O FC Porto deslocou-se hoje a Viseu para disputar a Supertaça. Nós, como campeões nacionais, o Sporting com vencedores da Taça, ganha num amargo jogo para nós.Queríamos ter esta Taça. Se a ganhássemos, igualaríamos o nosso rival como clube com mais troféus no andebol português. Não a trouxemos. Aprendamos com o que de hoje fizemos de mal, usemos esta frustração para lutar ainda mais. Temos um inédito hexa para conquistar, além da tão ambicionada entrada na Champions. É preciso melhorar para o conseguirmos.
Antes do jogo, até porque não tivemos ainda essa oportunidade, falemos das movimentações que ocorreram na nossa equipa. Temos algumas caras novas. Comecemos pelos pontas. Uma ponta esquerda com duas caras novas. Mick Schubert, um dinamarquês de 25 anos com 1,93m. Como companheiro de posição o conhecido David Davis com um palmarés imenso. Ganhou 3 Ligas dos Campeões e foi campeão do Mundo pela selecção espanhola. Outra contratação espanhola foi o central de 31 anos Álvaro Ferrer (hoje não jogou devido a lesão), outro grande titulado, tendo já ganho uma Taça das Taças e um Campeonato do Mundo de clubes. Não descurámos o mercado interno também. O 1ª linha Vasco Santos regressou do Ismai, o ponta-direita Miguel Sarmento já há muito tinha anunciado. A finalizar as contratações o jovem e talentoso guarda-redes João Moniz, proveniente do Belenenses.
Das contratações, apenas Schubert integrou 7 inicial. Tal como tem sido habitualmente testado apresentamos uma defesa em 5*1, sendo até um 3*2*1 em algumas circunstâncias. O elemento mais avançado na nossa defensiva era Davis, uma novidade, e que entrou logo após os primeiros minutos. A ausência de Tiago Rocha por castigo, foi demasiado notada.
Após uns minutos de jogo logo se percebeu qual a melhor palavra para descrever este jogo. Equilíbrio. Esta palavra define todo um jogo. Senão vejamos:
O primeiro golos pertenceu aos nossos rivais. Spinola empatou. Mesmo as vantagens superiores a um golo eram anuladas em poucos minutos. O nosso instantâneo 3 - 1 demorou pouco a tornar-se numa nova igualdade.
Nestes primeiros minutos 2 destaques na nossa equipa. Quintana teve algumas defesas de grande nível mantendo a nossa equipa em jogo. No ataque brilhava Spínola. Estava de mão quente.
Aos poucos, fruto do maior acerto na nossa defesa e do acerto na finalização de Schubert e Spínola fomo-nos distanciando. à passagem dos 10 primeiros minutos vencíamos por 2 (6 - 4). Uns minutos depois a primeira vantagem de 3 golos no encontro.
Estávamos assim a meio da 1ª parte e pensou-se que pudéssemos agora assumir o domínio do jogo. Puro engano. Paulatinamente eles iam recuperando.
Aos 20 minutos essa vantagem era apenas de 1 golo (10 - 9). Podia ser pior mas Quintana com uma defesa a um remate aos 6 metros e posterior recarga com uma saída em leque não o permitiu.
Eles estavam melhores nesta altura. A nossa defesa ainda não tinha acertado na marcação ao cubano Carrol. A defesa deles, igualmente em 5*1 conseguia-nos forçar a remates de longe. Por norma não é um problema mas Gilberto Duarte estava a errar muito. Obradovic ainda o substituiu e pediu um desconto de tempo de forma a reorganizar a equipa. Nem isso resultou. Um parcial de 3 - 9 nos últimos minutos colocou o resultado em 11 - 15.
Falhamos muito, quer defensiva quer ofensivamente nesta fase. Tivemos igualmente algum azar e Candeias mostrava estar em forma a travar os nossos remates.
Ainda conseguimos um golo nos instantes finais mas ao intervalo, o marcador mostrava uma incómoda desvantagem por 12 -15.
No passado assistimos a grandes recuperações e a um brio enorme nos nossos atletas. O brio manteve-se, a recuperação é que não foi total.
Depois de mais 1 golo nosso no recomeço, uma falha de luz que atrasou o jogo por alguns minutos.
Fizemos algumas alterações. Mudamos o sistema defensivo para uma defesa 6*0. Resultou. Aos 5 minutos desta etapa complementar o marcador já mostrava novo empate. Estava de volta o equilíbrio para não mais haver distanciamentos tão grandes. Aos 10 minutos continuava tudo empatado (20 - 20). Curiosamente os nossos 3 golos marcados entre os 5 e 10 minutos foram todos da mesma forma e pelo mesmo marcador, da linha de 7 metros e marcados pelo nosso capitão Ricardo Moreira.
A meio da segunda parte continuava tudo empatado. Aos 20, sem surpresas, nenhuma das equipa se distanciava. Era uma luta em cada jogada, em cada metro.
Faltavam 5 minutos e tivemos uma oportunidade para passar para a frente. Brilhante jogada e passe para o isolado daymaro que aos 6 metros falhou. Na sequência da jogada, golo deles. O que seria uma vantagem para nós, tornou-se numa vantagem deles (27 - 28).
Chegamos assim aos 2 minutos finais. Eles tiveram uma exclusão e tínhamos tempo para igualar. Consegui-mo-lo através de um livre de 7 metros marcado por Wilson.
Num jogo tão equilibrado, só podia dar em prolongamento. Empate a 28 no final da hora de jogo.
Nestes 10 minutos extra, começamos bem. Quintana, entretanto regressado à baliza, voltou a mostrar-se bem. Conseguimos uma vantagem de 2 golos, através de golos de João Ferraz e Ricardo Moreira. Devíamos ter segurado esta vantagem e voltamos a não o fazer. No espaço de um minuto eles voltaram a empatar.
Depois, duas exclusões nossas quase seguidas hipotecaram a nossa hipótese de êxito. Se a de Gilberto é merecida, a de Davis não será assim tanto. Mas não era de decisão fácil.
O rival aproveitou e colocou-se de novo em vantagem (30 -31). Marcou novamente, com a nossa equipa ainda em desvantagem numérica.
Quando voltamos a ter os 7 jogadores em campo já era tarde. Ainda reduzimos a 1 golo de diferença, mas no derradeiro ataque não conseguimos a desejada igualdade. No final, 33 - 32. Não conseguimos igualar o número de título dos rivais de hoje.
Nesta casa não estamos habituados a perder. Nunca estaremos, queremos sempre ganhar mais e mais. Não é um resultado que se possa ignorar, nunca o é. Mas não abala em nada a confiança que temos nestes jogadores e equipa técnica. Nos jogos da Champions no Dragãozinho, lá estaremos a lutar ao vosso lado como sempre. E ganharemos.
Equipa e marcadores:
Alfredo Quintana (gr), Gilberto Duarte (1), Wilson Davyes (9), Daymaro Salina (2), Mick Schubert (2), Ricardo Moreira (6) e Pedro Spínola (6)
Jogaram ainda: Hugo Laurentino (gr), João Ferraz (5) e David Davis (1)
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