O FC porto deslocou-se hoje ao fabuloso pavilhão do Kielce
para a 2ª jornda da Liga dos Campeões. A equipa local, uma das favoritas,
ganhou como era esperado. Contudo a réplica portista foi de elogiar, sobretudo
na 1ª parte.
Comecemos este texto sobre o ambiente. Um pavilhão capaz de
fazer corar muitos estádios de futebol da nossa 1ª Liga. Capacidade para 4000
espectadores, cheio e vibrante. Público "equipado" com as cores da
sua equipa, muito barulho, apoio constante e conhecimento da modalidade.
Excelente espetáculo fora do campo de jogo também.
O início mostrou a nossa equipa a um nível que surpreendeu
os super-favoritos polacos. Gilberto (boa exibição), Tiago e João Ferraz a
facturarem sempre que tiveram possibilidade de alvejar a baliza defendida pelo
monstro que é o guarda-redes Szmal (melhor jogador mundial em 2011). Uma boa
gestão da nossa posse de bola, com ataques longos e capacidade de remates aos 9
metros. A nossa defesa 6*0 atenta e pressionante, capaz de se transformar
rapidamente em 5*1.
Assim ao final dos primeiros 5 minutos ganhávamos nós por 4
-2. Fantástico!
Eles, com dificuldade, chegariam uns minutos depois ao
empate, aproveitando algumas falhas técnicas dos nossos atletas. Mesmo assim
não conseguiam descolar, pelo contrário, ainda se viram novamente em
desvantagem após novo golo de João Ferraz.
Só após uma exclusão de Wilson e já quase a chegar aos 10
minutos, nos vimos em desvantagem. mas continuava renhido. Obradovic,
consciente das nossas limitações na 1ª linha, adoptou uma estratégia que já
havia sido testada, a utilização de 2 pivots. Estava a resultar e
mantinhamo-nos na luta.
O Kielce, como conjunto experiente que é, tentava aproveitar
os nossos momentos de maior fraqueza, aqueles 2 minutos sempre que tínhamos um
atleta excluido. Como já tinha acontecido antes, após uma exclusão nossa, a
equipa polaca aumentou o ritmo e a vantagem. No final do tempo de exclusão, aos
13 minutos, o resultado era já de 3 golos de diferença (8 - 5).
Os nossos bravos atletas não baixavam a guarda. A diferença
era habitualmente de 1 ou 2 golos. Foi assim à passagem dos 15 minutos (9-7).
Era igualmente essa a diferença aos 20 minutos (11-9).
Estivemos quase a empatar a 12. Não o conseguimos. Falhamos
um golo isolado aos 6 metros, ficou um livre de 7 metros por marcar mas o que
interessa é que não o conseguimos. Felizmente na nossa baliza, Laurentino
também brilhava.
Nesta fase o nosso técnico, justamente galardoado com o
Dragão de Ouro como Treinador do Ano, começou uma rotação com algumas
surpresas. Rodamos mais a equipa do que vimos no último jogo. Já nesta 1ª parte
vimos em campo Nuno Carvalhais, Miguel Sarmento ou Hugo Santos. Muitos jovens a
terem os primeiros minutos da carreira a este nivel. Aproveitem e cresçam, têm
aqui uma oportunidade fantástica de se tornarem mais rápido melhores jogadores,
melhores atletas.
Ao intervalo 16 - 13 favoravel ao Kielce. Boa 1ª parte
nossa. Vermos uma equipa como a nossa pela 1ª vez nesta fase, todos jovens a
lutarem de igual para igual com campeões de tantos títulos, dezenas de
internacionais em países de topo, só nos pode orgulhar.
Recomeçamos em inferioridade numérica, após uma exclusão nos
segundos finais da 1ª parte de Ferraz. Como sempre, as dificuldades aumentavam
ainda mais nesta situação.
Não foi o único factor. Estivemos francamente mal. Em 3
ataques consecutivos nem chegamos a rematar, todos acabaram com uma falha
técnica nossa. Não pode acontecer a este nível. Eles obviamente aproveitaram
tantas facilidades. Dispararam irremediavelmente no marcador. os 3 golos de
diferença ao intervalo num ápice se tornaram no dobro (19 - 13). Péssimo
arranque. Com adversários destes paga-se sempre muito caro.
Continuávamos a tentar descansar a 1ª linha e aproveitando
para poder ter 2 pivots. Tiago Rocha partia de central e juntava-se a Salina
como 2º pivot. Uma opção interessante descoberta pelo nosso treinador e a forma
possivel de dar descanso aos 3 super-fatigados da 1ª linha, mantendo a
qualidade.
Apenas à passagem dos 5 minutos deste segundo tempo marcamos
(Gilberto de muito longe). Foi o momentâneo 20 - 14. Fraco arranque.
Conseguimos voltar a equilibrar o jogo, mas já era demasiado
tarde. Contudo ainda cometemos alguns erros, sobretudo na saída para o ataque
rápido, com passes a terminarem nas mãos dos adversários.
Mesmo com a maior rotação relativamente aos últimos jogos,
até aí estávamos em desvantagem. O 7 deles era praticamente totalmente novo. Se
não eram os titulares, seriam mais fracos? Nada mais errado. Apenas trocaram de
internacionais. Se saía um internacional polaco como Jachlewski, entrava um
internacional croata como Cupic. Ora,será algo estilo sair o Hulk e entrar o
Messi, qualquer um seria figura nas melhores equipas do mundo...
A difernça mantinha-se agora nos 5 ou 6 golos. continuava
assim à passagem pelos 15 minutos da etapa complementar (27 - 21).
A partir daí notou-se uma quebra nossa. talvez uma esperada
quebra fisica, quiçá uma quebra anímica. Não sabemos. O certo é que desligamos
e isso foi notório na marcha do marcador. Eles tinham uma enorme facilidade
para finalizar aos 6 metros, nós chegávamos a falhar totalmente isolados (João
Ferraz, por exemplo, falhou um contra-ataque completamente sozinho). As falhas
técnicas continuaram.
Se aos 20 minutos o resultado mostrava um 30-22, no apito
final era já de 35-23. Apenas um golo marcado em 10 minutos demonstra bem as
dificuldades ofensivas que mostramos nesta altura.
Não se esperava outro resultado, aliás muitos esperavam uma
derrota bem mais pesada. É importante realçar uma vez mais o nosso objectivo e
a valia do nosso adversário. Eles são candidatos (o ano passado venceram os 10
jogos desta fase por exemplo), o nosso objectivo é apenas melhorar para dar
mais luta no futuro. A verdade é que estamos a cumprir e temos tido excelentes
momentos que nos mostram que temos condições para começar a bater o pé e
criarmos uma ou outra surpresa. Quem sabe se não será já no dia 12 de Outubro,
no 1º jogo da fase de grupo da Champions no nosso Dragãozinho...
Equipa e marcadores:
Equipa Inicial: Hugo Laurentino (g.r., 1), Gilberto Duarte (6), Wilson Davyes
(2), Mick Schubert, Ricardo Moreira (2), João Ferraz (4) e Tiago Rocha
(2).
Também jogaram: Alfredo Quintana (g.r.), Belmiro Alves (1),
Daymaro Salina, Vasco Santos, Nuno Carvalhais, Hugo Santos (2), Miguel Sarmento
(3) e Hugo Rocha.
Por: Paulinho Santos
2 comentários:
são equipas doutro campeonato
outro nível de competência
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