Segundo o Papa Francisco
O inferno já não é um dado!
O pecado, ali mora ao lado!
E ninguém tem a ver com isso!
Já s’admitem outras tendências
Sexuais e d´outras parecenças
Não há quais reticências…
É uma nova igreja em crenças!
O Mundo está em transformação
Já ninguém arde no inferno!
O castigo já não é eterno!
Uma nova idade da razão?
Mas nem tod’o mundo evolui
Há uma aldeia irredutível!
À beira-Tejo, o desnível
Mantém-se no rio que não flui!
Tudo permanece parado, intacto!
Desd’os tempos dos romanos
Quando invadidos, lutámos!
P’lo nosso reino transacto!
Nós lusitanos sem governo
A quem a civilização moldava
Na pax romana, teimava
Apontar ao seu desgoverno!
E avançando no tempo
Por uma doutrina cristã
Aos mouros sacámos terra-chã!
Para se construir o templo!
E nessa doutrina dogmática
Unificámos novo país
Portugueses, ao que se diz
Evoluindo na sua prática!
E depois de longa Monarquia
Enraizada em oito séculos
Republicanos de novos métodos
Tomaram o país que se queria!
E tornado o Estado laico
Quase anti-clerical!
O método do Marquês de Pombal
Revela-se caótico e arcaico!
O povo precisa da fé!
Uns ícones a quem professar
E nessa República, orar…
Era coisa menos do que é!
Por isso o Estado Novo
Fazendo o papel da República
Assume a coisa pública
E cria a religião do povo!
Os três efes vêm substituir
O velho símbolo real
Cristo, tem concorrência igual
E Fátima pode então, surgir!
E como nem só de religião
Vive o santo povo ignaro
Há que edificar o amparo
Na voz que sai da multidão!
E o fado elege-se canção
Nacional, vindo de Lisboa!
Ah, mas que musica tão boa
Que s’ouve perto do panteão!
A Graça até está ali ao lado
E tudo cai no mesmo encanto
Quando eis, que não o espanto!
O Eusébio marca e levant’o estádio!
E tudo se conjuga em milagre
Na pátria do obscurantismo
O último bastião do colonialismo!
Propaga-se em maior vaidade!
E usa um mestiço no feito
Mundial, nos anos sessenta!
O benfica, a selecção ostenta!
O símbolo qu’então traz ao peito!
As quinas, têm-se lá alto!
O terceiro lugar no mundial!
O benfica europeu, natural!
O regime vive sem sobressalto!
E ainda qu’a guerra assole
Este pequeno país de curtas vistas
Mantêm-se nessas conquistas
À espera qu’o tempo melhore!
E os símbolos lá se perpetuam
No burgo, sem os exportar!
O ouro teima em ficar
Nas reservas que se acumulam!
Por isso a Amália era nossa
E o Eusébio era intransferível
A Irmão Lúcia que de tão crível
Mantinha-se em silêncio à força!
E caído o terceiro segredo
O mundo permanece igual!
Parado continua Portugal
Na política qu’é o seu degredo!
E saídos da “revolução”
Dos cravos tomados por armas!
Somamos então novas “reformas”
E o país soma nova razão?
Não, há apenas um abano
E voltamos à estaca zero!
E tudo somado ao Euro
Nos deixa limpos até ao tutano!
Só há uma coisa que muda
Neste universo regional
Um clube, assume-se mundial!
E então é um Deus nos acuda!!!
As estruturas mostram-se incrédulas
Não é possível fugir ao destino!
Como pode o clube tão pequenino
Ganhar muito mais que elas?!
É a derrocada do regime
Que nessa pequena viragem
Continua em libertinagem
Apesar d’orçamento firme!
E aproveitando a ocasião
Da morte do último dos santos
Se lembra de cantar novos salmos
Pr’o povo saber do panteão!
É que o significado é solene
Não é o “toma lá dá cá”!
“O Eusébio ao panteão, já!”
É escrito em terminologia funebre!
E é um resuscitar dos mitos!
O país não perdeu identidade
Portugal vive na posterioridade!
Do nosso Senhor dos aflitos!
E eis que chegad’os ao jogo
Tudo serve par’as equéxias!
Nessas eternas prosopopéias
Desta religião do povo!
* O autor insiste em reafirmar que respeita todos os
princípios e práticas religiosas, mas há limites para a crença nas velhas
práticas, pensa o mesmo de que…Obrigado!
Por: Joker
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