Mediocridade.
Que mais se pode dizer?
O azar persegue a mediocridade, a incompetência e a
inaptidão. A todos pode acontecer um azar. É verdade. Mas a toda a hora, em
quase todos os jogos, só acontece a quem não merece mais que o azar. Sejam
golos oferecidos ou bolas no ferro. Azar rima com incompetência. Assim como sorte
rima com competência. Não há volta a dar.
Paulo Fonseca bem havia avisado. Aquela segunda parte frente
ao Braga não era da sua responsabilidade. Mais, fora totalmente contra a sua
vontade!
Ingenuamente, confesso, ainda pensei que esta afirmação seria
fruto de algum despeito. Mas não. É mesmo a sua linha de pensamento. Ainda,
mais ingenuamente, pensei que aqueles que, nos últimos tempos, assistem a todos
os treinos, não iriam deixar passar em claro o que se havia passado no segundo
tempo frente ao Braga, mesmo que o treinador, num acto tresloucado, o tentasse
evitar.
Bem me enganei. Duplo pivot. Lucho a 9,5. Falso extremo. De
volta a mediocridade. E em força.
Já nem vou pelas decisões absurdas que levaram à elaboração
final das inscrições para a Champions. Nem vale a pena. Quando a incompetência
é tanta, o azar persegue.
O Atlético de Madrid entra em campo a fazer um frete. Jogo
para cumprir calendário, toca de meter alguns suplentes e misturar as coisas
bem. Se der para ganhar, óptimo, dinheiro em caixa. Se sair derrota, que se
lixe que Domingo há jogo de campeonato.
O FC Porto entra a pressionar mais. É a única equipa em
campo que precisa de um resultado. O Atlético de Madrid mantém-se na
expectativa. Jackson acerta na barra de Aranzubia e o meio campo colchonero
acorda. Aos poucos, o Atlético entra no jogo. Logo depois chega o 1-0. Fácil.
O FC Porto tenta espernear. Ainda leva mais duas aos postes
e falha um penalti. Já nem isso nos vale. Seja em Coimbra ou em Madrid, esta
equipa está de tal forma depressiva e sem controlo emocional, que já faz dos
penaltis uma risota como havia para os lados do Campo Grande há umas
temporadas.
O Atlético volta a acordar no último quarto de hora da
primeira parte. Cria três oportunidades e concretiza uma. Chega o intervalo com
o 2-0 a pesar sobre o FC Porto. Pesado? Injusto? Não me lixem. Nem conseguimos
sufocar um misto de suplentes com titulares de um Atlético que nada queria do
jogo. Mesmo sabendo que no outro jogo o Áustria havia chegado ao 1-1!
A segunda parte traz um Simeone a destrunfar. Ganhava por
2-0, para quê bater em mortos?! Conservar energias para a liga, isso sim.
Já Paulo Fonseca, precisando de talento para virar o jogo,
mete Licá a jogo e retira Josué. Aí vamos nós! Depois, falem-me em azar!
Surpreendentemente, nada acontece. O Atlético parece
apreciar o treino, o público morre de frio e o Áustria começa a sua humilhação
ao Zenit. Que faz Paulo Fonseca? Até aos 65 minutos, nada. Aos 65 minutos,
altera para 4-4-2. Como? Retira Lucho e mete Ghilas. Ou seja, o meio campo fica
entregue a Fernando e Defour. Dois 6. Criatividade?
Pelos flancos, o mesmo de sempre. Os laterais são quem
garantem o jogo flanqueado e os extremos umas espécie de figuras de corpo
presente. O FC Porto arrasta-se, até que volta a embater no poste. Foi Licá,
numa boa desmarcação, aos 69 minutos. A partir daqui, não há mais FC Porto. O
Áustria já goleava, mas do lado Portista só miséria. Zero. Incapacidade.
Incompetência. Pouco depois, Raúl Garcia assustou, mas nem isso trouxe alento
ao jogo portista.
Paulo Fonseca decide, finalmente e após longa reflexão, tentar
fazer algo no seu duo muito criativo de meio campo. Em cima do minuto 80, num
jogo onde só a vitória interessa, sai Defour e entra Herrera. Quintero? Não.
Muito abusado.
Ao Zenit saiu uma espécie de lotaria. Fazem 6 pontos, são
profundamente maus, mas há quem os supere na mediocridade. A equipa do Pote 1.
Paulo Fonseca revelou que nem aprender consegue. Ressuscitou
o 4-4-2 como panaceia, ignorando tudo o que havia sido revelado na segunda
parte frente ao Braga. Hoje, Paulo Fonseca percorreu um caminho sem volta.
Acabou. Fim de linha. A mediocridade tem fim. Cada jogo que passa, os danos
são, cada vez mais, irreparáveis. Não tem solução.
Análises Individuais:
Helton – Mais um passarinho a voar na Champions. Bola fora, ups!, lá
dentro! E aquela saída no segundo golo. Linda de morrer. Salvou dois golos, mau
era! Fica um excelente postal de despedida do que foi Helton na Champions.
Danilo – O melhor em campo. Fartou-se de tentar alimentar o ataque e
ainda fechou a preceito o seu corredor. Que fique como batedor de cantos e dos
livres indirectos. Cruzamentos de muita qualidade.
Alex Sandro – Muito mais trapalhão a defender e muito explorado pelo
ataque colchonero. Voltou a apoiar o ataque com qualidade.
Maicon – Uma exibição muito inconstante. Teve erros de marcação primários,
como no primeiro golo, mas esteve sólido durante largos minutos do jogo. Tem
que serenar.
Mangala – Muito perdido na marcação, passou dificuldades frente a
Diego Costa. Mais sereno sobre David Villa, mas este mal se mexia.
Fernando – Naquele meio campo sem sentido, faz o que pode. Foi o único
elemento do meio campo portista que não foi comido pela linha média adversária.
Defour – Muito mais capaz de mostrar os dentes ao fiscal de linha que
a um médio do Atlético. Mais uma exibição à Defour. Nem boa, nem má. Nada.
Vácuo. Em duplo pivot, então, é um eclipse total.
Lucho – Lá anda a tentar ser o que nunca foi. Uma espécie de segundo
avançado que, às vezes, recua para o meio campo. Sem chama, sem alma de capitão
(um sinal da saúde do grupo?), perdeu-se em campo muito rapidamente.
Josué – Marcado pelo penalti perdido, desapareceu e foi bem
substituído. Até lá, muito errático no passe e, mais uma vez, martelado numa
posição onde não rende num grande clube.
Varela – Eis Varela de volta à vulgaridade
na qual passa grande parte da época. Um remate à barra de cabeça, ok. De resto,
mais nada.
Jackson – Tentou dar luta. Esbarrou no poste. Tentou vir buscar jogo.
Acabou afundado. Não há ponta de lança que resista a uma táctica sem nexo.
Licá – Josué foi bem substituído, a opção para entrar é que não
lembra ao careca! Precisávamos de um extremo rompedor, capaz de ter bola e
finta no pé. Licá?! Um bom lance de desmarcação, onde atira ao poste. De resto,
mais nada.
Ghilas – Trouxe alguma alegria. Deveria ser mais aproveitado nas
diagonais, mas Paulo Fonseca gosta de um montinho de jogadores na frente.
Herrera – Pelo menos trouxe alguma capacidade de fazer levar a bola lá
à frente. Já não era só chuto para a frente. O jogo pedia um criativo puro.
Pedia Quintero e um bom passe a rasgar. O máximo onde Paulo Fonseca conseguiu
chegar foi a Herrera. E a precisar de ganhar…
FICHA DE JOGO
Atlético de Madrid 2-0 FC Porto
Liga dos Campeões, grupo G, sexta jornada
11 de Dezembro de 2013
Estádio Vicente Calderón
Árbitro: Deniz Aytekin (GER)
Assistentes: Markus
Häcker e Holger Henschel
Quarto árbitro: Marco Achmüller
Assistentes adicionais: Bastian
Dankert e Daniel Siebert
FC PORTO: Helton; Danilo, Maicon, Mangala e Alex Sandro; Fernando, Defour e Lucho (cap.); Josué, Jackson Martínez e Varela
Substituições: Josué por Licá (46m), Lucho por Ghilas (64m) e Defour por Herrera (78m)
Não utilizados: Fabiano, Otamendi, Quintero e Ricardo
Treinador: Paulo Fonseca
Atlético de Madrid: Daniel Aranzubia, Toby Alderweireld, Javier Manquillo, Emiliano
Insúa, Miranda, Koke, Raúl García, Gabi, Óliver Torres, Adrián López e Diego
Costa
Substituições: Diego Costa por David Villa (46m), Óliver Torres por Arda Turan (62m) e Adrián López por Léo Baptistão (82m)
Não utilizados: David Gil, Diego Godín, José María Giménez e Lucas
Treinador: Diego Simeone
Ao intervalo: 2-0
Marcadores: Raúl García (14m) e Diego Costa (37m)
Cartões amarelos: Josué (6m), Daniel Aranzubia (27m), Lucho Gonzalez (31m), Steven Defour (38m), Jackson Martinez (41m), Toby Alderweireld (54m), Emiliano Insúa (66m) e Mangala (78m)
Por: Breogán
6 comentários:
Nem mais: Mediocridade, é a palavra que melhor define este momento. A culpa é de Paulo Fonseca e de quem o pôs no clube. É um treinador demasiado mau, teimoso e que não aprende com os erros. Um jj em formação mas parece ainda pior.
Depois de 2 anos de mediocridade com Vítor Pereira, tinha de vir um ainda pior!
Sem esperança.
Por quanto tempo ?
Espero que não se lembrem de ir buscar um técnico estrangeiro sem qualquer conhecimento do futebol português.
Se estamos à espera de AVB estamos tramados.
Anda tudo muito desiludido.
Uma vitoria em Vila do Conde exige-se e para isso estou de acordo com esta escalação que vi:
Helton
Danilo
Alex Sandro
Maicon
Mangala
Fernando
Herrera
Carlos Eduardo
Varela
Kelvin
Jackson
Fabiano, Reyes, Ricardo, Defour, Tozé, Quintero, Ghilas
E quanto a um novo técnico não inventem tragam Domingos Paciência e ajudem-no nos pontos em que é menos forte.
Amigos portistas, vamos ter calma. Temos que entender, perceber e aceitar o propósito do nosso GRANDE P.Costa. :-"Fazer" treinadores. Sim. Teve sucesso a fazer jogadores de tostões, depois valeram milhões. Hoje temos jogadores a ganharem milhões a tentarem "fazer" treinadores. Ora vejam o passado recente: - Quem era J. Mourinho? - Quem era AVBoas? - Quem era VPereira? - E este que maior parte dos portistas nem sabe o nome (..."aquele do Paços!!") - è tambem este um desígnio do nosso Presidente. Depois de tantos e tantos sucessos , Por Favor vamos lhe perdoar, ter paciência... Este mau momento é passageiro. ( e não vamos exigir novo treinador, que é bem provavel de ir buscar o do Estoril ou Guimarães!!!)
Cumprimentos
ah! esqueci-me do Jesualdo... - quem era? (mesmo assim tinha mais experiencia que os outros....mas sem curriculo, para este porto!)
Fernanda diz:
No domingo devia ser esta a equipa:
Fabiano
Danilo
Maicon
Reyes
Alex Sandro
Fernando
H. Herrera
C. Eduardo
Quintero
Guilas
J.Martinez
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