sexta-feira, 13 de abril de 2012

O GUARDA-REDES E OS TEIMOSOS




Os três treinadores que conduziram o FC Porto à conquista dos CINCO campeonato, que hoje enchem as mãos dos Portistas, utilizaram 68 jogadores.




 Os mais teimosos, ou seja, aqueles que “insistiram” em jogar sempre, foram Aloísio e Drulovic. Indiscutíveis com Bobby Robson, cedo conquistaram as boas graças de António Oliveira, fazendo o mesmo com Fernando Santos, que ainda chegou a “sentar” o central brasileiro. Nada de significativo, porque a forma física nunca foi problema e a bola não tem idade. Aloísio pode já não correr como o fazia em épocas anteriores, mas o seu refinado conhecimento do futebol permite-lhe ler a cabeça dos adversários e adivinhar os lances, continuando a impor a sua classe com segurança. Para além disso, sabe que mais do que correr desnecessariamente é fazer correr a bola. Então desde o regresso de Vítor Baía às Antas, a produção deste internacional brasileiro subiu de forma espectacular.




Problema maior para o FC Porto durante dois anos e meio foi a ressaca da criação de um insubstituível. Ainda por cima guarda-redes. Com a saída de Baía para Barcelona, passaram pelas redes Portistas: Wozniak, Eriksson, Silvino, Rui Correia e Kralj. Nenhum servia, apesar de durante esse período a equipa continuar a somar títulos ao palmarés. Porque a vida não corria de feição ao guardião da Selecção Nacional na capital da Catalunha e a baliza das Antas continuava “assombrada”, Pinto da Costa negociou o regresso a casa de Vítor Baía. Para sossego de quase todos – menos de Rui Correia e Costinha, claro – e mesmo o “fantasma”meteu uma férias, pelo menos até se saber se no final da próxima época, quando terminar o período de empréstimo, o FC Porto tem hipóteses de comprar o passe ao Barcelona ou tem de voltar a montar acampamento no reino do Azul e Branco.

De resto o Penta Portista teve em Drulovic um artífice a tempo inteiro e alguns craques a prazo. Doriva, por exemplo, chegou a meio do Tetra e partiu a meio do Penta, Zahovic notabilizou-se crescendo de época para época e conseguiu um Tri pessoal. Uma palavra obrigatória para Jorge Costa, que só não jogou tanto como Aloísio devido aos problemas nos joelhos que o levaram quatro (!) vezes à sala de operações, e para Paulinho e Rui Barros, presenças assíduas na equipa, mais o primeiro do que o segundo.
«OJOGO» - Edição especial FC PORTO PENTACAMPEÃO - 4 Junho de 1999


AS EQUIPAS TIPO

Época 1994/1995 – 1º Ano do Penta



A primeira equipa formada por Robson, após ano e meio com os jogadores escolhidos por Ivic. Rui Filipe, vítima mortal de um acidente, enquanto Emerson e os russos Kulkov e Iuran foram apostas ganhas, no ano em que Jorge Costa emergia, substituindo Fernando Couto no eixo da defesa. Drulovic também impôs o seu génio, passando a indiscutível no onze

Vítor Baía; JoãoPinto, Aloísio, Jorge Costa Rui Jorge; Secretário, Emerson, Kulkov;  Iuran, Domingos, Drulovic
34J – 29 V – 4 E – 1 D - 73 GM/15GS – 62P.

(*) O Sporting ficou a (SETE) 7 pontos de distância, no 2º lugar (55) e o Benfica a TREZE (13), com 49, no 3º lugar.
(*) Dos 73 golos marcados (uma média de 2,14 por jogo) é digno de referência e de relevância, o facto de apenas CINCO (5) golos terem sido obtidos através de grandes penalidades. Para que conste.
(*) Nota, também, para a despedida, enquanto jogador, de André. Um dos melhores médios, da sua geração, a nível mundial.


Época 1995/1996 – Ano do BI



Edmilson e Lipcsei chegam às Antas e impõe-se de imediato. Mais o brasileiro, que se tornou numa das peças chave da equipa. Paulinho “explode” e como uma espécie de 115, acudindo a todas necessidades. Joga grande parte da época como lateral-esquerdo. Rui Barros, que regressara um ano antes, reencontra-se e torna-se num dos indiscutíveis, mas o verdadeiro craque foi Domingos, que conquista o troféu de melhor marcador.

Vítor Baía; Secretário, Aloísio, Jorge Costa, Paulinho Santos; Edmilson, Emerson, Lipcsei; R. Barros, Domingos, Drulovic
34 J – 26 V – 6 E – 2 D - 84 GM/20GS – 84P.

(*) Benfica, 2º classificado a ONZE (11) pontos de diferença e o Sporting, 3º, a DEZASSETE (17).
(*) Dos 84 golos marcados (uma média de 2,47 por jogo) é digno de referência e de relevância, o facto de apenas TRÊS (3) golos terem sido obtidos através de grandes penalidades. Para que conste.



Época 1996/1997 – Ano do TRI



(*) E eis que chega Jardel, como se os 84 golos marcados na época anterior fossem poucos.
António Oliveira construiu uma nova equipa, solidificando-a com alguns “veteranos”, como Jorge Costa, Aloísio, Paulinho e Edmilsson. Sem Vítor Baía, deu oportunidade a Hilário, depois de ter experimentado o polaco Wozniak; patrocinou a afirmação de Sérgio Conceição, explorou as características de Zahovic e criou um sistema que jogava na perfeição para Jardel, um goleador que chegou às Antas, treinou e triunfou.

Vítor Baía; Sérgio Conceição, Aloísio, Jorge Costa, Fernando Mendes; Zahovic, Barroso, Paulinho Santos; Edmilson, Jardel e Drulovic
34 J – 27 V – 4 E – 3 D - 77 GM/24GS – 85P.

(*) O Sporting foi segundo, a TREZE (13) pontos de diferença, já o Benfica, em terceiro, ficou a VINTE E SETE (27).
(*) Dos 85 golos marcados (uma média de 2,5 por jogo) é digno de referência e de relevância, o facto de apenas TRÊS (3) golos terem sido obtidos através de grandes penalidades. Para que conste.


Época 1997/1998 – Ano do Tetra.



A aposta foi na continuidade, de esquemas e de nomes, ainda que houvesse necessidade de substituir o “desertor” Edmilson. Entrou Capucho, e muito bem. Mais tarde, já em Dezembro, chegaram Secretário e Doriva, para entrarem directamente para o onze, onde se fixaram até final da temporada. Sérgio Conceição também se “transferiu”, mas da defesa para o ataque, ocupando a tempo inteiro o lugar de Edmilson.

Rui Correia; Secretário, Aloísio, João Manuel Pinto, Fernando Mendes; Sérgio Conceição, Doriva Paulinho Santos, Capucho, Jardel e Drulovic
34 J – 25 V – 5 E – 5 D - 75 GM/38GS – 77P.

(*) Benfica, em segundo, a NOVE (9) pontos de diferença e o Sporting, em 4º!, a VINTE E UM (21)
(*) Dos 75 golos marcados (uma média de 2,2 por jogo) é digno de referência e de relevância, o facto de apenas CINCO (5) golos terem sido obtidos através de grandes penalidades. Para que conste. Realce para o número anormal (38) de golos sofridos em 34 jogos (média de 1,1).


Época 1998/1999 – Ano do Penta.



Vítor Baía voltou, Peixe renasceu e Zahovic confirmou-se em definitivo. Fernando Santos apostou na continuidade, tentando aumentar o rendimento do colectivo através da exploração de alguns elementos, sobretudo em termos tácticos. De resto, encontrou na casa a solução – Peixe – para substituir Doriva e, como considerava Fernando Mendes demasiado ofensivo, “chamou” Esquerdinha, do Brasil, para solidificar a defesa.

Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Esquerdinha; Zahovic, Peixe  Deco, Capucho Jardel e Drulovic
34 J – 24 V – 7 E – 3 D - 85 GM/26GS – 79P.

(*)Benfica, terceiro classificado, a CATORZE (14) pontos de diferença e Sporting, quarto classificado, a DEZASSEIS (16).
(*) Dos 85 golos marcados (uma média de 2,5 por jogo) é digno de referência e de relevância, o facto de apenas QUATRO (4) golos terem sido obtidos através de grandes penalidades. Para que conste.



Por: Nirutam

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