Depois do Natal, os Reis
Como comemoração!
Deste Rei, a coroação
Por tantos crentes, fieis!

E nascendo o salvador
A humanidade o renegou!
E ao seu Rei, log’o julgou:
Não é Cristo, o redentor!

 E nisso escolheu Barrabás
Para comemoração “pascal”
Antes o assassino, o mal
Qu’este bem que mal nos faz!

A salvação sem reservas
Para todos os penitentes?
Mesmo par’os indigentes?
A quem serve, sem entregas?

A economia não avança
E o mal é necessário
Quem toma conta do erário
S’a todos a salvação alcança?

Procede-se à crucificação!
Em nome de altos valores
E nisso nos sobram favores
Já se negoceia por dação!

Mas a consciência já pesa
E nem tudo é dinheiro!
A que serve o embusteiro
Uma alma sem limpeza?

E crendo na ressurreição
Como visto por Lázaro
Cristo assoma-se ao adro
E faz a última pregação:

Tendes em vós a premissa
Nesta vida por si mesma
A que vos serve a Quaresma
Como contrição precisa!

Pois abstendo-vos de sangue
Podeis os corpos purificar
Sem o rigoroso jejuar…
Com’o do Sporting, tão grande!

E nisso vos serve a Quaresma
Seja em drible ou em trivela
Pois Deus lhe serve a tabela
Que golos os faz à resma!

E tendes oportunidade
Neste ano que vindouro
Um novo menino d’ouro
Para tod’a a posterioridade!

Vem em corpo de cigano
No seu jeito bandoleiro
O seu rosto é trigueiro
Mas o seu jogo palaciano!

E a redenção está perto
Agora qu’a ala joga!
E a Quaresma tão em voga
Qu’o céu ali está perto!

Junta-se o génio de Deus
C’o improviso humano
Quaresma, o novo ano:
Tem o desígnio dos céus!


* O autor respeita, profundamente, todas as convicções religiosas, e se brinca com as Escrituras, procura fazê-lo por forma a não abalar as convicções de fé de cada um. Obrigado.




Por: Joker