Mais vale tarde que nunca. Veremos é quanto tempo dura. Que seja até ao fim, é o que desejamos!
O FC Porto apresentou-se em campo buscando o golo desde o primeiro minuto. Mesmo com boa réplica da Olhanense no início, nunca se assustou ou inibiu. Alta voltagem desde o começo até o jogo estar resolvido. Contributo decisivo de algumas lições aprendidas em deslizes anteriores. Faltam ainda que outras para serem aprendidas.
Primeiro, o recuo de Lucho para os seus terrenos. É verdade que durou pouco mais de 45 minutos até atingir a reserva em combustível, mas enquanto teve depósito, soube utilizar os seus recursos nos seus terrenos e não encavalitado em Janko, como de costume. Não foi um grande jogo de Lucho, mas o simples facto de recuperar os seus terrenos deu outra fluência ao jogo da equipa. Pressão alta e velocidade do passe. Tudo conquistas desta singela alteração táctica. Segundo, finalmente percebeu-se a limitação física de Lucho e não se esticou, para lá do razoável, a sua presença em campo. Terceiro, a presença assídua de um lateral direito no onze dá à equipa mais largura e maior confiança a investir nesse flanco. Finalmente, e tendo por base os anteriores três pontos, Hulk jogou mais para e na equipa, o que se tornou um tormento para a defesa da Olhanense.
A primeira parte é totalmente controlada pelo FC Porto, mesmo nos primeiros 10 minutos, onde os laterais do FC Porto revelaram dificuldades em controlar os alas da Olhanense, o FC Porto posiciona-se bem em cima do meio campo da Olhanense e aos poucos vai sufocando a construção da equipa algarvia. Com largura no ataque e velocidade de execução, muitas vezes cheirou-se o golo. Faltou sorte, faltou algum jeito e menor inspiração nas redes contrárias. Sina que nos persegue.
O FC Porto não desespera, aperta o torniquete e continua à procura do golo. A meio da primeira parte encontra-se o caminho para o alvo por Lucho, num grande pontapé de ressaca. Justiça no marcador, embora escassa. O FC Porto não pára, continua a apertar e a Olhanense só defende, nem contra-ataques existem mais por parte dos algarvios. Continua a crescer o monte dos golos falhados, onde se mistura demérito nosso e algum mérito contrário. O FC Porto só abranda a 10 minutos do intervalo, com um resultado que pouco premiava o volume ofensivo.
A segunda parte já tem uma toada diferente. A entrada do FC Porto volta a ser forte, mas com Lucho cada vez mais ausente do jogo ofensivo, o FC Porto começa a perder volume de jogo. A entrada de Defour resolve, no imediato, os problemas físicos do meio campo e as derivações de James para zonas interiores arrasam com a Olhanense. Um minuto depois da substituição de Lucho, James marca o 2-0, demonstrando, uma vez mais, onde é rei e senhor neste campeonato. Só dá FC Porto, os golos falhados continuam a somar-se e a Olhanense só voltará a dar sinais de vida após o FC Porto desacelerar para os últimos 10 minutos. Entram Alex Sandro e Varela, dois jogadores importantes para esta recta final, a equipa respira e fica à espera de saber em que posição vai a Braga. O jogo da temporada para o FC Porto.
Resta saber se as lições, finalmente! Aprendidas são para durar. Estas, pelos menos, são fundamentais para o nosso sucesso.
Idealmente, falta ainda aprender outras lições. Como perceber que o melhor avançado centro é Kléber, mesmo que o público do Dragão seja azedo para com o Brasileiro. Que James é incontrolável quando joga pelo centro porque torna o nosso jogo ofensivo imprevisível para o adversário. Além disso, a equipa ganharia um flanqueador de raiz no onze titular.
Mais vale tarde que nunca. Veremos é quanto tempo dura.
Análises Individuais:
Helton – Bloqueou um remate digno de registo. De resto, a Olhanense nem conseguia chegar-se à frente.
Sapunaru – Muitas dificuldades iniciais perante Wilson. 10 minutos bastaram para acertar a marcação. Uma primeira parte segura, que deu o mote para uma segunda parte onde mostrou capacidade ofensiva.
Álvaro – As mesmas dificuldades inicias perante Salvador. Arrumada essa questão, teve uma exibição segura, mas não ao seu nível. Teve alguns lapsos na recuperação defensiva.
Otamendi – Segundo jogo consecutivo como o melhor da linha defensiva. Nunca deu um palmo de terreno e a inépcia ofensiva da Olhanense ajudou. Está na sua melhor fase da época.
Maicon – O que falta a Maicon é ser autoritário. Incompreensível como fica nas covas a pedir falta num lance com Dady. São estes lances que matam a sua evolução. Se o árbitro não marcasse falta e se fosse golo, estava montada a barraca. Maicon tem que ser 100% fiável, 100% autoritário.
Fernando – Engoliu o meio campo criativo da Olhanense. Mais um jogo monstruoso. Que ritmo lhe terá faltado para não ser titular em Paços de Ferreira?
Moutinho – Foi quem mais beneficiou com o recuo de Lucho. Não se perdeu a ter que acorrer tanto a “terra” a como ao “mar”. O meio campo mais junto, mais compacto e mais pressionante na saída de bola do adversário potencia o seu jogo. Muito bem a assumir a parte criativa após a saída de Lucho.
Lucho – Não fez um grande jogo, mas na primeira parte, nos seus terrenos, nunca deu descanso ao meio campo defensivo da Olhanense. É um grande jogador, o seu golo é um exemplo disso. Pena é que o depósito acabe rapidamente.
James – Um talento à parte. Um golo que é uma pequena demonstração da sua qualidade. Quando conseguiu esgueirar-se para terrenos interiores o jogo da equipa ganhou outra magia. Passes, remates, dribles e cruzamentos de elevado quilate. Pena é o tempo perdido que passa no flanco esquerdo. Sai de campo como o segundo jogador com mais bolas recuperadas. Só Maicon o supera. Não sabe defender?!
Hulk – O melhor em campo. Grande jogo de um Hulk que sentiu o alívio de não ter que ser ele a resolver tudo. A equipa funcionou, o que liberta Hulk para jogar futebol e não para tentar ser o herói da noite. Falta-lhe o golo que escapa há dois jogos para guarda redes que têm os jogos das suas vidas quando encontram o FC Porto.
Janko – Claramente é um jogador estranho a esta equipa. Sem enquadramento técnico e táctico para ligar-se com o resto da equipa. Perdeu muitos lances naquilo que deveria dominar: corpo a corpo e jogo aéreo.
Alex Sandro – Fechou o flanco. Por ali a Olhanense deixou de ter qualquer hipótese. Talento!
Varela – Entrou alegre. Era bom contar com o melhor Varela para as batalhas finais.
Por: Breogán
1 comentário:
Uma cronica muito muito boa.
Está lá tudo devia ser lida pelo VITOR PEREIRA.
Quem lha envia ?
Enviar um comentário