Findo mais um período de
transferências no futebol europeu, com o encerramento do mercado nacional no
passado dia 2 de Setembro, é altura de analisar o plantel do F.C. Porto que irá
atacar o tetra campeonato.
Foram contratados 9 jogadores
para o plantel (Reyes, Ricardo, Josué, Carlos Eduardo, Licá, Herrera, Ghilas,
Quintero e Bolat) e resgatado um emprestado (Fucile).
Do lado das saídas, o grande
destaque vai para as vendas de João Moutinho e James Rodriguez por 70M de
euros, às quais se juntam os empréstimos de Abdoulaye e Castro e as vendas de
Atsu ao Chelsea, assim como o regresso de Liedson ao Brasil. Também Djalma,
Iturbe e Tiago Rodrigues saíram por empréstimo e Sereno, Ventura e Bracalli
rescindiram contrato, mas estes não faziam parte do plantel da época que
passou.
Num primeiro olhar verifica-se
que algumas das principais lacunas foram supridas.
Na baliza, Helton continua dono e
senhor do lugar, enquanto Fabiano dá garantias a partir do banco. A novidade é
Bolat, um turco que veio com o objectivo de ocupar a baliza portista quando
Helton deixar o clube, mas até agora ainda não teve oportunidades.
A reintegração de Fucile resolveu
o problema das laterais, dando à equipa um jogador fiável nos 2 flancos que,
quando focado, rende igualmente bem de ambos os lados. Em caso de necessidade,
também Mangala faz bem o corredor esquerdo, enquanto na B há jogadores que
aparentam estar à altura em caso de necessidade, com destaque para Victor
Garcia na lateral direita. E há ainda Ricardo, extremo que tem sido adaptado a
lateral direito e tem condições para se tornar num defesa direito de extrema
qualidade.
O nível dos centrais do plantel
mantém-se alto, podendo até dizer-se que neste sector a equipa subiu um
patamar, com a saída do quarto central e a entrada, para o seu lugar, do
central mais caro da história do clube – Diego Reyes. Mangala e Otamendi partem
naturalmente à frente, mas pode-se questionar se não será demasiada a qualidade
para a posição, dado que o quarto central (Reyes) poderá ter poucas oportunidades.
A equipa B poderá ser um bom suporte na adaptação do mexicano.
O meio campo sofreu algumas
alterações significativas. Com a saída do motor da equipa (João Moutinho),
Paulo Fonseca inverteu o triângulo e, neste momento, há ainda muitas dúvidas quanto
ao posicionamento de certos jogadores. Fernando mantém-se como o único trinco
puro do plantel (algo já recorrente no clube), mas esta época parece ter ainda
mais liberdade para atacar. Herrera aparece, em teoria, como o substituto de
Moutinho (papel, até agora, cumprido por Defour), sendo contudo um jogador
diferente: mais vertical e mais físico, parece ser um médio que progride bem
com a bola. A grande novidade, no entanto, surge com o reaparecimento da
posição 10 no clube. Josué e Quintero são os 2 grandes candidatos ao lugar, mas
neste momento quem joga na posição é Lucho Gonzalez. O capitão parece sentir-se
mais confortável quando joga mais atrás e tenderá a ser aí que El Comandante
vai assumir o seu lugar. Também Carlos Eduardo é um 10, sendo que o jovem
brasileiro pode também jogar na posição 8. Salta no entanto à vista uma maior
qualidade para este sector , que permitirá encarar os diferentes jogos de forme
diferente, consoante o adversário, e também uma melhor gestão dos jogadores.
Nota também para a saída de Castro, um jogador muito importante no balneário e
também muito útil a saltar do banco em jogos mais mornos.
Nas alas mantem-se a grande
lacuna do plantel. Varela continua a ser o melhor extremo do plantel e Licá
parece ser uma importante adição: é um jogador dinâmico, que faz muito bem os
movimentos interiores e tem uma interessante capacidade técnica. Não é,
contudo, o extremo que a equipa necessitava para pegar de estaca. Josué e
Quintero (mais o segundo) podem aparecer numa das alas para fazer o papel que
já foi de James Rodriguez, mas isso implicará perder qualidade no jogo exterior
da equipa. Ricardo aparece como um jovem já com alguma maturidade e que poderá
ser importante, dada a sua velocidade, para dar profundidade ao jogo portista. Kelvin
continua algo imaturo e pouco consistente, mas pode ser novamente um joker no
plantel. A grande incógnita é Izmailov. O russo em condições normais lutaria
pela titularidade da equipa, mas o seu estado físico e até psicológico é sempre
um dilema; se apto, seria um jogador a ter um conta por ser o extremo do
plantel que melhor alterna os movimentos interiores e exteriores, é um ala que
tem excelente visão de jogo e capacidade técnica, mas ao mesmo tempo consegue
dar largura ao jogo, explorando a linha melhor que Josué ou Quintero.
Ghilas surge como a novidade no
centro de ataque, apresentando-se como uma verdadeira alternativa a Jackson ou
até candidatam-se a uma possível dupla com o colombiano. O seu estilo
batalhador, com grande velocidade e faro pelo golo pode combinar bem com a
grande qualidade que Jackson tem a jogar de costas para a baliza. Também Licá
pode fazer a posição e na equipa B há várias soluções em caso de necessidade,
com o destaque mediático a recair no reintegrado (e esperemos renascido)
Kleber.
Analisando de forma geral,
chega-se à conclusão que o plantel apresenta mais soluções de qualidade, com
destaque para o meio campo, mas também no ataque, onde se alia quantidade a
qualidade. Lacunas como a falta de um lateral suplente ou a falta de outro
ponta de lança foram colmatadas, assim como uma certa ausência de criatividade
no meio campo, que agora abunda.
Ficou, no entanto, a faltar um
médio que seja realmente um suplente à altura de Fernando e acima de tudo um
extremo que entrasse de caras no onze, daqueles que ganham jogos sozinhos.
Bernard falhou e a vaga ficou aberta, deixando um certo sabor amargo.
Acaba portanto por ser um plantel
algo desequilibrado, mas isso nem é novidade se olharmos para o que têm sido os
planteis portistas dos últimos anos. Isso não invalidade que seja excelente em
qualidade e mesmo em quantidade (mais que o normal, neste ponto) , que nos dá
garantias para uma época que esperamos excelente.
Por: Eddie the Head
Sem comentários:
Enviar um comentário