Foi o primeiro ensaio da época,
frente a uma equipa aguerrida, mas frágil. Deu para desentorpecer as pernas,
matar a fome de bola de quem ama o FC Porto e tirar algumas conclusões.
A primeira conclusão que retiro é
que este FC Porto de Paulo Fonseca não foge da matriz táctica usual do FC
Porto. Variantes e cambiantes há sempre, seja qual for o treinador, mas não
embarco em qualquer conclusão em definitivo sobre a arquitectura táctica do
meio campo. Muito menos após este jogo, que quase é uma apresentação dentro de
campo entre os jogadores que chegam e os que já cá estavam. Foi um jogo com
grau de exigência mínimo, por isso, seria mais que expectável que contra esta
oposição e o seu bloco baixo, todos atacassem e todos tivessem que vir atrás
pegar no jogo. Nos próximos jogos, já contra equipas que tentarão ganhar o jogo
e não o perder por muitos, aí sim, conclusões mais sólidas.
A segunda conclusão que retiro é
que o jogo interior já apresenta uma fluidez razoável, faltando uma ponta de
ousadia na parte final. Nada de preocupante, afinal, isto ainda agora começou.
Preocupa-me mais o jogo exterior. Notou-se a tentativa de dar mais amplitude e
magia, mas ainda há muito trabalho pela frente. A mecanização entre o lateral e
o extremo não foi fluida e poucas foram as bolas metidas em profundidade.
A terceira conclusão relaciona-se
com os reforços que jogaram. No geral, estamos bem melhores, mais capazes e com
melhores soluções para poderem saltar do banco.
De resto, foi bonita a festa. É
bom ver tantos portistas, sobretudo, os que sofrem à distância.
Análises Individuais:
Fabiano – Espalhou os olhos pela
planície Belga, mas da bola pouco viu.
Danilo – Esteve bem no jogo
interior, mas amorfo no jogo exterior. Faltou maior intensidade.
Alex Sandro – Notou-se o começo
de época, embora tenha feitos dois raides à Alex Sandro.
Maicon – Perfeito na marcação e
rápido sobre as poucas bolas que caíram na sua zona.
Abdoulaye – Igualmente sólido,
embora não tão vistoso quanto Maicon.
Castro – Sempre disponível, ousou
o ataque e marcou. Nem sempre correcto no passe curto e faltou-lhe oposição
para testar a sua capacidade de marcação.
Josué – Foi um pequeno maestro.
Mistura grandes aberturas com pequenos lapsos no passe curto. Algo a limar para
tornar-se um dínamo neste meio campo.
Lucho – Sempre disponível para
fechar e para tentar chegar à frente. Acabou por desperdiçar as duas primeiras
ocasiões, mas deu sempre alma ao jogo.
Varela – Foi o jogador mais
perigoso na criação de jogo. Boa mobilidade e uma ponta de velocidade que
desequilibrava. Golo de grande classe e de rápido reflexo.
Licá – Fez um bom jogo, trabalhou
bem com a equipa, sempre dando uma linha de passe. Falhou nos seus dois
momentos no centro do palco. Não pode falhar ali. As oportunidades são escassas
e tem que acreditar nas suas qualidades.
Ghilas – As apresentações estão
feitas. Raça e qualidade. Luta e talento. Vai crescer no jogo colectivo e vai
ser mais letal a jogar de costas para a baliza. É esse o crescimento que o
espera. Um golo e uma assistência é um excelente cartão de visita.
Kadú – Já viu mais da bola que
Fabiano, mas passou ao lado.
Fucile – Mostrou vontade em subir
e esticar o jogo. Faltou um pouco de jeito no momento final, mas após tanto
tempo de paragem, é normal.
Otamendi – Tal como Maicon, muita
rapidez sobre todas as bolas que conseguiam chegar à frente.
Mangala – Controlou o seu lado
eixo central e o flanco esquerdo defensivo, após a saída de Otamendi. Tudo
dele, sem sobressaltos.
Fernando – Começou a diesel, num
ritmo baixo e pouco impositivo. São sempre assim, os começos de Fernando. Mais
para o final do jogo, já era tudo dele.
Defour – A pior exibição da
tarde, com a responsabilidade de não ser um novato. Perdido, sem capacidade de
esticar o jogo ou de fazer um passe a rasgar.
Carlos Eduardo – Jogo rendilhado
com muitos pormenores de talento. Tal como a renda, que às vezes são mais os
buracos que a linha, assim é o seu jogo. Tem futebol (talento) e corpo para ser
mais constante e mais forte na disputa do lance. Não tem desculpa para não
explodir no FC Porto.
Kelvin – Começou a extremo
direito, passou depois para 2º extremo esquerdo. Teve um desempenho agradável e
sempre dinâmico. Cada vez mais comprometido em defender.
Izmaylov – Misturou erros de
palmatória com bons movimentos. Soube aproveitar a presença de Kelvin para
derivar para o centro e fazer a diferença. Bom golo.
Jackson – O craque voltou. Quinze
minutos em campo e já tinha dado um recital de futebol. Grande golo.
Iturbe – Continua algo
complicativo e a tentar em demasia demonstrar o seu talento. Mostrou evolução
na ajuda defensiva e mostrou-se mais disponível para a equipa.
Tiago Rodrigues – Foi quem menos tempo teve em campo,
mas em nada ficou devendo. Grande entrada, cheia de talento e visão de jogo.
Este menino joga muito futebol
Por: Breogán
1 comentário:
Infelizmente não tive a oportunidade de ver o jogo, pelo que agradeço as perspicazes observações acerca do mesmo.
Abraço
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