Boa vitória do conjunto portista em jogo da 34ª jornada da II Liga, frente ao 2º classificado Arouca.
Sem Sebá e Dellatorre, castigados, e Pedro Moreira, lesionado para o que resta da época, Rui Gomes optou por lançar Caballero (este em estreia a titular), Vion e Mikel para os seus lugares, lançando por opção Edu no lugar de Sérgio Oliveira.
Ambas as equipas entraram em campo com o objectivo da vitória, sendo isso, de certa forma, uma novidade para a equipa portista, que costuma enfrentar adversários mais fechados quando joga em casa.
Mesmo com essa tendência ofensiva das equipas, as oportunidades de golo foram escassas na 1ª parte, pertencendo sempre ao F.C. Porto o domínio do jogo.
Para isso muito contribuiu a falta de um jogador que conseguisse ter bola no meio campo portista. Tozé apareceu amarrado à ala esquerda, estando sempre muito vigiado, e Seri jogou demasiado ao lado de Mikel, não se soltando o suficiente. Não sendo Edu um jogador que transporte bem a bola, os momentos de maior inspiração do futebol portista aconteceram quando Tozé aparecia em zonas centrais ou em acções individuais de Victor Luis pelo flanco esquerdo.
Também nas bolas paradas o perigo apareceu, com Victor a mostrar mais uma vez o seu excelente pé esquerdo, com o golo a não aparecer por pouco.
A falta de extremos voltou a sentir-se neste primeiro tempo, sendo que Vion disfarçava bem a adaptação devido à grande verticalidade do seu jogo, mas falhava muito no momento de decisão. Um problema do seu jogo.
O intervalo chegou assim com o empate a zero a ser uma naturalidade, mas sempre com domínio portista.
A 2ª parte iniciou sem mudanças no conjunto portista, sendo de estranhar a manutenção de Sérgio Oliveira no banco e Edu no jogo, dado os problemas evidenciados no 1º tempo.
Pouco depois do reatar surgiu a melhor oportunidade do jogo para o conjunto visitante com Stefanovic a deixar escapar um remate de Claro que Zé António cortou em cima da linha, salvando o 1-0.
A equipa do Arouca teve depois deste momento um período de maior pressão, mas sem criar verdadeiras ocasiões de perigo, continuando o F.C. Porto a apresentar os mesmos problemas da 1ª parte. A equipa apenas ia criando algum perigo com as investidas de Tozé.
Aos 68 minutos surgiu finalmente o golo, através de Zé António na sequência de um canto batido por Tozé.
Grande golo do veterano central, a atacar bem a bola. Ainda mais bonito foi o gesto seguinte ao dedicar o golo a Pedro Moreira em nome da equipa!
A primeira alteração efectuada por Rui Gomes surgiu apenas aos 77 minutos, com a expectável entrada de Sérgio Oliveira para o lugar de Edu. Uma alteração prevista por muitos desde cedo, mas que o treinador portista deixou para perto do fim do jogo.
Três minutos depois surgiu o segundo golo, por autoria de Vion. Bola batida longa por Stefanovic e o francês a ter uma boa desmarcação seguida de um excelente lance individual, tirando um defesa da frente e desviando ainda Sérginho, encostando de seguida para o golo.
Até ao final do jogo apenas o destaque para a estreia de Guilherme, sendo que o brasileiro apenas entrou no último minuto de descontos, estando a equipa em vantagem desde os 80. Não se percebe esta opção de Rui Gomes, dado que poderia ter dado mais minutos e mais moral a um estreante.
Acaba por ser um excelente resultado no regresso às vitórias da equipa portista depois de 2 derrotas, frente ao 2º classificado desta liga e talvez o principal candidato a acompanhar o Belenenses na promoção directa à primeira liga. Apesar do jogo não ter sido brilhante, o resultado não pode sofrer qualquer contestação dada a sua justiça.
Análises individuais:
Stefanovic: Não teve muito trabalho, mas sacudiu bem as bolas aéreas que sobrevoaram a área nas bolas paradas. Ia borrando a pintura no início do 2º tempo quando deixou escapar o remate relativamente simples de Claro;
David: Não deu muito nas vistas, aparecendo pouco a atacar, mas foi sempre muito certo a defender. Destaque para o excelente corte ao segundo poste aos 77 minutos a evitar lance evidente de golo dos visitantes;
Victor Luis: Grande jogo do brasileiro, sendo um dos principais desequilibradores ofensivos da equipa, não comprometendo a defender. Excelente pé esquerdo com destaque para a forma como bate os cantos;
Zé António: Imperial, o melhor em campo. Na defesa limpou tudo que havia para limpar e ainda abriu o marcador num excelente golpe de cabeça. É um líder nesta equipa de jovens;
Tiago Ferreira: Mais sóbrio que o colega de sector, esteve contudo eficaz não permitindo grande perigo ao ataque do Arouca;
Mikel: Boa primeira parte, onde limpou bem a zona do meio campo e ainda teve tempo para se soltar com bola em alguns momentos, esteve menos visível no 2º tempo, apesar de igualmente assertivo. Esta ponta final de época será essencial para perceber a evolução do nigeriano, um jogador com enorme potencial físico e que ficará com o lugar do lesionado Pedro Moreira;
Seri: Esteve demasiado preso em campo, não se libertando o suficiente da linha de Mikel. Não fez o mau jogo, mas pedia-se que progredisse mais com e sem bola entre linhas, de forma a criar desequilíbrios na defesa do Arouca;
Edu: Demasiado lento e pouco agressivo para o que se exige a este nível. Esteve bastante tempo em campo e nunca foi aquilo que a equipa precisava na posição;
Tozé: Mesmo num jogo menos bom, consegue desequilibrar. Voltou a jogar encostado à esquerda, aparecendo a espaços na zona central. As jogadas de maior perigo surgiram dos seus pés, tendo feito a assistência para o golo de Zé António;
Vion: Tem uma enorme garra, nesse capitulo é claramente um jogador à Porto. Voltou a jogar adaptado a uma ala e a sua velocidade torna-o um jogador facilmente adaptável à posição. Excelente o golo que marcou, o 1º nesta II liga, que poderá dar alguma moral a um jogador que passava por um período menos bom;
Caballero: Mostrou pouco, mas deixou excelentes indicadores. Bom física e tecnicamente, parece ter um estilo de jogo que encaixa bem na Europa, sem medo de ir ao choque. Apesar dos bons pormenores, ainda se mostrou algo desenquadrado com a equipa e, até, com a competição;
Sérgio Oliveira: Pouco tempo em jogo, deu para se notar novamente a excelente capacidade técnica que possui. Ainda tentou o golo num livre de longa distância;
Fábio Martins: Entrou para o lugar do desgastado Vion, já no final da partida;
Guilherme: Entrada para consumar a estreia do brasileiro, mas nem tempo teve de tocar na bola.
Por: Eddie the Head
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