Como é costume e tradicional dizer-se na vida terráquea, ou do que dela conhecemos, tudo terá um princípio um meio e um fim, e em termos estritamente futebolísticos, também não deixará de ser assim entendido por todos nós, pelo menos no que toca aos entendidos e amantes do nosso desporto-rei, o futebol aquém e além-mar plantado.
Tal e qual como tem acontecido há vários anos em Portugal, em que o FCP tem cometido a proeza de ter a hegemonia do desporto, não só em termos futebolísticos, mas também nas modalidades de pavilhão onde já conseguiu mesmo o pleno, ganhando em todas as modalidades em que participou, o Barcelona em Espanha e durante largos anos no que concerne ao futebol, também tem vindo a conseguir uma hegemonia sustentada num círculo ou projeto próprio, consubstanciado e alicerçado na formação e estilo de jogo próprio de todas as suas camadas jovens, tendo ainda neste momento no seio da sua equipa de futebol, a base ou o esqueleto da estrutura com que a seleção espanhola conseguiu o seu maior desiderato de sempre, tendo sido campeã mundial com todo o mérito, e ser considerada por muitos como a melhor seleção do momento, tal e qual como é também considerado o clube catalão.
Todavia, como tem acontecido com outras equipas e seleções nacionais, como serão os casos do Ajax de Cruijff, Real Madrid de Butragueño, Milan de Ruud Gullit e Frank Rijkaard, ou Brasil de Pelé, Argentina de Maradona e a famosa laranja mecânica holandesa de Rinus Michel e Van Basten, entre outros, devido a novas tecnologias e processos de treinos intensivos, acompanhados de novos e revolucionários sistemas táticos de jogo, tudo tende a interromper um ciclo de vida e a transformar-se numa constante evolução e mutação da modalidade rainha do desporto mundial.
Neste propósito ou tentativa de identificação do tal ciclo que faço acima referência, porventura pode estar a fechar-se, e quer-me parecer que o atual Barcelona poderá estar a viver os seus últimos anos áureos da sua pujança, enquanto equipa de futebol quase invencível na Europa e no mundo inteiro, pois a meu ver, e admitindo que possa mesmo estar enganado, uma vez que no futebol nada é fiável, já patenteia algumas dificuldades e lacunas para impor o seu futebol miudinho, rendilhado e coletivo, quase não dando aos seus adversários a possibilidade da posse de bola, condição sine qua non para se realizar ou criar jogadas de ataque que se materializem em golos, tendo em conta que a sua média de posse de bola por jogo se tem cifrado nos 70%.
Penso mesmo que o segredo de parar o potencial e a tática de como a equipa de Barcelona joga, se situa na forma de encarar e de defender o seu estilo de jogo, não dando muitos espaços e nunca optando por um sistema tático de jogo aberto, do tipo “taco a taco”, onde aí o Barcelona pode continuar a brilhar e aproveitar todo o potencial das suas camadas jovens para tirar partido do seu típico estilo de jogo de Pepe Guardiola. No entanto, continuo há muito tempo a não entender a razão pela qual um clube como este, só envereda por formar uma equipa em termos qualitativos, olvidando demasiado a componente quantitativa, ressaltando daqui por vezes situações de enormes fragilidade de opções credíveis, quando por exemplo tem três ou quatro jogadores impossibilitados de dar o seu contributo à equipa, como tem acontecido este ano com Villa, Iniesta, Abidal, Pique entre outros, podendo aqui juntar-se o fator de abaixamento de forma de algumas das suas principais vedetas, que se repercute na prática em maus resultados desportivos.
Por: Natachas.
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