O FC Porto recebeu e venceu o aguerrido Águas Santas num
jogo impróprio para cardíacos na 7ª jornada desta fase final do campeonato
nacional. Continua no comando do campeonato quando faltam apenas 3 jogos.
O nosso clube entrou em campo com uma alteração em relação
ao último jogo. E que alteração! Tiago Rocha, lesionado, não pôde dar o seu
contributo à equipa. De resto, João Ferraz começou novamente o jogo, tal como
Sérgio Rola.
Foi um início de jogo complicado. Ofensivamente cometemos
alguns erros pouco habituais, como o fraco aproveitamento da 1ª linha e devido
à ausência referida muitas dificuldades em encontrar boas situações para a 2ª
linha. Além disso algumas saídas para o ataque resultaram em falhas técnicas.
Valia-nos a forma como defendíamos. Tino teve um par de intervenções, Quintana defendeu
um livre de 7 metros.
Com tudo isto, aos 10 minutos de jogo já estávamos em
desvantagem no marcador (4 - 6).
Calma, nada de preocupante, ainda faltava muito tempo e
sabemos da valia da nossa equipa. Mas o jogo continuava complicado, Daymaro
teve duas suspensões muito cedo (já lá vamos) e obrigou Obradovic a improvisar.
Apostou, bem, numa suposta 1ª linha de 4 elementos em que 1 entrava muitas
vezes aos 6 metros. Era a solução, utilizar a movimentação dos nossos centrais
e laterais para desiquilibrar.
A juntar a tudo isso, começava-se a notar uma incrivel falta
de critério nas suspensões de 2 minutos. Como referimos Daymaro teve as duas
suspensões. Ok, vamos aceitar que acertaram e que foi correcto. No lado
contrário, nada, mesmo em situações piores.
Foi com todas essas condicionantes que fomos à luta.
Paulatinamente íamos recuperando. Aos 17 minutos finalmente conseguimos
restabelecer a igualdade e uns minutos depois conseguimos finalmente uma
vantagem no marcador.
Contudo, não conseguimos descolar. Era dificil, até porque
um dos árbitros marcou um golo. Obviamente não foi ele o marcador oficial, mas
se não tocasse na bola, aquela jogada tinha terminado e a bola seria nossa.
Passo a explicar. Remate aos 9 metros, Tino defende, a bola ia sair pela linha
final, toca no árbitro e ressalta para o ponta do àguas Santas que aproveitou o
brinde. Sim, foi inadvertido, mas nem assim deixaram de ter influência.
Ao intervalo tudo igual. O marcador mostrava um empate a 13
golos.
Se na 1ª parte vacilamos, pior fizemos no reatar do
encontro. Logo de inicio sofremos 3 golos sem resposta. Mais uma vez teríamos
de ir atrás do prejuizo. Talvez tenhamos entrado desconcentrados, algo que nos
podia ter saído caro.
Mais uma vez não conseguimos descolar, mesmo com vantagens
momentânes de 2 golos. A meio desta parte continuávamos com empates sucessivos.
O jogo continuava muito renhido e nós continuávamos a ter falhas. Gilberto, por
exemplo, é o MVP do campeonato mas hoje pouco acertou. Acontece aos melhores e
este é indiscutivelmente dos melhores.
Aproximava-se os minutos decisivos e Obradovic deu
instruções em alguns ataques para uma marcação individual ao nº 9 do Águas,
Pedro Cruz. Resultou, muito do perigo surgia dali. No ataque Pedro Spínola ia
começando a mostrar que estava nos seus dias, embora continuássemos com remates
falhados e algumas falhas técnicas nada habituais.
O que já se tinha passado na 1ª parte relativamente ao
critério estava ainda mais evidente. Dou 2 exemplos. O tempo de ataque
permitido ao adversário era enorme, nada de assinala jogo passivo (e como as
bancadas do Dragãozinho pediam jogo passivo nestas situações). Numa situação de
inferioridade numérica o Águas conseguiu num ataque apenas gastar 1 minuto sem
que nada fosse assinalado. Pelo contrário contra nós, continuava o critério
largo (tão na moda). Num contra-ataque, Pedro Spinola isola-se, é tocado e cai.
O árbitro assinala a falta mas nada de exclusão.
Mas voltemos ao andebol jogado que é bem mais bonito. E o
jogo estava espectacular, muita alma, muita raça dos nossos e muita, muita
qualidade. Destaco aqui uma jogada no nosso guarda-redes Quintana. Um jogador
adversário remata aos 6 metros, Quintana defende em leque, recarga novamente
aos 6 metros com Quintana ainda no chão pela anterior defesa e consegue ir
buscá-la com a mão esquerda. Brilhante!!! Este ano temos visto como os guarda
redes podem ser decisivos e esta jogada foi mais um exemplo.
A 4 minutos do final ainda perdíamos por 1 (22 -23). O
Dragãozinho, como sempre, apoia a equipa e acredita. Nada de frustrações,
apenas apoio, muito e bom apoio.
Wilson, em suspensão, quase no limite do jogo passivo marcou
e empatou. Ataque do adversário e também no limite do jogo passivo (o tal
critério largo), através do pivot nova vantagem do Águas Santas. Faltavam nesta
altura 3 minutos. ataque do Porto, dificuldade em encontrar boa situação de
remate para os especialistas e Daymaro a rodopiar e a ir para o remate. Golo,
grande golo do nosso pivot. Novo empate a pouco mais de 2 minutos para o fim.
Ia ser sofrer até ao fim...
No ataque seguinte, após uma quase intercepção de Gilberto,
remate e nova brilhante defesa de Quintana. Ataque organizado e Obradovic
aproveita para pedir desconto de tempo para planear os 90 segundos restantes.
Bola em nossa posse, troca de bola consistente e Gilberto
Duarte descobre o momentâneo pivot Filipe Mota para finalização precisa aos 6
metros, com cerca de 50 segundos para jogar. Era altura de defender e falhamos.
Golo do Águas Santas a 20 segundos do fim.
O pavilhão estava ao rubro, tinhamos a bola e íamos tentar o
golo da vitória. Numa jogada inteiramente construida pela 1ª linha, troca de
bola entre Gilberto e Wilson, este a entregar para Pedro Spínola que com um
grande remate em apoio, quando faltavam apenas 2 segundos para o final a marcar
o golo decisivo. Grandes!!! É um orgulho e um prazer enorme apoiar esta equipa.
Acreditaram sempre, lutaram com tudo e mais uma vez a 2 segundos do final foram
recompensados. Quem não se lembrou do golo ao regime nesta altura?
Na próxima jornada deslocação muito complicada ao reduto do
Sporting. Estamos perto do penta e um bom resultado lá deixa-nos ainda mais
perto. Vamos a eles Campeões, acreditamos em vocês.
Equipa do FC Porto:
Equipa Inicial: Hugo Laurentino (g.r.), Gilberto Duarte
(3), Wilson Davyes (4), Daymaro Salina (2), Elias Nogueira (4), Sérgio
Rola (3) e João Ferraz.
Jogaram ainda: Alfredo Quintana (g.r.), Filipe
Mota (3), Pedro Spínola (6), Ricardo Moreira (1) e Hugo Rosário.
Treinador: Obradovic.
Por: Paulinho Santos
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