As noites europeias estão de volta ao Dragão.
Esta quarta-feira o FC Porto recebe o PSG para a segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, sendo que ambas as formações entraram com o "pé direito" na competição levando a melhor sobe Dinamo Zagreb e Kiev respectivamente.
Apesar de ainda estar tudo por decidir e estarmos numa fase precoce da prova, uma vitória por parte do FC Porto poderá embalar a equipa rumo aos oitavos de final, onde chegar se revela crucial e diria que quase obrigatório depois do fracasso do ano anterior.
O PSG é uma equipa que depois de um começo atribulado finalmente está a chegar ao nível esperado, onde a qualidade do plantel é bastante real e como tal é de esperar um jogo equilibrado entre as duas principais equipas deste grupo (em condições normais serão elas a passar aos oitavos).
No FC Porto, é de aguardar algumas mexidas no onze inicial (comparativamente ao que entrou frente ao Rio Ave) como por exemplo o regresso do Fernando após lesão e ainda do lateral Danilo ou extremo Varela, sacrificando desta feita Defour (referira-se que cumpriu quase na perfeição o que lhe foi destinado), Miguel Lopes e o jovem Atsu.
Quanto ao PSG apresenta uma baixa de vulto, o brasileiro Thiago Motta (Menez e Lavezzi já estão aptos). De qualquer forma, possuem no seu plantel jogadores que dispensam qualquer tipo de apresentação seja na defesa, meio-campo e claro está no ataque, nesta altura o PSG apresenta poucos pontos fracos e apesar do FC Porto jogar no seu estádio é um jogo de tripla.
Um plantel que tem jogadores como Maxwell, Alex, Thiago Silva, Van der Wiel, Verratti (craque!), Nenê, Pastore, Kevin Gameiro, Lavezzi ou Ibrahimovic naturalmente tem condições por lutar pela vitória independentemente do adversário que possa ter pela frente e no futuro o investimento voltará a ser forte, até porque os franceses pretendem a médio/longo prazo dominar o futebol europeu.
Nestes primeiros jogos, a equipa parisiense teve algumas dificuldades para encontrar a sua forma de jogar que fosse eficaz e acima de tudo era notório a falta de imaginação e velocidade no ataque, somente Ibrahimovic causava desequilíbrios, diga-se que Ancelotti percebeu rapidamente onde havia de mexer e actualmente o 4-3-2-1 está bem consolidado (curiosamente no encontro com o Sochaux juntou o Gameiro a Ibra e assim jogou em 4-3-1-2, mas isto são situações pontuais que podem suceder num ou outro jogo.
A equipa está bem definida a jogar com três jogadores no meio-campo com características mais defensivas, dois elementos com liberdade e capacidade ofensiva tremenda e depois o ponta de lança sueco a causar estragos a qualquer defesa que lhe possa surgir pela frente.
Isto são jogos onde acima de tudo é importante e crucial levar de vencida, independentemente da exibição ou capacidade ofensiva exibida ao longo da partida!
Convocados PSG:
Guarda Redes: Nicolas Douchez, Alphonse Aréola e Salvatore Sirigu;
Defesas: Thiago Silva, Mamadou Sakho, Zoumana Camara, Alex, Maxwell, Sylvain Armand, Van der Wiel e Christophe Jallet;
Médios: Jérémy Menez, Nenê, Blaise Matuidi, Clément Chantôme, Momo Sissoko, Marco Verratti e Javier Pastore;
Avançados: Guillaume Hoarau, Ezequiel Lavezzi, Zlatan Ibrahimović e Kévin Gameiro
Defesas: Thiago Silva, Mamadou Sakho, Zoumana Camara, Alex, Maxwell, Sylvain Armand, Van der Wiel e Christophe Jallet;
Médios: Jérémy Menez, Nenê, Blaise Matuidi, Clément Chantôme, Momo Sissoko, Marco Verratti e Javier Pastore;
Avançados: Guillaume Hoarau, Ezequiel Lavezzi, Zlatan Ibrahimović e Kévin Gameiro
Convocados FC Porto:
Guarda-redes: Helton e Fabiano.
Defesas: Danilo, Maicon, Miguel Lopes, Mangala, Alex Sandro e Otamendi.
Médios: Lucho, Castro, João Moutinho, Varela, Fernando, Atsu e Defour
Avançados: Jackson, James e Kléber.
O que dizem os intervenientes:
Vítor Pereira:
«FC Porto e PSG têm processos diferentes para conquistar títulos»
O relvado do Estádio do Dragão vai ser palco, esta quarta-feira, do confronto entre duas visões antagónicas do futebol.
De um lado o FC Porto, reconhecido a nível europeu pelas transferências rentáveis de jogadores; do outro o Paris Saint-Germain, clube que ganhou novo fôlego no panorama futebolístico por força do investimento avultado na contratação de jogadores com créditos firmados.
Vítor Pereira traça as principais diferenças entre estas duas realidades.
«Normalmente, o scouting do FC Porto dirige-se para jogadores jovens, de qualidade, que depois acabam aqui a sua formação. Quando atingem um nível elevado, há necessidade de os vender e ter a capacidade de ir renovando a equipa e ganhando títulos. Tem sido este o trajeto do FC Porto de há muitos anos a esta parte. O PSG é um clube, neste momento, com muito dinheiro e que necessita urgentemente de títulos», caracteriza.
«Lucho conhece vários jogadores do PSG? Não sabia»
O conhecimento do futebol francês de Lucho González não representa, segundo Vítor Pereira, uma vantagem para o FC Porto no jogo com o Paris Saint-Germain.
O médio argentino atuou durante duas épocas e meia na Ligue 1, ao serviço do Marselha, tendo defrontado a equipa da cidade luz em diversas ocasiões. Porém, o treinador dos azuis-e-brancos não vê «como vantagem o facto de Lucho conhecer individualmente tantos jogadores do adversário».
«Nem sequer sabia que ele conhecia assim tantos jogadores do PSG. Preparámos este jogo com a observação normal do adversário, identificámos bem as características do PSG», explicou o treinador.
Questionado pelos jornalistas franceses sobre o momento do médio, Vítor Pereira salientou: «Lucho está muito bem, é um jogador de grande qualidade, tem uma maturidade muito grande. Trouxe experiência e qualidade ao grupo».
«Veio ajudar-nos, é um jogador já identificado com o clube. É uma mais-valia para o nosso grupo»
«Temos argumentos mais do que suficientes para vencer o PSG» - Vítor Pereira
Vítor Pereira encara com confiança o jogo com o Paris Saint-Germain e acredita plenamente que o FC Porto «tem argumentos mais do que suficientes» para levar a melhor sobre a milionária equipa francesa.
O empate (2-2) com o Rio Ave, em Vila do Conde, faz parte do passado e em nada vai influenciar a prestação dos azuis-e-brancos no embate da Champions.
«A última referência que tenho nesta competição é o jogo em Zagreb, onde mostrámos ser uma equipa de qualidade, organizada e concentrada, evidenciando maturidade tática que é fundamental nesta prova. Fomos iguais a nós próprios em Zagreb, ganhámos muito bem e com mérito», salienta Vítor Pereira, adiantando a receita para lidar com Zlatan Ibrahimovic e companhia.
«Vai lidar como equipa, fiel à sua identidade e ao seu jogo de posse, querendo controlar com bola. Queremos colocar problemas ao adversário com o nosso padrão de movimentos natural e controlar a equipa no seu todo, apesar de reconhecer qualidade a Ibrahimovic», refere.
«Vamos defrontar um adversário de qualidade, individual e coletivamente, não restam dúvidas sobre isso. Mas o PSG vai defrontar igualmente um adversário de qualidade. Acredito que vai ser um bom jogo e espero que o entusiasmo dos nossos adeptos nos ajude a ganhar», deseja o treinador, repisando: «Com a qualidade do nosso jogo, julgo que temos argumentos para discutir o jogo e ganhar».
Respeitar pergaminhos do clube
Eliminado na fase de grupos na última edição da Champions, Vítor Pereira define como objetivo «fazer uma Liga dos Campeões ao nível dos pergaminhos do clube».
«Temos consciência de que cada ponto conquistado é importante e uma vitória amanhã [quarta-feira] será importante porque permite somar mais três pontos. Acreditamos na qualidade do nosso jogo e acreditamos ter argumentos mais do que suficientes para vencer o PSG»
João Moutinho:
«Não vai ser só batalha a meio-campo»
João Moutinho considera que FC Porto e Paris Saint Germain têm as mesmas hipóteses de êxito no embate europeu de quarta-feira. Médio perspetiva um «jogo difícil» para os dragões e avisa que os duelos do meio-campo não serão os únicos a ser travados com a equipa francesa.
«É importante uma vitória amanhã, contra um adversário direto que tem os mesmos pontos que nós. Se ganharmos passaremos para a frente do grupo, vamos jogar em casa, com o público a apoiar e dentro do campo vamos tentar demonstrar a nossa força e conseguir a vitória. O FC Porto tem um histórico nas competições europeias, mas acho que há 50% para as duas equipas», argumenta, prosseguindo: «Acho que não vai ser só uma batalha a meio-campo. Vai ser um jogo difícil, contra uma excelente equipa. Mas nós sabemos a nossa qualidade e vamos tentar demonstrar dentro do campo que somos superiores».
«Todos conhecemos os jogadores do PSG. É uma equipa, não um jogador, que tem as suas virtudes e vamos tentar contrariá-las, impor a nossa qualidade, na máxima força, para tentarmos sair vitoriosos», afiança Moutinho.
Thiago Silva:
«Queria muito ter jogado no FC Porto»
O defesa-central Thiago Silva lamenta não ter tido a oportunidade de representar o FC Porto no início da carreira, quando em 2004 chegou à Invicta procedente do Juventude, do Brasil.
«Fui contratado para a equipa principal, mas poucos dias depois de ter chegado enviaram-me para a equipa B. Estive apenas uma vez no Estádio Dragão e para participar num treino. Nunca compreendi porquê e também não perguntei. Poucos meses depois fui transferido para o Dínamo Moscovo», recorda o internacional brasileiro, em declarações ao Le Parisien.
Um problema de saúde terá motivado a passagem efémera pelos azuis-e-brancos.
«No FC Porto ninguém sabia o que eu tinha, não culpo ninguém. Se não tive sucesso lá, em muito se deve à minha doença. Mas queria muito ter vestido aquela camisola. É um grande clube, com uma estrutura muito boa e jogadores fantásticos», elogia Thiago Silva, reconhecendo que «vai ser especial» defrontar a equipa portuguesa na Liga dos Campeões.
Por: Dragão Orgulhoso
2 comentários:
Nao há muito que enganar. Posso nao gostar de VP mas numa coisa nao o posso criticar, ele é completamente honesto, ninguém irá ao Dragao amanha por engano, ele disse com todas as letras o que podemos esperar para o jogo de amanha e para o resto da temporada:
"A referência que tenho de Zagreb é muito positiva. Fomos uma equipa de qualidade, bem organizada, concentrada. Uma equipa que evidenciou maturidade tática. Essa é a minha referência. É a esse jogo que me reporto, é nele que vou buscar a identidade da equipa. Fomos iguais a nós próprios, em Zagreb, e ganhámos com mérito."
Nestes jogos contra equipas pretensamente "grandes" ou com elementos que marcadamente podem fazer a diferença, lembro-me sempre de Mourinho e do que ele dizia e preconizava para a Champions " campeonato nacional 4-3-3, Champions só podemos marcar a diferença se jogarmos em 4-4-2"
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