terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O estado de (des)graça do FCP e o mercado






Para os olhos da maioria dos sócios e simpatizantes do FCP habituados há vários anos a um nível futebolístico e principalmente de resultados desportivos acima da média nacional e europeia dos nossos principais clubes, que se têm refletido na conquista de vários títulos nacionais consecutivos e boas presenças na Liga dos Campeões, o atual estado anímico e desportivo das hostes portistas no preciso momento que estou a escrever esta crónica, começa a dar sinais de clara fragilidade tendo em conta os últimos resultados obtidos.




Se por um lado será uma verdade absoluta dizer que não pudemos só inculpar na equipa técnica liderada por Paulo Fonseca, o mau momento que a equipa atravessa com sucessivos resultados negativos, pois certamente não compete ao treinador concretizar as oportunidades criadas durante um jogo, ou mesmo os seus jogadores não conseguirem marcar um penalti com a qualidade que se deve ter nestes lances específicos, ainda que se presume que sejam bem preparados nos treinos diários, por outro lado, o que é certo é que para os lados da nação portista alguma coisa não está a correr bem, e terá que ser objeto de estudo profundo por parte da SAD portista e de imediata retificação para fazer face ao paupérrimo nível futebolístico que a equipa tem patenteado, que na minha opinião se deve mais a problemas de ordens conjunturais e estruturais, embora não possamos deixar de admitir e apontar o dedo às inadequadas opções táticas que por vezes Paulo Fonseca não tem sabido, ou não tem tido a coragem necessária para alterar alguns princípios de jogo que a equipa há já vários anos vinha a colocar em prática com o êxito que se lhe reconhece, e também, por que não, ser mais lesto na hora das substituições quando a situação assim o exige.

De acordo com as palavras proferidas por Augusto Inácio, antigo jogador do FCP e atual dirigente leonino, comparativamente às verbas despendidas para a construção do plantel portista, por exemplo, só o passe de Danilo, adquirido ao Santos no verão de 2011, custou no total, 17,8 milhões de euros, enquanto todos os jogadores que fazem parte do grupo às ordens de Leonardo Jardim custaram 16,279 milhões de euros, e a ser verdadeira esta comparação de verbas, ainda mais dúvidas e questões que aqui se podem levantar para justificar este período menos conseguido do FCP.

Penso que não restará qualquer dúvida a ninguém que este Porto de Paulo Fonseca, em termos qualitativos estará a léguas de distância dos últimos anos, pois jogadores como Hulk, James Rodriguez e João Moutinho, serão com toda a certeza mais-valias que faziam a diferença no FCP de outrora, tapando alguns buracos existentes nos dois últimos plantéis, ou em qualquer parte do mundo futebolístico como se tem vindo a verificar.

Este ano, quiçá propositadamente, e tendo em conta os títulos conquistado nos últimos anos que perfaz um ciclo a ter em conta bastante positivo, já que como em tudo na vida não se pode ganhar sempre, talvez a SAD portista tenha tentando equilibrar as finanças do clube e acautelar o futuro, entendendo a sua administração neste ano em curso enveredar e apostar mais em jovens jogadores portugueses, se bem com enorme potencial, mas que porventura ainda não estarão devidamente lapidados e ao nível que o clube necessita para a continuação dos seus êxitos desportivos. 

Neste enquadramento, será de fácil compreensão constatar que de todos os reforços desta época em curso, o único jogador que está a jogar com regularidade é o Josué, o que é extremamente redutor para uma equipa com os pergaminhos do FCP que tinha acabado de perder jogadores carismáticos e titularíssimos, já que reforços como Licá, Ricardo, Carlos Eduardo, Herrera, Quintero, Reyes ou Ghilas, até hoje ainda não conseguiram mostrar a razão das suas contratações, o que em grande parte só tem vindo a enfraquecer a equipa como um todo.

Assim, se ainda quiser lutar pelo primeiro lugar deste ano, só restará ao FCP ir ao mercado que se avizinha, reforçando-se com dois ou três jogadores que consigam fazer a diferença e entrarem na equipa para por lá ficarem de vez, nomeadamente para lugares onde estamos mais carenciados, alas de raiz para alimentar com mais frequência o ponta de lança, um médio criativo que também saiba defender e equilibrar o meio campo, e que também venha trazer mais soluções e magia como nos tempos do Deco.

Tendo em conta que nas principais manchetes dos jornais desportivos já se fala em nomes como, Quaresma, que se estiver ao seu real nível, continua a ser para mim um dos maiores talentos que alguma vez passaram pelo FCP, bastando só ele querer deixando para trás os seus graves problemas de controlo emocional, Anderson, que também por cá passou tendo saído do clube muito cedo com muito pena minha, mas tendo o clube encaixado na altura uma excelente maquia, Éverton Ribeiro, do Cruzeiro que nos poderia resolver alguns problemas no centro do terreno, e ainda, Neílton, que ao que se diz por lá tem grandes parecenças com o Neymar, o FCP com algumas destas opções poderia de uma forma natural melhorar o seu potencial futebolístico, podendo ainda Paulo Fonseca alterou um pouco o seu sistema de jogo no miolo do terreno, invertendo o atual triângulo do meio campo, para eu poder acreditar que ainda será possível chegar aos títulos que todos nós portistas ansiamos e exigimos por direito próprio.


Por: Natachas.

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