Perdemos. O povo já tem o que festejar e já estão preparados para ganhar a taça SLB (se Deus quiser o único trofeu que metem as mãos em cima, novamente).
Claro que fico triste em perder. Claro que perder com o visitante que, neste caso, era visitado ainda custa mais. Mas vamos ao que interessa.
Gostei do 11 escalado pelo Vítor Pereira.
Jogar sem o Fernando altera o nosso jogo por completo e, por isso, não havia muita volta a dar. Defour-Moutinho a segurar o meio-campo, com o Lucho solto atrás de um Kléber muito mais móvel que o Janko.
Nas alas, Hulk para ir moendo o lateral de 15 milhões, Capdevilla, e na outra um improvisado Álvaro Pereira.
A defesa era a melhor possível dentro das opções que o treinador possuía.
Que reacção temos? A melhor que se poderia pensar! A equipa não abana, assume o jogo e começa a “despejar” bolas para o Hulk. Este ultrapassa uma e outra vez, o lateral-esquerdo do visitado até que surge o nosso golo, onde o Lucho teve a sorte do seu lado (O feitiço virou-se contra o feiticeiro!).
Continuamos a pressionar alto, a ganhar as bolas todas no meio do terreno e chegamos naturalmente ao 1-2 numa excelente elevação do Mangala.
A partir daqui e até, aproximadamente, aos 30 minutos de jogo podíamos ter feito o 1-3 por diversas vezes.
Muita raça no centro do terreno e agora a apostarmos no nosso lado esquerdo. Alex Sandro muito interventivo, a ganhar muitas bolas e a combinar bem com o Álvaro. Mais frieza e tínhamos consolidado o resultado.
Entre os 30 minutos e o intervalo conseguimos passar só com um golo sofrido, vá lá. Descoordenamos-nos completamente defensivamente e o visitado apercebeu-se do nosso espaço vazio entre os centrais e a dupla Defour-Moutinho. O Witsel todo contente por não ter o Polvo atrás dele, lá foi aproveitando este tal vazio e, em colaboração com o Aimar, ganhando umas faltinhas aqui, ali e acolá. Em cada uma era uma tremideira que não atinávamos nem na marcação ao homem, nem no tempo de salto.
Resultado: 3 bolas nos nossos ferros e depois desta mossa, golo meio atabalhoado que restabeleceu o empate.
Chega o intervalo, finalmente.
A 2ª parte começa num ritmo mais pausado, onde ambas as equipas parece que estão à espera da próxima jogada do adversário. Lucho quase que fazia outra vez o gosto ao pé.
Só que a 2ª parte fica marcada por outro dado que iria condicionar o nosso jogo até final. O Hulk tinha arrefecido e já não parecia disponível para fazer cavalgadas de 2 em 2 minutos. Estavámos agora atacar com um rumo definido (a baliza), mas sem trajecto concreto.
O visitado apostava sempre nos passes para a zona central do nosso meio-campo, ou na excentricidade do Nolito, mas o jogo continuava morno e a desesperar por substituições.
São eles os primeiros a mexer, retirando o Bruno “Entrada limpa” César e metendo o Gaitán, que deu maior velocidade à ala direita visitada, ou seja, mais problemas para a dupla Álvaro/Alex.
O Vítor Pereira mexe bem e tira o Lucho que nesta altura do jogo já estava a desaparecer da maioria das iniciativas e coloca o James Rodríguez onde ele tem que jogar, onde o exponenciamos ao máximo. No vértice mais adiantado do meio-campo. O problema é que não tinha muito para onde servir. O Hulk continuava arrefecido e o Álvaro tinha agora mais preocupações de cariz defensivo.
As 3 alterações seguintes é troca por troca. Na nossa única, Janko por Kléber pouco traz ao jogo de novo.
Surge o 3-2, numa fase onde menos se esperava.
Mangala tem aqui o seu erro mais crasso.
Deveria saber que o Cardozo é muito mais lento do que ele e, consequentemente, era melhor ter apostado na velocidade ao invés da antecipação, que falhou, permitindo que o paraguaio se isolasse.
Até ao final do jogo e apesar da entrada do Iturbe (uns minutinhos de vez em quando fazem-lhe bem!) não criámos mais nenhuma situação de perigo. Não deixar de ressalvar o fora de jogo mal assinalado ao Hulk que daria, com toda a certeza, o 3-3.
Umas vezes é fora de jogo claríssimo, outras é um lance casual resultado de um jogo de elevada intensidade. Siga a marinha, no pasa nada.
Fizémos um bom jogo no geral e foi pena não termos conseguido consolidar o mais o resultado depois do 1-2.
Fomos eliminados da Taça da Liga, mas mais importante que isso perdemos com o visitado, que nos deixa sempre um pouco em baixo, mas penso que não vamos desanimar para o que falta do campeonato e ganhar na Mata Real é já o próximo desafio.
Análise aos jogadores:
Bracali – Não teve culpa nos golos e quando foi chamado respondeu de pronto, em especial na 2ª bola aos ferros do visitado onde realiza uma excelente defesa.
Sapunaru – Sempre muito atribulada a sua luta com o Nolito, mas ainda encontrou tempo e espaço para subir no terreno por diversas vezes, especialmente na 1ª parte, onde quase marcava. Não comprometeu e revelou-se eficaz a defender.
Rolando – O melhor dos centrais, anulou bem o Nélson Oliveira, nunca lhe dando muito espaço para manobrar. Não tem intervenção directa em nenhum dos golos sofridos. Defender o Michel como defendeu o jovem avançado português!
Mangala – Apesar de ter marcado um excelente golo, fica ligado pela negativa aos 3 golos sofridos. No 1º faz um terrível alívio de bola, permitindo nova investida do visitado. No 2º calcula mal o tempo de salto, vendo a bola passar nas costas.
O erro que não se admite é o 3º por razões que já expliquei. Ganhar ao Cardozo em velocidade!!
Alex Sandro – Entrou nervoso, mas rapidamente se recompôs e partiu para uma boa e sólida exibição. Muito seguro a defender e veloz a atacar, foi um vaivém constante no nosso lado esquerdo. É craque!
Defour – Muito melhor jogo que sexta-feira, mais interventivo e lutador a meio-campo. Não sabe e não pode fazer de 6. A culpa não é dele. Boa companhia desta vez para o Moutinho.
Parecer querer mostrar serviço e isso é bom. Gostei.
Moutinho – Mais uma excelente exibição do nosso 8. Sempre a levar nas pernas do Witsel, do Javi e até do Aimar, nunca desistiu de combater e transportar jogo para o ataque. Grande alavanca naquele período áureo da 1ª parte. Conseguiu conter ao máximo a pressão do visitado.
Lucho – Sempre pronto a ajudar o ataque, com mais mobilidade sempre que se descola do avançado. Tentou o remate por várias vezes, sendo feliz numa dessas tentativas. Muito inteligente (como sempre) na marcação ao Caceteiro Garcia. Saiu visivelmente cansado.
Hulk – Faz uns 30 minutos demolidores a partir por completo o Capdevilla. Sempre a usar a sua incrível velocidade e agilidade, conseguiu dar profundidade ao nosso lado direito.. na 1ª parte.
Arrefeceu na 2ª e só acordou quando já estava 3-2. Tarde de mais.
Álvaro Pereira – Aposta estranha para a ala esquerda. Excepto o 1º golo do visitado, defendeu quase sempre bem e também ajudou na construção do ataque. Parece já mais focado em querer ajudar a equipa e, assim, os cruzamentos já não são puros despejos para a área.
Kléber – Demonstrou muito querer, mas não teve possibilidade para saciar a sua fome de golos, apesar de estar sempre pronto a receber e a dar.
Deu muita luta aos centrais do visitado e marcou presença. Saiu apagado, mas, naturalmente, sem muita culpa.
James – Entrou para a posição onde deve jogar, mas também como já referi, não tinha quem servir. Quem criasse o espaço, para ele colocar lá a redondinha. Também provou o gosto das chuteiras do Javi e do Witsel.
Janko – Troca por troca, resultado por resultado. Pouco ou nada chamado ao jogo, foi para ganhar bolas pelo ar, mas nem isso teve hipóteses de fazer.
Iturbe – Muito importante ir coleccionando minutos de jogo para ganhar confiança aos poucos. O talento está lá, todo lá. Vai explodir, com certeza.
Ficha de Jogo:
Jogo no Salão de Festas, em Lisboa
Jogo no Salão de Festas, em Lisboa
Assistência 28.533 espectadores
Benfica: Eduardo, Maxi Pereira, Luisão l75’, Jardel, Capdevila l88’, Javi Garcia l70’, Witsel l79’, Bruno Cesar (Gaitan, 56’), Nolito l88’, Aimar (Saviola, 72’) e Nelson Oliveira (Cardozo, 65’).
Treinador Jorge Jesus
FC Porto: Bracali, Sapunaru, Rolando, Mangala l41’, Alex Sandro l23’ (Iturbe, 85’), Defour, Lucho Gonzalez (James Rodríguez, 63’), João Moutinho, Álvaro Pereira l90+1’, Hulk e Kleber (Janko, 72’).
Treinador Vítor Pereira
Árbitro Artur Soares Dias, do Porto.
Árbitro Artur Soares Dias, do Porto.
Amarelos Alex Sandro (23’), Mangala (41’), Javi Garcia (70’), Luisão (75’), Witsel (79’), Capdevila (88’), Álvaro Pereira (90+1’).
Golos Maxi Pereira, 4’; Lucho, 8’; Mangala, 17’; Nolito, 42’ e Cardozo, 77’
Por: Dragão14
2 comentários:
só para reafirmar que o Mangala tem "apenas" vinte e um anos e com uma enorme margem de progressão. tal como o Kléber - apesar da (aparente) nulidade que evidencia nos últimos jogos em que entrou.
o que gostava de (pres)sentir era o nosso treinador ser capaz de motivar e de rentabilizar a matéria-prima que tem em mãos. e um jogo como o de ontem tinha todos os condimentos para tal.
mais um exemplo: que motivação terá o Iturbe para o que resta da presente temporada?
outra nota:
esta está a ser a antítese da época transacta.
preciso de recuar aos tempos do Ivic e do Carlos Alberto Silva para sentir tanta "estranheza" da nossa massa adepta - e minha, também - para com a equipa do nosso coração...
mesmo assim, ainda «acardito»
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
Miguel | Tomo II
http://www.maisfutebol.iol.pt/benfica/gaspar-jorge-jesus-benfica-bloqueios-claudio-fc-porto/1334900-1456.html
Assunto:Bloqueio nas bolas paradas
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