Parte 7
Os Tricampeões um a um
António Oliveira utilizou 29 jogadores na campanha que culminou na conquista do tricampeonato. Mário Jardel e Paulinho santos foram os craques do campeonato. O primeiro pelos golos, o segundo pela alma. A revelação da época foi o jovem Sérgio Conceição, mais um jogador da escola de futebol do clube. Para a história ficam os “triplos” campeões:
Hilário – GR – 21 anos – 18 jogos – 14 golos sofridos
A surpresa. Vindo da Académica, agarrou a oportunidade que lhe surgiu em Alvalade, e só viria a acusar a responsabilidade de suceder a Baía depois do desastre de Manchester
Wozniak – GR – 32 anos – 7 jogos – 2 golos sofridos
Começou a época na baliza, mas o titubeante início de temporada portista ajudou-o a perder o lugar. Voltou à 24ª jornada, após a crise de Hilário, mas apenas resistiu dois jogos na baliza, devido essencialmente à instabilidade manifestada no “jogo de pés”.
Silvino – 38 anos – 7 jogos – 6 golos sofridos
De quase dispensado a primeira opção. O veterano guarda-redes acabou a temporada como incontestável dono da baliza portista. Surpreendente. Mas apenas para quem não esteve muito atento à carreira do setubalense.
Eriksson – GR – 31 anos – 1 jogo – 1 golo sofrido
O prémio de consolação chegou no fim do campeonato. O suplente de Ravelli, na selecção sueca, viveu uma época “branca”. Para esquecer. Mas quem o viu treinar sabe que foi um dos que mais sujou o equipamento.
João Pinto – Defesa direito – 35 anos – 12 jogos – 4 cartões amarelos
O “capitão” esteve de reserva mas quando foi chamado respondeu à sua maneira. Naquela que foi a sua última época, o mais internacional dos jogadores portugueses, na altura, voltou a provar nos relvados o sentido do seu profissionalismo.
Sérgio Conceição – Defesa médio direito – 22 anos – 25 jogos – 3 golos – 10 cartões amarelos – 3 vermelhos
Chegou, jogou e venceu. À sua brilhante época apenas faltou um golo no campeonato. De resto, o jovem que veio do Felgueiras - depois de tarimbar em Leça da Palmeira – foi “apenas” a revelação do tricampeão.
Aloísio – Defesa central – 33 anos – 27 jogos – 5 cartões amarelos
Acabou a época acusando algum declínio, mas enquanto esteve em forma foi sempre um pilar da defesa azul e branca. Os anos começavam a pesar, mas o “central” brasileiro continuava a saber estar no local de todas as decisões.
Acabou a época acusando algum declínio, mas enquanto esteve em forma foi sempre um pilar da defesa azul e branca. Os anos começavam a pesar, mas o “central” brasileiro continuava a saber estar no local de todas as decisões.
Jorge Costa – Defesa central – 25 anos – 4 golos – 10 cartões amarelos.
O “Panzer” da equipa portista assumiu-se como o patrão da defesa. E no ataque foi também precioso, marcando e abrindo alas nos lances de bola parada. Atingiu a sua maturidade competiva, na linha dos melhores centrais do futebol português.
João M. Pinto – Defesa central – 24 anos – 18 jogos – 3 golos – 2 cartões amarelos
Mais um título e desta feita com uma participação mais efectiva, dando a sensação que no futuro poderia ser o parceiro de J. Costa no eixo da defesa dos “Dragões”. Excelente também no jogo aéreo, a defender e a atacar.
Lula – 31 anos – 5 jogos
Titular desde a 3ª jornada, fracturou uma perna à 5ª, quando parecia assumir-se como um valor acrescentado na defesa Portista. Apesar da idade, continuou a ser um jogador a ter em conta na equipa azul e branca.
Rui Óscar – defesa esquerdo - 21 anos – 1 jogo
Produto das escolas Portistas, apenas esteve em campo 24 minutos, precisamente quando a sua equipa perdeu em casa com o Salgueiros. Jogador de raça, como o provou com a camisola do Leça.
Fernando Mendes – Defesa esquerdo – 30 anos – 21 jogos – 4 golos
O rebelde deixou-se “domar” no covil dos Dragões. E acabou por fazer um dos melhores campeonatos da sua carreira. A equipa Portista sintonizou-se mesmo em “FM”.
Buturovic – Defesa direito – 26 anos – 3 jogos
O defesa sérvio “aterrou nas Antas a meio da época e demorou algum tempo a adquirir a forma. Entrou na equipa mas não correspondeu em pleno, voltando por isso, para as reservas.
Rui Jorge – Defesa esquerdo – 23 anos – 11 jogos – 3 cartões amarelos
Pagou o esforço desenvolvido nos Jogos Olímpicos e teve de enfrentar a concorrência, assanhada, de F. Mendes. Quando chamado, foi jogador para todo o terreno na ala esquerda Portista, onde deu cartas, sobretudo quando jogou mais adiantado.
Paulinho Santos – Defesa direito/médio – 30 jogos – 9 cartões amarelos e 1 vermelho
O exemplo. A mais perfeita síntese da mística Portista. Quer como defesa, quer como médio, foi sempre um jogador que sentiu a menos interessante partida como se se tratasse da final do Campeonato do Mundo. De mangas arregaçadas e meias presas acima do joelho.
Diaz – defesa central – 23 anos – 10jogo
Chegou ao mesmo tempo de Jardel mas esteve muito longe do rendimento do brasileiro. O defesa uruguaio ainda estava muito verde para estas andanças. Rapidamente foi esquecido.
Wetl – Médio – 26 anos – 11 jogos – 2 golos
Começou como titular mas não convenceu António Oliveira, que logo procurou outras soluções para o meio campo Portista. O futebol austríaco não tem o andamento do nosso e essa terá sido uma das razões da época menos bem sucedida.
Costa – Médio – 23 anos – 3 jogos – 1 golo
A primeira vitória surgiu quando escapou da lista de dispensas. Mas foi “vida difícil” conseguir um lugar no “onze”. O golo marcado na despedida do campeonato chegou tarde.
Bino – 24 anos – 1 jogo
Titular no primeiro jogo na posição de lateral direito. O que viria a pagar caro, acabando por ser cedido, alguns meses depois, ao Marítimo de Augusto Inácio. Faltou-lhe uma janela para mostrar o que valia e por issomais de uma conheceu o caminho da porta…
Barroso – Médio – 26 anos – 26 jogos – 3 golos – 10 cartões amarelos e 1 vermelho
Finalmente, a grande oportunidade. Demorou a entrar na equipa mas depois de lá chegar só a espaços cedeu a posição. A equipa jogou muitas vezes à procura do livre e do consequente disparar do “canhão” do ex-bracarense.
Artur – 28 anos – 30 jogos – 10 golos – 11 cartões amarelos e 1 vermelho
Ficou muito aquém da expectativa, principalmente no campeonato (5 golos). Mas no geral acabou por fazer uma época abaixo daquilo que tinha mostrado com a camisola do Boavista. O brasileiro dos pés grandes não deu um passo atrás, mas também não avançou muito.
Domingos – Ponta-de-lança – 27 anos – 15 jogos – 5 golos
Uma época quase para esquecer. Uma lesão a meio da época e Mário Jardel apagaram o habitual brilho do número nove Portista, assim a perder a embalagem que resultou da época em que foi o melhor marcador do campeonato.
Zahovic – Avançado – 26 anos – 26 jogos – 9 golos
Um grande recuperador de bolas e também um finalizador. Qualidades difíceis de reunir a que se juntou um pé esquerdo tipo colher. O FC Porto foi um com ele em campo e foi quando não pode contar com o esloveno que veio do V. Guimarães.
Rui Barros – Avançado – 31 anos – 24 jogos – 3 golos – 4 cartões amarelos
O “rato atómico” já não foi tão nuclear como noutras épocas, mas voltou a ser decisivo em determinados momentos do campeonato. Um final de carreira sereno em que não se notou o arrastar das botas no relvado
Drulovic – 28 anos – 29 jogos - 3 golos – 2 cartões amarelos
O rei das assistências. Os seus cruzamentos e passes foram mortíferos para os adversários dos Dragões. Capaz de alinhar quer à esquerda, quer à direita. Versatilidade e polivalência acima do “q.b.” e um “QI” futebolístico muito alto.
Edmilson – Avançado – 25 anos – 27 jogos – 16 golos – 4 cartões amarelos
Mais uma época em cheio. O segundo melhor marcador da equipa (11 golos no campeonato), embora não jogue à boca da baliza. Um felino quando a equipa armava o contra-ataque. Ao qual terá apenas faltado alguma serenidade para além das quatro linhas…
Mielcarski – Ponta-de-lança – 26 anos – 10 jogos – 1 golo
A recuperação, muito lenta, de uma grave lesão, voltou a perturbar a ascensão do polaco no futebol Portista. Nunca conseguiu recuperar o tempo e terreno perdidos.
Jardel – Ponta-de-lança – 23 anos – 31 jogos – 33 golos – 4 cartões amarelos
Quase um golo por jogo, num campeonato em que marcou 30.Dele já se dizia ser o abono de família da equipa e que se tinha encontrado o sucessor de Fernando Gomes. O brasileiro que nasceu em Fortaleza, foi o homem do campeonato-tri.
Folha – Avançado – 26 anos – 14 jogos – 3 golos – 1 cartão amarelo
Pouco utilizado, o “Ventoínha”, nem por isso deixou os seus créditos por pés alheios. Como aconteceu na Madeira, num momento decisivo do campeonato. Mas foi uma época falhada do ponto de vista pessoal.
Fonte: Jornal "OJogo"
Por: Nirutam
1 comentário:
Boa recordação e óptima contribuição para a preservação memorial, à atenção dos adeptos interessados, da história do nosso clube.
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