domingo, 11 de agosto de 2013

FC Porto 3 - 0 Vitória Guimarães - Primeiro troféu da época

Começar a ganhar





Pela quinta vez consecutiva entrámos na nova época a ganhar a Supertaça. É já um hábito do nosso clube e que nos dá sempre um enorme prazer vencer. É o primeiro troféu desta época que se espera de sucesso.

Esta noite em Aveiro, perante um estádio lotado, Paulo Fonseca optou por escalar apenas um dos reforços para titular. A defesa foi a a esperada. No meio campo, a acompanhar Fernando estava Defour. Lucho mais uma vez a 10 no apoio a Jackson. A maior dúvida era quem acompanharia Varela numa das alas. O escolhido foi Licá.

A primeira nota de relevo no jogo foi a que desejávamos. Uns minutos de estudo mútuo e no primeiro ataque digno de registo, golo nosso. Aos 5 minutos já em vantagem, excelente. O marcador? Licá, a meia surpresa do treinador. Uma aposta em cheio.

Falemos do golo porque é reveladora do estilo de jogo que pretende Paulo Fonseca e das suas ideias. O treinador está a tentar que tenhamos um jogo mais objectivo, mais rápido a chegar a zona de finalização e criar assim mais chances de golo. O nosso golo inaugural é a prática dessa ideia. Um lançamento lateral, supostamente inofensivo, falha do defesa adversário na intercepção, Lucho bem a encontrar o espaço para cruzar e Licá a finalizar.

Ficou demonstrada a razão da escolha deste debutante no plantel para o 11 inicial. Licá é um jogador objectivo, que consegue chegar rápido a zonas de finalização através de diagonais. Com um extremo "puro" do outro lado que sabe cruzar era pedido alguém que conseguisse esse movimento. Uma escolha que se revelou acertada.

Mesmo com a madrugadora vantagem nada mudava. Queríamos dominar o jogo e fizemos por isso. Com um bom jogo exterior sobretudo pelo flanco direito com as subidas de Fucile e as combinações entre Varela e Lucho era expectável o avolumar da vantagem devido às oportunidades criadas.

Não foi preciso esperar muito. O cronómetro mostrava 17 minutos. Mais uma jogada pela direita, mais um cruzamento, desta vez de Varela e Jackson a surgir entre os dois centrais vitorianos e a cabecear como era suposto. De cima para baixo, com força e para o ângulo inferior. Um golaço. Sem hipóteses de defesa.

A equipa estava bem tanto no marcador como na exibição. Era um jogo de uma direcção só. O nosso meio campo pressionava com acerto e mantinha-se bem posicionado. Os extremos recuavam e ajudavam na pressão. A defesa lidava com facilidades com um avançado que pareceu ainda muito ingénuo nas suas movimentações.

Ofensivamente víamos os laterais a subirem muito e a propósito. O tão falado duplo pivot a começar a dar frutos. Um mais fixo e mais preocupado com a estabilidade da equipa - Fernando - e outro com mais liberdade na transição ofensiva, Defour. Lucho, que se manteve a 10, a cair entre linhas e a encontar com mestria espaços para si e para entradas dos colegas. Uns extremos com papéis diferentes. Um extremo a ir à linha como Varela e Licá com com mais movimentos diagonais.

Com esta vantagem confortável e com tamanho dominio, o jogo entrou num impasse. Nós não tínhamos de forçar, não precisávamos de arriscar. Sendo assim, mantivemo-nos seguros a gerir o ritmo de jogo e à procura de alguma falha na defensiva contrária para continuar a criar perigo.

Foi numa dessas falhas defnsivas que fizemos o nosso terceiro golo. Já muito perto do intervalo, el comandante a marcar. Novamente depois de um cruzamento da direita (Fucile agora), falha do guarda-redes a sair e Lucho a marcar de pé esquerdo.

Ao intervalo sentia-se que o jogo estava quase ganho, bastava ser inteligente na gestão.

Essa foi precisamente a palavra chave deste segundo tempo. Gestão. Foi o que fizemos, gerimos com muito à vontade a posse de bola, o ritmo que nos interessava e gerimos o cansaço.

A posse era nossa, já que rapidamente a recuperávamos quando a perdíamos. O ritmo baixou obviamente. Estamos no inicio da época, dispunhamos de um resultado confortavel, era óbvio que não manteríamos o ritmo. E gerimos o cansaço. Varela foi o primeiro a sair, entrou Josué para a extrema esquerda, à passagem dos 60 minutos. Saía um extremo que corria com bola e entrava um médio que é forte a manter-nos com a posse da mesma com a sua qualidade técnica. Dez minutos depois, sai um já cansado Licá e entra o adorado Kelvin. Por fim sai Defour e entra Quintero. O belga irá à selecção e teve uma actuação desgastante e Quintero está a mostrar que será uma mais valia, precisa de minutos.

Ainda assim ficamos a dever a nós próprios um resultado mais avolumado. Criamos algumas boas oportunidades mas, fruto da vantagem e da descontração, falhamos na concretização. Quisemos adornar os lances, dar aquele toque extra de classe às jogadas. Normal nessa fase do jogo.

Foi um jogo que soubemos tornar fácil. Deu-nos a 20ª Supertaça do palmarés e iniciamos a época da forma que mais gostamos. Vamos ao Campeonato agora.





Análises individuais:

Helton -  Não fez uma defesa. Mostrou atenção e segurança nas saídas aos cruzamentos.

Fucile - Sem trabalho defensivo que o preocupasse, aproveitou para massacrar o lateral adversário. Boas subidas e cruzamentos bem medidos.

Otamendi - O patrão da defesa. Disfarça a pouca velocidade com um impecavel posicionamento. Os cortes em carrinho tornaram-se a sua imagem de marca e resultam nas siuações em que os utiliza.

Mangala - Não o conseguiram superar pelo ar. Não o conseguiram em velocidade. Muito menos o conseguiram em força. Teve mais trabalho na 2ª parte mas não permitiu que nada passasse. Os avançados do Vitória vão ter pesadelos com ele hoje.

Alex Sandro - Menos afoito que Fucile, optou pela tranquilidade no seu flanco. Ainda assim registo para dois remates de longe e algumas boas subidas.

Fernando - Enquanto o jogo não esteve decidido foi o Fernando habitual. Contido nas subidas, garantiu o equilibrio na sua zona de acção. Foi importante nesse período. Com o jogo resolvido saiu mais da sua posição. Errou alguns passes.

Defour - Está a lutar pelo seu lugar na equipa. Entendeu bem o que lhe é pedido como elemnro mais solto do duplo pivot e executou-o bem. Mostrou dinamismo na transição ofensiva.

Lucho - Mostrou o que é ser um jogador inteligente. A forma como encontrou o espaço para desiquilibrar não está ao alcance de todos. Terminou mais recuado e mostrou já uma boa condição fisica. O MVP do jogo.

Varela - Sublime o cruzamento para o golo de Jackson. teve algumas jogadas interessantes pelo seu corredor e combinou bem com Fucile.

Licá - Reparte com Lucho a distinção de MVP. Um golo e muitas jogadas de perigo. Excelente a forma como aparecia na área em movimentações diagonais. Bons promenores técnicos. Não parecia que se estreava tamanha a confiança.

Jackson - É um regalo vê-lo a dominar uma bola. marcou num grande cabeceamento e integrou bem os movimentos ofensivos, ajudando ao enorme volume de jogo.

Josué - Posicionou-se sobre a esquerda e a sua técnica e qualidade de passe manteve-nos com uma boa gestão da posse.

Kelvin - Muito aplaudido, teve uma ou outra arrancada.

Quintero - Conseguiu em 10 minutos sacar um amarelo, rematar e tentar uma assistência. tem muito talento.


Equipa e marcadores:

Helton, Fucile, Otamendi, Mangala, Alex Sandro; Fernando, Defour (Quintero 76'), Lucho Gonzalez; Varela (Josué 62'), Licá (Kelvin 86') e Jackson Martínez.

Golos:

Licá (5'), Jackson Martínez (17'), Lucho Gonzalez (45').




Por: Paulinho Santos




5 comentários:

Anónimo disse...

Gostei da cronica. Mas que é feito do talentoso Breogan?
Alguém que diga ao forista DRAGO que o jovem Rochinha juvenil do Vizela não ficou no FCP, porque não aceitou ficar na Casa do Dragão.
Preferiu os amigos, o seu liceu etc. è que uma mentira dita muitas vezes transforma-se em verdade e não é bom nem justo.

Drago disse...

A informação que me deram, e tomo-a como boa, é que o Rochinha quando veio para o FC Porto não tinha lugar na Casa do Dragão, porque o FC Porto considerava que Vizela estava num raio de distância do Porto em que não é proposto aos jogadores a mudança.

O Rochinha iniciou a época no FC Porto, chegou a jogar pelo Padroense e depois, certamente em conjunto com os seus pais, decidiu retornar ao Vizela.


Se esta época o FC Porto, sensibilizado pelo que aconteceu na época passada, já ofereceu outras condições, mas, ainda assim, foram recusadas pelo Rochinha pelos motivos que menciona, confesso que desconheço.


Mas o que importa sublinhar, é que é um atleta com valor e que deveria estar na formação do FC Porto. Todos os esforços deveriam ir nesse sentido.
E já não é caso virgem.

Anónimo disse...

Informação de fonte muito credível obtida já há muitos meses atras:

"O Rocha foi um jogador que veio no inicio de época, mas que demonstrou grande dificuldade de adaptação. Recusou liminarmente deixar os amigos e a escola dele em Vizela e vir viver connosco para a Casa do Dragão."

Drago disse...

Não temos a mesma informação.

Não vou teimar, embora, confie na minha fonte, afinal, trabalha com o Rochinha no Vizela.


Mas a discussão de fundo é que, por alguma coisa de menor substância, o Rochinha não está no FC Porto e que há outros "rochinhas" que assim escapam. A mim, preocupa-me.

Tribuna Portista disse...

O talentoso Breogán encontra-se de férias enquanto isso as crónicas serão feitas pelo não menos talentoso Paulinho Santos.

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