Se nos reportamos a alguns anos atrás, certamente que ainda estará fresca nas memórias dos amantes do desporto-rei os graves problemas de drenagem e de deficiente manutenção dos relvados portugueses.
Principalmente quando as condições climatéricas não eram as melhores, dificultando a circulação da bola nos tapetes verdes, obrigando os jogadores a um maior desgaste físico e os treinadores a utilizarem outros sistemas de jogo, e onde a diferença entre um campo pelado e um relvado era quase nula, devido a uma forte compactação dos solos que não evitavam uma drenagem adequada, originando a proliferação de raízes pouco sãs e pouco profundas, não permitindo uma melhor circulação do ar ao não criar canais de arejamento e a penetração dos fertilizantes apropriados nos solos, para além de ainda não se usarem maquinarias mais adequadas que permitissem um bom corte uniforme da relva, favorecendo assim a formação de uma espécie de almofada vegetal espessa e robusta.
Hoje em dia, para além da hipótese conservadora dos relvados naturais mais em voga pela maioria dos clubes, há também alternativas credíveis aos relvados naturais com excelente qualidade de piso, através de relvados sintéticos ou semissintéticos devidamente certificados, que permitem uma imagem quase real do relvado e uma superior qualidade televisiva da mesma em alta definição, que muito provavelmente serão uma hipótese muito forte a médio prazo, pese embora, esta alternativa trazer ainda alguns problemas de ordem física para os jogadores, por poder eventualmente provocar mais lesões devido ao tecido fibroso da sua composição artificial.
Por tudo isto, e tendo em conta as novas tecnologias nesta área e a diversificação de escolha em termos de oferta de serviços de implementação de novos relvados, e que Portugal tem tido um papel preponderante através do aparecimento de várias empresas da especialidade, já nada justifica que se pratique a modalidade sem as condições mínimas para a prática de um futebol com a qualidade que o mesmo exige, a que todos devemos ter por direito próprio enquanto espetadores e amantes da modalidade rainha em Portugal, tendo em conta o alto valor dos preços dos bilhetes em vigor e dos custos inerentes às imagens televisivas, cada vez mais onerosas para o cidadão comum num período de grave crise económica.
Neste propósito, penso que a Liga de Clubes e a FPF se deverão unir no sentido de obrigarem, pelo menos os clubes da 1ª. Liga, a terem nos seus complexos desportivos relvados com ótimas condições para a prática do futebol, em que o último Olhanense – Benfica é disso um mau exemplo, sob pena de serem objeto de sanções disciplinares, que para além da aplicação de coimas para o efeito, possam também serem punidos com a perda de pontos na tabela classificativa, para que desta forma não possam optar por realizar os seus jogos fora do seu habitual recinto de jogo, (excetuando situações de força maior), situação que por vezes já tem acontecido e que por norma também pode vir a beneficiar os clubes visitantes com maior poder económico por jogarem em campo neutro.
Por: Natachas.
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