Como tudo na vida, também no desporto e concretamente no futebol do FCP, por vezes há que ter a devida coragem e oportunidade de momento para mudar o figurino tático da equipa, retomar um ciclo que deu os seus frutos nos tempos áureos de Deco, mesmo sabendo que tenha falhado na sua continuidade com Diego, e saber fazer a devida adaptação e migração tática para um nível que se pretende que seja sempre superior ao anterior, tendo em conta as reais e patentes necessidades da equipa, e tirar o melhor partido das próprias características do seu atual plantel, que ao que tudo indica, será bastante mais rico em termos de mais opções técnicas.
Após alguns dias de treino e de alguns jogos amigáveis, já deu para perceber que Paulo Fonseca ao tomar a si a responsabilidade de liderar o novo projeto no FCP, tem em mente como principal objetivo para a época em curso, não fazer uma revolução tática na equipa pois é sabedor do sistema implementado há vários anos no clube que tantas alegrias tem dado aos seus adeptos, mas ir mais no sentido de dar um cunho pessoal introduzindo pequenas alterações táticas de base, como por exemplo, invertendo de vez o triângulo do meio campo e passando a jogar num sistema de dois médios mais recuados, mas com alternâncias constantes e posicionais destas posições, e a inclusão de um puro número dez que se prevê que possa vir a ser a seu tempo Quintero, devido às características natas do talento colombiano para aquela posição estratégica.
No entanto, as alterações em marcha, por um lado, poderão trazer à equipa mais alternativas em termos de opções técnicas, tendo em conta o valor do novo plantel que me parece mais equilibrado e muito mais apetrechado em relação ao ano anterior, o que pode favorecer alternâncias constantes sem diminuir o nível da equipa, a utilização sistemática de mais jogadores, e a consequente poupança de jogadores nucleares da equipa em determinados jogos que na anterior época não era possível, como por outro lado, as alterações no meio campo podem estar associadas a uma eventual transferência de Fernando que se encontra no último ano de contrato e já deu para perceber que quer rumar a outras paragens, colhendo o FCP algumas mais-valias que lhe são devidas com a sua transação, e ainda também por este jogador não ter características próprias para se adaptar na sua zona nevrálgica do campo nas novas funções que se perfilam.
Quanto aos jogadores que irão fazer parte do plantel para a época em curso, e tendo em conta que neste momento a equipa apresenta jogadores a mais nas três zonas do terreno, pois na defesa temos cinco opções quando o ideal serão quatro, nas alas também existe um excedente de jogadores e ainda devemos incluir nestas contas um extremo que faça a diferença, que poderá ser Bernard que deverá chegar após a final da Taça Libertadores, ou em alternativa deste mais uma daquelas surpresas de última hora que PC nos tem habituado, e principalmente na zona do meio campo onde a concorrência é demasiada evidente e feroz.
Neste enquadramento, tudo começa a apontar para que jogadores como Abdoulaye na defesa, Tiago Rodrigues, Carlos Eduardo e Castro no meio campo, e por último Ricardo, Iturbe, Kelvin e Licá, tenham de lutar por um lugar no plantel, no entanto, penso também que ainda muita água irá correr por debaixo da ponte da especulação, do próprio mercado de transferências pois ainda estamos muito longe do fecho, e como quase sempre acontece num início de época, alguns destes jogadores que eu enunciei com menos hipóteses de ficarem no plantel, podem muito bem surpreender pela positiva já que talento não lhes falta.
Por: Natachas.
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