Em condições normais empatar na Vila das Aves seria um resultado positivo para qualquer equipa. No entanto pela forma como o jogo se foi desenrolando o empate acaba por ser injusto para o FC Porto que foi superior ao adversário sofrendo o 2-2 já em cima da hora através do avançado Dally, após bom lance protagonizado por Romeu.
Num campo impraticável para o futebol (na segunda parte, a bola já nem rolava) assistimos a um jogo muito jogado sobre o meio-campo, com muito músculo e utilização ao jogo directo de forma a fazer a bola chegar ao ataque. Em virtude das más condições do terreno e jogo em si de grau dificuldade elevado, o técnico Rui Gomes procedeu algumas alterações no onze inicial da equipa portista, mexendo tacticamente na composição dos jogadores, fazendo regressar à equipa o jovem Mikel, uma entrada que acabou por ser compreensiva dada as dificuldades inerentes que os jogadores mais dotados a nível técnico poderiam sentir, sendo que o FC Porto apostou num quarteto sobre a zona intermédia (Mikel, Pedro Moreira, Michael Seri e Tozé), jogando na frente com a dupla Dellatorre e Vion.
No Aves, tacticamente acabou por ser o figurino esperado apresentado pelo treinador José Vilaça, sendo que as grandes novidades acabaram por ser as recuperações dos defesas Leandro e João Paulo (encontravam-se lesionados), e a grande dúvida no onze a ser formado seria precisamente quem seria o jogador a fazer companhia na frente de ataque a Rabiola e Vasco Matos, optando por Dally em detrimento de Renato Santos ou de Renato Reis, uma aposta que perto do final do encontro viria a dar os seus frutos.
Quanto ao jogo em si, quando nada fazia prever o Aves adiantou-se no marcador através do goleador Rabiola (já é o melhor marcador da competição) numa grande penalidade inexistente, onde o árbitro sancionou em falta um lance de David Bruno precisamente sobre o ponta de lança português.
A reacção ao golo por parte dos dragões foi fantástica e num espaço de cinco minutos operou a reviravolta no marcador, primeiro com o irreverente Tozé a marcar (o guardião Marafona acabou por ser mal batido) e depois o suspeito do costume, neste caso o avançado brasileiro Dellatorre coloca pela primeira vez o FC Porto em vantagem num remate cheio de intenção e sem grandes possibilidades de intervenção para o guardião da casa.
O Aves tentou reagir ao golo sofrido e derivado ao relvado não havia outra solução que não ao pontapé para a frente, mas encontrou uma excelente organização defensiva da equipa azul e branca, que sempre que possível aproveitava algum desequilíbrio numérico de forma a criar perigo no último reduto contrário.
A verdade, é que o tempo ia passando e apesar do Stefanovic ter tido obrigado numa vez ou outra a intervenções mais complicadas, pela forma como o encontro estava a ser delineado, apenas num lance fortuito ou algo do género a equipa avense podia chegar à igualdade, algo que sucedeu precisamente na última jogada do desafio, o que veio penalizar o FC Porto que no cômputo geral merecia os três pontos.
ANÁLISES INDIVIDUAIS:
STEFANOVIC - não tem responsabilidades nos dois golos e ainda evitou outro após excelente intervenção.
DAVID BRUNO - infelizmente está ligado aos dois golos do adversário. No primeiro (não) comete uma grande penalidade e no segundo golo faltou ser mais lesto na hora de despachar a bola, possibilitando ao Romeu oportunidade de estar a cara a cara com o guarda-redes.
ZÉ ANTÓNIO - prático a defender, não dando espaço de manobra aos jogadores contrários.
TIAGO FERREIRA - esteve na mesma linha que o seu colega de posto.
QUIÑO - bom toque de bola e até conseguiu dentro do possível sair a jogar com a bola no chão. Defensivamente, tem melhorado de jogo para jogo.
MIKEL - devido ao estado do relvado foi chamado ao onze e rubricou uma exibição muito bem conseguida. Amarelado logo aos quatro minutos, soube gerir o amarelo com mestria, estando muito presente ao longo dos 90 minutos.
PEDRO MOREIRA - em virtude da titularidade do Mikel, o médio português esteve em zonas mais interiores e foi mais um guerreiro autêntico neste lamaçal. Jogador muito importante nesta equipa!
TOZÉ - era dos jogadores com maior qualidade em termos técnicos e a verdade é que adaptou-se quase na perfeição ao estado do terreno. Destaco igualmente a forma briosa e raça como defendeu e dominou na zona central do terreno.
MICHAEL SERI - continua evidenciar bom toque de bola, tacticamente disciplinado e enquanto esteve em campo não comprometeu em nada.
DELLATORRE - marcou o golo da ordem e ainda lhe foi assinalado um fora de jogo que podia ter deixado em boa situação para finalizar.
VION - fez uma excelente exibição! Raçudo como sempre (uma das suas imagens de marca), nunca deu por vencido nenhum lance, dando enorme contributo seja nos momentos ofensivos, bem como defensivos.
SÉRGIO OLIVEIRA - entrou numa fase onde a bola já não rolava de qualquer maneira, tendo que levantar constantemente a mesma para iniciar jogadas de ataque.
EDÚ - veio ajudar à combatividade no meio-campo.
FÁBIO MARTINS - pouco tempo em campo.
Por: Dragão Orgulhoso
3 comentários:
Num campo como este, há uma opção técnica que não me entra na cabeça: tirar Tozé para colocar Fábio Martins.
Que o Tozé estivesse de rastos, acredito, mas a opção tinha que ser outra!
Exactamente, e o Fábio Martins afastou-se muito da ligação ao meio campo. Acredito que com Tozé ou até Graça, a história era outra.
Jogo de imensa luta, gostei imenso de ver o Pedro Moreira no meio campo, extremamente lutador, creio que poderá em breve ser jogador com qualidade para equipa A juntamente com Tozé.
http://keepingpossession.blogspot.com/
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