Olhando a capa do Jornal "O Jogo" de hoje, e dando de barato que o que lá vem é verdade, ponho-me a pensar sobre os valores morais reinantes nesta sociedade Portuguesa de hoje em dia.
O que tenho como um país livre, democrático, por vezes aos meus olhos não passa de uma ditadura, tamanha a hipocrisia intelectual que reina aos olhos de quem quer ver, onde nos branqueiam o que vemos, chamando-nos descaradamente de palhaços. E onde em termos desportivos vai manobrando uma equipa de Regime que tudo pode, tudo faz.
Eu e mais pessoas via TV vimos o treinador da equipa benfiquista a agredir em pelo estádio do Vitória de Guimarães um agente da autoridade, e quem estava lá, quem se envolveu, não relatou um crime, não viu e aparentemente passa incólume por querer pôr uns óculos de Penafiel em quem sem querer e de longe até viu.
Todos crescemos a ouvir (bem) que a sinceridade, a honra, a verdade, são valores a preservar e depois quotidianamente, vemos de quem deve dar o exemplo, sejam políticos, figuras públicas das mais diversas áreas, desportistas, dirigentes desportivos, etc., a violentar valores cívicos aos nossos olhos e aos olhos de quem os segue e admira de uma forma vergonhosa, do mais absurda possível.
Este caso das agressões do treinador do Benfica, Jorge Jesus, a um agente de autoridade, vulgo Polícia, é das coisas mais imbecis, mais pateta e sem sentido que se possam ou devam passar numa sociedade evoluída e democrática, em que todos têm por obrigação ter a consciência das funções de cada um .
Como é possível que alguém, com idade e inteligência por menor que seja o seu QI querer imiscuir-se no trabalho do agente da autoridade que está ali pago pelo bolso dos contribuintes portugueses precisamente para o defender e proteger de qualquer ataque dito selvagem? Como é que de repente o sujeito que merece honras de protecção vira ele próprio por não ter dois dedos de testa agressor da autoridade, não apenas agredindo mas pondo em causa o trabalho e a sua presença ali?
Já tanta coisa foi dita, re-dita, escrita, mostrada e factualmente demonstrada que pouco há para dizer. Mas quando penso que o caso será pelo menos julgado com base no que toda a gente viu, de forma mais ou menos honesta (que nisto metendo regime já toda a gente sabe que a honestidade é uma coisa difícil...), até com pedidos de desculpa e arrependimento, eis que mais podres se vão descobrindo.
Desta feita por energúmenos, uns vestidos de preto com a função de arbitrar o jogo ou relatar o que de estranho se tenha passado enquanto todos os elementos não tivessem recolhido aos balneários, mais uns senhores, entre os quais um de camisola amarela amplamente filmado também pelas câmaras de televisão, de nome Emídio Fidalgo (que passeou e tentou serenar (?) os ânimos durante o crime perpetrado pelo treinador do benfica) nada escrevem sobre a gravidade do que se passou no relvado minhoto!!!
Como é possível, e não acredito em ingenuidade, que as pessoas envolvidas e obrigadas a relatar os factos, sabendo que só não viu o que se passou em pleno relvado, a invasão de campo, as agressões do treinado do benfica a um agente de autoridade, nada tenham escrito e descriminado em relatório de jogo?
Como é possível? Viverei eu num país de nome Portugal, integro mesmo que falido ou andarei de olhos em bico numa qualquer Coreia do Norte onde a verdade é agressivamente lavada?
Será este país uma democracia ou ainda viveremos num REGIME?
Por: Rabah Madjer
2 comentários:
No que toca a Benfica isto é como na Coreia do Norte, não tenha dúvidas. E o FC Porto é o bicho papão, todos os males se lhe apontam.
Nisto tudo há uma coisa que me preocupa.
Já dou de barato o que (não) se vai passar no futuro. Quais as consequências judiciais e desportivas disto tudo. Já dou de barato a anterior "jurisprudência" criada com o caso Hulk, envolvendo "stewards" e imagens ranhosas de umas câmaras num túnel, mesmo sabendo que este caso é em pleno relvado, em directo e a cores, visto ao vivo e retransmitido para todos os cantos do mundo...e o alvo serem três agentes de autoridade, devidamente identificados.
Dou de barato o ridículo desse sujeito orelhudo vir dizer que o prejudicado disto tudo é o agressor, pois até perdeu o relógio. Ou o de afirmar, se forma sumária, que não pode ser julgado ou condenado. Nem, tão pouco, de afirmar que há uma justiça a Norte e a sul. Aliás, desta última parte até gosto. Sempre disse que não havia clube mais de parvónia que esse, e eis mais uma prova.
Mas o que me preocupa foi a actuação da polícia. Tão vergada que está ao sistema e ao peso do clube do regime.
O que seria normal ali? O sujeito identificado, algemado e siga para a esquadra detido, para ser apresentado ao juiz na manhã seguinte.
Muito bem, até aceito que, atarantados pelo inusitado da situação, a reacção da polícia tenha sido retardada. Não é expectável que um treinador se vire à chapada para livrar gandulos da claque. Tudo bem.
Mas foram incapazes, mais a frio, de analisar a questão. Por medo de imporem a sua autoridade, por medo das consequências e, especulando eu, esperando por “apoio” do comando geral em Lisboa que nunca chegou. Dobraram o joelho e um agressor de dois polícias (e de desautorizar outro) faz, descansadinho desta vida, uma viagem de 350 km, isto após conferências de imprensa e demais delongas, para vir dormir tranquilamente a sua casa. Isto sim, preocupa-me. Tal é o peso da podridão!
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