Morreu a pantera negra
Esse “felino” africano!
O homem qu’hoje sossega
É um ícone sobre-humano!
Arrebatado por dois regimes
Para sua prova existencial!
Teve nos seus pés sublimes
A equiparação “imperial”!
Pois nascido moçambicano
Negro, pobre e sem esperança
Foi o maior rosto lusitano
Até ond’a vista alcança!
Foi Eusébio, Portugal!
A sua lenda africana
A qu’o regime paternal
Tomou pr’a sua hosana!
E impedido de vingar
Por outras terras e salários!
Foi obrigado a ficar…
Pelos ditames totalitários!
Pois o seu clube er’o estado
Nas cores d’agremiação!
Sendo apenas dispensado
Quando já não servia à situação!
E então foi vê-lo arrastar-se
Pelos fardos secundários!
Não fosse a instituição cuidar-se
Dos seus joelhos refractários!
E tod’a esta rábula
Teria maior desenlace?
Se fosse o sporting a tábua
Pr’o seu ingresso na classe?
Teria uma história igual
De desprezo e resgate?
Um ícone de Portugal
Depois d’a indigência que baste?
E este choro compulsivo
Melodramático e histérico!?
É verdadeiramente sentido
Ou tem um propósito homérico?
Querem resuscitar o semblante
Do Portugal do outrora?
No morto que foi um gigante
Deste país que só chora!?
Porque não agraciamos os vivos
Dando o valor de quem é?
Que só morrendo são queridos:
São árvores, morrem de pé!?
Uma hipocrisia colectiva
Neste país monopolista
Onde até ao defunto se priva
Uma cerimónia intimista!
Choramos baba e ranho
Por esse herói tão discreto
Qu’este luto tamanho
Também visou o intelecto!
O Nóbel da Literatura
Não teve três, mas só dois!
O luto não serve a cultura:
É o futebol, e ó “despois”?
E o herói que mesmo morto
É maior qu’a Nação!
Vai servindo d’entreposto
Par’o preparo do Dragão!
É qu’o que interessa é o jogo
Que se prepara, ardente…
Servind’o óbito de fogo
Nas tentações de tanta gente!
E se respeitam o homem
Mais qu’o jogador ou a lenda!
De parcimónia se tomem
E não o usem na “contenda”!
Pois tudo não passa dum jogo
No descampado da vida
Ond’o homem, no seu arrojo
A deve levar por vencida…
E tenho a plena certeza
Qu’a pantera a venceu
No seu jogo, a proeza:
Viveu como morreu!
Esse “felino” africano!
O homem qu’hoje sossega
É um ícone sobre-humano!
Arrebatado por dois regimes
Para sua prova existencial!
Teve nos seus pés sublimes
A equiparação “imperial”!
Pois nascido moçambicano
Negro, pobre e sem esperança
Foi o maior rosto lusitano
Até ond’a vista alcança!
Foi Eusébio, Portugal!
A sua lenda africana
A qu’o regime paternal
Tomou pr’a sua hosana!
E impedido de vingar
Por outras terras e salários!
Foi obrigado a ficar…
Pelos ditames totalitários!
Pois o seu clube er’o estado
Nas cores d’agremiação!
Sendo apenas dispensado
Quando já não servia à situação!
E então foi vê-lo arrastar-se
Pelos fardos secundários!
Não fosse a instituição cuidar-se
Dos seus joelhos refractários!
E tod’a esta rábula
Teria maior desenlace?
Se fosse o sporting a tábua
Pr’o seu ingresso na classe?
Teria uma história igual
De desprezo e resgate?
Um ícone de Portugal
Depois d’a indigência que baste?
E este choro compulsivo
Melodramático e histérico!?
É verdadeiramente sentido
Ou tem um propósito homérico?
Querem resuscitar o semblante
Do Portugal do outrora?
No morto que foi um gigante
Deste país que só chora!?
Porque não agraciamos os vivos
Dando o valor de quem é?
Que só morrendo são queridos:
São árvores, morrem de pé!?
Uma hipocrisia colectiva
Neste país monopolista
Onde até ao defunto se priva
Uma cerimónia intimista!
Choramos baba e ranho
Por esse herói tão discreto
Qu’este luto tamanho
Também visou o intelecto!
O Nóbel da Literatura
Não teve três, mas só dois!
O luto não serve a cultura:
É o futebol, e ó “despois”?
E o herói que mesmo morto
É maior qu’a Nação!
Vai servindo d’entreposto
Par’o preparo do Dragão!
É qu’o que interessa é o jogo
Que se prepara, ardente…
Servind’o óbito de fogo
Nas tentações de tanta gente!
E se respeitam o homem
Mais qu’o jogador ou a lenda!
De parcimónia se tomem
E não o usem na “contenda”!
Pois tudo não passa dum jogo
No descampado da vida
Ond’o homem, no seu arrojo
A deve levar por vencida…
E tenho a plena certeza
Qu’a pantera a venceu
No seu jogo, a proeza:
Viveu como morreu!
Por: Joker
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