segunda-feira, 9 de setembro de 2013

FC Porto: O Plantel!







Findo mais um período de transferências no futebol europeu, com o encerramento do mercado nacional no passado dia 2 de Setembro, é altura de analisar o plantel do F.C. Porto que irá atacar o tetra campeonato.






Foram contratados 9 jogadores para o plantel (Reyes, Ricardo, Josué, Carlos Eduardo, Licá, Herrera, Ghilas, Quintero e Bolat) e resgatado um emprestado (Fucile).

Do lado das saídas, o grande destaque vai para as vendas de João Moutinho e James Rodriguez por 70M de euros, às quais se juntam os empréstimos de Abdoulaye e Castro e as vendas de Atsu ao Chelsea, assim como o regresso de Liedson ao Brasil. Também Djalma, Iturbe e Tiago Rodrigues saíram por empréstimo e Sereno, Ventura e Bracalli rescindiram contrato, mas estes não faziam parte do plantel da época que passou.

Num primeiro olhar verifica-se que algumas das principais lacunas foram supridas.

Na baliza, Helton continua dono e senhor do lugar, enquanto Fabiano dá garantias a partir do banco. A novidade é Bolat, um turco que veio com o objectivo de ocupar a baliza portista quando Helton deixar o clube, mas até agora ainda não teve oportunidades.

A reintegração de Fucile resolveu o problema das laterais, dando à equipa um jogador fiável nos 2 flancos que, quando focado, rende igualmente bem de ambos os lados. Em caso de necessidade, também Mangala faz bem o corredor esquerdo, enquanto na B há jogadores que aparentam estar à altura em caso de necessidade, com destaque para Victor Garcia na lateral direita. E há ainda Ricardo, extremo que tem sido adaptado a lateral direito e tem condições para se tornar num defesa direito de extrema qualidade.

O nível dos centrais do plantel mantém-se alto, podendo até dizer-se que neste sector a equipa subiu um patamar, com a saída do quarto central e a entrada, para o seu lugar, do central mais caro da história do clube – Diego Reyes. Mangala e Otamendi partem naturalmente à frente, mas pode-se questionar se não será demasiada a qualidade para a posição, dado que o quarto central (Reyes) poderá ter poucas oportunidades. A equipa B poderá ser um bom suporte na adaptação do mexicano.

O meio campo sofreu algumas alterações significativas. Com a saída do motor da equipa (João Moutinho), Paulo Fonseca inverteu o triângulo e, neste momento, há ainda muitas dúvidas quanto ao posicionamento de certos jogadores. Fernando mantém-se como o único trinco puro do plantel (algo já recorrente no clube), mas esta época parece ter ainda mais liberdade para atacar. Herrera aparece, em teoria, como o substituto de Moutinho (papel, até agora, cumprido por Defour), sendo contudo um jogador diferente: mais vertical e mais físico, parece ser um médio que progride bem com a bola. A grande novidade, no entanto, surge com o reaparecimento da posição 10 no clube. Josué e Quintero são os 2 grandes candidatos ao lugar, mas neste momento quem joga na posição é Lucho Gonzalez. O capitão parece sentir-se mais confortável quando joga mais atrás e tenderá a ser aí que El Comandante vai assumir o seu lugar. Também Carlos Eduardo é um 10, sendo que o jovem brasileiro pode também jogar na posição 8. Salta no entanto à vista uma maior qualidade para este sector , que permitirá encarar os diferentes jogos de forme diferente, consoante o adversário, e também uma melhor gestão dos jogadores. Nota também para a saída de Castro, um jogador muito importante no balneário e também muito útil a saltar do banco em jogos mais mornos.

Nas alas mantem-se a grande lacuna do plantel. Varela continua a ser o melhor extremo do plantel e Licá parece ser uma importante adição: é um jogador dinâmico, que faz muito bem os movimentos interiores e tem uma interessante capacidade técnica. Não é, contudo, o extremo que a equipa necessitava para pegar de estaca. Josué e Quintero (mais o segundo) podem aparecer numa das alas para fazer o papel que já foi de James Rodriguez, mas isso implicará perder qualidade no jogo exterior da equipa. Ricardo aparece como um jovem já com alguma maturidade e que poderá ser importante, dada a sua velocidade, para dar profundidade ao jogo portista. Kelvin continua algo imaturo e pouco consistente, mas pode ser novamente um joker no plantel. A grande incógnita é Izmailov. O russo em condições normais lutaria pela titularidade da equipa, mas o seu estado físico e até psicológico é sempre um dilema; se apto, seria um jogador a ter um conta por ser o extremo do plantel que melhor alterna os movimentos interiores e exteriores, é um ala que tem excelente visão de jogo e capacidade técnica, mas ao mesmo tempo consegue dar largura ao jogo, explorando a linha melhor que Josué ou Quintero.

Ghilas surge como a novidade no centro de ataque, apresentando-se como uma verdadeira alternativa a Jackson ou até candidatam-se a uma possível dupla com o colombiano. O seu estilo batalhador, com grande velocidade e faro pelo golo pode combinar bem com a grande qualidade que Jackson tem a jogar de costas para a baliza. Também Licá pode fazer a posição e na equipa B há várias soluções em caso de necessidade, com o destaque mediático a recair no reintegrado (e esperemos renascido) Kleber.

Analisando de forma geral, chega-se à conclusão que o plantel apresenta mais soluções de qualidade, com destaque para o meio campo, mas também no ataque, onde se alia quantidade a qualidade. Lacunas como a falta de um lateral suplente ou a falta de outro ponta de lança foram colmatadas, assim como uma certa ausência de criatividade no meio campo, que agora abunda.

Ficou, no entanto, a faltar um médio que seja realmente um suplente à altura de Fernando e acima de tudo um extremo que entrasse de caras no onze, daqueles que ganham jogos sozinhos. Bernard falhou e a vaga ficou aberta, deixando um certo sabor amargo.

Acaba portanto por ser um plantel algo desequilibrado, mas isso nem é novidade se olharmos para o que têm sido os planteis portistas dos últimos anos. Isso não invalidade que seja excelente em qualidade e mesmo em quantidade (mais que o normal, neste ponto) , que nos dá garantias para uma época que esperamos excelente.


Por: Eddie the Head


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