Confesso que desde a primeira hora que Bruno de
Carvalho, atual presidente do SCP, tomou conta dos desígnios do clube leonino
me deixou sempre uma boa impressão, não pela configuração estranha da sua voz a
roçar algo da área do canto lírico, acrescido de alguma arrogância e
prepotência no seu timbre de voz, mas pelo que em poucos meses de gestão
conseguiu trazer e devolver de positivo ao clube e ao seio da sua principal
equipa de futebol.
Resolvendo de imediato graves problemas de tesouraria a
curto prazo, reunindo a família leonina que estava demasiado dispersa e
desacreditada e projetando de novo o clube para os lugares de maior prestígio
da 1ª Liga portuguesa, feito que, e diga-se com algum ênfase, todos os seus
anteriores homólogos na presidência do clube não conseguiram, ou não foram
capazes de realizar na prática, todos os problemas emergentes do clube num
espaço muito mais alargado no tempo, tendo mesmo contribuído em bloco para o
agravamento do clube, quer em termos económicos quer no panorama desportivo.
A génesis de cada pessoa sempre nos indicou que não há
pessoas totalmente iguais, no entanto, Bruno de Carvalho no início do seu curto
ciclo diretivo, por vezes, assemelhava-se um pouco com os mesmos princípios e
orientações do presidente do FCP, Pinto da Costa, quando este há cerca de 31
anos foi eleito para dirigir os desígnios do clube azul e branco com o êxito de
que todos somos testemunhas, independentemente de se gostar ou não da sua forma
de pensar ou de agir em defesa do seu clube, pois também Bruno de Carvalho
começou por resolver os principais problemas de tesouraria, enquadrou-se com a
própria equipa sentando-se no banco, e por fim, estipulando no clube um regime
de um só comando ou de uma só voz para unificar a filosofia desportiva do
clube.
No entanto, quando Bruno de Carvalho compareceu na sala de imprensa de
Alvalade, logo após o final do jogo com o Nacional, onde fez duras criticas a
Manuel Mota, árbitro do encontro, pelo seu desempenho em jogo que me pareceu
até normal e correto, tendo em conta o que por vezes se vê por aí, não só no
golo que anulou por ter havido duas cargas pelas costas evidentes na mesma
jogada que só o presidente leonino não viu, mas também, por eu não descortinar
nenhum ato de violência merecedor de castigo disciplinar que Bruno de Carvalho
tanto contesta, para além de se "congratular" com os presidentes dos
rivais Benfica e FC Porto pela "conquista de dois pontos", Bruno de Carvalho burrou a pintura toda de um quadro
realista que de início parecia ser aprazível e respeitável, quando ainda no
jogo anterior tinha beneficiado de um penalti do campo do surrealismo puro, e
estranhamente, ou talvez não, neste particular e insólito episódio tudo pareceu
estar bem para as bandas de Alvalade.
Como diria um amigo meu no seu jeito brincalhão de
enfrentar os acontecimentos menos conseguidos, no que diz respeito a este
triste episódio, “há dias de manhã, que de tarde, não se pode sair à noite”.
Por: Natachas
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