Uma flor a sorrir na tapada
O cachecol que esvoaça ao sol
Essas capas c’o destaque do sul!
Lisboa sorri nesta alvorada!
O cheiro a fragrância celeste
Desanuviand’a naftalina jacente
Os sorrisos abertos de tanta gente
A liderança dúplice, que teste!?
As Paixões soltas na praça
Entrevistas a rodos nas bancas
O presidente já ganha, às tantas!?
E tudo à 10ª se passa!?
Já cheira a campeonato!
Lisboa já traveste o Marquês
Que campeão? É escolher à vez!
A festa vem do ano transacto!
O Campeão já é alfacinha!
Vai da Graça à Madragoa!
Cheira bem, cheir’a Lisboa!
Qu’alegria que s’avizinha!
Já se fazem romarias à catedral
E mais umas mijas no mictório
O Visconde já s’assume, notório!
Este campeonato é da capital!
E porque estamos no Natal
Peço ao menino Jesus
Que me lev’o Fonseca, que cruz!
Qu’isto pode correr mal…
É que são dois gigantes
Os maiores do futebol do burgo
E o Porto sozinho, difuso…
Ainda pode perder como antes…
Veja-se a ânsia qu’ia nos arcos
Que até o castigo se dissolveu
E o jogo que bem correu!?
Viva o nosso Senhor dos Passos!
E na cheirosa casa de banho
Pejada de mosaico verde
O sonho que lá se perde…
É ser campeão daquele tamanho!
E por serem tão pequeninos
O presidente tem voz grossa
É para que alguém o ouça!
São os primeiros, coitadinhos…
E nesta amálgama de cheiros
Que por esta Lisboa norteia
É um cheiro que mareia
De tão intensos, primeiros!?
É deixá-los arejar os panos
Deixá-los abrir as portadas
Antes que venham as nortadas
E os cheiros se fechem, anos…
É por isso que bem cheira
Nesta Lisboa saudosa
Onde a vitória morosa
No bom cheiro, nos enleia…
É por cheirar tão bem
Qu’eu amo a minha Lisboa!
Que cheirinho, coisa boa…
Dos Olivais até Belém!
E por a amar, cheirosa
É por isso que bem estranho
Que cheiros deste tamanho
A deixem tão ansiosa…
Por: Joker
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