#FCPorto #Portugal #LuisCastro #Exorcismo #Arouca
O que este jogo representou uma espécie de exorcismo de todos os demónios, assombrações e demais entidades que tomaram conta do espírito da equipa. E viu-se. O Dragão voltou a assobiar e a temer o empate. A equipa voltou a encravar, a sofrer um golo fortuito e a esquivar-se de outros dois por sorte. Voltou a falhar um penalti e não teve o controlo do jogo em largos momentos. Até um Arouca no Dragão chegou a assustar.
Tal é estado a que as coisas chegaram, com a complacência da SAD. Arrastou-se um problema por demasiado tempo. Paulo Fonseca já lá vai, com o respeito que o homem e o profissional merecem, mas o seu fantasma pairou.
O FC Porto entra melhor e mesmo sem grande velocidade na circulação da bola, chega ao 2-0 com relativa facilidade. Não foi um bom jogo, mas quanto baste para animar a malta. Tal é a sede!
Chega o 2-1 num lance fortuito, falha-se o 3-1 num penalti e o FC Porto treme. E treme a meio campo. Essa é que é a verdade. Sou, e sempre serei, um adepto da estruturação do meio campo no 4-3-3 do FC Porto. Mas por si só não funciona. É um modelo de jogo que exige trabalho táctico e muita disponibilidade dos jogadores. Exige dádiva. E falta isto neste FC Porto. O meio campo do Arouca deu um passo em frente e o do FC Porto não soube opor-se. Já nem digo ripostar, dando dois passos em frente. Bastava-me que soubesse bloquear o ímpeto alheio. Esta dificuldade a meio campo expõe a fragilidade defensiva. E passamos por sobressaltos, alguns bem graves.
Exorcismo
Nesta altura nem interessa saber
se o jogo foi mais ou menos conseguido. Nem temos tempo para planear muita
coisa ou corrigir em muito detalhe. O FC Porto enfrenta um ciclo terrível, com
jogos decisivos, alguns deles em campo difíceis, onde disputa o seu futuro em
quatro frentes.
O que este jogo representou uma espécie de exorcismo de todos os demónios, assombrações e demais entidades que tomaram conta do espírito da equipa. E viu-se. O Dragão voltou a assobiar e a temer o empate. A equipa voltou a encravar, a sofrer um golo fortuito e a esquivar-se de outros dois por sorte. Voltou a falhar um penalti e não teve o controlo do jogo em largos momentos. Até um Arouca no Dragão chegou a assustar.
Tal é estado a que as coisas chegaram, com a complacência da SAD. Arrastou-se um problema por demasiado tempo. Paulo Fonseca já lá vai, com o respeito que o homem e o profissional merecem, mas o seu fantasma pairou.
E foi esta a maior conquista do
jogo. Trememos, mas não tombamos. Esmagamos, mas não merecemos (que se lixe!). A
equipa engasgou, mas o banco (leia-se Luís Castro) soube aplicar a manobra de
Hiemlich na equipa. Recuperamos terreno para o segundo classificado e estamos
na luta. Jogamos por último e ultrapassamos essa pressão. Em suma, foi iniciado
o choque anímico, o único possível nesta altura, para enfrentar o ciclo mais
complicado da época.
Sim, houve uma alteração táctica
na estruturação do meio campo. Verdade. Mas a sua consequência para o jogo foi
quase nula. Não houve tempo para a trabalhar. Nem haverá. Terão que ser os
jogadores a crescerem nos jogos. E de jogo para jogo.
Indo ao jogo, Luís Castro é
forçado a colocar Mangala na esquerda, por castigo de Alex Sandro. A única
novidade aparece a meio campo, com a introdução de Defour na posição 8.
O FC Porto entra melhor e mesmo sem grande velocidade na circulação da bola, chega ao 2-0 com relativa facilidade. Não foi um bom jogo, mas quanto baste para animar a malta. Tal é a sede!
Chega o 2-1 num lance fortuito, falha-se o 3-1 num penalti e o FC Porto treme. E treme a meio campo. Essa é que é a verdade. Sou, e sempre serei, um adepto da estruturação do meio campo no 4-3-3 do FC Porto. Mas por si só não funciona. É um modelo de jogo que exige trabalho táctico e muita disponibilidade dos jogadores. Exige dádiva. E falta isto neste FC Porto. O meio campo do Arouca deu um passo em frente e o do FC Porto não soube opor-se. Já nem digo ripostar, dando dois passos em frente. Bastava-me que soubesse bloquear o ímpeto alheio. Esta dificuldade a meio campo expõe a fragilidade defensiva. E passamos por sobressaltos, alguns bem graves.
Até que Luís Castro foi mexendo
no jogo. A cada substituição a equipa ganhava qualidade. Primeiro, ganhou um
10. Aí o meio campo do Arouca passou a ter um grave problema. Depois, ganhou um
extremo bem diferente. Possante, com uma diagonal perigosa e com um arranque
demolidor. Um extremo e não um empecilho para Jackson. Eis a diferença entre
hoje e ontem.
O FC Porto cresceu e ganhou o
jogo, venceu fantasmas e renova esperanças.
Lamento que tenha sido bater bem no fundo para mudar. Se
Vítor Pereira e a insistência e persistência na sua aposta foi uma lição.
Também o que aconteceu este ano o é.
As feridas já estão lambidas, não saradas. Resta agora
cerrar os dentes e enfrentar o que resta. Provar que este FC Porto é de novo FC
Porto.
Análises Individuais:
Helton –Numa constante dialéctica com as bancadas, por vezes, até
parece o cicerone de serviço e não o guarda-redes. Tentou liderar a defesa, mas
esta tinha demasiados buracos. Um guarda-redes da sua craveira não pode largar
uma bola e dar uma oportunidade como fez na segunda parte. Começa a chegar a
hora, mesmo sabendo que vem aí a parte mais difícil da época.
Danilo – Muito incisivo no ataque, sempre com muito acerto nos
movimentos interiores. A defender, revelou fragilidades.
Mangala – Para quem viu o jogo em Chaves da equipa B,
rapidamente percebe porque Mangala é o bombeiro de serviço quando falta Alex
Sandro. Alguns problemas perante Ceballos, mas nada de monta. No ataque, ainda
deu um bom jeitinho.
Abdoulaye – Entre ele e Maicon, não se aproveitou nenhum. Nunca souberam
funcionar em dupla, nem dividir a marcação. Quem ganhou o concurso do
disparate? Não sei.
Maicon – A única coisa que há a acrescentar é a responsabilidade. Já
não é um menino. Já não é um novato. Já tem tarimba e não andou até há pouco
tempo emprestado. Anda perdido.
Fernando – Muito do nosso futuro imediato passa por aqui. Até agora,
andou à caça de gambozinos. Agora, voltou a ser o 6. Fez um bom jogo. Mas não o
suficiente. Precisamos não de um bom Fernando, mas de um super Fernando. Muito
do crescimento do Arouca, noutros tempos era impensável. É catedrático na
posição, não precisa de tanto treino e automatismo como os outros. Tem que ir
para a frente do touro e ser o primeiro a agarrá-lo pelos cornos. Ainda assim,
o melhor em campo.
Defour – A minha análise vai na mesma linha que a de
Fernando. Nos bons momentos do FC Porto, foi dos melhores. Nos maus momentos do
FC Porto, foi muito ausente. A verticalidade e a intensidade que a posição
exige para sustentar o 4-3-3 são muito grandes. Fez, no global um bom jogo,
sendo até dos melhores em campo, mas confesso as minhas dúvidas se é jogador
para esta posição nos jogos que se seguem. Outro nível.
Carlos Eduardo – Desde a lesão que não voltou ao seu nível habitual. Pouco
intenso, pouco incisivo, pintalgando o jogo com o seu talento, como no golo,
mas sem consistência. Gostava de o ver a 8, com Fernando e um 10, mas confesso
que pouca intensidade nos últimos jogos não me está a deixar confortável com
essa opção.
Varela – Mais um jogo no lado lunar de Varela. Merece banco.
Sobretudo, após a boa entrada de Ghilas.
Quaresma – Continua o rei da bola parada. Um dia vai dar barraca. Um
jogo muito à sua imagem. Estragou muito, mas soube definir nos lances chave.
Não ganhou maturidade no seu jogo e está demasiado epidérmico nas suas
reacções.
Jackson – Lá fez o golinho para aplacar o jejum. No entanto,
foi um jogo estranho. Continua muito arredio do bom futebol, mas não se
esconde. Hoje, até pareceu mais contente. Havia mais azul ao pé de si. Ganhou
uma nova dimensão com a entrada de Quintero.
Quintero – Trouxe alegria ao nosso jogo e só isso obrigou o
Arouca partir-se a meio campo. Boas aberturas, boa visão de jogo e trouxe maior
velocidade à circulação de bola. Uma boa novidade para o que aí vem. Que lhe dê
bom uso o Luís Castro.
Ghilas – Excelente entrada. Causou muitos problemas ao
Arouca e trouxe soluções ao nosso ataque. Até que enfim, Ghilas a ser usado com
Jackson da forma como deve ser. Que seja para continuar, até a titular!
Licá – Pouco fez, mas deu
consistência. Ao menos, Luís Castro parece perceber o que pode dar Licá ao FC
Porto.
Ficha de Jogo:
FC Porto: Helton, Danilo, Maicon, Abdoulaye e Mangala; Fernando,
Defour e Carlos Eduardo (66, Quintero); Quaresma (87, Licá), Jackson e Varela (78, Ghilas).
Suplentes: Fabiano, Reyes, Quintero, Ricardo, Licá, Ghilas e Josué.
Treinador: Luis Castro
Arouca: Cássio; Ivan Balliu, Diego, Nuno Coelho e Tinoco; Rui
Sampaio e Bruno Amaro; Ceballos, David Simão (84, Hugo Monteiro) e André Claro (60, Roberto); Cissé (60, Pintassilgo).
Suplentes: Rui Sacramento, Miguel Oliveira, Pintassilgo, Roberto,
Stephane, Soares e Hugo Monteiro
Treinador: Pedro Emanuel
Árbitro: Hugo Miguel
Por: Breogán
4 comentários:
Acho que vamos melhorar.
Mas não há milagres e falta tempo.
Ao publico cabia-lhe nesta fase não ser parte do problema.
Pelo que tenho visto na B e sub-21 cada vez gosto mais do Ricardo.
Está á frente de Kelvin.
Será assim BREOGAN ?
Ha imensos erros a corrigir, ideias e automatismos desajustados...mas finalmente um está reajustado...Fernando voltou ao seu lugar...Defour cresceu e tambem C.Eduardo com esta "nova" tática...e isso já é bom...agora sim não tenho medo de ir a luz nem jogar com este Benfica. Agora só falta limar Maicon-Mangala..e ficamos com um eixo central mais seguro. Mas nao há muito tempo de facto...Quanto a questão colocada, permite-me imiscuir...sim, o Ricardo parece-me a frente de Kelvin, sobretudo pela maturidade. Mas convenhamos, Ricardo vem do VSC e já trazia mais experiência.Kelvin estagnou. Devia ter continuado a jogar com mais regularidade fora do FCP. Talento tem.
concordo totalmente com a análise aos jogadores.
Reforço apenas que é preciso dar a vez a Fabiano, acho que na próxima época ele tem de passar a ser o titular. Também Ghilas deve ser titular, naquela posição formando o trio da frente com Jackson e Quaresma. Contra o Nápoles seria bom ter este trio, é o mais forte.
Kelvin estagnou?
Não sei. Parado está e já lá vão dois meses.
Ricardo é um jogador muito mais maduro e que já controla todo o seu potencial. O Kelvin é um jogador ainda em bruto.
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