunda a Sábado, com preços solidários, temos sempre casa cheia, e a alegria e entusiasmo são desbordantes, vivemos os jogos intensamente.







TP. Em 2011, a filial número 43 do FC Porto, a vossa Casa, foi galardoada com um Dragão de Ouro. Nesse mesmo ano comemoravam o 12º aniversário desta filial. Que significado teve para a Casa do FC Porto de Caracas a atribuição de tão elevado prémio?

A.M.: RECONHECIMENTO, GRATIDãO E MÉRITO, palavras de JORGE NUNO PINTO DA COSTA. Foi gratificante, foi felicidade, foi o corolário de 12 anos de trabalho, engrandecendo, dignificando e honrando sempre o nome do FC Porto, foi a concretização inesperada de um sonho de qualquer portista. Somos uma lança bem portuguesa, pintada de azul e branco, cravada em pleno coração de Caracas, orgulho e glória do FC Porto e de toda a comunidade portuguesa.

TP. Em que medida a Casa do FC Porto de Caracas faz a diferença, ou se destaca, das demais filiais do FC Porto?

A.M.: É a única Casa do FC Porto que tem como prioridade a parte cultural e social. A única que tem como objectivo manter vivas as nossas tradições, usos e costumes, organizando todo tipo de actividades culturais e sociais, dirigidas à comunidade portuguesa, donde está inserida. Somos considerados uma embaixada, mais de Portugal na Venezuela, e somos directamente responsáveis pela crescente onda azul branca em Caracas, com muita gente jovem de dragão ao peito. PRIVILEGIAMOS O CONVÍVIO ACIMA DO FANATISMO.

TP. Para um portista de alma e coração, recém chegada a Caracas, e que não conhece a vossa filial, o que é que a Casa do FC Porto tem para oferecer?


Área recreativa e de lazer da Casa do Porto de Caracas


A.M.: UM AMBIENTE ACOLHEDOR, vai, seguramente, sentir-se em casa, somos exímios na arte de bem receber, com muita luz, muita alegria, com as gloriosas cores azuis e brancas a embelezar as paredes, que estão cheias de muitas e boas recordações. Vai poder jogar bilhar, sueca, dominó e disfrutar da comida portuguesa que queira, desde o cozido à portuguesa, passando pela feijoada, tripas à moda do porto, caldo verde, bacalhau de todas as maneiras que imagine, carne guisada à nossa moda, grelhados de todo tipo, temos noites de fado 4 vezes por ano, nunca falta a broa de milho e as nossas azeitonas, tudo regado com vinhos tintos e brancos da nossa terra. Vai poder ver qualquer jogo do FC Porto, em directo, via internet, O SÍTIO IDEAL PARA MATAR SAUDADES.





TP. E se o mesmo portista quiser fazer parte da Casa do FC Porto de Caracas, o que precisa fazer?

A.M.: Todos os portistas e não só, se gostam do FC Porto, se gostam e se sentem bem na nossa casa, podem ser sócios, apenas têm de trazer duas fotografias tipo carnet, preencher um formulário de inscrição e pagar, por ano, a quantia de 450 bolívares, o equivalente a cem euros. Com o carnet e a quota anual ao dia, tem direito a 10 por cento de desconto nos almoços, na nossa sede, e, em Portugal, na Loja Azul, a 20 por cento de desconto, em todos os artigos desportivos do FC Porto.

TP. Fale-nos sobre as vossas iniciativas/agenda de actividades para os portistas.

A.M.: Organizamos, por ano, dois torneios de sueca, dois torneios de dominó, um torneio de bilhar, quatro noites de fado, as festas de S. João e S. Martinho, a 24 de Junho e a 11 de Novembro, respectivamente, sempre para mais de duas mil pessoas. Estes arraiais populares são realizados ao ar livre, no adro da igreja da missão católica portuguesa e com o apoio do padre Alexandre Mendonça. Temos, via internet, todos os jogos do FC Porto, em directo, e em três pantalhas grandes, durante todo o ano.

TP. Em jeito de conclusão: o que espera a Casa do FC Porto de Caracas da nossa equipa, o FC Porto, para a presente temporada desportiva?


Entrega do Dragão de Ouro à Filial Nº 43



A.M.: Tenho fé, acredito sempre, o destino que Deus nos deu é vencer... sempre, não sei até onde pode chegar, porque para esta maravilhosa e muito jovem equipa azul e branca, o céu é o limite... Vejo, com orgulho, que a equipa, colectivamente falando, melhora a olhos vistos de dia para dia, um plantel equilibrado muito jovem e de grande valor, a fazer esquecer, rápida e surpreendentemente,  as saídas de Falcao e de Hulk, com o treinador Vítor Pereira a calar muitas bocas, eu incluído, a mostrar capacidade, dom de mando e saber, o que, acompanhado com o seu portismo, o transforma num caso muito sério como grande treinador, e mais um extraordinário acerto de JORGE NUNO PINTO DA COSTA. Destaco a afirmação de James Rodríguez, o aparecimento de Atsu, de Abdoulaye, e o sonho de um grande ponta de lança, concretizado num fabuloso goleador... Jackson Martinez, temos gente, temos porto, temos o bicampeão de Portugal e, na Champions, temos o FC Porto, FANTÁSTICO CAMPEÃO PORTUGUÊS.
Quero dizer que estas coisas dão muito trabalho, mas longe de ser um sacrifício, servir a nossa comunidade portuguesa, em nome do FC PORTO. É uma razão de viver.




DESDE MUITO LONGE UM GRANDIOSO ABRAÇO AZUL E BRANCO. VIVA O FC PORTO, VIVA PINTO DA COSTA, VIVA PORTUGAL.



Alvarinho Sílvio Moreira dos Santos, fundador e actual Presidente da Casa do FC Porto de Caracas, Dragão de Ouro 2011.




Por: Kaya

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O Modelo de Guarda-Redes do FC Porto (Por Skap)








Face à evolução do futebol, cada vez menos o guarda-redes é o elemento que se limita a defender os remates do adversário, fazendo da zona de baliza o seu único raio de acção. A comunicação, o jogo de pés, a capacidade de antecipação, são características que vão se tornando fundamentais num guarda-redes de uma equipa de topo.





Ora o FC Porto não foge dessa linha, e desde a chegada de Wil Coort ao Clube, que coincidiu com a chegada de Hélton, a procura desse guarda-redes-tipo tornou-se ainda mais abrangente. Isto é, não se limita apenas ao guarda-redes para a equipa sénior.

Os últimos anos mostram uma clara mudança no guarda-redes-tipo nos escalões de formação do FC Porto

Há relativamente pouco tempo, era comum ver nas nossas equipas (dos mais novos até aos Juniores) guarda-redes de grande envergadura, algo pesados e com pouco à vontade para jogar fora dos postes. Bruno Vale será talvez o exemplo maior desse género de guarda-redes, mas há mais casos, como Taborda, Zé Eduardo, Norinho, Hugo Marques, etc. As características principais que levavam à contratação de um guarda-redes eram, acima de tudo, físicas, priorizando-se os mais altos e encorpados.

De há 4, 5 épocas para cá o paradigma mudou e os escalões mais baixos são o local mais fácil para perceber essa mudança. Antes, o guarda-redes era, normalmente, o jogador mais alto da equipa, mesmo em escalões como Benjamins ou Infantis. Agora, e uma vez que as características que se procura num jovem guarda-redes são outras, é comum vermos guarda-redes muito pequenos nas nossas equipas de iniciação.

Mas então quais são as características fundamentais num guarda-redes para o FC Porto? 

Partindo do princípio que as nossas equipas (incluindo a equipa principal) jogam maioritariamente em Organização Ofensiva, é importante ter um guarda-redes rápido a atacar o espaço nas costas da nossa defesa. Uma vez que a posse de bola é um aspecto fundamental do nosso jogo, e é raro o jogo no qual não temos mais posse de bola que o adversário, é de uma importância extrema que o nosso guarda-redes seja forte no jogo de pés, na lateralidade e na reposição de bola. Se pensarmos no Hélton, estas características saltam à vista de imediato. E será mesmo o Hélton o exemplo maior do que o FC Porto procura na sua formação de guarda-redes. Ele é o produto final do guarda-redes-tipo que se tenta “fabricar” no Olival.





Para além das características já referidas acima, a Comunicação é outro aspecto fundamental para um guarda-redes do FC Porto. E aí temos Hélton, mais uma vez, como expoente máximo. Seja por linguagem gestual, seja oral, são constantes os feedbacks para os seus colegas, mais “gerais” quando a bola está longe, mais curtos e precisos quando a bola está por perto. “O grande guarda-redes não é aquele que faz grandes defesas, é aquele que coordena os seus colegas de forma a que não precise fazer grandes defesas”, já o dizia Peter Schmeichel.




Ora a busca por este guarda-redes-tipo leva a que sejam feitas várias perguntas. 

Centremo-nos no trabalho de quem procura por estes guarda-redes nos escalões mais baixos.

- Serão estas características passíveis de serem desenvolvidas à posteriori ou serão elas inatas?

- Um guarda-redes que seja excelente entre os postes mas fraco no restante não serve para o FC Porto? 

Um guarda-redes que não tenha qualquer tipo de critério a sair da baliza, seja fora da área seja em cruzamentos, conseguirá desenvolver esse discernimento?

Tentando responder a estas perguntas, não há nada que o trabalho não molde, desde que haja talento. 

Tudo dependerá da capacidade do atleta de perceber o que lhe é pedido, depois o trabalho poderá (ou não) fazer o resto. Mas a verdade é que há, de facto, em alguns guarda-redes, uma predisposição inata para estar constantemente a comunicar, para atacar o espaço de imediato, para antecipar a sua acção e não ficar à espera para reagir. Estes, de certeza que o nosso clube tentará não deixar escapar, independentemente do seu tamanho. E se for ainda muito jovem, nem mesmo a sua técnica de baliza importará muito, pois é o aspecto mais trabalhável num guarda-redes.

Perceber isto ajuda-nos a entender algumas das escolhas que o nosso Clube faz na contratação/dispensa de guarda-redes nos escalões de formação. Ajuda a perceber o porquê da aposta no guarda-redes X quando guarda-redes Y parece ter maior potencial, na nossa perspectiva.






Como tudo, esta ideia de guarda-redes poderá ter os seus contras. A aposta em Kadú, que o clube acredita ter essas características, tem sido muitas vezes posta em causa e com alguma legitimidade, face a alguns erros que o mesmo tem cometido, mas é importante perceber que se trata de um guarda-redes em formação e muito longe de ser “produto final”.






Como tudo na Formação, o tempo dirá se esta mudança dará os seus frutos.





Por: Skap

SC Braga 0 - 2 FC Porto (Crónica de Breogán)


Sorte na Colômbia é talento.




Este jogo era um obstáculo imenso para o FC Porto. Primeiro, porque é uma das deslocações mais difíceis a nível interno. O histórico é-nos favorável, mas não ganha jogos. Segundo, porque este Braga tem talento e tem capacidade de resposta. Ainda para mais, atiçado por uma eliminação europeia e perante um FC Porto que assume o papel de “besta negra” que ameaça arruinar com o que resta da temporada a este Braga. Terceiro, já ambas as equipas sabiam do resultado de uma terceira equipa, que passou mais uma jornada de cadeirão, pelo resultado facilmente obtido perante tão débil oposição algarvia.




Quanto ao jogo, Vítor Pereira devolve Alex Sandro e Fernando à condição de titulares. Mangala assume o lugar de central ao lado de Otamendi e relega Abdoulaye para o banco. O FC Porto volta a apostar em James como falso extremo e em Danilo para dar profundidade ao flanco direito.

Peseiro conta com esta opção de Vítor Pereira e monta o Braga em torno deste ponto. Quer dar trabalho a Danilo e evitar que o lateral portista suba. No fundo, secar o flanco direito do FC Porto. Para isso, precisa de alguém com velocidade, “eléctrico” e tenacidade quanto baste. Peseiro coloca Mossoró no flanco e consegue bloquear o FC Porto. Por fim, para não expor a sua linha defensiva e para sustentar a frente de ataque, Peseiro recua Viana para a linha de Custódio.

No fundo, Peseiro sabe que para parar a fase de construção do FC Porto tem que ocupar o seu meio campo defensivo e ter extremos que segurem os laterais do FC Porto. É já uma lengalenga recorrente nas análises aos jogos do FC Porto. Reduzir os espaços e retirar a velocidade no ataque do FC Porto é meio caminho andado para empecilhar toda a construção ofensiva do FC Porto. É que, no fundo, mais que ganhar, Peseiro estava preocupado em não perder.

O jogo começa com o FC Porto a comandar, perante a expectativa do Braga. No terceiro minuto de jogo, o FC Porto ameaça o golo por duas vezes. Após um canto, Otamendi , na zona do primeiro poste, ganha posição na pequena área  e desvia a bola, mas esta vai ao poste contrário. A jogada prossegue e Otamendi fica pela área Bracarense. Na nova vaga de ataque, Lucho coloca-lhe um passe teleguiado, mas Otamendi, isolado, volta a falhar o alvo. O FC Porto manteve a pressão, mas aos poucos, o Braga percebia que as vagas ofensivas portistas podiam ser travadas. O Braga fechou a sua zona defensiva a meio campo e começou a ganhar o duelo nos flancos. Se os primeiros quinze minutos foram do FC Porto, a partir daqui, o jogo fica equilibrado e sempre com o Braga a responder ao FC Porto. Aos 17 minutos, numa rara subida de Alex Sandro pelo seu flanco, com três jogadores do Braga a ficarem pelo caminho, o FC Porto despede-se das jogadas de real perigo na primeira parte.






Aos 24 minutos, e com o jogo francamente equilibrado, Helton defende duas situações de golo no mesmo minuto. A segunda intervenção é brilhante, a remate de Mossoró. Logo depois, o FC Porto responde. James, numa reposição longa de Helton, aproveita um erro de Salino e desenha um contra-ataque. Galga metros e coloca a bola para Lucho, que, em posição privilegiada e sem marcação, atira muito por cima.




Aos 33 minutos, Helton tem dificuldades em agarrar um livre cobrado por Nuno André Coelho. A defesa do FC Porto corta para canto com aflição. No canto, Hugo Viana tenta uma cobrança directa e Helton defende com aperto.

O Braga começou apreensivo, mas rapidamente percebe onde poderia bloquear a construção portista.

Na segunda parte, a exibição do FC Porto foi ainda menos conseguida, até aos 10 minutos finais. O FC Porto continuava sem conseguir meter James em jogo, sobretudo na posição 10 e revelava dificuldades crescentes de construção pelos flancos. Bom exemplo disso é o jogo que os dois laterais portistas tiveram, com excepção de um ou outro lance, raramente chegaram ao ataque.

O Braga ia acreditando e entra mais confiante na segunda parte. O FC Porto ainda tenta esboçar um começo de segunda parte com igual pressão ofensiva que do início do jogo, mas, rapidamente, o Braga equilibra a contenda. Aos 50 minutos de jogo, o Braga usufrui de um livre perigoso na entrada lateral da área. Viana cobra para defesa apertada, mas segura, de Helton.

O jogo cai num empate táctico, com duas equipas a debaterem-se pelo aproveitar do erro contrário, em vez de procurarem o golo por mérito próprio. O desempate só seria resolvido pelo jogo das substituições. Os ténues ataques do FC Porto que escapavam à malha do meio campo defensivo do Braga eram bloqueados por cortes de Douglão, como aconteceu aos 53, 78 e 83 minutos, sobretudo sobre um Jackson demasiado distante da baliza.

As substituições decisivas aconteceram nos últimos 10 minutos da partida. Já antes, Vítor Pereira tinha efectuado a sua substituição da praxe, aos 68 minutos de jogo, com a entrada de Atsu para o lugar de Varela. Nenhum resultado prático substancial havia saído desta opção. Nesse mesmo minuto, Peseiro havia retirado Viana para colocar Amorim e o meio campo bracarense apertava mais malha defensiva.

É ao minuto 80 que o jogo sofre o primeiro abanão. Vítor Pereira retira Moutinho e coloca Defour. A alteração ajuda a equipa a jogar um pouco mais à frente e a chegar-se mais a Jackson. O desgaste havia erodido o futebol de Moutinho e Defour trouxe mais disponibilidade ao transporte de bola do FC Porto. Cinco minutos depois, Peseiro retira Micael e coloca Djamal. Uma substituição fundamental no jogo. Amorim vai para o flanco e Mossoró assume a posição 10. O flanco esquerdo do Braga desaparece. Já desgastado, Mossoró não consegue pegar no jogo e Djamal, ao lado de Custódio, não deu a mesma consistência defensiva que Amorim.

O meio campo do FC Porto começa a circular melhor a bola, porém, não evita dois sustos por Éder, em contra-ataque, mas bem bloqueados por Hélton, aos 86 e 88 minutos.





Logo após a última oportunidade de Éder, Vítor Pereira retira Lucho e coloca Kléber. A alteração baralha as marcações bracarenses e traz Jackson mais para o jogo. Um minuto depois, o FC Porto é premiado no marcador. James aparece na zona 10 e ganha a bola, avança sobre o meio campo defensivo do Braga e na entrada da grande área dispara para a baliza. A bola desvia em Douglão, bate no travessão e entra na baliza de Beto.





Peseiro reage à desvantagem e retira Custódio para dar entrada a Carlão. Três minutos depois e já nos descontos, o FC Porto beneficia do espaço dado na zona defensiva do meio campo Bracarense. Salino alivia defeituosamente, Jackson sem pressão aproveita e, de forma implacável, remata com violência, de fora da área, para o ângulo da baliza de Beto. Golaço! O jogo acaba com os festejos do FC Porto!

Há quem lhe chame sorte. Na Colômbia diz-se talento. No FC Porto, também. Dois golos de predestinados que aguentaram o jogo todo à procura de uma nesga. Nunca esmoreceram e quando a tiveram, facturaram. Talento.

Este jogo era um obstáculo imenso para o FC Porto. Foi ultrapassado. Este Braga voltou à raiz do seu jogo que apresentou nas últimas épocas para travar o FC Porto. Fechou-se e contra-atacou. Até Peseiro negou-se a si mesmo. Ele que costume ver o ataque em primeiro e a defesa só depois.

É uma vitória brilhante e ganha no xadrez das substituições. Até por isso, merecia ser brindada com mais assertividade e alegria no final do jogo.

As dificuldades de construção de jogo, sobretudo nos jogos fora, revelam-se quase sempre. Já está mais que sublinhada a causa. Este Braga, até pela qualidade que tem, voltou a reforçar a ideia, sobretudo, na segunda parte. Em Janeiro é algo que deverá ser corrigido.

Uma nota para um adversário. Éder podia ser do FC Porto a custo zero. Podia, mas algum “novo-riquismo” assim não o permitiu. É pena. Que sirva de lição.




Análises Individuais:

Helton – Voltou a ser decisivo. Um punhado de grandes defesas a segurar o 0-0. Uma ou outra bola que deveria ser agarrada, mas quando a equipa precisou meteu toda a sua qualidade. É isso que importa.

Danilo – Bom jogo defensivamente, com alguns cortes decisivos, dos quais se destaca um sobre Éder. Foi pelo seu flanco que Peseiro montou o assalto, mas Danilo soube bloquear Mossoró. A atacar está longe de fazer o que fazia no Santos. Nem é avassalador nas suas poucas acções ofensivas, nem a equipa o solicita em quantidade. Ainda não elevou o seu futebol a um nível que obrigue a equipa a jogar para ele. A falta de um extremo no seu flanco também não o beneficia.

Alex Sandro – Algumas dificuldades perante Alan e muito distante do ataque. Varela não esticava jogo e Alex Sandro não se aventurou. Percebeu-se que ainda procurar recuperar o ritmo após a lesão.

Otamendi – Dois momentos de susto que quase borravam a pintura. Tirando essas duas situações, esteve muito bem perante Éder, numa marcação muito complicada perante um avançado que sabe usar o corpo e é muito forte a proteger a bola. Nunca desesperou e soube esperar pelo momento de corte.

Mangala – O melhor em campo. Intratável no um para um e na velocidade perante Éder. Tal como Maicon, aproveitou o “serviço obrigatório” a lateral para crescer. Já doseia melhor a agressividade que disputa o lance e mostra-se bem mais confortável com bola. Grande jogo.

Fernando – Não deu qualquer hipótese a Rúben Micael, ainda assim, não foi o jogador que costuma ser. Nota-se que ainda está a recuperar ritmo e não conseguiu empurrar o meio campo do FC Porto. A sua missão principal cumpriu a preceito. Faltou aquilo que o torna um jogador especial.

Moutinho – Foi um trabalhador incansável para a equipa. Tentou assumir o jogo, mas as coisas a meio campo não estavam tão operacionais como de costume. Além disso, a réplica do meio campo do Braga era forte e a entrada de Amorim ainda mais dificultou a vida. Não é de ferro e foi bem substituído.

Lucho – Das poucas vezes que subiu à zona de finalização, falhou. Não virou a cara à luta no meio campo e trabalhou muito para a equipa, mas raramente chegou a Jackson. A sua substituição permitiu que James ocupasse mais o espaço interior e que Jackson se soltasse mais no jogo.

James – Já se sabe que naquela posição James não faz um jogo de produção contínua. Ainda assim, foi a principal fonte de perigo para o Braga. Já solicitou mais as subidas de Danilo, mas ainda não é suficiente. Quando veio para a sua posição, nos minutos finais, fez logo a diferença e abriu logo distância no marcador. Mais eloquente que isto é difícil. Mas está condenado a ser 10 só na camisola.

Varela – Presa muito fácil para Salino. Fácil demais. Não foi o desequilibrador pelo flanco que a equipa precisava. Não deu profundidade ao seu flanco, o que ajudou Alan a fazer a vida difícil a Alex Sandro.

Jackson – Foi uma ilha isolada no ataque, excepto nos minutos iniciais e finais. Obrigado a jogar bem fora da grande área, revelou dificuldades, sobretudo no arranque para a baliza. Precisa de melhorar esse aspecto do seu jogo. Nos últimos 10 minutos, chegou-se à equipa e não a equipa a si. Beneficiou com a entrada de Kléber. Ganhou espaço e viu James aproximar-se. O seu golo é uma demonstração de talento. Felino e eficaz. Golaço!


Atsu – Não fez melhor que Varela, o que não é francamente abonatório. Perdeu-se nos seus próprios dribles e não revelou as limitações de Salino a lateral direito.

Defour – Refrescou o meio campo e trouxe disponibilidade quando já faltavam as forças. Esteve seguro no passe e mostrou capacidade para dar verticalidade ao jogo. A sua entrada foi decisiva para o assalto final às redes de Beto.

Kléber – Libertou Jackson e baralhou as marcações no centro da defesa bracarense. Jackson aproveitou para matar o jogo, logo, a sua entrada foi útil.


FICHA DE JOGO:

SC Braga-FC Porto, 0-2
Liga portuguesa, décima jornada
25 de Novembro de 2012
Estádio Municipal de Braga
Assistência: 17.251 espectadores

Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco)
Assistentes: Nuno Pereira e Jorge Cruz
Quarto árbitro: Manuel Mota

SC BRAGA: Beto; Salino, Douglão, Nuno André Coelho e Ismaily; Custódio, Hugo Viana e Rúben Micael; Alan (cap.), Éder e Mossoró
Substituições: Hugo Viana por Rúben Amorim (67m), Rúben Micael por Djamal (86m) e Custódio por Carlão (90m+1)
Não utilizados: Quim, Paulo César, Hélder Barbosa e Elderson
Treinador: José Peseiro

FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson Martínez e Varela
Substituições: Varela por Atsu (69m), João Moutinho por Defour (80m) e Lucho por Kleber (88m)
Não utilizados: Fabiano, Castro, Miguel Lopes e Abdoulaye
Treinador: Vítor Pereira

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: James (90m) e Jackson (90m+3)
Cartões amarelos: Fernando (39m), Custódio (52m), Varela (63m), Ismaily (72m), Salino (87m) e Helton (90m+3)
Cartões vermelhos: nada a assinalar

Análise dos Intervenientes:

"Foi difícil e suado"

A união foi o ponto comum das curtas declarações de Vítor Pereira e James Rodríguez logo após a vitória em Braga. Um e outro admitiram que a coesão da equipa ditou o desfecho na "Pedreira", com o treinador a fazer ainda questão de endereçar os parabéns aos jogadores e aos adeptos do FC Porto.

Vítor Pereira

"Foi uma vitória difícil, suada e há que dar os parabéns aos jogadores e os parabéns aos adeptos. A equipa tem carácter, como tem demonstrado sempre, está unida e deu mais uma demonstração cabal disso mesmo. Parabéns aos jogadores, pois são eles que ganham os jogos, por toda a união demonstrada."

James

"Fico muito feliz. Penso que o FC Porto está a jogar para ser campeão. Sabíamos todos que o Braga é uma grande equipa e conseguimos um bom resultado, para podermos continuar a lutar. Estamos bem, estamos a passar um bom momento, mas sabemos que devemos seguir passo a passo e continuar por este caminho. Somos unidos."




Por: Breogán

domingo, 25 de novembro de 2012

Hóquei em Patins: FC Porto 6 - 4 Noia (Por Dragão Orgulhoso)






A equipa comandada pelo ex-internacional Tó Neves recebeu e bateu a formação espanhola do Noia ontem sábado por 6-4, dando assim um passo importante rumo à qualificação para a segunda fase desta Liga Europeia, possuem neste momento mais quatro pontos em relação ao segundo classificado.



Foi um jogo disputado, perante o Noia que se apresentou mais na expectativa e a procurar fechar espaços, atacando pela certa e explorando qualquer erro individual que pudesse existir no lado contrário, inclusive foi a primeira equipa a chegar ao golo, um bom tónico curiosamente para o FC Porto. 

O FC Porto manteve a mesma toada ofensiva e foi com toda a naturalidade que deu a volta ao marcador, os golos foram surgindo normalmente, contando ainda com boa réplica proporcionada pelos espanhóis, mas insuficiente para colocar em causa a vitória do conjunto orientado por Tó Neves. 

N nossa equipa Ricardo Barreiros continua evidenciar um excelente momento de forma, além de marcar dois golos esteve bastante activo quer a defender como atacar. De realçar igualmente a excelente eficácia de Jorge Silva, que apontou três golos, sendo desta feita o melhor marcador da partida. 

Pela negativa destaco mais uma vez a falta de eficácia nas cobranças quer de livres directos e de grandes penalidades, nos últimos três encontros realizados pela nossa equipa, foi desperdiçado mais de dez situações de bola parada, o que diz e muito que esta é uma vertente necessária a ser melhorada e sobretudo aperfeiçoada.

Aproveitando o empate no outro jogo do grupo, o FC Porto poderá carimbar brevemente em termos matemáticos o apuramento aos quartos de final da competição, sendo que pela primeira vez os quartos serão jogados em duas mãos, só depois se realizará a final-four de forma apurar o campeão europeu.


Ficha do FC Porto:

FC Porto: Edo Bosch, Pedro Moreira, Jorge Silva, Ricardo Barreiros e Reinaldo Ventura. 
Jogaram ainda: Hélder Nunes, Tiago Losna e Vítor Hugo.


Por: Dragão Orgulhoso
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