Finalmente, o consenso
No hemiciclo nacional!
Traslada-se por apenso
Ao Panteão de Portugal!
E nem é preciso tempo
A que o nojo respeite!
25 anos ao relento
A qu’um herói se sujeite?
É pois forçad’a espera
A qu’a Aquilino levou!
S’a fadista Severa
Por lá nem se sepultou?
Eram outras épocas
A qu’a ciência votava!
Ou essa arte dos estetas
A que só a pintura chegava!
Hoje tudo é democrático
Na heroicidade dos portugueses
S’até o conteúdo socrático
Lev’os políticos, por vezes!
E aderem à causa nacional
Por força de terem ouvido
O Eusébio marcar, por Portugal
Nesse jogo sofrido…
Ia a caminho da escola
Num Sábado da Covilhã!
Quando ouviu, na bola
A sua alegria mais sã!
O Eusébio marcara por quatro!
E o menino volvia-se benfiquista
E então sonhara, sensato:
Um dia vou ser um sofista!
Mas antes serei Engenheiro
De obra já feita, moderna!
E então serei o primeiro
Ministro da escola fraterna!
Pois quem estuda ao Sábado
Merece ser Mestre, Doutor!
Um ecologista, um sábio!
Filósofo e comentador!
E s’o critério bem serve
Pr’o futebolista excelente
Porque não se vota, por breve
Um espaço pr’o dirigente?
O Panteão bem merece
Por este critério aberto
Que lá repouse, quem serve
Com tamanho projecto!?
E que se vote a omissão
Da “mortis causa”
E que s’abra o Panteão
Por “honoris causa”!
Aos vivos já mortos
Pejados desta sabedoria
Que nos têm absortos
Na sua enorme “mestria”!
E alarguemos as obras
De Santa Ingrácia!
Pr’a sepultar estas “trovas”
Da nossa desgraça!
E que caibam lá todos
Estes “nobres” portugueses
Viv’os ou mortos!
São heróis “burgueses”!
Por isso há consenso
Na classe política!
Tanto tempo, tenso…
Que só o Eusébio agita!
E viva a República
Nesta grande lição!
A actividade lúdica
Também vai ao Panteão!
E na manifestação do povo
Se deposita o orgulho!
Traslada-se de novo….
É encher d’entulho!
E o homem modesto
Serve o momento crítico!
Eusébio, foi lesto
No seu depósito criptíco!
Pois isso ganha votos
Isso ganha ovação!
Pr’a quê esperar por outros?
O Saramago, não?!
E é estender o luto
Pr’a apressar o decreto
Eusébio é um grande trunfo!
E o Panteão, tão perto…
Por: Joker
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