quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

FPF vs CLUBES





Como os seus Estatutos o fazem pronunciar, a FPF tem por principal objeto promover, regulamentar e dirigir, a nível nacional, o ensino e a prática do futebol, em todas as suas variantes e competições, mas para além deste princípio diz também entre outros que, para a prossecução do seu objeto, cabe em especial à FPF, proteger os interesses dos seus sócios e prevenir as práticas que possam afetar a integridade dos jogos e/ou competições ou, de algum modo, prejudicar o futebol (Alíneas 3 e 8).



Acontece que por vezes a FPF no desempenho das funções para que foi nomeada, se esquece da defesa intransigente dos clubes que representa e para o qual por inerências de funções está obrigada, sendo muitas vezes objeto de controvérsias e de um mal-estar, quanto à forma como lida com o fenómeno desportivo em determinados períodos de tempo por parte dos principais clubes que têm jogadores selecionáveis. 

Neste enquadramento ou raciocínio de opinião, na deslocação que a nossa seleção nacional fez ao Gabão, numa data considerada pelas direções dos clubes em causa, imprópria no tempo e desalinhada com os interesses dos mesmos, pois a maioria dos jogadores selecionados para aquele jogo estavam próximos de mais uns compromissos competitivos deveras importantes, o que poderia trazer dali graves consequências em termos de eventuais lesões, viagens desgastantes com um fuso horário diferente, ou até mesmo pela alternância de climas entre países bem distintos.

Para além destas situações, há também a considerar a forma desajustada e no mínimo discutível como o seu selecionador, por vezes, faz a gestão do grupo de trabalho que incorpora a seleção, pois se num jogo para o apuramento de uma competição oficial, não se deve por princípio colocar em causa as opções do selecionador, já para jogos de caráter particular, de solidariedade, ou como foi o caso, para angariação de receitas unicamente para o bolso da FPF, mesmo por verbas bastante avultadas como foi o caso, há que ter o bom senso e a boa prática desportiva da distribuição do esforço dos jogadores por todo o tempo de jogo, o que não foi o caso, pois não se compreende que, por exemplo, Pepe e Bruno Alves, que pela sua posição no terreno percorrem menores distancias, tenham jogado cada um meia parte, ao contrário de outros jogadores do meio campo, que ao contrário daqueles, como por exemplo, João Moutinho o tenha feito quase até ao final do jogo, quando haviam outras soluções ou alternativas no banco de suplentes.

Não queria com isto dizer ou insinuar que na FPF continua a existir uma espécie de luta de Titãs, com interesses instalados entre empresários desportivos que impõem a sua regra ou vontade, ou por qualquer outra razão que possa não saber aqui aflorar em concreto, de qualquer das formas espera-se que por parte das entidades competentes haja algum decoro, maior cuidado e uma reavaliação mais objetiva desta situação, que na minha ótica só poderá trazer benefícios aos clubes e à própria seleção, assim seja a vontade de ambas as partes, pois a justificação de um bom contrato de trabalho nem sempre é sinónimo de uma boa decisão diretiva, devendo a FPF com a mestria que lhe é devida saber entabular negociações com os seus próprios patrocínios ou fontes de receita, encontrando datas compatíveis que sirvam não só os interesses de todos os clubes intervenientes, conseguir o maior número de substituições possíveis por jogo para minimizar eventuais prejuízos aos clubes, e ao mesmo, saber acautelar também os legítimos interesses financeiros da FPF.


Por: Natachas.

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