Os comandados de Capucho venceram no passado sábado o rival de sempre Boavista por 9-2, o que acham os nossos leitores desse resultado?
Olhando para o resultado o comum
do adepto Azul e Branco enche o peito de ar e pensa "ei pá enfiamos 9 nos
remendados, o clube representativo de uma rotunda”.
O que à partida é uma vitória
monstruosa no terreno de jogo por parte da nossa equipa júnior, é também uma grande
derrota para a formação e em toda a largura para o Futebol
Português, ainda para mais sendo o Boavista um clube importante e com tradição na formação em Portugal.
Nos escalões de base o que faz
falta a estes jovens é competição, jogos equilibrados para elevarem o espírito competitivo de forma a ajudar a maturação do jogador jovem.
O que vamos encontrando nas fases iniciais dos escalões de formação?
Quadros competitivos mal
organizados em que os clubes maiores passeiam literalmente, sem necessidade de
se esforçarem para levarem de vencida os seus adversários, impedindo desta
forma que os níveis competitivos se desenvolvam numa altura crucial da formação
do jovem jogador.
Olhamos para o caso concreto da
Zona Norte, o FC Porto é líder isolado com mais seis pontos que o segundo SC
Braga e sete que o Rio Ave que para
cúmulo é uma equipa constituída maioritariamente por jogadores dispensados ou
cedidos pelo FC Porto, isto à 15ª jornada.
Clubes como o FC Porto que desde
as bases procuram captar para si os maiores talentos que vão aparecendo no
panorama regional e até nacional, numa tarefa cada vez mais complicada, porque os talentos acima da média por
diversos fatores, como o desaparecimento do futebol de rua que propiciava o
desenvolvimento do talento natural, e uma má formulação e conceito de desporto
escolar, etc., etc.
Juntando a esses fatores
conjunturais, este desregrado quadro competitivo que não obriga os jovens a
jogar nos limites, que não força o seu crescimento futebolístico, que não os
obriga a jogar mais e mais, só vem atrapalhar um mais rápido maturar dos jovens
jogadores, empatando durante grande parte da época o seu real desenvolvimento.
Fatores como estes só atrasam ou
inibem mesmo o desenvolvimento do futebol em Portugal, onde depois se cria o
lugar-comum da crítica na aposta dos maiores clubes em mercados onde jovens
talentos atingem um grau de desenvolvimento bastante mais cedo, não sendo raro
ver-mos jovens com 19 anos com mais de 100 jogos nos principais escalões dos
seus países, como é o exemplo dos mercados sul-Americanos.
Repensar é obrigatório e urge.
Cada vez mais mediante esta
tristeza competitiva que se vê por cá se torna importante os clubes procurarem
torneios particulares no estrangeiro, como forma de dar aos seus jovens atletas
contacto com futebóis mais exigentes e mais competitivos.
Seria em minha opinião mesmo
contra a vontade da lagartagem, forçar e mover influências com vista à
participação em eventos como por exemplo o NextGen, onde passeiam talentos
desde os 17 aos 19 anos, originários de vários países, com ritmos completamente
superiores e mais exigentes do que o do jovem e definhado futebol português.
Com uma ENORME ressalva, que merece ser estudada e analizada com muita atenção, o nosso talento ficaria sobremaneira
exposto aos olhos dos tubarões (se é que eles não o conhecem de sobeja já…), e
teríamos que arranjar maneira de evitar que os tubarões poderosos nos
“assaltassem a casa”.
Salvaguardado esse ponto seria uma competição que nos traria
uma enorme tarimba, mas lá está, poderia ser uma BELA com um SENÃO
enorme.
Por: Rabah Madjer
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