Uma vitória justa que quase foi posta em causa pelo
desespero final e pelo desacerto táctico da equipa.
Fora esses dez minutos
finais, o FC Porto B foi sempre superior ao União da Madeira.
Foi um jogo interessante, sobretudo pela variante táctica
que foi introduzida por Rui Gomes para este jogo. Abandonando o 4-3-3 clássico
e sem extremos no onze inicial, Rui Gomes opta por uma dupla ofensiva com Tozé
e Dellatorre, mas que obriga Tozé a fechar um flanco na altura de defender.
O jogo começa com o golo do FC Porto B. Tozé, num lance de
inspiração, marca logo distância no marcador, marcava o cronómetro o segundo
minuto de jogo. Um golo que facilita a adaptação do FC Porto B ao novo desenho
táctico e que suaviza a entrada em jogo. O trio de meio campo composto por
Pedro Moreira, Sérgio Oliveira e Michael Seri toma controlo total das operações
e a saída de bola do União da Madeira é ineficaz.
No entanto, a falta de extremos também jogava contra o FC
Porto. Só Tozé dava amplitude ao jogo portista e era com alguma dificuldade que
o FC Porto B passava a defensiva Unionista.
Aos 23 minutos, o FC Porto B tem uma excelente oportunidade
de dilatar a vantagem. Dellatorre segura bem a bola à entrada da área do União
da Madeira, mesmo perante a pressão da dupla de centrais. Na altura certa,
serve Seri que entra na área e remate ao poste.
Até ao intervalo não haveria outra oportunidade digna de
registo para ambas as formações. Nota para a expulsão de Santiago Silva do
União da Madeira, por acumulação de amarelos, aos 38 minutos. Com vantagem no
marcador e com mais uma unidade em campo seria expectável uma tarefa ainda mais
simples de cumprir.
A segunda parte, no entanto, revelou-se mais complicada de
dominar. O jogo retoma com a mesma toada, com o FC Porto B em total domínio das
operações a meio campo. Até que, ao minuto 68, Tozé ganha um penalti. Avança
Sérgio Oliveira que permite a defesa de Marcelo na marcação do penalti e na
recarga. Muito mais mérito de Marcelo que demérito de Sérgio Oliveira em ambas
as situações.
Aqui surge o ponto de viragem. A equipa do União da Madeira
ganha novo ânimo. Logo no minuto seguinte obriga Stefanovic a uma defesa
vistosa e de grande dificuldade. O meio campo do FC Porto progressivamente
perde o controlo do jogo e a ausência de extremos abre a possibilidade para os
jogadores do União da Madeira atacarem pelos flancos. No banco, Rui Gomes não
ajuda a equipa. Se a primeira substituição é inócua (Vion por Dellatorre), as
seguintes prejudicam a capacidade da equipa em reassumir o comando do jogo,
mesmo jogando com mais um jogador. Aos 84 minutos, retira Tozé por Fábio
Martins. Com esta substituição, Rui Gomes retira a equipa o seu dínamo ofensivo
e o jogador que punha a linha defensiva do União da Madeira em respeito. Cinco
minutos depois, retira Sérgio Oliveira para colocar Tiago Ferreira. O FC Porto
perde o seu elemento a meio campo com maior capacidade de reter a posse de bola
e coloca-se a jogar com três centrais frente a 10 jogadores!
Foi o melhor período do União da Madeira, com duas
oportunidades soberanas para igualar a partida. Felizmente, a vitória já não
escapou.
Análises Individuais:
Stefanovic – Excelente defesa aos 69 minutos e muita
tremideira nos minutos finais, com muita dificuldade em agarrar a bola. É
verdade que o vento incomodava, mas é guarda-redes para fazer melhor.
David Bruno – A defender não fechou o seu flanco. Até Sérgio
Oliveira tinha que o dobrar. A atacar foi quase inofensivo.
Victor Luís – Bem mais vivaço que David Bruno, embora quase
tão ineficaz a defender. Mais afoito a atacar e com uma boa bola parada.
Anderson – Central muito certinho, mas não passa muito dos
procedimentos básicos. Beneficiou muito da fraca qualidade do avançado centro
contrário.
Zé António – Comandou bem a defesa, sobretudo no período
final de deriva. Foi ainda uma ameaça nas bolas paradas.
Pedro Moreira – Com o meio campo sobrepovoado não pôde
ajudar a equipa a subir tanto como em jogos anteriores. Foi um jogo mais
cinzento, mas eficiente.
Sérgio Oliveira – Jogo recheado de detalhes de grande
qualidade técnica. Tem que ganhar maior intensidade e ser um jogador mais
presente no jogo. Muito positivo ver a sua determinação na hora de defender.
Michael Seri – Joga muito ao primeiro toque e sempre em
pezinhos de lã. É bom jogador, sem dúvida, falta ver se consegue avançar nesse
registo e elevar o seu futebol a outro nível técnico. Apareceu com frequência
em zonas de finalização.
Edú – Foi a unidade de menor rendimento do meio campo. Meteu
toda a alma no jogo, mas não conseguiu ser decisivo.
Tozé – Foi o abono de família. Cada vez que embalava, a
linha defensiva da União da Madeira tremia. Deixa Machico como o melhor em
campo, apesar de ter jogado muito tempo descaído na ala, o que o prejudicou.
Dellatorre – Faltou-lhe jogo. Faltou-lhe Tozé a 10 e
extremos. Mas não virou a cara a luta e até deu vida a algumas jogadas, mesmo
não estando numa manhã inspirada.
Vion – Mais móvel que Dellatorre, acabou por sofrer dos
mesmos males.
Fábio Martins – Perdeu duas bolas e falhou uma boa
oportunidade. O meio campo desceu de qualidade vertiginosamente.
Tiago Ferreira – Ainda fez uns cortes no meio da aflição.
Por: Breogán
1 comentário:
Estou a gostar de alguns dos nossos jovens particularmente de :
Pedro Moreira,Sergio Oliveira,Seri,Dellatorre e Tozé.
Tiago Ferreira com potencial mas verdinho.
E David pode fazer carreira interessante mas duvido que chegue para o nosso clube.
Gosto do Vion (pode também ser utilizado no flanco direito) mas acho que o Dellatorre está à sua frente.
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