#FCPorto #História #Campeões #Figuras
Já aqui apresentamos os mais de 300 atletas que se sagraram campeões nacionais pelo FCP.
Já aqui apresentamos os mais de 300 atletas que se sagraram campeões nacionais pelo FCP.
Vencer o campeonato simboliza uma
época completa com momentos bons e momentos maus. Foram, na maioria das vezes,
26, 30, 34 ou 38 jogos de luta e de sacrifício, compensados por uma alegria
final incomensurável.
Porém, houve jogadores que
conseguiram sagrar-se campeões de forma mais … eficiente! Enquanto a maioria
precisaram de muitos jogos e muitos minutos, há uma pequena lista de 48
jogadores que se conseguiu sagrar campeão nacional disputando … 90 ou menos
minutos! Note-se que não estão aqui incluídos aqueles que, tendo-se sagrado
campeões mais do que uma vez, em determinada época tenham participado somente
em alguns minutos (como, por exemplo, Vítor Baía, no seu último título)!
Entre estes campeões eficientes,
há um selecto grupo de 5 jogadores que elevou os patamares de eficiência. Cinco
jogadores conseguiram sagrar-se bi-campeões disputando menos de 180 minutos.
O último jogador a conseguir este feito foi Iturbe – o mini-Messi. Iturbe tem ainda muitos anos de carreira pela frente e é ainda cedo para perceber o seu verdadeiro potencial. Para já, subsiste o facto de se ter sagrado bi-campeão nacional, jogando 114 minutos, distribuídos por 5 jogos, dos quais 45 minutos na última jornada de 2011/12.
Hugo Ventura é ainda hoje uma
promessa adiada do futebol português. Ventura fez todos os escalões de formação
do FCP, tendo-se sagrado campeão nacional em 2008 e 2009 como “terceiro”
guarda-redes do plantel. No total fez 112 minutos em campo, suficientes para
ser bi-campeão. Na primeira época, jogou 90 minutos, na última jornada, contra
a Naval. Na segunda época, jogou 22 minutos, tendo sido suplente utilizado na
penúltima jornada, contra o Trofense. Nessa época fez ainda 2 jogos para a Taça
da Liga. Depois disso, coleccionou empréstimos no Algarve e em Lisboa. Hoje,
parece confirmar-se que a sua carreira dificilmente confirmará as elevadas
expectativas que suscitou na formação.
O único jogador de campo entre os campeões mais eficientes dos eficientes foi Jairo. Jairo foi um avançado brasileiro que chegou ao FCP, em 1978, vindo do Salgueiros. Na primeira época, Jairo fez 20 minutos na última jornada. Porém, jogou ainda 180 minutos, distribuídos por 3 jogos (2 partes e 1 jogo completo) para a Taça de Portugal, tendo mesmo marcado um golo ao Seixal. Na segunda época – 1978/79 – jogou 25 minutos, num jogo contra o Famalicão, em Dezembro, nas Antas. A meio da época, deixou o FCP para jogar nos E. U. da América (Dallas Tornado). Regressaria a Portugal, para jogar, predominantemente, nas divisões secundárias.
Paulo Costinha foi um
guarda-redes oriundo da formação do Boavista. Jovem promessa, transferiu-se
muito novo, embora já com experiência de sénior, para o Sporting, onde, após
algumas épocas pouco convincentes como titular, acabou envolvido na primeira
troca “amigável” de jogadores entre o FCP e o Sporting (Bino, Rui Jorge,
Costinha e Peixe). No FCP, nunca conseguiu ser titular. Na primeira época
conseguiu ser o 4º guarda-redes do plantel, atrás de Rui Correia, Hilário ou
Lars Eriksson. Apesar disso, conseguiu jogar 24 minutos na penúltima jornada
contra o Salgueiros. Foram os únicos minutos em que jogou durante toda a época
de 1997/98. No ano seguinte, Costinha manteve a sua posição na hierarquia…o
titular começou por ser o inesquecível Ivica Kralj, até ser substituído por Rui
Correia, quando foram identificados os seus problemas visuais. Na segunda
metade da época, regressou Vítor Baía, jogando Costinha 10 minutos na última
jornada. A esses 10 minutos, acrescem ainda mais 210 minutos em 2 eliminatórias
da Taça de Portugal. Para o campeonato nacional, foi suplente utilizado em 2
jogos, jogando 34 minutos suficientes para somar os dois únicos títulos de
campeão nacional da sua carreira. No final da segunda época rumou a Espanha,
onde também não foi feliz. Acabou a sua carreira no União de Leiria e no
Belenenses.
O campeão mais eficiente de todos
os campeões nacionais pelo FCP foi…Valente. Valente era um guarda-redes
mediano, que depois de alguns anos invisíveis, fez duas boas épocas no União da
Madeira. Foi contratado pelo FCP para suplente de Vítor Baía. Nas duas épocas
em que jogou no FCP, fez 13 minutos no campeonato nacional, suficientes para
coleccionar os dois únicos títulos da sua carreira. Na primeira temporada,
jogou 4 minutos na antepenúltima jornada, tendo repartido o banco com Padrão.
Na segunda temporada, jogou 9 minutos na última jornada. Nesta época,
monopolizou o lugar no banco, tendo ainda jogado 18 minutos na vitória sobre o
Union do Luxembourg para a Liga dos Campeões e 90 minutos (os únicos pelo FCP)
contra o Juventude de Évora, para a Taça de Portugal. Manteve-se ainda na
primeira divisão por muitos anos, ilustrando bem a sua utilidade como
guarda-redes.
CAMPEÕES
Para além destes, há ainda 43
campeões pelo FCP, com menos de 90 minutos. Entre estes, destaque para o ano
passado – 2012/13 – onde, precisamente, 5 jogadores foram campeões nacionais jogando
90 ou menos minutos. Desde logo, Fabiano, que seguiu a regra tácita que permite
que o guarda-redes suplente jogue alguns minutos no último jogo do campeonato.
Curiosamente, Fabiano jogou 16 minutos num jogo da 8ª jornada, substituindo o
lesionado Helton. Porém outras estrelas em ascensão, como Tozé, Sebá ou
Quiñonez foram campeões nacionais com uma utilização pouco intensiva. Mais
interessante o caso de Liedson, que apesar de ter participado em 6 jogos e da
sua intervenção directa no título, não jogou mais de 53 minutos!
Os campeões da eficiência foram
Reinaldo e André Vilas Boas – ambos precisaram de um único minuto para
integrarem esta lista. A carreira de Reinaldo não foi longa e, certamente,
nunca eclipsará a importância do seu pai na história do FCP. André Vilas Boas
jogou um minuto na 17ª jornada de uma vitória sobre o Paços de Ferreira. Ao
contrário de Reinaldo, a sua carreira é longa, tendo sido passada,
predominantemente no Rio Ave. Embora não tenha qualquer parentesco,
dificilmente conseguirá eclipsar a importância do treinador seu homófono.
Com 2 (Serginho) e 8 minutos
(Toninho Metralha) estes dois brasileiros foram os grandes fracassos dos dois
títulos do final da década de 70. Toninho Metralha chegou como importante
contratação, vindo do Corínthians. No total, haveria de jogar 8 minutos no
campeonato de 1978/79 e 3 jogos para a Taça de Portugal e Taça das Taças na
época de 1977/78. Serginho só chegaria para o campeonato de 1978/79, mas o seu
sucesso não foi maior, tendo feito carreira com sucesso no Feirense.
Nesta lista, destaca-se uma
natural presença de guarda-redes. E, muitos, figuras conhecidas do nosso clube,
como Américo, Rui, o pequeno Silvino Pedro ou o internacional Bruno Vale.
Percorrendo esta lista, há muitos
jogadores que viveram, nestes reduzidos minutos, os melhores momentos das suas
carreiras profissionais. Entre estes, podemos, certamente, incluir o defesa
central uruguaio Alejandro Díaz, o médio brasileiro Elias, o médio Carvalho, o
médio Ricardo Oliveira ou o extremo José Albano.
Mas, também há figuras, mais ou
menos conhecidas do futebol português. O pequeno Caetano, por exemplo, eterna
figura do Tirsense, chegou a ser internacional A. O defesa-direito Rui Óscar,
um júnior do FCP, que depois de uns anos de empréstimos, regressou ao FCP,
conseguiu, igualmente, ser campeão pelo Boavista. O madeirense Bruno, na sua
única experiência fora da Ilha da Madeira, foi campeão pelo FCP, regressando a
casa, após um período de empréstimo de um ano, ao Moreirense.
Mas, também há figuras ilustres
nesta lista. Entre eles, emergem dois jogadores, cuja passagem pelo FCP ficará
sempre ligada a Fernando Gomes: Jacques e Paulinho Cascavel. Dois jogadores que
se sagraram melhores marcadores do campeonato nacional.
A passagem de Jacques pelo FCP
foi muito bem sucedida na sua primeira época (1981/82), em que se sagrou o
melhor marcado do campeonato. Recordemos que no ano anterior, Gomes tinha
partido para Espanha e o seu lugar, no centro do ataque, foi ocupado por Mike
Walsh. Na época seguinte, Jacques foi contratado ao Braga e, rapidamente,
conquistou a titularidade, conseguindo marcar 27 golos. Depois de um começo de
época com alguns golos esporádicos, apresentou-se aos adeptos com um hat-trick
na segunda mão da super-taça que permitiu a conquista dessa prova. A partir
daí, os golos sucederam-se, alcançando, no final da época, 33 golos. No final
dessa época, Pedroto regressou e Gomes, com ele. Jacques viu-se relegado para
um papel secundário, tendo mesmo sido ultrapassado por Walsh. Em 1983/84,
Jacques teve, provavelmente, o último momento de glória no FCP, quando marcou o
golo da vitória no jogo, em casa, contra o Shakhtar Donetsk. Foi na sua última
época que Jacques se sagrou campeão nacional pelo FCP, jogando 18 minutos, logo
na 1ª jornada do campeonato. Curiosa história, esta, de Jacques no FCP!
Na época de 1984/85, precisamente
quando Jacques se ofuscou, o FCP contratou um brasileiro com algum cartel.
Sensivelmente, a meio da época, vindo do Fluminense, chegou Paulinho Cascavel.
Rapidamente, essa expectativa de parelha com Gomes se dissipou e Cascavel
limitou-se a jogar 20 minutos na 25ª jornada e uma parte num jogo dos
quartos-de-final da Taça de Portugal. Sem golos e sem glória, rumou a Guimarães
onde mostrou toda a sua qualidade. Sagrou-se duas vezes o melhor marcador do
campeonato nacional, acabando na lista dos melhores marcadores, nessas três
épocas, à frente de Gomes. Não obstante, nesse mesmo período, Gomes somou 2
títulos nacionais e um europeu. Ainda mais interessante, é a forma como Gomes
“acelerou” o final da carreira de Cascavel no clube de Lisboa em que se havia
radicado. A importância de Paulinho Cascavel para o futebol português não terá
sido, certamente, conquistada no Porto, porém, foi no FCP que conquistou o seu
único título nacional.
Por: Jorge
1 comentário:
Parabéns ao blog e ao redator deste texto. Um texto muito bem escrito e com informação muito válida para os mais jovens e mais distraídos adeptos do nosso F.C.Porto. É importante reviver o passado com os olhos colocados no futuro.
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