Aproveitando a moral dos últimos resultados
o FC Porto procurou entrar forte na partida e em parte conseguiu-o, logo aos 5m
Iturbe de pé esquerdo atira ao lado da baliza.
Mas foi sol de pouca dura logo a
turma Azul e Branca entrou na onda do futebol lento e extremamente denunciado,
com os laterais Azuis a darem pouca profundidade atacante e os médios com pouco
dinamismo na construção e a pressionar muito atrás, embora Pedro Moreira se destacasse pela positiva, Iturbe como sempre
demasiado individualista, a teimar em escolher sempre o pior caminho para
atacar o espaço com a bola, e um Vion pouco ou nada presente em jogo, não fosse
constar na ficha da partida e ninguém se lembraria que ele estaria a jogar.
O Leixões apostava num futebol de
expectativa, a jogar num 4-4-2 atrevido mas inconsequente, tentava apostar na
velocidade de Kizito para criar desequilíbrios e na presença poderosa de Mailo
no ataque.
Mas seria o FC porto de novo a
criar perigo aos 19m na marcação de um canto Zé António a subir bem e a
cabecear por cima, num lance estudado e que viria mais à frente a dar frutos.
Somente aos 37 minutos de jogo o FC
Porto chegaria de novo à baliza do Leixões, Sérgio Oliveira após excelente
trabalho de Kelvin (o único jogador a procurar o 1x1 de forma objectiva e a
conseguir criar desequilíbrios) a atirar ao lado. Já pouco antes o mesmo kelvin
numa excelente jogada individual tinha conseguido alvejar a baliza embora sem
perigo algum.
Aos 38m Quiño, numa jogada à Messi,
fintando consecutivamente todos os adversários que lhe surgiam pelo caminho,
criava perigo perto da baliza Leixonense, era o último assalto do Porto ao
ataque da baliza vareira.
Com o intervalo no horizonte o
Leixões por fim cria algum perigo (o único lance em que realmente o fez) numa
jogada individual do inevitável mas inconsequente Kizito.
Chegava-se ao intervalo numa
partida fria como o tempo, jogada devagar devagarinho mas com maior pendor
atacante por parte do FC Porto, mas sem verdadeiras ocasiões de perigo, onde os
destaques iam para o já citado kelvin e para Pedro Moreira um mouro de trabalho
e a principal referencia na saída atacante, embora ocupasse a posição de trinco
no terreno de jogo.
Iniciava-se a segunda metade do
encontro com a mesma toada mole e lenta por parte das duas equipas, apenas despertando
um pouco da letargia quando Kelvin pegava na bola e resolvia com talento
provocar desequilíbrios embora de forma muito individualizada.
Aos 60 minutos da partida Rui Gomes
decide mexer no seu conjunto, retirando da partida Vion (jogou?) para entrar
Dellatorre, um jogador com mais presença na área e outra capacidade de luta.
Até que aconteceu um um déjà-vu, canto de Sérgio oliveira e Zé António
sozinho na marca de penalti a fazer o 1-0, excelente cabeceamento por parte
do experiente defesa azul e branco, a marcar pela segunda vez consecutiva em
partidas diferentes da mesma forma.
Bola ao centro e… 2-0!!! Rui Sacramento facilita, mostrando que como avançado
não teria grande futuro e Dellatorre felino rouba-lhe a bola para a ter apenas
que empurrar perante a baliza deserta, era o seu quarto golo no campeonato.
Aos 71 minutos de jogo Rui Gomes
procura dar mais consistência ao meio-campo Portista, invertendo o triângulo do
meio-campo, retirando Tozé para meter Mikel como único pivô defensivo e
adiantando Pedro Moreira no terreno de jogo.
Entrava-se no último quarto de hora
de jogo, com ritmo baixo, com um Leixões inconsequente, sem um único remate à
baliza de Stefanovic e o FC Porto a controlar a partida a seu gosto.
Aos 77 minutos de jogo mais do mesmo, o arbitro Hugo Pacheco, decide ser
protagonista e inventar uma grande penalidade num lance em que Zé António
tenta o corte de cabeça batendo a bola casualmente no seu braço, sem que haja qualquer
intenção de jogar a bola com a mão, é sina desta equipa B Portista, aparecerem
estes senhores a inventarem grandes penalidades.
Estava feito o 2-1 e a partida abria-se de novo para os últimos 10
minutos.
Nos últimos 5 minutos de jogo o FC Porto procurava controlar, o Leixões
agredir, e o Arbitro roubar, o Grego do Leixões Tsoumagkas viu-se falido para travar Kelvin, agredindo-o,
com o árbitro apenas mostrar-lhe o cartão amarelo, num lance merecedor de
cartão vermelho directo.
Chegar-se-ia ao fim da partida com
mais uma vitória do FC Porto que fez mais remates, teve mais posse de bola,
superiorizando-se embora sem criar grandes lances de perigo a um Leixões
lutador mas inconsequente, continuando a excelente recuperação na tabela
classificativa e mantendo a senda das vitórias (a quarta consecutiva).
Análises individuais:
Stefanovic – Sem grande trabalho na
partida, apenas uma defesa nos 90m de jogo, no penalti quase defendia.
David – Pouco acutilante a atacar,
seguro a defender.
Quiño – Bons pés, defendeu bem e arriscou
pouco no ataque, mas quando o fez deu nas vistas, é um lateral com forte
propensão ofensiva, tem que usar essa arma.
Zé António – É o patrão desta
defesa, mais um jogo a marcar, o segundo consecutivo, muito forte no jogo aéreo,
seguro a defender a sua verdadeira missão, tanto pelo ar como pelo chão.
Tiago Ferreira – Tem excelentes pés
e boa presença em jogo, é o primeiro a construir, sempre atento tal como o seu
colega do lado, só um reparo nos últimos minutos tremeu um pouco, consentindo
espaço de remate aos homens do mar.
Pedro Moreira – Rui Gomes escalou
esta equipa com um duplo pivô, mas Pedro assumiu-se como 6, excelente a ocupar
os espaços, excelente na primeira fase de construção, sobressaiu neste meio campo
Azul e branco e sobressaiu no encontro, é o MVP da partida.
Sérgio Oliveira – Tem bons pés, é
um mimo tecnicamente, pode vir a ser grande se não se ausentar tanto de jogo,
tem que à sua magnífica visão de jogo e capacidade de passe, tanto em bola
corrida como em bola parada (é dele o canto para o primeiro golo), juntar mais
garra, quando e se o fizer vai ser dos melhores médios do futebol Português.
Tozé – Tem magia, tem visão, tem
técnica, é baixo mas não foge ao choque, neste jogo escondeu-se em demasia e
teve dificuldade em encontrar o seu espaço, embora marque a diferença pela
capacidade técnica, sempre que a bola lhe chega aos pés sai redonda, mas isso
não chega tem que se assumir mais como craque que é.
Iturbe – O jogo do costume, embora
tente ter mais critério ainda não consegue deixar de ser individualista, quer
bola mas tarda em a soltar, escolhe sempre o pior caminho para dar sequência
aos lances e é comum acabar encurralado no meio de adversários, precisa
evoluir, é um jogador com potencial, mas nitidamente é traído pela sua vontade
de dar nas vistas.
Kelvin – O toque de classe, sempre
que pega na bola faz a diferença, com a bola no pé praticamente só a falta é
travado, foi o perigo número um da equipa azul e branca, o mais massacrado
pelos defesas, tem magia nos pés, atrás de Pedro Moreira elejo-o como outro dos
destaques da partida.
Vion – Apetece-me perguntar se
jogou, onde está a bola não está Vion,
demasiado escondido, não fosse o caso de aparecer o seu nome na ficha de jogo e
ninguém se apercebia que tinha jogado, assim
não Vion!
Dellatorre – Entrou e a equipa
marcou, coincidência ou não. Espevitou o ataque Portista, magnifico a
pressionar o guarda-redes adversário e a acreditar no erro, a ousadia por vezes
traz recompensa, ousou, ganhou.
Mikel – Entrou e o FC Porto ganhou
definitivamente o meio campo, como consequência construiu mais jogadas de
perigo, soube empurrar a equipa defendendo mais à frente e suster o meio-campo
da turma do mar com a sua presença.
Sebá – Pouco tempo em jogo, fez-se
notar por um corte providencial a travar um contra-ataque perigoso da turma
leixonense.
Por: Rabah Madjer
1 comentário:
Foi um jogo totalmente dominado pela nossa equipa. Não é coincidente esta série de bons resultados com o facto de apresentarmos um meio campo estruturado. O Pedro Moreira esteve enorme neste jogo. Grande saída de bola e grande qualidade no futebol defensivo. Disfarçou a principal debilidade defensiva da equipa. Temos dois laterais muito ofensivos e que não cobrem bem a sua zona de marcação. O Moreira dobrou-os sem conta sempre com autoridade. O Sérgio, embora com alguns períodos apáticos, esteve bem na circulação de bola a meio campo. Dá sempre aquele toque extra de qualidade. O Tozé não deu descanso ao Patrão e distribuiu muito bem o jogo. O jogo ganhou outra velocidade quando chegava aos seus pés. Lá está, um meio campo estruturado faz a diferença toda. Gostei da entrada do Mikel, boa entrega e está melhor a dosear a forma como entra aos lances. Só precisa de ganhar mais confiança e efectividade na construção de jogo.
O Stefanovic esteve imperial. A dupla de centrais, embora algo atrapalhada nos momentos finais, também esteve sólida. Os laterais, bonzinhos no ataque (embora sem nada produzirem de muito substancial), mas muito frágeis a defender. No Quiño é algo preocupante. Já deveria ser um jogador de outro nível.
No ataque, finalmente, já tivemos um extremo rompedor e o nosso bom jogo também é reflexo disso. O Kelvin deu magia ao flanco. Tem, agora, que ganhar consistência e perigosidade nas suas acções. Não ficar só pelo “bonito” também tem que “morder”. O Iturbe foi outro que me deixou muito apreensivo. Nem vou pegar no facto de ter tentado sempre a mesma jogada, nem o facto de não parecer ser jogador para jogar com marcação em cima e sem espaço para acelerar. O que mais me preocupou foi o seu controlo de bola. Mesmo quando arranca com espaço para acelerar e sem marcação, invariavelmente, a bola vai à sua frente meio aos repelões, em vez de ir coladinha ao pé. É isso que o faz perder o controlo do lance e permite ao adversário cortar. Muito cru. Quanto ao Vion, foi presa fácil e não teve argumentos técnicos para ser um empecilho para o centro da defesa Leixonense. A diferença que Dellatorre trouxe é, por demais, evidente. É o titular e só não o é pró alguma questão extrafutebol. O Sebá deveria ter entrado mais cedo para o lugar do Iturbe.
Quanto ao Kizito, não fiquei impressionado.
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