Qualquer balanço que faça
destas primeiras três jornadas tem sempre um ponto (muito) positivo a mais do
que qualquer outro balanço realizado após a 7ª, 15ª ou até no final do
campeonato: Hulk.
Isto é mais que incontestável,
é algo visível até para adeptos de críquete, corfebol ou dos nossos rivais. Uns
percebem mais que outros do que falo, mas não encaremos isso como um problema,
mas sim como uma vantagem a nosso favor.
Saiu uma das pedras basilares
da nossa equipa, mas sempre jogou e deu o seu importante contributo em três
jornadas. Melhor que não dar em nenhuma.
O treinador vai ter que saber
solucionar o problema. O mais sensato e, provavelmente, o que será feito, é
apostar no Atsu e ir introduzindo o Iturbe aos poucos (mas que vá jogando de
vez em quando, por favor). Sinceramente, neste momento a nível de
desequilíbrios na linha confio mais no pequeno grande talento argentino do que
no Varela. O português está meio amorfo, sem paixão no seu jogo e quando entra,
não aquece nem arrefece.
O porto seguro da equipa
deixou de ser o incrível. Basicamente, vamos viver da criatividade, talento e
ao mesmo tempo rigor tático e posicional do trio James/Moutinho/Lucho e esperar
que o Jackson vá continuando a mostrar serviço quando for chamado à receção.
Podemos abanar um pouco, mas
acredito que não vamos cair. Estamos recheados de momentos em que saíram
jogadores fulcrais, considerados insubstituíveis e continuamos no topo, lá em
cima onde moram os campeões. Em Janeiro, com as chamadas do Iturbe e do Atsu às
respetivas seleções provavelmente iremos contratar alguém já com créditos
firmados e eu suspiro que estes créditos sejam no futebol europeu…
Ao contrário de outros, temos
um plantel equilibrado com duplas soluções para cada posição e não precisamos
de adaptações desnecessárias.
Posto isto, é tempo de falar
do que já se passou. Dos 7 pontos conquistados. Apesar do percalço inicial,
continuamos na frente da prova. O que não invalida o mau empate em Barcelos.
Cada jogo vai ser uma batalha e se os jogos decisivos são entre as equipas mais
capazes, perder pontos em terrenos secundários não ajuda em nada as nossas
contas.
É óbvio que os jogos fora são
sempre mais complicados, quer devido ao possível relvado, quer à maior luta que
as equipas “pequenas” costumam dar. Talvez seja por isso que o jogo em que o
resultado agradou mais foi mesmo o 4-0 à 2ª jornada contra o Guimarães.
Que ninguém duvide que
podíamos estar já com 9 pontos. Perdemos 2 pontos em Barcelos parte por culpa própria,
demos quase 45 minutos de avanço ao adversário e quando entramos no jogo
sofremos um rombo tático (este causado pelo treinador, que deve ter percebido
que a descompensação que se cria ao tirar o Fernando não compensa ao risco,
ainda para mais aos 55 minutos…) e as decisões dentro da área não caíram para o
nosso lado, como a placagem ao Kléber.
Não deixar de referir também
a excelente exibição do guarda-redes gilista, considerado para já por todos os
meios desportivos o mais valioso na sua posição, ainda não sofrendo qualquer
golo nas três jornadas já decorridas (O problema para o Gil é que esta nulidade
se repete no ataque).
Na 2ª jornada correu tudo
bem. Podíamos ter marcado mais golos num jogo controlado do 1º ao último
minuto. Deu até para o Jackson se estrear a marcar no campeonato à Panenka e o
Hulk acabar em grande no Dragão. Puxou a culatra atrás e o Ricardo já só a foi
buscar ao fundo da baliza. Quem não tem já saudades?
Pouca história num jogo que
serviu para retomar o trilho das vitórias.
Destaque para a boa entrada
do James, que parecia outro, completamente diferente de Barcelos. E isto veio
se a comprovar em Olhão.
36 Minutos da 3ª jornada,
Olhanense vs F.C.Porto. Entra James, saem Atsu. Vitor Pereira resolve dar a
linha toda ao Alex Sandro (que cumpre quase na perfeição), remetendo o James a
fazer as diagonais para o meio que tanto gosta e sabe fazer. 1-1, 1-2, 1-3. Só
não participou diretamente no 3º golo (mais um do nosso incrível), mas se a
vitória é de alguém, tem que ser dele. Saltar do banco e mudar o jogo 180
graus!
Podíamos ter saído do jogo
com um resultado mais confortável, ficaram os três pontos e um enganador 2-3.
Sofremos no fim desnecessariamente. O treinador disse e bem que isto não pode
acontecer mais. A rever.
No geral estamos onde
interessa, no topo do campeonato. É legítimo dizer que quer nós quer o nosso
principal adversário estamos mais fragilizados após o fecho do mercado não em
Portugal, mas na Rússia veja-se lá bem.
Vamos ver como reage a equipa
à perda do jogador mais decisivo nos últimos anos no nosso clube. Pensar jogo a
jogo, pois é importante não repetir Barcelos.
É triunfar rumo ao Tri, que apesar da saída do
Incrível, engane-se quem pensar que a equipa mais forte de Portugal ainda não
mora na cidade Invicta.
Por: Dragão 14
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