Apesar de me considerar um incondicional e amante da causa portista, não é a primeira vez que me pronuncio neste local sobre situações inerentes a outros clubes adversários, do qual o SCP por ser um clube eclético, com um largo historial e pelo qual também nutro alguma simpatia, estima e respeito, me merece num momento conturbado que o clube leonino atravessa, uma reflexão apurada sobre as últimas incidências que têm assolado o clube de Alvalade.
Nas minhas anteriores análises sobre a situação do SCP, já me tinha pronunciado sobre algumas razões que na minha ótica estarão na base do deplorável momento que atravessa a SAD do clube, só que desta vez o vou fazer tentando elencar ponto por ponto os problemas e as ruinosas gestões de várias direções, pois ao contrário do que se pensa, o mal do SCP não está somente na atual direção presidida por Godinho Lopes, e muito menos nos vários treinadores que por lá têm passado.
Nesta eventualidade apraz-me dizer o seguinte nos seis pontos que passo a enunciar, e que me parecem ser o cerne e a justificação da atual e delicada situação vivida no seio leonino:
1. Desde que me conheço e como apaixonado do futebol, e já lá vão cerca de 50 anos, que sempre vi o SCP como um clube de elite, com uma massa associativa e respetivas direções de menor cariz popular em relação aos seus dois adversários de sempre, FCP e SLB, o que nestas coisas do futebol moderno inserido numa sociedade global e transversal muito diferente de outros tempos, não ajuda em nada a posição do clube no panorama nacional, dando ao SCP uma imagem de um clube demasiado alinhado com os meandros do futebol fora e dentro das quatro linhas, e pomposamente educado na verdadeira aceção da palavra, tendo em vista que por vezes se deve dar o tal murro na mesa que o SCP se tem vindo a negar, por razões que estarão na sua própria génese.
2. Ao contrário do que as suas direções têm apregoado, o clube nunca soube aproveitar os grandes talentos que a sua academia de futebol forma todos os anos, tanto ao nível da obtenção de resultados que lhe permita ganhar títulos, bem como na forma empresarial e financeira que se retira das mais-valias que transaciona, de que porventura, Nani terá sido a única exceção à regra tendo em conta o valor em causa. Ou será que os outros talentos só funcionam e criam mais-valias fora de Alvalade?
3. Noutro quadrante, penso que o Conselho Leonino como órgão consultivo, quase sempre, ao contrário do que seria desejável, emite tomadas de posições que com toda a naturalidade são posteriormente objeto de discussão na praça pública, (o que não se passa por exemplo com o meu clube, o FCP), fazendo deste órgão do clube um foco de turbulência e conspiração que em nada ajuda o clube a resolver os seus problemas.
4. Do mesmo modo, no que concerne à atividade dos órgãos sociais do clube, não me parece muito recomendável que o presidente da Mesa da Assembleia Geral do SCP, convoque uma reunião de urgência para tentar resolver os problemas do clube, e depois venha a terreiro manifestar a sua ausência por razões profissionais. Penso que não é um ato digno de um dos seus principais representantes e muito menos de um clube, que pelo seu passado e glória deve ser respeitado e tido como uma organização profissional e não de um grupo de amadores ou oportunistas, e aqui, ou se está a 100% no clube, ou caso contrário, não estarão reunidas as condições necessárias para exercer qualquer cargo.
5. Numa perspetiva economicista e de gestão sustentada, um clube que apresenta um passivo que já vai para além das suas reais possibilidades, não se pode dar ao luxo de gastar em dois anos desportivos, qualquer coisa como 70 milhões de euros sem ver os resultados do seu investimento no imediato, atente-se para o facto que o SCB por muito menos, tem conseguido resultados que o têm catapultado para o estrelato nacional e europeu, apresentando-se já nas competições europeias como o terceiro melhor clube português da atualidade, pese embora, é certo, ainda esteja a quilómetros de distância do SCP em termos do que será o seu historial desportivo durante a sua existência.
6. Nestas circunstâncias, e tendo por conta a atual situação desportiva e financeira do SCP, na minha humilde opinião, de quem tenta estar minimamente consciencializado e a par do que se passa no futebol indígena, penso que ao SCP não lhe restará outra alternativa, senão enveredar por uma rigorosa reformulação do seu projeto desportivo, no sentido de pensar e de cair à terra da realidade que neste momento mergulha, fruto dos erros desportivos e financeiros cometidos por várias gestões danosas, dizendo aos sócios e simpatizantes, olhos nos olhos, que ao contrário do que se tem dito e prometido às hostes leoninas, que tudo tem sido uma pura utopia e fantasia de conquistas de títulos, e que precisa de tempo e paz entre a família leonina, que passe pelo aproveitamento contínuo das suas camadas jovens, por dois ou três anos antes de realizar mais-valias, diminuindo assim o seu avultado passivo que detém, e ao mesmo tempo preparando com a sustentabilidade que a atual crise exige o futuro da grande instituição que é o SCP.
Por: Natachas
1 comentário:
Eu não lhes quero mal mas não tenho tal simpatia até porque tenho memoria...
E se não fosse a firmeza e competencia dos dirigentes do FCP estavamos como "eles" ou lá perto.
Pela vontade de muitos portistas convencidos que muito sabem,mudavamos de treinador de 6 em 6 meses, de dirigentes e sei lá que mais!!!
Ou seja adeptos "perigosos"...
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