Era uma vez um país...
Era uma vez, um país
Que quase venceu, por um triz!
Pequenino, à beira mar plantado
Limpinho, limpinho…cagado!
De transmissões a preto e branco
Velhas memórias d’alegre pranto
Ressuscitado num PIB ousado
Nessas capelas do passado!
País de prados, de velhos pastos
Onde pastam ovelhas e cabrestos
Vacas leiteiras, e outras bestas
Que tomam a árvore p’las florestas!
Tem também alguns políticos
Pequeninos mas ariscos
Gestores e demais vícios
Tomam o PIB p’los indícios
Vivem num mundo centralista
Liliputiano, maniqueísta:
A “grande” cidade… e a paisagem
Vem de benfica a sua imagem
Maior qu’o país qu’o ostenta!
Grande, grande qu’arrebenta!
Nessas finais, nesses confrontos
São imortais, até aos descontos!
Depois, é a choradeira final
Pequeno país – grande capital!
Não tem a taça, o campeonato
Vive na glória do anonimato!
Pois uma “aldeia” é irredutível
Regionalista, indestrutível
Invicta gente, de raça livre
Não desistente, com’é seu timbre!
Só no apito final, são Campeões
Não no dourado, dos aldrabões
Que tudo podem na sua ânsia
E tudo perdem, sem mais constância!
Pois, sem colinho, é mais difícil
Sem o “limpinho”, não é crível
Mesmo c’oa vaca a pastar
Não sabem vencer, sem festejar!
Daí as reservas comemorativas
Em rotundas centrais, festivas
Aos pés dos heróis desse país
Que de pequenino, só tem raíz!
Não cresce mais, por ruindade
Vive na inveja, na dor, na saudade
Esquecendo, quiçá, qu’um glorioso
Não é o campeão do canal lacrimoso!
E assim vai a vida, no país dos anões
A cidade abatida, noutros campeões
Não interessa quem ganha, pois o slb
Ganha por decreto, sem mais nem porquê!
Ah, o país não avança, não cresce no PIB
O Mexia não ganha, só enriquece no NIB
Uma vitória moral, pr’a dar novo alento!
Da troika que venha, prover ao sustento!
Por: Joker
1 comentário:
Brilhante, grande criatividade, eloquência, brilhante perceção do país, da sociedade. Gostei de ler até ao fim a poesia ritmada, não sei onde foste buscar tamanho talento! Alcindo.
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