quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O Paradigma das equipas B





Ao tomar conhecimento da reformulação do projeto das equipas B no atual panorama do futebol português, desde a primeira hora que fiquei com a sensação de que este modelo seria o mais apropriado e melhor alinhado com as necessidades reais, emergentes e específicas dos clubes e de todos os agentes desportivos associados a este novo projeto, todavia, também me parece que ainda haverá algumas condicionantes e erros de estratégia que poderão ser objeto de alguns acertos, que passarei a tentar evidenciar nas linhas seguintes, e que gostaria de ver aqui mais aprofundadas pelos leitores deste fórum.



Se o conceito da competitividade da 2ª. Liga não poderá ser posto em causa, por razões óbvias e contidas nos últimos campeonatos, em que quase todas as equipas se poderiam apresentar como candidatas à subida de divisão, o que só por si trará benefícios à própria prova e às equipas B, o mesmo não se poderá dizer com as opções ou escolhas dos clubes em termos dos jogadores utilizados nas equipas B.

Neste propósito, sempre entendi que as equipas B deveriam servir de trampolim ou rampa de lançamento para qualquer jogador, independentemente, deste ser oriundo da equipa de juniores ou mesmo estarmos na presença de qualquer jogador de primeiro plano que necessite de criar ritmo de jogo por as mais diversas razões. Sendo assim, não se entende muito bem as razões que estarão associadas por parte de alguns clubes, ao não utilizarem os seus ativos que não tenham sido objeto de convocação para a equipa principal numa determinada jornada da equipa B. 

No meu clube em particular, o FCP, e a meu ver bem, a sua equipa técnica e a SAD tem vindo paulatinamente a colocar em prática esta prerrogativa de opção, derivada do direito de estender esta possibilidade por todos os seus ativos pelas duas equipas ao dispor do clube, o que se estranha é que outras equipas não o façam de igual forma, e ao mesmo tempo continuem a se pronunciar e a lamentar sobre o mau aproveitamento dos ativos em geral enquanto jogadores de futebol, ou por outro lado se interroguem por que razão o FCP continua a ganhar mais vezes, o que na minha opinião se deve ao facto de pensar melhor, de atuar mais rápido e de ter um gabinete de prospeção de enorme qualidade. 

Neste enquadramento pode-se então formular algumas questões a saber:

Será só por opção das equipas técnicas? Ou será por os próprios jogadores se recusarem a jogar numa divisão inferior? Ou ainda, haverá alguma restrição nos seus contratos que impeça esta prática? Jogadores como Iturbe, Ola John e Viola, por exemplo, não necessitarão de jogar mais tempo para adquirirem ritmo de jogo, e assim poderem chegar mais depressa à equipa principal? Então por que não o fazem na prática esses clubes?

A não se confirmarem estas condições, ou outras que não estejam aqui consideradas, não me parece de modo algum boa política desportiva e de gestão dos seus ativos por parte desses clubes, pois desta forma se pode perder quanto a mim, a principal função e missão das equipas B, ou seja, proporcionar aos jogadores menos utilizados a possibilidade de criarem o seu próprio ritmo normal de jogo e com isso trazerem mais-valias, tanto para eles como para o clube que lhes paga.


Por: Natachas.

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