Há lixo que não vale a pena
varrer para debaixo do tapete. Está escondido mas cheira mal.
Quem se quiser livrar de esterco
convém não atirar ao rio. Vem sempre à tona.
Está é a história de um
desenterrado. De alguém que em Dezembro de 2012 saiu, de rabinho entre
as pernas, da direcção de comunicação do Benfica.
Nesse dia conhecem-se as eloquentes declarações:
“O único comentário que quero fazer é agradecer ao presidente Luís
Filipe Vieira por me ter permitido servir o Benfica durante quase cinco anos.”
Procurou trabalho de forma
afincada durante mês e meio. Foi a entrevistas, mandou currículos, candidaturas
espontâneas. Nada.
Chegou mesmo a mostrar um
cardápio de comunicados que tinha construído com suor ao longo de 5 anos. Os
empregadores não se impressionaram informando o pobre candidato que o tempo das
Cassetes com o Lado A e Lado B tinha ficado no século passado.
Todos os empregadores? Não.
“Luís! Posso voltar? Está frio lá fora e ninguém reconhece
as minhas competências!”
Fevereiro de 2013
“João Gabriel voltou ontem a ser o responsável pela comunicação do
Benfica, cargo que tinha deixado em Dezembro de 2012 e que desde essa altura
não tinha sido preenchido.”
O Cavalheiro em questão tem um
historial de declarações que revela a fibra, a verticalidade e o carácter da
nação benfiquista.
Em 2009 aconteceu isto:
Nada de extraordinário.
“O Benfica acompanha sem surpresa
mas com muita paciência a campanha montada pelo Sporting cujo único objectivo é
condicionar o desempenho de quem tem responsabilidade pela arbitragem até ao
fim do campeonato.”
Em 2013 aconteceu isto:
A dimensão dos roubos não muda. O que antes se chamava de
igreja (baptista, por sinal) hoje é de capela.
O morto ressuscitado ainda sem tempo para tirar a terra do
corpo dá a cara pelo mesmo comunicado recauchutado.
“Durante uma semana mantivemos de
forma paciente o silêncio que hoje termina, de forma a acabar com a campanha
mais baixa, fraudulenta e imoral dos últimos anos. Uma campanha de insinuações
e mentiras, promovida por alguém que evidentemente queria tirar dividendos do
clima de intimidação que foi criado.”
Conclusões:
1 – Quem é roubado tem que ficar caladinho;
2 – Se o roubado faz barulho o ladrão tem o mérito de se
silenciar 1 semana;
3 – Após a semana paciente o ladrão acusa o roubado de
querer condicionar o polícia.
Em 2009:
“Temos orgulho da Taça da Liga
porque resultou do trabalho do plantel, da nossa equipa técnica e da
competência dos nossos jogadores e da capacidade do nosso guarda-redes.
Resultou dum percurso transparente até ao final da Taça da Liga.”
Em 2013:
«Tentaram contestar o mérito da
liderança do Benfica de forma desprezível. Essa resulta do trabalho, do empenho
e do talento de muita gente de dentro do clube, ninguém deu nada ao Benfica»
O Homem é um auto-plagiador
olímpico. Passam 4 anos e nada muda.
Ingratidão suprema. Imagino as
caras de tacho do Senhor Lucílio e do Cavalheiro Capela.
Nem uma palavrinha de
agradecimento? Palavra leva-as o vento. Um 3,7 sobrevive a qualquer tornado e a
carreira internacional com as insígnias da FIFA ganha asas.
Em 2009:
“Há uma fronteira clara entre a
frustração de uma derrota e a total falta de fair Play e o tremendo mau
perder.”
Em 2012:
“Os árbitros não podem aldrabar a classificação e, nesta altura, a
classificação está aldrabada por influência directa dos árbitros”
“Título do FC Porto é um tributo aos árbitros.”
Seguindo a linha de raciocínio que entre 2009 e 2013 o agora
Desenterrado defende de forma coerente o que será que em 2012 o “roubado”
pretendia com estas declarações?
Condicionar 2013? Tirar dividendos em 2013?
Limpinho.
Por: Walter Casagrande
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