segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Mangala: A estrela Emergente (Por Breogán)



O Homem e o seu percurso:


A periferia da cidade luz é o berço de Mangala. Colombes, na região noroeste de Paris, assiste aos primeiros passos do menino Eliaquim, descendente de Congoleses.

Aos 4 anos de idade, a vida de Mangala muda. A mãe de Eliaquim recebe uma proposta irrecusável de trabalho num hospital de Namur, na Bélgica. A mudança é dura, mas a Valónia é a região francófona da Bélgica, o que facilita a integração de Mangala.







A carreira de Mangala começa quase no imediato após a sua chegada à Bélgica. Aos 5 anos de idade, ingressa no modesto AC Lustin, clube local do subúrbio de Namur para onde se mudou. Mantém-se no clube por 6 anos, sempre a avançado centro. Aos 11 anos, Mangala começa a sua aproximação a Namur.  






Primeiro passo é no CS Wépionnais, da cidade de Wépion, já na proximidade de Namur. Fica no clube durante dois anos, até que atrai a atenção do UR Namur pela sua estampa física. Com um palmo de altura acima dos outros, Mangala é convidado para fazer testes no UR Namur e impressiona num jogo amigável. É convidado a integrar os escalões de formação do cube de Namur, completando, assim, o percurso que tinha iniciado 8 anos antes. Mantém-se em Namur por 3 anos, sempre como avançado centro, embora impressionando mais pelo físico que pelo jeito com a bola. Mas as qualidades físicas de Mangala não passariam despercebidas por muito mais tempo ao maior clube da Valónia. Quando o UR Namur já lhe havia apresentado um contracto semi-profissional para se estrear na segunda liga belga com 15 anos, surge o interesse do Standar de Liège. Em 2007, Mangala muda-se para Liège e passa a representar os sub-17 do Standard.

A mudança para Liège seria um ponto de viragem na carreira de Mangala. Em Liège é tomada a opção técnica de recuar Mangala no terreno, o que não só melhoraria a sua integração no jogo, como ajudaria a desenvolver o seu potencial técnico. A partir daqui, a velocidade da sua progressão na carreira só será acompanhada pela velocidade em que troca de posições.  Nos sub-17, começa a defesa-esquerdo. As suas exibições são de tal forma convincentes, que a meio da época é promovido aos sub-19, onde ganha a titularidade a médio defensivo e é chamado ao banco dos sub-21 do Standard. No final dessa época e ainda com 16 anos, o Standard apresenta-lhe um contracto profissional por 5 anos.

Na época 2008/2009, com 17 anos, já treina com a equipa principal e joga nos sub-21 quando não é convocado para a equipa principal. É neste período que sofre a última mudança de posição: fixa-se a central.





A 9 de Novembro de 2008, ainda com 17 anos, estreia-se pela equipa sénior do Standard frente ao Beerschot, entrando em campo no último minuto do jogo. Pouco depois, estreia-se a titular  frente ao Denderleeuw, cumprindo os 90 minutos e alguns meses depois, tem a sua estreia internacional na Liga Europa, frente à Sampdoria como suplente utilizado. Também é suplente frente ao Estugarda e é titular na recepção ao Sporting de Braga. No final da sua época de estreia, Mangala, aos 17 anos, apesar de algumas lesões, soma 725 minutos, 8 jogos a titular e o título de campeão Belga. Mangala fez parte de uma geração de ouro do Standard, juntamente com Defour, Fellaini e outros.




Na época seguinte, torna-se titular indiscutível e na sua estreia na Champions League, frente ao Arsenal, marca o primeiro golo do jogo. Já tinha marcado o seu primeiro golo enquanto profissional quatro dias antes frente ao Mechelen. Termina a segunda temporada com 2606 minutos de utilização e 28 jogos a titular. 

As suas exibições começam a despertar apetites, mas o Standard resiste. Começa também a “guerra” das selecções por Mangala

A Federação Belga convoca-o para um jogo dos sub-18, mas só na concentração é que percebe que Mangala não possui passaporte Belga, apesar de viver no país há 14 anos. 






Enquanto a Federação Belga tenta acelerar o seu processo junto das autoridades administrativas do país, a federação Francesa, cada vez mais atenta ao talento de Mangala, decide avançar. Mangala ainda duvida qual a decisão correcta a tomar, mas em Novembro de 2009 estreia-se pela selecção Gaulesa de sub-21 aos 18 anos de idade. Uma rara excepção.





Na época seguinte, os seus números tornam-se ainda mais esmagadores. É titular em 33 jogos, completa 2904 minutos de utilização e é decisivo na conquista da taça Belga ao apontar o primeiro golo da final. Já não restavam forças aos rouches para agarrar Mangala. O FC Porto surge na linha da frente e o interesse demonstrado convence Mangala a mudar-se para um grande do futebol mundial.

Na sua época de estreia no FC Porto, com 20 anos, Mangala revela-se uma opção útil para o centro da defesa. Completa 12 jogos a titular, 1069 minutos de utilização, é campeão nacional e ganha a Supertaça




Na presente época, valendo-se da sua polivalência e da sua experiência na posição, Mangala tem sido utilizado a defesa esquerdo, suprindo as ausências por lesão de Alex Sandro e Emídio Rafael. Um regresso aos seus primeiros tempos de Liège.


A análise ao jogador:

Fisicamente, Mangala é um jogador impressionante. Alia um grande poder muscular a uma elevada rapidez de execução. É um jogador forte, mas rápido, quer em velocidade, quer em execução. Possui um jogo de cabeça poderoso e é um jogador que dá tudo o que tem em campo. É um guerreiro, muito competitivo e muito focado no seu jogo e na sua evolução.

As limitações encontram-se nos aspectos tácticos e técnicos. No entanto, em ambos os aspectos está em franca evolução. 






Tacticamente, está mais assertivo na marcação sem ser tão agressivo na mesma. Já doseia melhor o impacto que tem nos lances defensivos, quais são os que não pode perder e quais os que basta “orientar” o adversário para uma zona de menor perigo. Já percebe que não vai arrasar em todos os lances, mas que terá que apresentar respostas defensivas diferentes em consonância com as situações que enfrenta. 




Tecnicamente, a sua evolução é muito positiva. Nota-se um maior conforto com bola e uma disponibilidade maior para a receber. A recente experiência a defesa esquerdo ajudou neste processo de crescimento técnico-táctico de Mangala.

A manter este ritmo evolutivo, Mangala é um sério candidato à titularidade e um dos esteios defensivos do FC Porto. Tem potencial para isso.



Por: Breogán

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