domingo, 5 de janeiro de 2014

Taça de Portugal: FC Porto 6 - 0 Atlético

Está feito.

Missão cumprida e serviços mínimos assegurados. É melhor a goleada que a exibição que lhe dá origem. A segunda parte ainda se tragou, bem empurrada pelos golos, já a primeira parte, foi bem mais indigesta.




Nem o fantasma de Alcântara chegou a pairar. O FC Porto mandou no jogo de uma ponta à outra, sem deixar a turma lisboeta levantar garimpa. Para isso, bastou entrar em campo com dois extremos abertos e um meio campo que, embora mais uma vez subjugado ao duplo pivot, rebelde o suficiente para saber libertar-se e estruturar-se. Destaque, neste particular, para Lucho, que assumiu a função 8 e soube distanciar-se de Defour. O jogo fluía por si só, frente a um adversário muito frágil e débil.





O jogo trouxe uma exibição em crescendo do lado portista, fruto do ganho de confiança de algumas unidades menos utilizadas ao longo da partida. Os golos foram libertando os jogadores e derrubando a inábil resistência da turma da Tapadinha.

Boa gestão de Paulo Fonseca, não se precipitando. Deixou que o resultado comandasse a necessidade e assim que se tornou seguro, tratou de tirar quem havia de tirar.

Ganharam-se alguns jogadores e confirmaram-se outros. Há qualidade no plantel, há soluções, basta haver mão. E juízo.




Análises Individuais:

Fabiano – Após um jogo atarefado, este foi bem entediante. Se no encontro anterior brilhou porque o jogo apelou ao seu lado mais forte, já este mostrou a sua debilidade. As saídas as cruzamentos precisam de muito trabalho.

Ricardo – Boa exibição. Bem sei que a oposição foi fraquinha. Não devemos sobrevalorizar, mas também não é motivo para desprezar. Mostrou sentido táctico para a posição e boa vontade na hora de defender. Que a atacar haveria disponibilidade, não havia dúvida. É aqui que pode ter um largo futuro no FC Porto.

Alex Sandro – Lá fez o “favor” de jogar a primeira parte. Coisa chata esta de não ter um “suplente oficial” que lhe faça estes jogos que são mesmo de suplente. Exibição fraca, porque fraca foi a atitude. Merece um puxão de orelhas.

Otamendi – Mostrou vontade e mostrou empenho. Não se furtou a nada, embora nada de relevante tivesse que fazer.

Reyes – Tal como a Otamendi, faltou-lhe trabalho para brilhar. Tem boa técnica e isso vê-se na sua saída de bola. Rápido e competitivo, fica ele e nós à espera da próxima oportunidade.

Defour – Um jogo sólido, temperado com um golo e alguns bons cortes. Tentou ser o mais dinâmico possível. Faltou-lhe maior potência e solidez no passe. Mas isso é a sombra que Fernando deixa na posição.

Lucho – Boa exibição, saindo, o mais possível, do duplo pivot, para jogar onde sabe. Nota-se que está mais confortável nesta posição e até se relaciona melhor com Jackson que quando jogava quase colado a ele.

Josué – Assumiu a sua posição e fez uma exibição positiva. Bem acima das prestações sofríveis dos seus últimos jogos. Foi muito intermitente, passando largos minutos sem assumir o comando ofensivo da equipa. Mas sai de campo com golos oferecidos e boas combinações ofensivas. Revelou muito acerto na cobrança de bolas paradas, o que é uma boa novidade. Precisa de crescer. Primeiro, no aspecto mental. Ser mais competitivo e presente no jogo. Segundo, no aspecto físico. Tem que ganhar motor e peso no choque. Urgente. Infelizmente, perdeu demasiado tempo no passeio entre posições a que foi obrigado desde o início da época.

Varela – Apresentou-se competitivo e assertivo. A oposição era o que era, mas não foi por isso que se desleixou. Foi o melhor em campo. Espero que não se apague no próximo jogo!

Kelvin – Tal como Ricardo, Reyes, Defour e Josué, também ele foi crescendo com o jogo. Nota-se vontade em crescer. Tenta simplificar os seus lances, quando no passado os tentava elaborar cada vez mais. Tenta ser mais efectivo e menos folclórico. Tenta ajudar a defender e não só a atacar. Claro, ainda se entusiasma e ainda se perde. No fundo, até é bom. Não perdeu a traquinice. É um jogador que clama por atenção e minutos. Tem que jogar mais e mais vezes com as primeiras opções.

Jackson – Ficou a seco, mas andou perto. Deu para aquecer os músculos para outra batalha. A primeira parte da equipa foi fraquinha o que não beneficiou o seu jogo.


Danilo – Entrou para o lugar de Alex Sandro em tudo. Assumiu a posição e o desleixo. Duas perdas de bola infantis. Nem correu para recuperar! Cansa.

Herrera – A correr com a bola para a frente, arrasando montanhas e aplanando terreno, mostrou um cheirinho do seu potencial. A passar a bola, mantém um nível calamitoso!

Ghilas – Falhou um golo. Mas mostrou fibra e astúcia no ataque. Está a arrancar. Já devia ter arrancado mais cedo, é um facto. Mais vale tarde que nunca.



Ficha de jogo:

Competição: Taça de Portugal
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 20.117 espectadores
Árbitro: Jorge Tavares (Aveiro)
Assistentes: José Oliveira e Luís Castainça
4º Árbitro: António Costa

FC PORTO: Fabiano; Ricardo, Diego Reyes, Otamendi e Alex Sandro (Danilo,46); Defour e Josué; Varela, Lucho (Herrera, 66) e Kelvin; Jackson (Ghilas, 69).

Suplentes: Sinan Bolat, Danilo, Mangala, Fernando, Herrera, Licá e Ghilas
Treinador: Paulo Fonseca

ATLÉTICO: Filipe Leão; Pedro Caipiro, Fábio Marinheiro, Eridson e Luís Dias; Marco Bicho (Pedro Moreira, 65), Da Silva, Bijou ( Marco Antunes, 65) e Afonso Taira; João Mário (Bernardo, 82) e Bacar.

Suplentes: Jonas, Bernardo, Pedro Moreira, Mauro Antunes, Fábio Oliveira, Hugo Carreira e Rui Varela
Treinador: Neca


Por: Breogán

8 comentários:

Anónimo disse...

Onde é que o Fabiano se saiu mal aos cruzamentos? Só teve um ou 2 e, mal, não teve. Pelo menos, com "tanta" pressão atacante do adversário, não acho dignificante falar de 1 apontamento, que não ocorreu mais de um par de vezes.

Anónimo disse...

Mais uma boa cronica.

Kelvin começa agora a poder ser muito útil.

Lica pode ser um bom suplente se bem utilizado.

Josué tem futebol.

E não é um desperdício ter Ricardo como lateral ?

Alex Sandro parece já anda há uns tempos com problemas físicos.

Ghilas vai precisar de tempo e mais oportunidades para se afirmar.

Anónimo disse...

Breogan, que achas do regresso de Quaresma, que fez 30 anos em Setembro ?

Que expectativas podemos ter?

O falecimento de Eusébio pode ter influencia na arbitragem do jogo de Domingo ???

Douro disse...

Jogo bem aproveitado pelos atletas.
Gostei de Kelvin.Será melhor que Iturbe?
De Quaresma, espero que esteja mais maduro como atleta e homem e ainda com alguma velocidade.
Precisamos de mais extremos ?

Breogán disse...

O Ricardo a lateral ganha um futuro no FC Porto que dificilmente teria como extremo. Não creio ser um desperdício, antes um benefício.

Quanto ao Quaresma, prognósticos só no final do jogo. Quaresma tem talento para dar e vender. Não foi mais longe porque não quis. Que Quaresma vamos ter? Se vier com vontade, temos um grande jogador. Não tenho dúvidas. E aos 30 anos, espero que tenha aprendido a ser mais consequente que na sua anterior passagem pelo FC Porto. Após tanto falhanço lá por fora, chega a hora de mostrar que é um jogador maduro e que quer ser útil à equipa e não só um artista excêntrico da bola.

Se o Kelvin é melhor que o Iturbe? O tempo o dirá. Mas acho que o Kelvin encaixa melhor no FC Porto que o Iturbe. As suas características são mais favoráveis ao nosso jogo. Além disso, é bem menos problemático, o que irá ajudar a longo prazo.


Mais um extremo? Se for um grande craque, sim. Um extremo mais vertical, potente e capaz de fazer diagonais.

Douro disse...

Esclarecimentos de qualidade.

Anónimo disse...

O Iturbe não tem espaço no FCP como extremo, logo empresta-se a outro clube (Verona) para continuar a evoluir na sua posição de origem.
O Kelvin não tem espaço no FCP como extremo, logo empresta-se a outro clube (Rio Ave) para continuar a evoluir na sua posição de origem.
O Atsu não tem espaço no FCP como extremo, logo empresta-se a outro clube (Rio Ave) para continuar a evoluir na sua posição de origem.
O Ricardo não tem espaço no FCP como extremo, logo adapta-se a lateral.
Ricardo, Atsu, Kelvi e Iturbe, 4 jovens e talentosos extremos do FCP mas a quem é sentenciada uma conclusão diferente. Porquê?

Anónimo disse...

Este ultimo comentário parece-me despropositado.

Bem então relativamente ao ATsu...

O Iturbe já agora é um extremo?!...

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