O Presidente de 99% dos portistas decidiu ou aceitou acabar com o basquetebol do FC Porto.
Falo de 99% porque foi ele que, numa Assembleia Geral, achou por bem afirmar que as modalidades não eram assunto de relevância porque 99% dos sócios só queriam saber de futebol.
Nessa altura, como no passado e até ontem pensei que ele fazia parte dos 1% que queriam saber e que achavam que as modalidades eram importantes e relevantes para a história do clube.
Apesar de chocante aquela frase foi muitíssimo mais honesta do que a forma como se transmitiu ou silenciou o encerramento do basquetebol no decurso de uma semana e que redundou no vergonhoso comunicado de quinta-feira que é revelador da total falta de respeito pelos profissionais de basquetebol e pelos 1,2 ou 3% que se importavam com a modalidade e que várias vezes foram louvados como símbolos de portismo nas reportagens do Porto Canal.
Falta de coragem própria e de respeito pelos sócios.
Ter coragem seria esclarecer de forma directa e concisa os sócios das razões verdadeiras para o encerramento do basquetebol.
Apesar de contestável seria muito mais dignificante ouvir da boca de um dirigente a frase.
“Vamos encerrar com o basquetebol porque a modalidade é deficitária.”
“Vamos encerrar com o basquetebol porque não vale a pena o esforço quando só 1% dos sócios se importam com a modalidade.”
“Vamos encerrar com o basquetebol porque enquanto direcção não queremos continuar.”
“Vamos encerrar com o basquetebol porque o que interessa é o Sebá e o Jackson Martinez.”
Nada disso.
A culpa é da Federação e da forma como é gerida a modalidade em Portugal que não faz por merecer ter um clube com a grandiosidade do Porto a disputar a competição.
Agora estamos nesse patamar desportivo. As modalidades que temos ou deixamos de ter são decididas em função de agentes externos – não portistas – que têm o impensável poder de influenciar de forma definitiva o nosso futuro.
Fica aberta a caixa de Pandora. Como o protesto do Benfica-Porto em hóquei foi indeferido que se feche a modalidade.
Seria um escândalo que um campeão fosse decidido num jogo com erros técnicos e em que se “comeu” objectivamente tempo de jogo.
A malta do hóquei – não portista - também não nos merece. Que se feche a porta.
Se essa politica se estendesse ao futebol que já teve personagens como Hermínio Loureiro, Ricardo Costa, Bruno Paixão já tínhamos encerrado há muito.
A táctica é revolucionária. Se tenho inimigos que me incomodam os planos desisto da guerra.
Logo a seguir reoriento todos os meus esforços para formar e promover a selecção nacional. Proponho-me a ajudar o inimigo que me fez desistir da guerra. Brilhante!
SUNTZU era um aprendiz à beira destes mestres.
Como se tal não bastasse convido o General que mandei desistir a liderar essa ambiciosa tarefa.
Pelo meio há o pequeno e irrelevante pormenor dos sócios que viviam e amavam a modalidade. Por esses nem uma medida. Para esses nem uma explicação.
Que comunicado é este? Tenho vergonha que o meu clube quando protagoniza um acto de gestão desta importância se esconda num comunicado na internet do género dos que protagonizava o Labaredas quando se entretinha na relevantíssima missão de responder aos textos da Leonor Pinhão no jornal ABOLA.
O jornal ABOLA merece letra maiúscula (impensável!!!) porque era este órgão oficial do Regime a quem os sócios tinham que recorrer para saber, em primeira-mão, o que se passava.
O basquetebol era importante?
Quando vejo o Pinto da Costa a receber a Taça das mãos do Moncho parecia que sim.
Quando leio o comunicado toca e foge que acaba com tudo percebo que não.
E o Moncho? Não merecia TODO o respeito?
Orgulho em ser portista é fazer ao Moncho um convite similar ao que o Salvador fez ao Nuno Gomes?
E para a malta que durante o ano esteve no Dragão Caixa nestes últimos anos? Nada….Que se fodam que nem uma palavra merecem!